terça-feira, 23 de junho de 2009

Nota comando de greve dos estudantes de Ciências Sociais da USP

Nos colocamos ao lado dos trabalhadores da USP e da maioria universitária

Na sexta-feira, dia 19/06, alguns estudantes ligados ao CDIE entre outros grupos do tipo, foram à Assembléia do Sintusp para organizar um suposto pic-nic no Sintusp como uma ocupação de uma hora do Sindicato de Trabalhadores da USP. Certamente estes estudantes não dizem e não mostram em seus filmes que parte de seus “pacíficos” manifestantes portavam cartazes durante a assembléia de trabalhadores com os dizeres: “chupa Brandão”, “fora Brandão”, “morte a Brandão”. Estes organizaram um ato na praça do relógio no começo da noite e um setor deste grupo ainda ameaçava ir ao Sintusp para algum tipo de ação contra o Sindicato.
Nós, estudantes de Ciência Sociais, reunidos no comando de greve de nosso curso, no dia 22/06, repudiamos a ação destes grupos de direita em nossa universidade, assim como já nos manifestamos anteriormente em assembléias de nosso curso, e nos colocamos ao lado dos trabalhadores da USP e da maioria universitária contra grupos direitistas deste caráter que prontamente colocam-se ativamente contra a liberdade de organização e expressão dos trabalhadores da USP. Rechaçamos o uso indiscriminado da fórmula democracia que, para estes, significa: a polícia na USP para reprimir a organização polícia e sindical de estudantes e trabalhadores e ameaças de agressão e morte a Claudionor Brandão.
Não deixamos esquecer que parte destes estudantes foram os que fizeram o vídeo Sintusp Wars, tentando demonizar trabalhadores da USP que historicamente lutam pela universidade pública, gratuita e de qualidade, contra a terceirização do trabalho na USP e por melhores condições de trabalho e ensino. Outros ainda são os que juntaram-se numa manifestação agressiva e machista contra uma sindicalista, mulher, do Sintusp, durante um ato votado em assembléia de trabalhadores, ocorrido na Poli em 2007. Outros destes foram os que, de forma bastante autoritária, arrancaram crafts e cadeiraços do prédio da História e Geografia, ambos discutidos e aprovados por ampla maioria nas assembléias de base. Outros que, há poucas semanas, entraram no DCE Livre da USP e quebraram uma de suas portas de vidro. E outros, como o estudante da Faculdade de Direito da USP, Renato Gallotti Sant’Ana, que jogaram garrafas de vidro, ovos e outros objetos do 12º andar de um prédio da esquina da Av. Paulista com a Av. Brigadeiro Luiz Antônio, enquanto estudantes, funcionários e professores manifestavam-se num grande ato democrático contra a PM na USP e por “Fora Suely”.
Estes estudantes são hoje via de transmissão das políticas elitistas e repressivas de Serra e Suely na universidade e por trás deles estão figuras como Reinaldos Azevedos, tucanos, organismos institucionais da FEA-USP e a própria polícia. Aliás, como poderia ser feito um boletim de ocorrência de um dos estudantes deste grupo, da Faculdade de História da USP, alegando agressões, espancamentos e pauladas após a discussão com estudantes grevistas na sexta-feira a noite, quando não houve nenhuma ação deste tipo? Não por menos gritavam : “viva a PM na USP” junto a “fora Brandão vai já pro camburão”.
A normalidade acadêmica, a atual estrutura de poder da USP e a presença da polícia no campus estão ao lado destes estudantes que coadunam com o projeto de universidade pautado pela lógica do mercado, projeto este ativo em manter os atuais privilégios de uma classe sobre a maioria da população e dos trabalhadores.
Por todos estes motivos queremos deixar claro que muitos destes que hoje reivindicam uma suposta liberdade de expressão são os mesmos que coagem trabalhadores da USP, que disseminam uma ideologia não por acaso anti-operária na universidade e mais do que antidemocrática. Neste comando de greve, após o ocorrido de sexta-feira na USP, prontificamo-nos na defesa da liberdade de organização e expressão do movimento de greve assim como colocamo-nos ao lado dos trabalhadores da USP contra toda a ameaça ou agressão que podem sofrer, física ou de pequenos atentados ao Sindicato dos Trabalhadores da USP, assim como ao DCE Livre da USP.
Responsabilizamos a Reitoria e o governo do estado de São Paulo por qualquer atentado deste tipo na USP e rechaçamos o papel que a grande mídia vem cumprindo em insuflar movimentos direitistas de alguns estudantes nesta universidade.

COMANDO DE GREVE DOS ESTUDANTS DA CIÊNCIAS SOCIAIS DA USP
22/06/2009

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