segunda-feira, 29 de junho de 2009

Assembleia de estudantes!

Amanhã, terça-feira, às 18 horas, em frente à reitoria

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Ato contra a greve mostra a verdadeira minoria!

Apesar de toda a movimentação institucional, que contou com o envio de e-mail da Faculdade de Economia e Administração e de toda a colaboração da mídia, o ato contra a greve realizado nesta quinta-feira mostrou mais uma vez a verdadeira minoria da universidade. Incapazes de organizarem uma base na universidade, o ato, organizado pelo CDIE ( comando de defesa dos interesses dos estudantes) e pelo FLACUSP ( Frente de libertação anticomunista da USP), não conseguiu reunir mais que 50 estudantes, apesar da mídia falsificar dizendo que havia cerca de 200, o que as próprias fotos negam...

VIVA A GREVE DE FUNCIONÁRIOS. PROFESSORES E ESTUDANTES DA USP!


nºIII







VENHA CONSTRUIR O BOLETIM DESATAI O FUTURO CONOSCO!

Este boletim é construído com o apoio do Movimento A Plenos Pulmões e da LER-QI. Chamamos todos a construi-lo conosco, em torno da discussão apresentada aqui e na perspectiva da conformação de um setor do movimento de estudantes e trabalhadores disposto a trabalhar pela transformação radical da universidade, partindo do questionamento da universidade de classes ao questionamento da sociedade de classes.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Debate sobre a ocupação do Haiti na greve da USP

Nesta terça-feira, dia 23/06, o Comando de Greve dos Trabalhadores da USP e a Conlutas promoveram como atividade de greve um debate sobre a situação no Haiti e a ocupação das tropas da ONU (MINUSTAH), lideradas pelo exército brasileiro. Esteve presente Didier Dominique do grupo “Batalha Operária”, que atua na organização dos trabalhadores haitianos que, devido a perseguições políticas, muitas vezes são forçados a se organizar de forma clandestina.

Foi apresentada uma breve retrospectiva histórica da heróica luta do povo haitiano que nos é omitida. Já no começo do século XIX, a luta do povo negro do Haiti conseguiu expulsar os colonizadores, abolir a escravidão e instituir uma independência baseada na luta popular.

Foi apresentado também como, desde os anos 80, a partir do governo do presidente americano Ronald Reagan, se aplicou um plano de completa destruição da economia haitiana, com o objetivo de estabelecer este país como fornecedor de mão de obra barata. Assim, foram eliminados os porcos dos pequenos agricultores, a produção de açúcar, café, entre outros. Foi assim que se preparou o terreno para a situação de miséria que hoje vive o Haiti, com índices de mais de 70% de desemprego e 90% de analfabetismo, e cujos protestos são violentamente reprimidos pelas tropas “de paz” da ONU, enviadas ao país com o intuito de garantir interesses políticos e econômicos do imperialismo dos EUA e França.

Hoje, por exemplo, trabalhadores e estudantes protagonizam mobilizações pelo aumento do salário mínimo, que atualmente tem o valor de 1,70 dólares por dia, o que equivale a cerca de 70 reais por mês. Durante protestos na universidade, as tropas invadiram o campus e até mesmo o hospital universitário, onde uma criança recém-nascida e um idoso morreram intoxicados pelos gases das bombas de gás lacrimogêneo. Estas tropas cumprem um papel cotidiano de repressão, como ficou evidente no recente caso das tropas do Sri Lanka que foram condenadas pelo estupro de diversas mulheres, inclusive crianças. No Haiti, os casos de estupro e exploração sexual infantil praticados pelas forças da ONU e da polícia haitiana, mesmo quando denunciados, seguem impunes.

Os trabalhadores da USP compreendem que a repressão ao povo haitiano feita pelo Brasil e outros países tem o papel de procurar silenciar a revolta do povo e dos trabalhadores que lutam pelos seus direitos, assim como a repressão que hoje se abate sobre o movimento estudantil e os trabalhadores da USP. Por isso, revoltados com o cenário apresentado, os funcionários da USP, reunidos em assembléia após o debate, deliberaram pela criação de um Comitê Pró Povo Haitiano Livre. Nós, do Movimento A Plenos Pulmões, convidamos todos a se somarem a esta luta e se incorporarem ao comitê para que as tropas brasileiras e de outros países se retirem do Haiti.

Fora do Haiti as tropas de Lula e da ONU!

Pela auto-determinação do povo negro haitiano!

ATO NA USP!

AMANHÃ, ÀS 11 HORAS, EM FRENTE À REITORIA!

FORA PM!
FORA SUELY!

Importante Atividade sobre Terceirizados com Brandão e Juiz Souto Maior

Com um plenário lotado, o Comando de Greve dos Trabalhadores da USP realizou um importante ato hoje, 24/6, contra a terceirização e precarização do trabalho, que iremos reproduzir nessa nota apenas uma pequena parte.

Diana Assunção do Grupo de Mulheres Pão e Rosas coordenou a atividade que teve na mesa o Juiz do Trabalho e professor de Direito Jorge Luiz Souto Maior e o diretor do Sintusp Claudionor Brandão, demitido inconstitucionalmente pela reitoria da USP sob a alegação de estar descumprindo suas atribuições sindicais a favor de “interesses alheios ao dos trabalhadores da universidade” por defender trabalhadores terceirizados em 2006.

O Professor Souto Maior começou sua exposição falando contra o “senso comum” de que hoje a terceirização é um processo do qual os trabalhadores devem se “adaptar” ou ainda “aceitar”, e que nada pode ser feito contra isso. Exemplificou como em todos os locais de trabalho inclusive nos próprios tribunais e fóruns, até mesmo os trabalhistas, a terceirização é tratada como um “fenômeno natural”. Lembrou de casos que são corriqueiros entre os terceirizados, alijados de todos os direitos trabalhistas, impossibilitados de se organizarem sindicalmente sob constante ameaça de punições, assédio moral e demissão, e das péssimas condições de trabalho a que são submetidos tendo que fazer suas refeições e horas de descanso dentro de banheiros e nos corredores dos locais em que trabalham

Ao longo de sua fala lembrou as diversas conquistas trabalhistas e democráticas da classe trabalhadora. Segundo ele, “foi a atuação dos trabalhadores enquanto classe que forneceu à sociedade moderna o valor do que é realmente a democracia”. Souto Maior foi além, ao dizer que essas conquistas passaram a ser atacadas mais fortemente após a queda do muro de Berlim em 1989, e que a terceirização é um dos mecanismos que a classe dominante se utiliza como tentativa de impedir a resistência dos trabalhadores. Por fim, o professor colocou que a terceirização tem o caráter perverso de desumanizar os indivíduos e transformar esses trabalhadores em “coisas” que, por não terem as mesmas condições de acesso a educação e a formação profissional, ocupam os piores trabalhos e são completamente desqualificados por chefias e até mesmo por outros trabalhadores efetivos

No mesmo sentido, Brandão interveio dizendo que na reestruturação produtiva dos anos 90, que se caracteriza por uma diminuição da margem de lucro dos capitalistas e maior competitividade entre os grandes monopólios, se faz necessário colocar no mercado produtos de maior qualidade com o menor preço, tendo que se utilizar de toda a capacidade tecnológica e, em conseqüência, o barateamento do custo da produção se dá através da superexploração dos trabalhadores em todos os níveis, inclusive na universidade que tem perdido gradativamente postos de trabalho nas áreas de manutenção limpeza e vigilância. Brandão denunciou como na USP a verba destinada a segurança, em especial as empresas terceirizadas que lucram absurdos com a verba pública, é cinco vezes superior àquela reservada para ensino e pesquisa.

Da plenária, funcionários e estudantes intervieram colocando outras muitas denúncias que reforçam a consigna levada pela campanha do Grupo Pão e Rosas de que a terceirização escraviza, humilha e divide. Em breve lançaremos um vídeo desse debate com as principais questões levantadas nessa importante atividade.

PROFESSORES DECIDEM MANTER A GREVE!

Retirado do site da ADUSP

Boletim Eletrônico • 23 de junho de 2009 • Nº 141

A Assembléia da Adusp de 23 de junho de 2009 deliberou por
1) Manter a greve
2) Realizar a próxima assembléia na 3ª feira, 30 de junho, 16h, no Anfiteatro da Geografia
3) Entregar abaixo-assinado na Reitoria, contra a mudança na carreira docente, na quarta-feira, 24/6. Reunião na sede da Adusp às 14h para ir à Reitoria.

Manifestação na Assembléia Legislativa dia 25 de Junho, quinta-feira, às 14h
1. Defesa de mais recursos públicos para a educação na LDO
2. Contra a Univesp
3. Pela democratização da estrutura das universidades públicas paulistas

A Assembléia Dos Estudantes da USP de 23/06

Nesse dia foi realizada a menor assembléia do ano, com cerca de 250 estudantes reunidos em frente à reitoria da USP. Alguns poderiam tirar disso a conclusão de que o movimento contra a PM e contra Suely está perdendo representatividade. Nada mais falso, pois o esvaziamento da assembléia se deve a outros fatores.

Que os independentes falem!

Um deles certamente é a grande confusão sobre como organizar as assembléias. Ontem, como outras vezes, passamos horas discutindo a discussão. É mais do que evidente que isso cansa estudantes sérios que querem participar de uma luta muito ampla para democratizar a universidade.
O pior, é que no final das contas se acabou definindo por uma proposta – sorteio a cada 4 inscritos, que sequer garante fala aos independentes e correntes políticas que não inscreveram todos os seus militantes para falar.
Por isso nós da A Plenos Pulmões insistimos numa proposta que garante que TODOS OS INDEPENDETES falem: que cada corrente que atua na greve tenha um tempo de fala de, por exemplo, 6 minutos e todos os independentes possam se inscrever a falar normalmente. Isso, além do mais, ajuda a clarificar posições. Essa proposta que no inicio era defendida só por nós, começar a tomar corpo num setor de independentes que está cansado de assembléias onde não consegue se expressar.

Pra que mesmo serve o DCE?

Na assembléia, mais uma vez, se expressou uma grande puteza com o DCE. E não é para menos. Depois não ter feito nenhum esforço para convocar a assembléia e ampliar o movimento, o que seria seu papel mais importante, mostrou exatamente com o que está preocupado.
Tudo o que quer o DCE, é conseguir alguma coisa que possa apresentar como vitória, para nas próximas eleições poder dizer que o DCE conquistou isso e aquilo e conseguir os votos que lhe permitam seguir ano que vem na direção da entidade. Os estudantes rechaçaram essa política absurda e reafirmaram que não queremos migalhas, e sim derrubar a Univesp definitivamente e não só adia-la, derrubar a reitora, expulsar a PM e transformar a estrutura de poder da universidade. Não negociamos com Suely, pois isso só serviria para ganhar as migalhas que o DCE precisa para dizer vitória! Nossa vitória é a queda da reitora e a expulsão da PM definitivamente!

As principais discussões

Infelizmente, a assembléia se deteve em polêmicas menores e não discutiu os problemas mais importantes do movimento neste momento. As duas principais discussões e votações foram: condicionantes para a negociação com o Cruesp e local do ato de quinta-feira.
Na primeira discussão, de um lado DCE (PSTU e independentes) junto com o PSOL defenderam que só se negocia se a PM for expulsa, de outro, nós, MNN, PCO e independentes, defendemos a resolução da assembléia da Eca, de que não negociamos com essa reitora (negociar o que?!). Foi aprovada a segunda posição. Depois nós defendemos contra o MNN que essa votação não deveria ser indicativa aos outros setores, já que os combativos trabalhadores da USP e seu Sindicato, que foram os que iniciaram essa importante luta, tem seus problemas específicos e que eles saberiam melhor do que nós o que fazer para resolve-los, sendo que nosso dever era apoia-los incondicionalmente. Fomos derrotados nesta posição.
Depois veio uma polêmica sobre o ato de quinta. Não queremos, como querem o PSTU e o PSOL, marchar à Alesp para ficar escutando os deputados. Queremos fazer um ato combativo na USP. Mas ao contrário do MNN e PCO, queremos acima de tudo garantir a unidade de estudantes, funcionários e professores das três universidades nesse momento histórico. Felizmente, tudo o que se aprovou foi indicativo, apesar da resistência do MNN em aceitar essa condição, o que acabou confundindo muito os encaminhamentos num primeiro momento.

Idéias pequenas não constroem um grande movimento

Infelizmente, as questões mais importantes não foram objeto de discussão na assembléia. São elas: como combater a manobra pseudo democrática do diretor da FAU e outros, que querem aplicar a famosa fórmula de “que tudo mude para que tudo permaneça exatamente como está”; como massificar nosso movimento; como responder ao ato da direita.

A questão é que grupos como MNN e PCO, de um lado, se preocupam com questões de segunda importância como o local do ato e condicionantes, sem se colocar os grandes problemas (é preciso ressaltar que na prática as duas propostas de condicionantes levam a não negociar) de como vencer inimigos tão poderosos. De outro, PSTU e PSOL, só se preocupam com o número de votos que querem ter nas próximas eleições. No meio, os independentes sérios buscando uma forma de organizar a luta.

Chamamos todos os que concordam com essas criticas a discutir conosco como relançar a nossa luta massivamente, superando esse movimento estudantil que só afasta os estudantes, construindo um que seja massivo, combativo e aliado aos trabalhadores.

Todos ao Ato de quinta (Seja na USP ou Alesp)
Reunião do Comando de greve hoje às 18h
Próxima assembléia: terça, 18h, na reitoria (dessa vez vote para que independentes falem)

terça-feira, 23 de junho de 2009

Nota comando de greve dos estudantes de Ciências Sociais da USP

Nos colocamos ao lado dos trabalhadores da USP e da maioria universitária

Na sexta-feira, dia 19/06, alguns estudantes ligados ao CDIE entre outros grupos do tipo, foram à Assembléia do Sintusp para organizar um suposto pic-nic no Sintusp como uma ocupação de uma hora do Sindicato de Trabalhadores da USP. Certamente estes estudantes não dizem e não mostram em seus filmes que parte de seus “pacíficos” manifestantes portavam cartazes durante a assembléia de trabalhadores com os dizeres: “chupa Brandão”, “fora Brandão”, “morte a Brandão”. Estes organizaram um ato na praça do relógio no começo da noite e um setor deste grupo ainda ameaçava ir ao Sintusp para algum tipo de ação contra o Sindicato.
Nós, estudantes de Ciência Sociais, reunidos no comando de greve de nosso curso, no dia 22/06, repudiamos a ação destes grupos de direita em nossa universidade, assim como já nos manifestamos anteriormente em assembléias de nosso curso, e nos colocamos ao lado dos trabalhadores da USP e da maioria universitária contra grupos direitistas deste caráter que prontamente colocam-se ativamente contra a liberdade de organização e expressão dos trabalhadores da USP. Rechaçamos o uso indiscriminado da fórmula democracia que, para estes, significa: a polícia na USP para reprimir a organização polícia e sindical de estudantes e trabalhadores e ameaças de agressão e morte a Claudionor Brandão.
Não deixamos esquecer que parte destes estudantes foram os que fizeram o vídeo Sintusp Wars, tentando demonizar trabalhadores da USP que historicamente lutam pela universidade pública, gratuita e de qualidade, contra a terceirização do trabalho na USP e por melhores condições de trabalho e ensino. Outros ainda são os que juntaram-se numa manifestação agressiva e machista contra uma sindicalista, mulher, do Sintusp, durante um ato votado em assembléia de trabalhadores, ocorrido na Poli em 2007. Outros destes foram os que, de forma bastante autoritária, arrancaram crafts e cadeiraços do prédio da História e Geografia, ambos discutidos e aprovados por ampla maioria nas assembléias de base. Outros que, há poucas semanas, entraram no DCE Livre da USP e quebraram uma de suas portas de vidro. E outros, como o estudante da Faculdade de Direito da USP, Renato Gallotti Sant’Ana, que jogaram garrafas de vidro, ovos e outros objetos do 12º andar de um prédio da esquina da Av. Paulista com a Av. Brigadeiro Luiz Antônio, enquanto estudantes, funcionários e professores manifestavam-se num grande ato democrático contra a PM na USP e por “Fora Suely”.
Estes estudantes são hoje via de transmissão das políticas elitistas e repressivas de Serra e Suely na universidade e por trás deles estão figuras como Reinaldos Azevedos, tucanos, organismos institucionais da FEA-USP e a própria polícia. Aliás, como poderia ser feito um boletim de ocorrência de um dos estudantes deste grupo, da Faculdade de História da USP, alegando agressões, espancamentos e pauladas após a discussão com estudantes grevistas na sexta-feira a noite, quando não houve nenhuma ação deste tipo? Não por menos gritavam : “viva a PM na USP” junto a “fora Brandão vai já pro camburão”.
A normalidade acadêmica, a atual estrutura de poder da USP e a presença da polícia no campus estão ao lado destes estudantes que coadunam com o projeto de universidade pautado pela lógica do mercado, projeto este ativo em manter os atuais privilégios de uma classe sobre a maioria da população e dos trabalhadores.
Por todos estes motivos queremos deixar claro que muitos destes que hoje reivindicam uma suposta liberdade de expressão são os mesmos que coagem trabalhadores da USP, que disseminam uma ideologia não por acaso anti-operária na universidade e mais do que antidemocrática. Neste comando de greve, após o ocorrido de sexta-feira na USP, prontificamo-nos na defesa da liberdade de organização e expressão do movimento de greve assim como colocamo-nos ao lado dos trabalhadores da USP contra toda a ameaça ou agressão que podem sofrer, física ou de pequenos atentados ao Sindicato dos Trabalhadores da USP, assim como ao DCE Livre da USP.
Responsabilizamos a Reitoria e o governo do estado de São Paulo por qualquer atentado deste tipo na USP e rechaçamos o papel que a grande mídia vem cumprindo em insuflar movimentos direitistas de alguns estudantes nesta universidade.

COMANDO DE GREVE DOS ESTUDANTS DA CIÊNCIAS SOCIAIS DA USP
22/06/2009

sexta-feira, 19 de junho de 2009

A revoada dos pintinhos verdes na USP

Agora a pouco os estudantes e os funcionários reunidos no SINTUSP botaram para correr o bando de reacionários filhinhos de papai que se organizavam na praça do relógio com a idéia de promover atitudes intimidadoras aos grevistas.

O grupo dos lutadores se reuniu no sintusp a partir das 18h e pouco a pouco diversos estudantes que realizavam assembléia e reuniões em seus cursos foram se incorporando a concentração, como os alunos da historia que chegaram em 50 pessoas aos cantando as palavras de ordem de “aliança, aliança,anti- fascista! !!”.
Os capachos da reitoria e do governo Serra, os poucos e isolados franguinhos verdes da USP, saíram em revoada amargurando a minoria esmagadora a quese reduziram. Um deles que sobrou sozinho, conhecido pelos estudantes de história como "Delfinzinho", saiu até chorando.

Cantamos para eles: "Vaza, Vaza, Vaza" , "Volta pro Orkut" e "Essa direita é pequinininha, cabe toda num fusquinha"

Porem, é de extrema importância nos mantermos atentos e tencionados frente a ameaça reacionária que por hora foi dispersada. A vigília continua ao longo do final de semana.

PS. Em 1934, a frente única de sindicatos operários, anarquistas e trotskistas dissolvou uma manifestação integralista de cerca de dez mil"galinhas verdes", como eram chamados os integralistas. Como eles sairam em debandada, correndo para todos os lados, essa fuga ficou conhecida na história como "A revoada dos galinhas verdes".

Fora a PM e seus capachos!!!
Abaixo Suely Vilela e o COnselho Universitário!
Por um governo provisório das organizações em luta!
Por uma Estatuinte livre e soberana para democratizar a universidade!

URGENTE:TODOS AO SINTUSP!

Alguns estudantes de direita foram hoje à assembléia de trabalhadores da USP na porta de seu sindicato após e-mails e notícias em jornais dizendo que fariam ali uma ocupação de uma hora.
Trata-se de um posicionamento provocativo e anti-democrático, de um setor de estudantes que querem fazer política tucana a serviço do governador José Serra e sua reitora Suely. São estudantes que querem impedir a realização do direito de greve, são a favor da militarização da USP e que têm como projeto a privatização da universidade.
Eles foram à assembléia dos trabalhadores da USP e fracassaram em seu intento de coagir o movimento grevista. FORA A PM DO CAMPUS E FORA SUELY! PELO DIREITO CONSTITICIONAL DE GREVE! FORA A DIREITA RAIVOSA DE SERRA!

Nós, do Movimento A Plenos Pulmões, mantemos o chamado a todos os estudantes e correntes que se colocam ao lado da defesa dos trabalhadores da USP a irem ao Sintusp para mantermos uma vigília durante toda a tarde de hoje, 19/06, na porta do Sindicato.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

ATO EM DEFESA DA GREVE DE TRABALHADORES, AMANHÃ 11 HORAS NO SINTUSP!



Dia 5 de maio trabalhadores da USP estão em greve e iniciaram um movimento que hoje ultrapassa as fronteiras da universidade. Hoje coloca-se a necessidade, pelas três categorias da universidade, a democratização da universidade, tanto de sua estrutura de poder quanto em seu acesso, hoje negado à maioria da população. Assim, desde a data referida, estudantes se colocam ao lado dos trabalhadores lutando por FORA SUELY e FORA a PM! Continuaremos ativos pelo direito de greve e de liberdade de expressão política e sindical e nos colocaremos na linha de frente do Sindicato de Trabalhadores ds USP contra estudantes organizados pela Reitoria e por setores da grande mídia, como a agência Estado de São Paulo que desde 2007 incitam estudantes a se posicionar ativamente contra o Sintusp e contra métodos de liuta de estudantes e trabalhadores na universidade. Chamamos os estudantes e as organizações políticas que estão construindo a greve estarem presentes no Sintusp, dia 19/06, às 11h para impedir que setores minoritários de estudantes organizem medidas anti-operárias contra um Sindicato, o SINTUSP, que vem sendo mira da reitoria, do governo Serra e da agência Estado de São Paulo.

COMITÊ DE ESTUDANTES EM DEFESA DA GREVE DE TRABALHADORES DA USP

Fora PM, Fora Suely e o Conselho Univesitário!

Por um governo de estudantes, funcionários e professores, com maioria estudantil e uma assembléia estatuinte!

A greve desatada pelos trabalhadores da USP ganhou novas dimensões a partir da resposta dos estudantes e professores à truculência da reitoria e de Serra. A tentativa da mídia de fazer parecer que o movimento é de uma minoria de radicais fica cada vez mais ridícula. A repressão do dia 9 generalizou em cada canto da USP, chegando até mesmo a vários estudantes de cursos como direito e FEA, a exigência do Fora PM, Fora Suely e diretas para reitor. Vários diretores de unidade soltaram uma carta em apoio à reitora, o que mostra que a burocracia acadêmica tenta se preservar por trás dela. Serra tentou se desresponsabilizar da repressão e pode indicar a possibilidade de que resolva rifá-la para preservar-se. A militarização da USP abriu uma crise ao redor da qual se expressa inclusive a disputa entre o PT e o PSDB para as eleições de 2010.
Muitas questões estão em jogo nessa greve que se expande cada vez mais e pode se transformar num marco na luta pela democratização da universidade e num referencial para que os estudantes e os trabalhadores do Brasil saiam à luta unificados para fazer com que a crise seja paga pelos capitalistas. Essa potencialidade só pode ser plenamente desenvolvida se, partindo impor a reabertura das negociações, de expulsar a PM do campus e de derrubar a reitora, avançamos para questionar a estrutura de poder e a que ela serve. Para isso, será necessário armar-nos com um programa capaz de responder à campanha da direita e superar o entrave das direções que limitam nosso movimento. Esse é um dos objetivos centrais do debate que aqui apresentamos.

Uma ditadura de meia dúzia para manter a universidade a serviço de uma minoria

Falam que nosso movimento é minoritário, apesar dos atos de milhares. Minoritária é a camarilha de 100 professores que dominam o Conselho Universitário e governam a serviço dos seus interesses com uma ditadura docente. Uma casta tão antagônica com os interesses dos 100 mil da comunidade universitária que só pode governar em base à perseguição dos defensores da universidade pública, que teve como caso emblemático a demissão do Brandão, “protegendo” a reitoria com portas blindadas e agora revivendo a ditadura militar com as botas da tropa de choque.
Por que tão pouca democracia? A na USP que a burguesia realiza suas pesquisas milionárias, com dinheiro do povo. Para manter a universidade a serviço da minoria da universidade e da sociedade são necessários estes métodos. Por isso, qualquer um que fale em abrir as portas da USP aos trabalhadores e ao povo pobre é tão odiado. Portanto, a luta pela democratização da estrutura de poder deve estar ligada à democratização do acesso e à perspectiva de mudar sua função social, colocando-a a serviço da maioria da sociedade, os trabalhadores e o povo pobre. Nem a USP a serviço dos empresários de Serra nem demagogia de universidade popular de Lula. Abram as portas das universidades: abaixo o vestibular!

Diretas para reitor não resolve o problema da democracia
Por um governo de estudantes, funcionários e professores, com maioria estudantil

“Não basta propormos como palavra de ordem Diretas Já (...) Temos que pensar a maneira pela qual vamos desestruturar essa estrutura vertical e centralizada que a USP se tornou”. Quem diz isso é a petista Marilena Chauí. Mas, entre o Fora Suely e a estatuinte, quem manda na casa? O vice? Eleições antecipadas?
A política da ADUSP e do PSOL, seguida pelo PSTU, é chamar eleições diretas paritárias, negociando, em uma nova correlação de forças, a coexistência pacífica entre os “progressistas” e as camarilhas tucanas que impuseram a atual ditadura. Nas paritárias, o voto do estudante continuaria valendo muito menos do que o dos professores, assim como o dos funcionários. Esta política está atrás até da revolução francesa que há 200 anos apontou o princípio elementar “uma cabeça, um voto”. Até para presidente do país é assim, mas na torre de marfim da USP não! Há que se exigir no mínimo o direito democrático do sufrágio universal e que todo membro da comunidade possa se candidatar
[1].
Porém, esta não pode ser a nossa estratégia, temos que questionar o regime mais profundamente. Devemos avançar para derrubar a reitora, mas nos organizando para impedir manobras de impor o vice ou uma eleição controlada; como aconteceu na UnB que a partir da intervenção do parlamentar Cristovam Buarque tirou-se o corrupto para por o repressor, ex-secretário de segurança pública do RJ. Existem outras federais com consulta paritária, com aceite do MEC, mas que mantém o regime anti-democrático e repressivo como se expressou no tratamento policial para acabar com as ocupações contra o REUNI.
Nossa estratégia deve ser impor, pela força da mobilização, a dissolução do atual Conselho Universitário e que a USP seja gerida por um governo provisório das organizações e setores em luta, até colocar de pé um governo tripartite com maioria estudantil que organize uma estatuinte livre e soberana. Só assim poderemos democratizar a USP, sua estrutura de poder, seu acesso e o conhecimento.
Para concretizar essa perspectiva, nossa tarefa imediata e urgente deve ser organizar um forte comando de greve unificado, com delegados eleitos nas assembléias de base dos 3 setores, mandatados e revogáveis. Essa é a maneira não somente de unificar nosso movimento em base à democracia direta, mas de começar a conformar uma alternativa de poder na universidade frente à possível queda da reitora, organizada de baixo para cima pelos 3 setores.
Trata-se de uma disputa entre dois programas que expressam duas estratégias. De um lado, a Adusp e o PSOL (seguidos pelo PSTU) levantam a perspectiva de reforma das instituições. Assim como defendem CPI para “moralizar o parlamento”, defendem pequenas mudanças no regime universitário de acordo com sua perspectiva de construir uma universidade “autônoma, progressista, democrática e crítica”, que não é mais do que uma utopia numa sociedade dividida em classes. Nossa estratégia é colocar abaixo esse o governo e o regime universitário para reorganizar a universidade de baixo para cima colocando-a a serviço dos interesses da maioria da comunidade universitária e da população.
[2]

[1] Recorrendo à imposição do professor para reitor transformam uma questão política em uma questão “acadêmica”. Assim reproduzem-se todos os preconceitos da sociedade capitalista de que os trabalhadores precisam de patrões, o povo de uma “elite esclarecida”, etc. Isso transposto para a universidade significa que um estudante não pode discernir acerca do melhor projeto político, por supostamente não possuir “méritos suficientes”. Quais são os “méritos” que sustentam esta oligarquia? Não são suas contribuições à ciência e ao conhecimento, mas o fato de serem os que melhor respondem às necessidades dos grandes capitalistas.[2] Infelizmente, essa política não encontra eco nem mesmo nas correntes que se tentam se apresentar como a “ultra-esquerda”. O Negação da Negação, não tem nenhum programa de democratização da universidade e deve explicar para os estudantes e para a população porque é contra a luta por mais verbas para a universidade pública, por assistência estudantil plena, por mais professores, pela democratização da estrutura de poder, e tantas outras demandas como a estatização das universidades particulares e o fim do vestibular. Em síntese, para eles o fato de que a universidade é burguesa transformaria a luta por essas demandas em um reformismo sem sentido. O grande objetivo deles é conquistar o “Território Livre” que não se sabe muito bem o que é, mas a recente ocupação do DCE é uma pequena amostra do que seria este objetivo estratégico. Por sua vez, o PCO coloca a necessidade de um governo tripartite com maioria estudantil nas palavras, mas que se transformam em palavras soltas se ligadas à sua perspectiva sectária de ser contrários a qualquer política de massificação do movimento e de frente-única.

[2] Infelizmente, essa política não encontra eco nem mesmo nas correntes que se tentam se apresentar como a “ultra-esquerda”. O Negação da Negação, não tem nenhum programa de democratização da universidade e deve explicar para os estudantes e para a população porque é contra a luta por mais verbas para a universidade pública, por assistência estudantil plena, por mais professores, pela democratização da estrutura de poder, e tantas outras demandas como a estatização das universidades particulares e o fim do vestibular. Em síntese, para eles o fato de que a universidade é burguesa transformaria a luta por essas demandas em um reformismo sem sentido. O grande objetivo deles é conquistar o “Território Livre” que não se sabe muito bem o que é, mas a recente ocupação do DCE é uma pequena amostra do que seria este objetivo estratégico. Por sua vez, o PCO coloca a necessidade de um governo tripartite com maioria estudantil nas palavras, mas que se transformam em palavras soltas se ligadas à sua perspectiva sectária de ser contrários a qualquer política de massificação do movimento e de frente-única.

Militarização da USP incita novos debates:

É preciso discutir as tarefas da nova geração universitária

A greve da USP não apenas fez reviver o movimento estudantil, mas sacudiu a intelectualidade num clima de forte polarização política. É tarefa primordial da juventude universitária seguir criticamente os debates que ganham o espaço público. Uma nova onda de politização percorre os meios estudantis. É hora de refletir, e radicalizar posições, antes de métodos.
Pesos pesados da vida intelectual brasileira se movem contra a presença policial na USP
Antonio Candido, Marilena Chauí e Maria Victoria Benevides falaram com distintas vozes e pelo menos uma mensagem comum: repúdio à presença policial na USP e ao que isso significa historicamente; apoio ao movimento democrático de estudantes, funcionários e docentes contra a reitora atual e a estrutura de poder que a sustenta.
Marilena Chauí, filósofa de Espinosa e do otimismo petista, insuspeita portanto de qualquer revolucionarismo, pôs o dedo na feria e esclareceu: não basta pedir eleições diretas para substituir Suely Vilela; é preciso desconstruir a própria estrutura de poder da Universidade. Colocou a luta contra a repressão e o autoritarismo como intermináveis, e chamou os estudantes presentes a verem-se como continuadores de uma história de resistência que passa por 1964, e prosseguirá através das gerações.
Antonio Candido, expoente maior da crítica literária brasileira, expôs seu protesto veemente à PM na USP, que caracterizou como um atentado aos direitos democráticos mais sagrados. Localizou do ponto de vista histórico a formação da USP e da “Faculdade de Filosofia”, a qual veio trazer a integração do pensamento que faltava ao ensino até então puramente elitista das Faculdades tradicionais (de Direito, Engenharia e Medicina). Em sua visão histórica, que cobre mais de meio século, a USP se define, antes de tudo, pelo seu papel na própria criação e sustentação da vida cultural do país. É a partir de seu próprio significado progressista na história do país que deve ser defendida atualmente.
O outro lado: um novo fortalecimento do discurso conservador
No plano teórico, não é possível passar despercebido o deslocamento semântico que a palavra “democracia” vem sofrendo no Brasil nos últimos anos. Se vemos o regime atual em perspectiva, a mudança de significado do termo é gritante: do forte conteúdo social que carregava nos anos oitenta, quando vinha impregnada das mais altas aspirações populares, da esperança de democratização de todas as esferas da sociedade brasileira, acalentada em meio às mesmas mobilizações operárias e populares que tragicamente eram conduzidas para uma mudança de regime favorável à manutenção dos interesses capitalistas nacionais e estrangeiros; para o esquálido conceito dos dias atuais, de cunho nitidamente burguês, em que significa acima de tudo o peso de instituições completamente alheias às massas, e o uso acerbo da violência coercitiva “legítima”.
A diferença entre ambos, em todo caso, adquire uma clareza inequívoca à luz dos acontecimentos bárbaros da primeira metade de junho. Afinal, o que vimos por parte da direita descarada, disposta a apoiar a presença da polícia mesmo depois de suas consequências nefastas mostrarem-se com toda a clareza?
— O discurso de que a democracia pressupõe normas e o recurso legítimo à violência para defender estas normas. A polícia, as prisões, a repressão, não somente são parte integrante deste conceito de democracia, mas compõem um núcleo cada vez mais sobressalente deste mesmo conceito.
Transformando toda aspiração democrática da humanidade em ilusão, e cunhando uma deformação conceitual em que o regime democrático se caracterizaria apenas pelo fato de que o governo constituído aceita a realização de competição ordenada pelo poder (capaz promover uma “circulação de elites” cujo limite é dado estritamente pela necessidade de legitimar junto ao povo a sua própria opressão. Enfim, uma conceituação em que o que fica de fora é simplesmente – tudo.
Os anos recentes viram mais de um exemplo da aplicação prática do conceito. Na infame invasão da PM à PUC-SP em 2007, trinta anos depois do coronel Erasmo Dias, foi o argumento empunhado por um Cláudio Gonçalves Couto, então diretor do Depto de Política da PUC. A reitora Suely Vilela o emprega agora para exigir “lei e ordem” na USP, enquanto gente como a historiadora Maria Hermínia Tavares de Almeida – que até já foi marxista e produziu investigações relevantes, antes de se fazer “tucana” – faz coro.
Porém uma atuação tão explícita, como a da PM no dia 09/06, é disfuncional, desmascara muito rápido o conteúdo por trás do rótulo. Assim, fez com que importantes setores conservadores mais contidos se escondessem atrás de uma posição que reivindicava mais “tranqüilidade” policial, condenando os “possíveis exageros”. A já citada Maria Herminia é quiçá o caso mais emblemático dessa posição: retira-se o foco da presença da polícia, localizando o problema em seus “excessos”, ao passo que se transmite a responsabilidade da crise aos grevistas.
Na juventude a situação é tão grave ou mais: o ultra-individualismo consumista alimentado por décadas de neoliberalismo, somados à apatia política e o desinteresse pelas questões sociais, tornaram-se o caldo de cultura para os piores valores direitistas.
Recentemente um conhecido articulista (Clóvis Rossi), o qual, é bom lembrar, não vai além da centro-esquerda no espectro político, espantava-se com a falta de solidariedade entre os estudantes, ou pior ainda, com o aparecimento de um setor expressivo capaz de apoiar a repressão a seus próprios colegas, e o que dizer então dos trabalhadores da universidade.
Particularmente naquelas faculdades uspianas como as de Administração, Economia e Engenharia, em que a principal ambição na vida dos estudantes é alcançar a posição de gestores do grande capital, cresce de forma purulenta uma direita abertamente retrógrada.
Mais importante, as autoridades acadêmicas, diretamente ligadas a grandes empresas e ao aparato do governo estadual, fomentam os preconceitos antipopulares e antissindicais e os manipulam como podem. No movimento atual, foram feitas mais de uma tentativa de promover “plebiscitos” ou “abaixo-assinados” para dar uma aparência de “base de massa” a essa política alentada de maneira vil pelos lacaios de Suely Vilela e José Serra. Um pequeno “laboratório” do que seria um governo deste último, manipulando os preconceitos da classe média para obter sustentação para um projeto “linha dura”, capaz de atravessar a crise sem vacilar quando o assunto for reprimir as lutas operárias e populares?
Por uma nova intelectualidade radical, por um novo movimento estudantil
Vendo a situação atual em profundidade, isto é, também no que ela já carrega de forma embrionária dos conflitos maiores que estão por vir, algumas questões começam a ganhar maior claridade.
É que, por mais importante – e até mesmo, na conjuntura atual, insubstituível – que possa ser para o movimento o apoio de personalidades do calibre das que protagonizaram o ato de repúdio à PM na USP, verdadeiros arautos democráticos em tempos de definhamento e sistemática mutilação da democracia, bastiões de uma tradição progressista que busca apoiar-se nas maiores realizações democráticas da história nacional. Por mais importante que possa ser tudo isso, e de fato o é, não é nem será suficiente para nos salvará de grandes calamidades.
Pois a mesma onda direitista que assistimos hoje, se por um lado é sim uma conseqüência direta do longo período neoliberal, nem por isso deixa de ser, vista de outro ponto de vista, conseqüência do tipo de democracia construída no país com o término da ditadura militar; uma democracia que foi pactuada e que perdoou os ditadores e torturadores; e que o fato de que estes estejam livres (e muitos ocupando postos em diversos setores do Estado, incluída a PM), e que os lutadores sejam criminalizados como acontece hoje na USP e em tantos movimentos sociais; é a outra face do mesmo pacto de transição, em que o PT surgiu com seu projeto “democrático e popular”, incapaz porém de superar o horizonte miserável do capitalismo brasileiro.
Pois para fazê-lo é preciso construir um projeto realmente alternativo, que signifique uma democratização radical da sociedade brasileira em todas as suas esferas, a universidade incluída.
E o que isso significa? Num plano geral, significa não deter o conceito da democracia nos aviltantes limites do regime da propriedade capitalista; mas estendê-la ao efetivo exercício do poder pelas massas a partir da sua auto-organização.
E no que tange à universidade, significa lutar por uma universidade em que a comunidade universitária determine os rumos do ensino, da pesquisa e da vida acadêmica em geral, por sobre a vontade de monopólios e governos capitalistas, e a partir dos mais elevados padrões científicos e do mais apurado sentido das verdadeiras necessidades sociais.
Uma universidade em que o ato de colocar o conhecimento a serviço da maioria trabalhadora do país, longe de ser uma restrição ao conhecimento, seja a condição consciente do alargamento de suas possibilidades.
Uma universidade, portanto, em que o acesso da maioria pobre e trabalhadora não seja uma “dádiva” ou uma mera ilusão, mas sim uma conquista democrática imorredoura; uma conquista arrebatada pela luta aos monopólios privados que dominam o ensino superior no Brasil, e às camarilhas privatizantes que infestam o que resta do ensino público, a começar da USP.

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TODOS AO CINEMA DE GREVE!

A seguir entrevistamos Luizito, professor da ECA

Desatai: O que achou mais importante no Cinema de Greve no Sintusp?

Luizito:A importância do cinema de greve, em primeiro lugar, foi de constituir o Sintusp enquanto lugar de encontro para uma atividade reflexiva que englobava funcionários estudantes e professores.
E acho que isso inverte papéis sociais porque os trabalhadores estavam em uma posição da qual normalmente eles estão inteiramente excluídos na universidade, ou seja, eles estavam em uma posição de sujeitos do conhecimento. Uma coisa muito vívida foi a tomada de palavra pelos próprios funcionários. Foi muito notável o fato de que a questão e o papel da mulher se tornaram pólo da discussão a partir de um filme que apresentava a relação entre um operário militante da Pegeut e a sua mulher que era operária também, em uma indústria de relógio. No filme, que tratava ainda de acontecimentos de 67, havia uma nítida divisão de papéis, o operário marido, prezava pra si o papel exclusivo de militante e dizia que a mulher, embora tivesse posições de esquerda, tinha que cuidar da casa.
O filme apresentado logo em seguido tratava de 68 e mostrava a mesma mulher tomando a posição de militante, que subia em cima de um caixote e começava a fazer discursos para os companheiros e que tomou uma posição de liderança ali quase que espontânea. O filme mostrava que aquilo tinha transformado a subjetividade da mulher e tinha transformado as relações sociais.
Logo de cara mulheres, que estavam assistindo, passaram a discutir isso. Uma das trabalhadoras disse; “quando a gente começa a dizer o primeiro problemas que enfrentamos é com o marido e com os filhos. A gente tem que militar junto deles também”. O que se manifestou superou as expectativas que eu tinha.
E também senti que, com relação aos estudantes, essa foi uma atividade muito nova. Muitos estudantes nunca tinham entrado no Sintusp, não sabiam onde era, eu acho que aquilo criou de fato uma relação de fraternidade nova.


Desatai: E qual a importância do Cinema de Greve no marco desse conflito?

Luizito: Suscitar imediatamente uma iniciativa espontânea, acompanhada de reflexão, nas pessoas que assistem o ciclo. No dia seguinte à primeira sessão houve a invasão da PM e um dos trabalhadores, que estava assistindo, apareceu diante da reitoria com uma câmera e começou a filmar. Acho também que isso se desdobra, nesta segunda etapa, quando o ciclo foi assumido por algumas das pessoas que assistiram o ciclo e que, estimulados pelo processo, fizeram uma espécie de superação da função central desencadeadora do professor e assumiram este papel, a situação pede que as pessoas se manifestem, tomem iniciativas, adquiram papel de sujeitos da enunciação e que tudo isso se faça em um clima de grande liberdade.
A gente criou novos papeis sociais, novas relações de subjetividade com a linguagem e estamos inventando linguagens novas.

As mulheres do Pão e Rosas dizem não à precarização do trabalho nas universidades

Luciana Machado e Clarissa Menezes*

Nós do grupo de mulheres Pão e Rosas, desde nossa fundação, impulsionamos uma campanha contra todas as formas de precarização do trabalho, e dizemos que esse fenômeno tem rosto de mulher. Desde o começo da greve dos trabalhadores da USP, tomamos para si as palavras da companheira Dinizete, trabalhadora da USP e integrante do Pão e Rosas, quando disse que “a terceirização escraviza, humilha e divide os trabalhadores”. Hoje adotamos essa frase para dizer um basta a essa brutalidade.

Estamos em greve, e entre as estudantes levantamos essa questão como essencial para que o movimento estudantil discuta e trave essa luta conjuntamente aos trabalhadores da USP, que já aprovaram em seu congresso a luta pelo fim da terceirização na universidade. Isso porque a terceirização é produto da sede por lucro de empresas que querem aprofundar a exploração sobre os trabalhadores. Ela permite que haja empresas especializadas em contratar pessoas temporariamente, ganhando salários vertiginosamente mais baixos que os de um trabalhador que fosse vinculado diretamente à empresa que se beneficia do serviço; e assim, retira o posto de dentro da empresa, fazendo com que o trabalhador seja demitido. É isso que hoje acontece na universidade, com as/os trabalhadoras/es da limpeza, da vigilância, do bandejão da química, das xerox´s, das fundações... E esses trabalhadores, além de terem salários de fome e estarem sujeitos a péssimas condições de trabalho, não têm nenhum direito garantido, seja trabalhista, seja de liberdade de se organizar e de fazer greve. Sabemos que a reitoria da USP já pretende dirigir mais 45% da verba para terceirizar outros serviços, como parte do projeto de demitir trabalhadores “efetivos” (CLT) que estão ameaçados através da contestação desses postos pelo Tribunal de Contas. Por isso está na ordem do dia levantar essa bandeira.

Levamos a campanha “A tercerização escraviza, divide, humilha...” ao Congresso Nacional de Estudantes, colocando a necessidade de que o movimento estudantil forje na prática a aliança operário-estudantil em defesa dos setores mais oprimidos e explorados da classe trabalhadora, reivindicando iguais salários e direitos, para homens e mulheres, negros e brancos, efetivos e terceirizados. Nossa proposta de impulsionar uma “Campanha Nacional contra a terceirização, em defesa dos trabalhadores terceirizados, por sua incorporação ao quadro de efetivos” foi aprovada e chamamos todos os estudantes, e os companheiros do PSTU e de outras correntes do movimento estudantil, a iniciar essa campanha desde já!

Também participamos do ato que se realizou no dia 16, no bandejão da química da USP, nos manifestando contra o fato deste, que é terceirizado, ter sido reaberto pela polícia, obrigando os trabalhadores a trabalharem. Lá liberamos as catracas e fomos nós servir no lugar dos trabalhadores, conversando com os estudantes, que estavam lá comendo, sobre as condições de trabalho desses companheiros e como não podiam fazer greve pelos seus direitos, pois sofrem com a ameaça de serem demitidos. Num momento em que toda a comunidade universitária se revolta com a invasão da Tropa de Choque e com intransigência da Reitoria diante das negociações, é preciso se levantar e exigir o fim dessa violência contra os lutadores e lutadoras dessa greve. Mas é preciso também, desde já, lutar contra uma forma de violência velada, sutil, e muitas vezes invísivel: chama-se terceirização do trabalho e está debaixo do nariz de todos os estudantes de nossa universidade.

*Luciana Machado é estudante do curso de Letras da USP e é militante da LER-QI e do grupo de mulheres Pão e Rosas. Clarissa Menezes é estudante da UFRJ e militante do Pão e Rosas.