quarta-feira, 24 de junho de 2009

A Assembléia Dos Estudantes da USP de 23/06

Nesse dia foi realizada a menor assembléia do ano, com cerca de 250 estudantes reunidos em frente à reitoria da USP. Alguns poderiam tirar disso a conclusão de que o movimento contra a PM e contra Suely está perdendo representatividade. Nada mais falso, pois o esvaziamento da assembléia se deve a outros fatores.

Que os independentes falem!

Um deles certamente é a grande confusão sobre como organizar as assembléias. Ontem, como outras vezes, passamos horas discutindo a discussão. É mais do que evidente que isso cansa estudantes sérios que querem participar de uma luta muito ampla para democratizar a universidade.
O pior, é que no final das contas se acabou definindo por uma proposta – sorteio a cada 4 inscritos, que sequer garante fala aos independentes e correntes políticas que não inscreveram todos os seus militantes para falar.
Por isso nós da A Plenos Pulmões insistimos numa proposta que garante que TODOS OS INDEPENDETES falem: que cada corrente que atua na greve tenha um tempo de fala de, por exemplo, 6 minutos e todos os independentes possam se inscrever a falar normalmente. Isso, além do mais, ajuda a clarificar posições. Essa proposta que no inicio era defendida só por nós, começar a tomar corpo num setor de independentes que está cansado de assembléias onde não consegue se expressar.

Pra que mesmo serve o DCE?

Na assembléia, mais uma vez, se expressou uma grande puteza com o DCE. E não é para menos. Depois não ter feito nenhum esforço para convocar a assembléia e ampliar o movimento, o que seria seu papel mais importante, mostrou exatamente com o que está preocupado.
Tudo o que quer o DCE, é conseguir alguma coisa que possa apresentar como vitória, para nas próximas eleições poder dizer que o DCE conquistou isso e aquilo e conseguir os votos que lhe permitam seguir ano que vem na direção da entidade. Os estudantes rechaçaram essa política absurda e reafirmaram que não queremos migalhas, e sim derrubar a Univesp definitivamente e não só adia-la, derrubar a reitora, expulsar a PM e transformar a estrutura de poder da universidade. Não negociamos com Suely, pois isso só serviria para ganhar as migalhas que o DCE precisa para dizer vitória! Nossa vitória é a queda da reitora e a expulsão da PM definitivamente!

As principais discussões

Infelizmente, a assembléia se deteve em polêmicas menores e não discutiu os problemas mais importantes do movimento neste momento. As duas principais discussões e votações foram: condicionantes para a negociação com o Cruesp e local do ato de quinta-feira.
Na primeira discussão, de um lado DCE (PSTU e independentes) junto com o PSOL defenderam que só se negocia se a PM for expulsa, de outro, nós, MNN, PCO e independentes, defendemos a resolução da assembléia da Eca, de que não negociamos com essa reitora (negociar o que?!). Foi aprovada a segunda posição. Depois nós defendemos contra o MNN que essa votação não deveria ser indicativa aos outros setores, já que os combativos trabalhadores da USP e seu Sindicato, que foram os que iniciaram essa importante luta, tem seus problemas específicos e que eles saberiam melhor do que nós o que fazer para resolve-los, sendo que nosso dever era apoia-los incondicionalmente. Fomos derrotados nesta posição.
Depois veio uma polêmica sobre o ato de quinta. Não queremos, como querem o PSTU e o PSOL, marchar à Alesp para ficar escutando os deputados. Queremos fazer um ato combativo na USP. Mas ao contrário do MNN e PCO, queremos acima de tudo garantir a unidade de estudantes, funcionários e professores das três universidades nesse momento histórico. Felizmente, tudo o que se aprovou foi indicativo, apesar da resistência do MNN em aceitar essa condição, o que acabou confundindo muito os encaminhamentos num primeiro momento.

Idéias pequenas não constroem um grande movimento

Infelizmente, as questões mais importantes não foram objeto de discussão na assembléia. São elas: como combater a manobra pseudo democrática do diretor da FAU e outros, que querem aplicar a famosa fórmula de “que tudo mude para que tudo permaneça exatamente como está”; como massificar nosso movimento; como responder ao ato da direita.

A questão é que grupos como MNN e PCO, de um lado, se preocupam com questões de segunda importância como o local do ato e condicionantes, sem se colocar os grandes problemas (é preciso ressaltar que na prática as duas propostas de condicionantes levam a não negociar) de como vencer inimigos tão poderosos. De outro, PSTU e PSOL, só se preocupam com o número de votos que querem ter nas próximas eleições. No meio, os independentes sérios buscando uma forma de organizar a luta.

Chamamos todos os que concordam com essas criticas a discutir conosco como relançar a nossa luta massivamente, superando esse movimento estudantil que só afasta os estudantes, construindo um que seja massivo, combativo e aliado aos trabalhadores.

Todos ao Ato de quinta (Seja na USP ou Alesp)
Reunião do Comando de greve hoje às 18h
Próxima assembléia: terça, 18h, na reitoria (dessa vez vote para que independentes falem)

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