quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Basta de repressão ao povo Haitiano!


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DIA 25/02, 18H ATO

em frente ao consulado haitiano Av. Paulista, 1499

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E DIA 28/02, DOMINGO

às 14h, Ato-debate com

____. Prof. Dr. Adilson José Gonçalves (Comitê Pró-Haiti)

____. Mara Onijá (Pão e Rosas e LER-QI)

____. Milton Barbosa (MNU - Movimento Negro Unificado)

____. Prof. Dr. Omar Ribeiro Thomaz (Professor da Unicamp que estava no Haiti no dia do terremoto)

____. Otávio Calegari (PSTU, estudante da Unicamp que estava no Haiti no dia do terremoto)

____. Pablito (Trabalhador da USP e dirigente da LER-QI)

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às 18h, Jornada cultural com

___. Ballet Afro Koteban

___. Conde Favela

___. Mara Onijá

___. QI Alforria

___. Zinho Trindade

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na Casa Socialista Karl Marx Praça Américo Jacomino, 49 em frente ao metrô Vila Madalena

Contribua na entrada com R$ 5,00 para enviar ao Haiti.

Organização: LER-QI, APP e Pão e Rosas


Participe das outras atividades da campanha!!!

Dia 24/02, 19h30

Debate sobre o Haiti com: Lúcia Skromov (Comitê Pró Haiti) Mara Onijá (Pão e Rosas/LER-QI) Reina Lucia (Movimento Negro Unificado) Zé Maria (PSTU) Local: Auditório da Fafil (Pinicão) Fundação Santo André

Dia 25/02, 11h

Debate sobre o Haiti com: Mara Onijá (Pão e Rosas e LER-QI) Outros convidados a confirmar Local: Prédio das letras USP

Dia 27/02, 17h

Festival de Bandas pela retirada das tropas brasileiras do Haiti Local: Casa Socialista do ABC Av. Príncipe de Gales, 527 - Santo André

Dia 26/02, 14h

Debate sobre Haiti com: Mara Onijá (Pão e Rosas e LER-QI) Otavio Calegari (militante do PSTU e estudantes da Unicamp que esteve no Haiti) - a confirmar Local: Unesp - campus São José do Rio Preto

Dia 02/03, 19h

Debate sobre o Haiti com: Mara Onijá (Pão e Rosas e LER-QI) Erson (APROPUC) Representante da Conlutas - a confirmar Local: PUC-SP

Dia 03/03, 16h

Ato convocado pelo comitê de Solidariedade ao Haiti de Campinas. Local: Catedral - Campinas

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

A Máscara Caiu... Identifique-se!



Publicado no Jornal PUCViva nº728 de 22/02/2010

Felipe Campos

Na primeira quinta-feira do ano letivo (11/02), o reitor Dirceu de Mello promoveu no Tucarena uma aula inaugural no período matutino e noturno para falar de "Juventude e Política". Bom, eles puderam falar... A juventude não!

Uma 1ª semana diferente para uma universidade que está diferente. Talvez por ter início uma semana antes do Carnaval, a PUC-SP estava ainda em um clima de férias e festa. Claro, com exceção dos trabalhadores terceirizados, que não sentiam esse clima, pelo contrário, muitos deles trabalharam também nesse feriado popular em jornadas extenuantes para ganhar a miséria de sempre, sendo que seus filhos e filhas poucas condições têm em estudar na universidade em que os pais trabalham.

Mas, voltando ao "clima" da PUC-SP, nos corredores do Prédio Velho entre alguns estudantes veteranos e professores, independente da posição política, o que se ouvia quase como consenso é que "a PUC-SP não é mais a mesma!". Todos se perguntavam: onde está aquela efervescência intelectual e política que sempre foi característica da universidade? Será que nós mesmos somos culpados disso? Se formos responder essas questões com o mínimo de reflexão iremos perceber que o problema está "mais em cima". Mais exatamente entre o "céu" clerical da Fundasp e a Reitoria!

Em sua aula inaugural para os calouros, o reitor Dirceu de Mello convidou dois políticos da ordem, que segundo as palavras do pró-reitor Hélio Deliberador, representavam todos os professores da casa. Então, os professores andam muito mal representados. Gabriel Chalita (PSB) e José E. Cardozo (PT), políticos da base governista, cujos partidos ano passado defenderam Sarney e todos os senadores corruptos do Congresso, legitimando e tentando salvar uma instituição de caráter antipopular onde se concentram oligarquias que detém o poder político do país a séculos desferindo ataques a toda a população, foram discursar sobre "Juventude e Política" para os novos estudantes (imagine o quanto eles têm a ensinar). Entretanto, o pior ainda estava por vir com direito a cair de vez a máscara da demagogia do atual reitor da Pontifícia.

Nessa mesma noite, dezenas de estudantes foram até a palestra, também para questionar Cardoso sobre a sua defesa, junto a Lula e seu partido, pela manutenção das Tropas Brasileiras no Haiti (sendo que até mesmo o mentor da pedagogia "Paz e Amor", Chalita, palestrante do período matutino, está em um partido que também defende as tropas militares que atuam sem paz e sem amor contra a população haitiana). Os estudantes levaram cartazes, faixas dentro de uma manifestação pacífica num ambiente de tradição democrática e de diálogo, em que sua própria arquitetura remete a isso. Porém, quando reivindicaram depois da apresentação dos convidados, uma fala em solidariedade ao povo haitiano, o reitor Dirceu de Mello ferozmente levantou, dirigiu-se aos estudantes e começou a tentar uma intimidação perguntando e gritando: "Quem está falando? Quem está falando? Identifique-se!"

Os estudantes levantaram, pediram novamente o direito a uma fala, mais do que justo numa palestra onde se discute "Juventude e Política". Mas a resposta de Dirceu foi firme e objetiva, relembrando o verdadeiro Dirceu das câmeras e catracas de 2004 e não o falso Dirceu do diálogo e da democracia de 2009: "Isso aqui não é debate é uma aula!". Ou seja, não existe diálogo, aluno não pode refletir, divergir, fazer política, apenas respeitar sua condição de aluno. Não à toa Deliberador citou Hannah Arendt no início da apresentação, teórica que defendia que o movimento estudantil norte-americano não poderia apoiar os negros que sofriam racismo nos EUA, pois estariam saindo da sua esfera de atuação na sociedade.

Talvez esse fato mostre alguns elementos para podermos pensar sobre aquelas perguntas do início do artigo. E reforce que nós, estudantes, professores e funcionários, que não nos sentimos representados por esses que dizem que nos representam, que dizem ser eleitos pelo nosso voto, comecemos a contestar permanentemente e recriar a vida política, cultural e artística dessa universidade. Os estudantes que lá foram protestar queriam dizer que o povo haitiano não precisa de tropas imperialistas e brasileiras armadas até os dentes que servem para a repressão política e social. Eles precisam de médicos, enfermeiros, alimentos e remédios nas mãos deles, não de soldados. Porém, a Reitoria da universidade prefere dar voz aos que querem a militarização do Haiti, os que fecham o aeroporto e impedem a chegada de alimentos para a população, e não aos estudantes da casa que questionam esse tipo de ideologia.

Felipe Campos é estudante de Ciências Sociais e militante do Movimento a Plenos Pulmões (LER-QI e independentes)

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Repudiamos a presença do Deputado petista José Eduardo Cardozo na PUC-SP!
















“Temos um mandato da ONU para cumprir e não podemos fugir às nossas responsabilidades perante a comunidade internacional. A presença brasileira é positiva para a reconstrução do país e da democracia no Haiti”





Desde a deposição e seqüestro do ex-presidente haitiano J
ean-Bertrand Aristide por militares estadunidenses, em 2004, as tropas da ONU ocupam militarmente o país com o propósito de conter a mobilização dos haitianos e assegurar o governo do novo presidente René Preval (eleito sob a tutela direta dos EUA). Lula e o PT, pleiteando uma vaga permanente no Conselho da ONU e maior participação nos fóruns internacionais, não apenas defendem como participam ativamente da criminosa ocupação militar do Haiti desde seu início, com o Brasil cumprindo um papel de liderança na cinicamente chamada “missão de paz” da ONU.

Ainda que Lula diga que o propósito da intervenção do exército brasileiro é “respaldar um governo democrático”, tudo que a ocupação militar tem causado são assassinatos, repressão, estupros, massacres nos bairros pobres e violações diversas dos direitos humanos. É o que demonstram dados, relatórios, vídeos e imagens de diversos movimentos sociais e organizações de direitos humanos. Um dos muitos casos documentados foi o massacre ocorrido no dia 22 de dezembro de 2006 em Cite Soleil, após a organização de um protesto de cerca de dez mil pessoas que exigiam a retirada das tropas militares estrangeiras.

Segundo relatos da população local e imagens em vídeos produzidos pela organização Haiti Information Project – HIP [Projeto de Informação do Haiti], as forças da ONU atacaram a comunidade e assassinaram cerca de 30 pessoas, inclusive mulheres e crianças. A MINUSTAH justificou suas ações com o pretexto de combater supostas gangues em Cite Soleil. Porém, as imagens gravadas pela HIP revelam que as tropas da ONU atiraram desde helicópteros contra civis desarmados. O diretor do HIP, Kevin Pina, acusa a MINUSTAH de atuar em conjunto com a Polícia Nacional Haitiana em execuções sumárias e prisões arbitrárias e avalia que, “neste contexto, é impossível continuar vendo a missão da ONU como uma força independente e neutra no Haiti”.

Após a catástrofe do terremoto que vitimou centenas de milhares de haitiano, essa situação se acirrou. Sob o pretexto de “ajuda humanitária” há um recrudescimento da ocupação militar, com os EUA enviando 14 mil fuzileiros e soldados (o dobro do número de militares da missão da ONU, 7 mil) que atualmente controlam os portos marítimos e os aeroportos do país. Ainda mais grave, essas mesmas tropas interventoras e assassinas controlam todo tipo de ajuda enviada ao Haiti em recursos financeiros, alimentos e medicação. E não são poucas as denúncias atuais de que essa ajuda sequer chega ao povo haitiano, e de que os soldados extorquem os haitianos e submetem as mulheres à prostituição em troca de mantimentos. Que tipo de “ajuda humanitária” os haitianos podem esperar daqueles que assassinam seus irmãos e estupram suas irmãs?

E o Governo de Lula e do PT não poderia deixar de fazer seu trabalho sujo, enviando mais 750 soldados e 150 policiais ao Haiti. Nesse sentido, é emblemática a declaração do comandante das tropas brasileiras no Haiti, João Batista Bernardes para quem: “o Haiti, sem dúvida, serve de laboratório para os militares brasileiros conterem as rebeliões nas favelas cariocas”. Não por acaso, há manifestações no Haiti, desde as últimas semanas, que passaram a se referir especificamente ao Brasil e tratar com hostilidade o governo brasileiro. Palavras de ordem como “Brasileiros, Go Home! Não cumpram o papel sujo do imperialismo” passaram a ser visíveis em faixas e cartazes do povo haitiano, denunciando o papel nefasto cumprido pelas tropas brasileiras chefiadas por Lula, que, cinicamente, continua a chamar a criminosa intervenção militar brasileira no Haiti de “nobre missão”.

O cinismo de Lula e do petismo é também visível nas palavras do Deputado do PT José Eduardo Cardozo. Questionado pela Folha de São Paulo sobre a presença militar brasileira no Haiti, Cardozo declarou: “Temos um mandato da ONU para cumprir e não podemos fugir às nossas responsabilidades perante a comunidade internacional. A presença brasileira é positiva para a reconstrução do país e da democracia no Haiti”. Que tipo de reconstrução pode existir em um país cercado por milhares de soldados estrangeiros? Somente na visão de mundo nefasta do petismo de Cardozo é possível haver democracia em meio a assassinatos, estupros e prisões arbitrárias.

Não nos surpreende que nosso magnífico Reitor, Dirceu de Mello, que aprendeu a necessidade de adular os partidos da ordem dominante, convide este mesmo ilustre deputado para ministrar uma palestra sobre “juventude e política” na PUC-SP. Mas isso não diminui a nossa indignação! E entendemos que nossa juventude não tem nada a aprender sobre política com um representante do petismo, símbolo de traições históricas, da corrupção orgânica do mensalão e dos crimes e assassinatos no Haiti. Temos a aprender com os jovens estudantes haitianos que, junto dos trabalhadores, saem às ruas exigindo melhores condições de vida e a retirada incondicional das tropas assassinas; que estamparam na entrada da Universidade de Porto Príncipe a frase em creolé “Não nos calarão!” com os destroços das bombas atiradas contra eles pelas tropas de Lula, com o apoio e os aplausos dos petistas como Cardozo.

Nós do Movimento A Plenos Pulmões, que não nos contentamos com as declarações hipócritas e a falsa solidariedade que mascara interesses políticos, entendemos que nenhuma reconstrução de um país devastado será possível enquanto ele continuar ocupado militarmente por tropas estrangeiras. Não há nenhuma possibilidade de auto-determinação para um povo sob as botas de tropas militares. E por isso entendemos que qualquer declaração séria e sincera de solidariedade ao povo haitiano deve passar pela exigência de retirada imediata de todas as tropas do Haiti, que oprimem e massacram o seu povo, e que os próprios haitianos controlem todos os recursos enviados em ajuda, através de suas próprias organizações populares e de trabalhadores. Da mesma forma, entendemos que não há qualquer possibilidade de desenvolvimento a um país miserável que está submetido a uma dívida externa impagável, imposta a ele de forma espúria. Por isso defendemos também o fim da dívida externa ao Haiti.

- PELA RETIRADA DAS TROPAS IMPERIALISTAS E DE LULA DO HAITI!
- QUE O PRÓPRIO POVO HAITIANO CONTROLE A AJUDA ENVIADA!
- PELO CANCELAMENTO DA DÍVIDA EXTERNA DO HAITI!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Mara Onijá na Record News: Fora as tropas do governo Lula do Haiti!

Nas calouradas, lutemos para ampliar a campanha em solidariedade operário e popular ao povo haitiano!

“O africano em si tem maldição. Todo lugar que tem africano tá fudido!”
Cônsul do Haiti no Brasil

O haiti só tem uma maldição:

A OPRESSÃO DA BURGUESIA BRANCA E RACISTA
DE PAÍSES COMO ESTADOS UNIDOS E BRASIL!

Fora as tropas imperialistas e brasileiras do Haiti!

Pelo controle operário e popular dos recursos recebidos!

Abaixo o cônsul racista do Haiti!


Matrícula USP: Abaixo o trote! Pelo fim do vestibular!

Dia da matrícula. É hora do “trote”. Apelidando-os de “bixos”, os veteranos procuram inferiorizar os ingressantes. Veteranos ensinam com orgulho cantos machistas e elitistas, gabando-se de serem homens, ricos, e estarem na USP. Calouros são submetidos a humilhações de diversos tipos, em especial as mulheres, que são constrangidas a coisas como dançar funk na cadeira ou participar de concursos de “miss bixete”, mostrando que o machismo é parte integrante da universidade. Alguns são agredidos fisicamente ou acabam em coma alcoólico. É isso o que eles chamam de comemoração. Nada se fala sobre os milhões que ficam de fora, barrados pelo vestibular. Nas camisetas dos calouros escrevem “Unip”, “FMU”, mostrando o desprezo pelos que foram excluídos da USP, quase todos estudantes da escola pública e filhos de trabalhadores. É assim que, desde o primeiro dia na USP, se ensina a cartilha da meritocracia, do elitismo, do machismo. Ao invés de se solidarizar com os que não estão aqui, humilhe-os e sinta-se melhor que eles. Da mesma forma que seu veterano está fazendo com você. Como seu professor fará. E aguarde, o seu dia também chegará. É este o rito de passagem a que querem te submeter, para que você se sinta mais um “escolhido”.
Infelizmente estamos vendo que estes ritos execráveis, tradicionalmente perpetrados pelas atléticas, ganharam neste ano a adesão de vários CAs na FFLCH. Hoje, ouvia-se no trote da Letras: "Ô, São Judas, pode esperar que dia 15 tem boleto pra pagar!" Não precisamos aceitar isto de cabeça baixa! Não deixe o seu CA e nem ninguém fazer isto com você!

ABAIXO O TROTE! Todo trote é humilhante e meritocrático!

Basta de humilhações aos calouros!

Chega de elitismo e machismo disfarçados de “brincadeira”!

Pelo fim do vestibular!

Estatização das universidade privadas!


Movimento a Plenos Pulmões e grupo de mulheres Pão e Rosas - USP

Dias 08/02 e 09/02: matrícula na USP

Seja bem vindo ao mundo dos excelentes, dos diferenciados e de futuro garantido. É o que dizem e vão dizer sobre a USP... Isso você já sabe; afinal, vive no Brasil, país dos contrastes; na escola estuda sobre as mazelas da segunda maior desigualdade social do mundo, na qual quase tudo essencial a nós falta à grande maioria, e o ensino superior não é exceção.

A maioria da população, que sustenta a universidade pública com seus impostos, é excluída dela pelo vestibular. Quase 80% dos universitários do país estão em instituições particulares; isso significa que para cursar o ensino superior, a juventude é forçada a recorrer às universidades privadas, cujo verdadeiro propósito é encher o bolso dos ricos empresários do ensino (o faturamento, por exemplo, do grupo Anhanguera no 3° trimestre de 2009 foi de R$331,7 milhões).

Ainda assim, muitos não conseguem concluir seus estudos e, principalmente nas universidades privadas, a evasão cresce (Em 2007 subiu 40% nas universidades particulares da grande São Paulo), seja pela impossibilidade de bancar as absurdas mensalidades, seja pela péssima qualidade da maioria dos cursos. Isso considerando que os universitários no Brasil representam cerca de 11% da população entre 18 e 24 anos.

Concomitantemente, o governo Lula isenta de impostos os grandes Uni-monopólios, ao invés de sobretaxá-los (por exemplo, com o ProUni transfere verbas públicas para os empresários). Diante da tarefa de “emprestar” o dinheiro do povo aos grandes capitalistas e poupá-los de seus prejuízos, o vestibular é a medida encontrada para “controlar” as diferenças entre os que podem pagar pela educação básica e os filhos de trabalhadores e do povo pobre, que amargam num ensino público degradado.

Neste cenário, uma medida necessária e imediatamente realizável para a democratização do acesso à universidade é a estatização sem indenização dos grandes monopólios educacionais e o aumento de verbas para a educação (baseado no fim do uso do dinheiro público para financiamento dos capitalistas – por exemplo, 8 bilhões que Serra e Lula deram à Ford e GM), bem como o fim do vestibular como filtro social para o acesso à “ilha universitária de excelência”, reservada quase exclusivamente a uma elite.

Ainda que o vestibular seja um ícone da não-democracia na universidade, podemos ver que esta vai muito além. Infelizmente a excelência técnico-científica-acadêmica uspiana não procura responder aos problemas elementares da população: doenças tropicais sem cura; enchentes, trânsito e falta de planejamento urbano; déficit de milhões de moradias; péssima educação pública; violência policial contra a juventude negra; violência “doméstica” contra as mulheres e trabalho escravo persistindo sob as botas do latifúndio são questões que, quando não totalmente ignoradas, são tratadas como meras questões “acadêmicas”. Hoje o papel que cumpre a Universidade está ligado às pesquisas de cosméticos para a Avon, tênis da Nike, logística da Coca-cola e vendas on-line do Submarino. Isso só pode ocorrer devido ao atrelamento profundo do governo universitário (composto por menos de 1/3 dos professores e representações irrisórias de estudantes e trabalhadores da Universidade) aos interesses dos capitalistas.

Necessitamos uma universidade a serviço dos interesses da maioria da população, dos trabalhadores e do povo pobre, e, dentre eles, também das mulheres, dos negros e dos homossexuais.

O novo REItor é João Grandino Rodas que, apesar de perder as antidemocráticas e restritas eleições internas na USP, acabou sendo nomeado por Serra. A “notoriedade” das ações do “Magnífico” o precede: é conhecido por defender o Estado em casos de tortura e assassinato cometidos pela ditadura; em 2007 chamou a tropa de choque para reprimir uma manifestação no Largo São Francisco e defendeu que a PM reprimisse a ocupação da reitoria; em 2008 foi responsável pela aprovação de uma resolução regulamentando o uso de força policial na universidade para reprimir manifestações. Além disso, começou o mandato mantendo sua tradição de “diálogo”: no dia 25 de janeiro um ato na sua cerimônia de posse foi duramente reprimido pela polícia, com 3 presos e vários feridos.

Toda essa força policial foi a principal causa da greve de 2009, uma greve muito forte entre trabalhadores da USP, impulsionada por seu sindicato, o SINTUSP, à qual aderiram posteriormente professores e estudantes. Seus estopins foram a demissão ilegal do dirigente sindical Claudionor Brandão e a punição de diversos trabalhadores e estudantes; o apoio veemente da Reitoria à política de educação à distância precarizada (UNIVESP), apesar do rechaço hegemônico da comunidade universitária e, finalmente, a entrada da tropa de choque para sitiar a universidade com balas de borracha, bombas de gás e efeito moral. Isso também não acontecia desde os tempos da ditadura militar.

Sabemos que essa é uma história longa, difícil de contar e entender. Por isso gostaríamos que todos os setores ativos da greve, e o principal deles, o SINTUSP, pudessem democraticamente compartilhá-la com a riqueza de detalhes necessária para nos prepararmos para a gestão de Rodas, e nos opormos à continuidade do projeto de universidade elitista e excludente. Entretanto, o DCE (diretório central dos estudantes), composto pelo P-SOL, nega esse elemento mínimo de democracia no movimento estudantil, e prefere dar voz àqueles que já tem espaço na TV e jornais, como ministros de Lula e secretários de Serra, e representantes do próprio P-SOL. Por isso, vemos a necessidade de organizar uma calourada paralela e temos nos esforçado para tal.

HAITI

O terremoto que atingiu o Haiti trouxe caos para seu povo. Ao contrário do que é dito, isto não é uma mera “catástrofe natural”, nem a miséria que assola os haitianos há séculos, e que é produto de diversas ocupações militares, ditaduras e saques desde que o povo conquistou a independência na única revolução de escravos vitoriosa da história.

Não há nada natural na ocupação das tropas da ONU, no país desde 2004, com o exército brasileiro de Lula à sua frente. Não há nada natural nos dez mil soldados americanos presentes no país. Como exemplo do papel da “ajuda humanitária” das tropas, vimos que enquanto os próprios haitianos resgatam familiares dos escombros, os soldados defendem mercados saqueados, instalações da ONU, matam haitianos que se rebelam contra a sua condição, estupram mulheres e meninas, e impedem o pouso de aviões com comida e remédios. E por que tantos soldados e tão poucos médicos, engenheiros, etc.?

Contra supostos interesses humanitários que camuflam os reais interesses comerciais envolvidos na reconstrução do Haiti, é necessário forjar uma ampla solidariedade operária e popular no Brasil pela retirada das tropas comandadas por Lula e por Obama e para que a ajuda seja gerida pelos próprios haitianos, através de suas organizações operárias e populares.
O exército brasileiro que está à frente das tropas da ONU, e diante disso torna-se ainda maior nossa responsabilidade de lutar por sua retirada. Todo estudante que se revolte com esta situação deve colocar-se ativamente nesta luta.

Por isso chamamos todos para se somar às atividades, atos, debates, etc., a começar pelo ato-debate e atividades culturais que realizaremos no dia 28/02, às 14h, na Casa Socialista Karl Marx (Pça. Américo Jacomino 49, ao lado do metrô Vila Madalena).

Veja o que está ocorrendo no Haiti em: http://solidariedadeaohaiti.blogspot.com/

LER-QI, Movimento A Plenos Pulmões e Grupo de mulheres Pão e Rosas
http://www.ler-qi.org/
http://movplenospulmoes.blogspot.com/
http://nucleopaoerosas.blogspot.com/

Nota sobre ATO em solidariedade ao povo haitiano em Campinas





Por LER-QI Campinas) Dando continuidade à campanha de solidariedade ativa ao oprimido povo haitiano, no dia 02/02, o Centro Acadêmico de Ciências Humanas (CACH) da Unicamp impulsionou mais um importante ato no centro de Campinas. Além de membros da gestão do CACH se solidarizaram com o povo haitiano o grêmio da ETECAP e outros estudantes secundaristas, professores da rede pública de ensino, trabalhadores do telemarketing e o grupo de mulheres Pão e Rosas, que incorporou o chamado do ato.

Entre panfletagens, conversas e cartazes estendidos, pudemos dizer aos trabalhadores de Campinas o real papel que cumprem as “tropas de paz” da ONU e do imperialismo norte-americano, que sob o manto da “ajuda humanitária”, massacram, oprimem e exploram os trabalhadores e trabalhadoras haitianas. Para as mulheres isso é ainda mais grave, pois além de viverem da miséria diária, e tirarem do seu suor a pouca comida que forra os roncantes estômagos daquela gente, são ao mesmo tempo violentadas e oprimidas por essas tropas de ocupação.



Esta importante ação, que reaviva as movimentações da esquerda que há muito se perdeu no centro de Campinas dada a tragédia petista, recobra sua importâcia por denunciar veementemente o papel desempenhado pelas tropas brasileiras de Lula, que até agora vinham liderando o massacre do povo haitiano, e que em grande parte tem sua escola de formação aqui em Campinas.

O Haiti transformou-se o laboratório das tropas de Lula na busca da perfeição da arte de fuzilar favelados e trabalhadores de rua! Das nossas falas e escritos devem cada vez mais transparecer a dureza do real e assim o fizemos no centro hoje.Queremos ser porta-vozes dos trabalhadores e povo pobre haitiano dizendo que dessa “ajuda humanitária” desumana e opressiva o Haiti está farto! Exigindo a imediata retirada de todas as trapas internacionais do território haitiano e que a distribuição dos alimentos e doações seja controlada pelas próprias mãos dos haitianos!

Conclamando uma solidariedade ativa dos trabalhadores e das entidades e organizações de esquerda ao povo haitiano!

Este é mais um passo de muitos que pretendemos dar em solidariedade ao povo haitiano e aos trabalhadores de modo geral no intuito de forjar um verdadeiro centro acadêmico militante, que atue no sentido da transformação da realidade.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Mara Onijá na RecordNews diz: Fora as tropas do Haiti! Solidariedade operária e popular ao povo e às mulheres haitianas!

Para assistir, CLIQUE AQUI, ou acesse: http://www.youtube.com/watch?v=AVY8EmDbwuQ

Mara Onijá, integrante do grupo de mulheres Pão e Rosas, juntamente com Sônia, do Movimento Negro Unificado (Diadema), participaram do programa Mulher em Foco da RecordNews para discutirem o Haiti e a situação das mulheres. Mara desmascarou o papel que as tropas da ONU (sob comando do Brasil) vem cumprindo naquele país miserável devido a ocupações militares, ditaduras sangrentas e embargos econômicos. Resgatou também o importante papel que as mulheres têm frente a opressão imperialista e das tropas brasileiras.

Visite também:
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