quinta-feira, 27 de agosto de 2009

IFCH - Unicamp

EDGARD PEDE SOCORRO!

Em 1974, o Arquivo Edgard Leuenroth foi fundado nas dependências do IFCH a partir de uma série de documentos comprados pela Unicamp do filho de Edgard Leuenroth, um jornalista anarquista que dedicou sua vida a coletar e conservar estes documentos que representam uma importante parte da história do movimento operário, que ficaram escondidos por anos em um sítio durante as ditaduras de Vargas e militar.
Estes documentos preservados com tanto zelo por Edgard Leuenroth parecem estar seguros; afinal, a Unicamp, além de ser de ser uma universidade respeitadíssima, possui um dos maiores arquivos sobre movimento operário do mundo, o AEL. Porém, grande parte dos estudantes da Unicamp desconhecem a importância desse arquivo e, tampouco, os sérios problemas pelos quais ele vem passando. O acervo é composto por 280.000 documentos, 28.000
livros, 171 boletins, 3.811 números de periódicos, 3.878 jornais, 854 vídeos, 289 filmes, 1.419 registros de áudio, 2.200 cartazes, 13.330 gravações em fita, 21 anotações e 45.000 fotografias. Em contrapartida, existem apenas 18 funcionários, destes 7 são chefes.
Estes importantes materiais de audio e vídeo, por exemplo, já podem ter sido apagados pelo tempo, e não se sabe. Isso porque é necessário que a cada 5 anos se mude o suporte desses documentos e, no entanto, nunca este processo foi realizado. Os 28.000 livros, por sua vez, simplesmente não podem e não poderão ser consultados, visto que o novo prédio sequer prevê a existencia de uma sala de leitura, dado que prioriza a utilização do espaço para a alocação das chefias. Existem outros documentos, como periodicos, panfletos, cartazes, que estão a mais de 12 anos abandonados em caixas numa seção que supostamente deveria guardar esses documentos provisoriamente, até que o processamento técnico os catalogasse. Este seria o papel do único arquivista existente no arquivo. Resultado: nessas ferias foram encontrados vários documentos comidos por cupins, e outros, molhados!
Um engenheiro da Unicamp, responsável pelas obras do novo prédio do AEL, questionado sobre que medida tomar em caso de incendio, respondeu: “Rezem!”. No projeto do novo prédio, apesar deste possuir um eficiente sistema de alarmes em caso de incendio, não se levou em consideração que, dado o incendio, não há como apaga-lo sem destruir o arquivo, composto, em sua maioria, por papeis e plásticos. Seriam necessarios guardas 24h treinados para evitar qualquer foco de fogo ou água, como também um sistema automático de desligamento do ar condicionado. Lembremos do recente inundamento da biblioteca, salva pela existencia de uma festa que permitiu a presença de estudantes no IFCH na madrugada, que se organizaram para preservar os livros.
Estamos, então, à altura de guardar esses documentos? É preciso pensar em medidas de influirmos mais decisivamente na gestão desse espaço. Certamente esses burocratas que gerem o AEL não são capazes de cuidar desses documentos com a paixão de pessoas que deram a vida para que esses documentos existissem; assim como não são capazes de transformar o AEL num patrimônio verdadeiramente público.
Sentimos a necessidade de levar essa campanha à frente, começando com a exigencia de uma audiência publica sobre o AEL, onde poderiamos ter um maior contato com a profundidade do problema a partir da versão dos responsáveis, e questioná-los.

Yan (CSN09), Chun (CSD07), Thaís (CSD05), Marcão (CSD08), Otávio (CSD06), Luma (CSN07), Tati (CSD05), Paulinha (CSD05), Léo (Hist06), Iuri (CSD07), André (CSD07), Biro (CSN09), João (CSN09), Festi (Mestrado)

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Boletim A PLENOS PULMÕES

Especial Unisantanna
Ensino superior no Brasil: elitista, racista e restritivo
Definimos a universidade brasileira como uma instituição de caráter restritiva, elitista e racista. São hoje apenas 4,8 milhões de matriculados no ensino superior em todo país, uma das menores taxas da América Latina. Neste universo de matriculados, 74,6% estão em faculdades particulares, ou seja, 3,6 milhões. Ainda assim, Lula é visto como quem está democratizando a universidade, se apoiando que em seu governo 2 milhões de estudantes a mais entraram na universidade, mesmo que a maioria esteja nas pagas.
As universidades e faculdades privadas tiveram sua expansão a partir dos anos 1990, crescendo de forma anárquica, cobrando mensalidades exorbitantes para as camadas mais pobres da população. Não a toa que a crise das particulares é centrada na inadimplência, que Lula responde com PROUNI, isenção de impostos e financiamentos públicos. Ao mesmo tempo, se desenvolve a monopolização deste setor e sua financeirização (muitas universidades lucram muito dinheiro com ações na bolsa).
A crise atual da universidade brasileira tem dois aspectos fundamentais: o primeiro, do ponto de vista da burguesia, que necessita de formação de mão-de-obra qualificada e produção de ciência e tecnologia consumindo o mínimo de recursos do Estado. O segundo, do ponto de vista da população, que anseia pela democratização do acesso à universidade. No ultimo período os governos estaduais e federal vêm anunciando e aprovando reformas educacionais em todos os níveis para tentar responder a essa crise, mas precarizando o ensino.
Um exemplo disso é o ensino à distância. Lula, em cujo governo se expandiu mais do que nunca o ensino à distância, criou a Universidade Aberta do Brasil, ligada às instituições públicas de ensino superior e de educação tecnológica. Em São Paulo, Serra lançou a Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp), que envolve as três estaduais paulistas.
Existem as estruturas físicas das universidades privadas espalhadas em todo país que podem ser aproveitadas para uma ampla expansão da universidade pública. Nós dizemos: a primeira medida séria para expandir o ensino superior no país é estatizando as universidades privadas! E, para tanto, o Movimento Estudantil deverá buscar como aliados os milhares de jovens trabalhadores que estão nas faculdades particulares e com os jovens trabalhadores e secundaristas que estão fora das universidades. Essa é a aliança social capaz de questionar a universidade burguesa e tornar real a perspectiva estratégica da luta por uma universidade a serviço dos trabalhadores e do povo pobre.
Quem somos e pelo que lutamos?
Nós somos o Movimento A Plenos Pulmões e atuamos em várias universidades do estado de SP, RJ e MG. Não aceitamos a atual situação, em que a educação é tida como mercadoria e nós temos que nos matar de trabalhar para pagar mensalidades exorbitantes, enquanto os donos das faculdades lucram rios de dinheiro. Para nós, o conhecimento não deve estar a serviço da manutenção dessa sociedade desigual, mas sim a serviço da transformação social. A universidade deve estar a serviço dos trabalhadores e do povo pobre!
Por isso defendemos:
-Redução radical das mensalidades sem redução da qualidade do ensino!
-Bolsas para todos os estudantes que necessitam!
-Preenchimento das vagas ociosas nas particulares com bolsas de estudos integral sem subsídio do governo!
-Fim das catracas: abram as portas da universidade!
-Anistia da dívida de todos os inadimplentes e re-matrícula imediata!
-Ensino à distância e expansão sucateada não é democratização real da universidade!
-Criação imediata de vagas públicas presenciais, principalmente de cursos noturnos, a partir da estatização do ensino privado e sem indenização! Verbas para garantir a qualidade do ensino, pesquisa, extensão e permanência estudantil plena!
-Pelo fim do vestibular e dos cursinhos de capitalistas privados!
Ensino à distância ou precarização do ensino?
Exatamente neste começo de semestre o Ensino à Distancia completa dois anos que foi implantado no sistema de ensino da Unisantanna, representando um duro golpe aos alunos da instituição. É claro o objetivo da reitoria em aprovar o e.a.d: por um lado o projeto corta gastos de infra-estrutura e professores, e por outro possibilita a entrada de mais alunos na universidade, maximizando seus lucros.
Esse ataque não foi somente em nossa universidade, universidades privadas como Sumaré, Unicastelo e Uniabc fazem parte da extensa lista de universidades que adotam essa nova metodologia de ensino, dizendo em seus discursos burocráticos que “o e.a.d é uma alternativa para flexibilizar o tempo e o espaço do aluno, permitindo ao aluno, ter acesso às novas tecnologias aplicadas ao ensino, além de propiciar o desenvolvimento de sua autonomia”. Mentira! Uma nova tecnologia onde aulas são disponibilizadas na internet em forma de texto, tirando o vínculo entre aluno e professor e deixando nas costas dos estudantes todo peso de compreendê-las, significa um retrocesso ao ensino. Estamos a favor da tecnologia, mas somente se ela estiver a serviço de dar mais qualidade ao ensino e o que temos visto com a e.a.d. implementada nas universidades é exatamente o contrário!
Neste contexto fica evidente que o e.a.d é mais um aliado ao sucateamento do ensino que vem sendo promovido em nossas universidades. Enquanto as universidades lucram horrores, nós nos matamos pra pagar uma mensalidade absurda. Não queremos apenas o diploma, queremos ensino de qualidade e acessível a toda a população.
Chamamos os estudantes da Unisantanna a discutir e se organizar para lutar contra a precarização do ensino, o que inclui a e.a.d. Somente com a força do conjunto dos estudantes poderemos impor melhores condições de ensino.
Terceirização no ramo de serviços: a super exploração do Telemarketing
Nos anos 90, o processo que ficou conhecido como neoliberalismo trouxe uma série de privatizações e uma onda de terceirização dos serviços, que segue até os dias de hoje. Um importante exemplo deste projeto foi quando a TELESP em 1999, teve sua administração cedida à poderosa multinacional espanhola: TELEFONICA. Diante da mudança, também foram modificados os planos de carreira dos profissionais telefonistas para um novo setor: os operadores de telemarketing. Os postos de atendimento com imensas filas de espera foram transferidos para grandes operações de call center. Mas aí vem a pergunta... Como ficam os teleoperadores nessa história?
A resposta desta questão está ligada à precarização do trabalho. Estamos expostos a um ritmo frenético de trabalho, cobranças intensas, chegando muitas vezes a atender mais de 100 ligações por dia, com horários de pausa que não permitem sequer tempo para comer de verdade e sem a recomendada ginástica laboral, adquirindo assim as lesões por esforço repetitivo. Os salários estão lá embaixo e as mensalidades da faculdade sempre lá em cima. Para muitos de nós, cursar uma faculdade é uma trajetória cheia de dificuldades a cada dia.
Nós do Movimento A Plenos Pulmões, que nos organizamos a partir de várias universidades, chamamos os jovens trabalhadores a não se contentar com essas condições que colocam diversas barreiras que tornam nossas vidas cada vez mais difíceis. Mas para isto é preciso refletir sobre o modo de sociedade injusta em que vivemos, pois será a partir de nossa ação que podemos derrubar todo tipo opressão e reverter este processo ao nosso favor, para que todo privilégio não fique somente em auxilio de uma minoria de ricos, mas sim para toda classe trabalhadora, que é quem faz a sociedade funcionar. Deixamos nosso chamado para que a partir das universidades comecemos a discutir nossas condições de trabalho e de estudo e as formas para nos organizar e unir nossas forças.
ENTRE NESTA LUTA COM A GENTE !!!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Abaixo o golpe em Honduras!

Fotos da exposição que o Movimento A Plenos Pulmões realizou no saguão do IFCS UFRJ na semana da calourada (17/08/09).

Abaixo o golpe em Honduras!

Por um solidariedade ativa a resistência do povo hondurenho!

Exijamos das entidades estudantis, começando pelo DCE, que rompam sua inércia e levantem uma viva campanha internacional pela derrota do golpe em Honduras e pelo triunfo das massas hondurenhas!

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

boletim Desatai o Futuro RJ | agosto 2009















Crise do Capitalismo: o pior já passou?
A crise estrutural do capitalismo continua abalando a economia mundial. Países como EUA, Inglaterra, Espanha, França, Japão, vem sofrendo um processo recessivo. Na América Latina não é diferente, mesmo que o ritmo da crise se expresse de forma diferenciada, como demonstra o decréscimo de 3% do conjunto da produção. O comércio internacional tem despencado. Mesmo assim vários jornalistas, intelectuais e principalmente membros do governo Lula têm declarado que o pior já passou. Mas como pode ter ocorrido isto se o desemprego segue aumentando, e a contradição entre a capacidade produtiva de vários países, principalmente a China, é cada vez maior do que o que pode ser consumido nos EUA em crise? Vivemos uma crise histórica, que pode conhecer diferentes ritmos e inflexões, mas não há caminho para um novo padrão que não seja maiores ataques aos trabalhadores e ao povo.

Mudança na política norte-americana para a América Latina?

Obama fez vários discursos em sua eleição e depois que buscaria muito mais o diálogo. Só se esqueceu de avisar que dizia não só das palavras como também dos canhões. Obama planeja instalar 7 bases militares na Colômbia, mantém a ocupação do Haiti, que tem suas tropas dirigidas, “sob encomenda” pelo Brasil de Lula. Mais que isto, o governo Obama apesar de sua retórica tem apoiado o sangrento golpe militar em Honduras e ajudado a direita em todo o continente a ter uma “opção” contra os trabalhadores para conseguir descarregar os custos da crise. A vitória da direita em Honduras é uma vitória da direita em cada um de nossos países, por isto precisamos dizer em alto e bom som: ABAIXO O GOLPE EM HONDURAS! EM HONDURAS NÃO PASSARÃO! FORA TROPAS IANQUES DA AMÉRICA LATINA! ABAIXO AS BASES NA COLÔMBIA! FORA AS TROPAS BRASILEIRAS DO HAITI!

ABAIXO O GOLPE EM HONDURAS!

O Golpe de Honduras, que já completa quase dois meses. Toque de recolher, restrições a manifestações, assassinatos e “desaparecimentos” este é o cenário atual neste país. O governo norte-americano mantém um discurso demagago de ser contra o golpe e que desconhecia o mesmo, mas como se é notório que seu embaixador, que permanece na capital Tegucigalpa reuniu-se repetidas vezes com os golpistas nos dias anteriores ao golpe, e continua se reunindo com os mesmos. Como os EUA podem não estar envolvidos se a cúpula do exército hondurenho foi treinada na infame Escola das Américas? Como se os EUA ainda mantém uma base neste país e o mesmo sempre foi sua ponta-de-lança contra o povo em toda a América Central (nos 80 foi ali que armou-se o exército dos contra para esmagar a revolução na Nicarágua e El Salvador).
O motor do golpe foi a profunda inquietação de vários setores burgueses hondurenhos com a queda em suas exportações ao EUA, produto da crise, e a tentativa de Zelaya, um rico pecuarista, de tentar um salto mais populista e entrando na ALBA beneficiar outros setores da classe dominante hondurenha. A ampla maioria da burguesia, junto à oposição parlamentar, Supremo Tribunal e as Forças Armadas, e também com a cumplicidade da hierarquia da Igreja Católica e igrejas evangélicas se opuseram a este projeto e desde o dia 28 de junho tentam reescrever a história deste povo à bala e sangue.

O caminho da negociação é um beco sem saída

O governo norte-americano, e em voluntária obediência a OEA, tem permitido que os golpistas permaneçam e se fortaleçam no poder. Fazem um tímido discurso demagogo de oposição, mas para além do simbolismo diplomático não tomam nenhuma atitude mais concreta. O Departamento de Estado se nega a admitir que houve um golpe e o embaixador Hugo Llorens permanece em seu posto em Tegucigalpa onde se reúne assiduamente com os representantes do governo de fato. Usam a negociação para dissimular que, na realidade, seus interesses na região estão muito mais perto dos empresários, dos militares e dos principais partidos burgueses hondurenhos que perpetraram o golpe. A estratégia dos EUA e da OEA é negociar a volta de Zelaya de forma conciliatória com os golpistas. A política do próprio Zelaya, apoiada por Chávez e o bloco da ALBA, foi subordinar-se à estratégia norteamericana, esperando que Obama pressione aos golpistas para que permitam sua volta à presidência (mesmo que sob duras condições ao povo). Chávez do alto de toda sua retórica e simpatia popular não tem chamado sequer à mobilização no continente. Lula tem se subordinado a mesma política, e limitado-se a declarações e ofertas de ligar para Obama.

O caminho para derrotar os golpistas é a mobilização dos trabalhadores!

O povo hondurenho vem resistindo heroicamente ao Golpe e toda a repressão desencadeada por ele. O povo hondurenho vem indo as ruas em uma série de manifestações em oposição ao golpe, que vem sendo contidas pela brutal e assassina repressão do exercito hondurenho. A mobilização em toda América Latina pode ajudar o povo hondurenho a confiar em suas próprias forças, não submeter o sangue derramado às negociações mas sim, derrubar o golpe através de greves, mobilizações e se defendo da brutalidade dos golpistas. A esquerda brasileira vem infelizmente se omitindo e pouco tem feito para repudiar o golpe e quando muito tem se limitado a atos simbólicos e rotineiros. A luta do povo hondurenho necessita de uma ativa solidariedade das organizações sindicais e estudantis e da esquerda.

ABAIXO O GOLPE EM HONDURAS!

PELA SOLIDARIEDADE ATIVA A RESISTÊNCIA DO POVO HONDURENHO!

EXIJAMOS DAS ENTIDADES ESTUDANTIS, COMEÇANDO PELO DCE, QUE

ROMPAM SUA INÉRCIA E LEVANTEM UMA VIVA CAMPANHA INTERNACIONAL

PELA DERROTA DO GOLPE EM HONDURAS E PELO TRIUNFO DAS MASSAS HONDURENHAS!

Que os professores do IFCS se pronunciem
Muitos professores do IFCS participaram da luta contra a ditadura no Brasil, outros estudam o período. Pois bem, em Honduras está instalado o golpe. O que eles tem a dizer? O que a diretora doIFCS, Jessie Jane, que faz parte do grupo de estudo sobre a ditadura no Brasil, tem a dizer? É preciso uma ativa solidariedade, discutir em sala de aula, e desde a mesma, com a autoridade que os professores tem sobre os estudantes ajudar a pautar a questão e liberar as aulas para atos que forem ocorrer em solidariedade ao povo hondurenho.

O Golpe em Honduras e os intelectuais em silêncio?
Todos grandes intelectuais petistas ou afins ao governo como Marilena Chauí, Giuseppe Cocco ou ainda nosso “esplendido” reitor Aloísio Teixera não pronunciaram uma sílaba sobre o golpe. O Jornal da UFRJ órgão dirigido pela reitoria que se pronuncia sobre diversos assuntos por que em quase dois meses não escreveu sequer uma linha sobre o golpe? Tem medo de comprometer seu governo e sua estratégia de seguir a negociação de Obama que vai legitimando dia a dia os golpistas?

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O SENADO FOI CRIADO PARA SER CONTRA O POVO: PELA DISSOLUÇÃO DO SENADO!
Não só de votar medidas contra os trabalhadores e o povo que vive o Congresso Brasileiro. Ele vive também de poderosos esquemas de nomeação de cargos em benefícios dos “eleitos”. Os “novos” escândalos de Sarney, a “tropa de choque” de Lula composta pelos corruptos líderes de oligarquias regionais como Renan e Collor se somam a completa insuficiência da oposição do DEM e PSDB que são participantes nos mesmos esquemas e digladiam-se pelo apoio do PMDB para se fazer governo e implementar seus projetos mais abertamente anti-operários que os de Lula, e também, é claro, garantir sua boquinha. É evidente que não se trata de um sujeito corrupto mas de toda uma instituição. Sua corrupção está ligada a seu projeto: o Senado foi criado para diminuir o peso da Câmara dos Deputados e sua possível contaminação com os anseios operários e populares. Sua estrutura faz diminuir o peso das regiões mais populosas, e potencialmente com reivindicações mais desafiadoras à classe dominante. Pior que esta fotografia é só sua história. Nós, principalmente os estudantes de história e ciências sociais, que volta e meia temos que nos haver com a formação dos parlamentos e seu funcionamento temos o dever de ir contra a naturalização deste regime e o conteúdo da sala de aula de ver na revolução americana “pesos e contrapesos” ou “expressões da idéia de liberdade” e buscar desmascarar o caráter antipopular destas instituições, e assim ajudar a fomentar uma real movimentação maior que a retirada de Sarney mas para trazer abaixo todo o Senado. É preciso formar um forte movimento começando pelos estudantes pela DISSOLUÇÃO DO SENADO!

Algumas coisas que ficam nas entrelinhas dos nossos cursos:
- Depois de se inspirar na Câmara dos Lordes (!) inglesa, na República se inspirou no Senado Americano, o mesmo que em todo século XIX ajudou a retardar o fim da escravidão no Sul.
- Na fundação do Senado Americano os grandespolíticos e teóricos burgueses Os Federalistas, escreviam em seu artigo n. 51 sobre a necessidade desta instituição: “É de grande importância em uma república defender os interesses da sociedade contra a opressão dos governantes, mas também defender os interesses de uma parte da sociedade contra a injustiça de outra parte. Diferentes interesses necessariamente existem em diferentes classes de cidadãos. Se uma maioria se unir por um interesse comum, os direitos da minoria estarão inseguros.” Ou seja, criaram uma instituição para zelar pelos interesses da minoria, dos grandes proprietários, banqueiros, escravocratas contra os pequenos proprietários empobrecidos, o nascente proletariado e os escravos.

Enquanto isto nas Ciências Sociais....
O Centro Acadêmico de Ciências Sociais é aberto, podendo ter suas pautas e medidas alteradas pelos presentes mas segue a orientação dada pelos seus principais impulsionadores e... pautará o Golpe em Honduras? A crise no Senado? Ou ainda o Reuni, o Plano Diretor e a mudança do IFCS pro Fundão? Não. Estão preocupados com um estatuto para o centro acadêmico que deixe no papel o seu projeto “auto-gestionário”. Convenhamos, o estatuto era quase uma monarquia e nada impediu os estudantes de se organizarem de outro modo. De que serve o novo estatuto se não trazemos para o centro de nossas atenções a solidariedade com o povo hondurenho e pautar as candentes questões políticas e sociais nacionais e internacionais. É preciso um novo movimento estudantil nas Ciências Sociais – combativo, internacionalista e que contribua para que tenhamos um centro acadêmico ativo e militante que contribua para tirar o IFCS do marasmo!

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Plano Diretor: Chantagem para aprovar uma expansão precária e
terceirização

Os corredores e salas de aula das unidades isoladas e da Praia Vermelha já escutam há algum tempo o murmurinho de ida ao Fundão para concretizar o Plano Diretor e supostamente melhor integrar os cursos e a própria UFRJ à cidade. Bem, pretendem integrar os cursos em um local sem grandes possibilidades de interação e integrar a universidade à cidade colocando-na toda em uma ilha... Este plano é a concretização local do Reuni do governo Lula. O Reuni é um plano que pretende incrementar o número de estudantes nas universidades federais em cerca de 150% em base a um aumento de cerca de 20% em suas verbas, e as universidades para receberem estas verbas adicionais precisam seguir todos seus ditames que implicam até formas de financiamento privado criando crescentes modalidades de privatização da universidade e melhor formas de colocá-la a serviço do grande capital, seja na produção de mão-de-obra como também em sua produção de conhecimento.
O Plano Diretor da UFRJ 2020 prevê justamente esta operação que é vender a expansão dialogando com o anseio popular de cursar universidade pública aos custos da precarização do ensino e pesquisa e das relações de trabalho. Nele estão previstos vários bandejões, alojamentos e diversos centros de pesquisa e ainda diversos serviços aos estudantes mas seu próprio planejamento de como será composta a comunidade universitária escancara que é um projeto de precarização e que só se fará com muita terceirização e piores condições para os técnico-administrativos e professores:

É evidente como a expansão de professores é inferior a de estudantes, ou seja a relação professor/aluno aumentará com sua conseqüente influência na qualidade do ensino. O caso dos técnicos é ainda mais gritante como a universidade expandirá, terá novos serviços e permanência estudantil com relativamente menos técnicos? A fórmula secreta se chama terceirização e se traduz, várias vezes, em condições subhumanas de trabalho, como muitas vezes nos deparamos com os trabalhadores da limpeza e segurança, menos direitos e lucros garantidos para os donos das empresas. Para fazer aprovar o plano a reitoria tem repetido a chantagem do governo, fazendo-na com os centros, as verbas para manutenção predial e expansão das atividades estão praticamente cortadas. Então quem quiser ficar na Praia Vermelha, na FND ou no IFCS que saiba que ano a ano está ficando a risco de acidentes. O cálculo de Aloísio Teixeira é que cedo ou tarde cederemos e que tomara que seja antes dos tetos e escadas. Vários departamentos e seus chefes já tem começado a ceder. Talvez ainda este ano esteja pautada mudança do IFCS, cabe a nós estudantes nos enfrentarmos com este plano de precarização pautando desde a reforma do prédio e um funcionamento dos departamentos e biblioteca em horários condizentes com todos os cursos, inclusive o noturno, mediante contratação de técnico-administrativos. Cabe a nós irmos além disto e questionar esta expansão recária nos colocando do lado dos técnicos e professores, e especialmente dos terceirizados, lutando para que sejam efetivados na UFRJ sem concurso uma vez que já realizam o trabalho e assim tenham iguais salários e direitos que os servidores concursados. Deste modo, e lutando pelo fim do filtro social que é o vestibular seja ele o ENEM ou não, poderemos realmente nos orgulhar de fazer parte de uma universidade aberta ao povo pois ele poderá entrar livremente para estudar sem nenhum filtro e que o trabalho na mesma não será feito em base a maior exploração.

UNICAMP

Reunião Aberta do Movimento A Plenos Pulmões

QUINTA-FEIRA (20/08), 17h30, na sala IH08 - IFCH

As aulas voltaram e os problemas do IFCH permanecem. A falta de professores e funcionários segue sendo uma questão alarmante que vai nortear nossa mobilização nesse semestre. Enquanto isso, a reitoria pretende inaugurar neste mês a nova sede do AEL - um prédio novinho, com arquitetura moderna e...pouquíssimos funcionários para cuidar e fazer funcionar esse rico acervo do movimento operário.
Enquanto aqui o IFCH vai desmoronando pouco a pouco; nacional e internacionalmente as coisas não vão nada bem: o senado brasileiro segue com sua sucessão de escândalos e baixarias que agora atingem até mesmo uma das principais figuras do regime - José Sarney. Em escala mundial, a crise econômica continua e agora vemos até mesmo golpes de Estado como o ocorrido em Honduras mostrando como, de fato, as crises econômicas vêm, em geral, acompanhadas de crises políticas.

Queremos, com essa primeira reunião do semestre, discutir de que maneira podemos organizar no IFCH uma campanha de solidariedade ao povo hondurenho que, mesmo com repressão e mortes, vêm resistindo ao golpe. Além disso, queremos aprofundar a discussão sobre os problemas verificados no nosso arquivo Edgard Leuenroth - que deve ser um ponto importante de nossa mobilização - e pensar medidas, uma vez que se trata de um importantíssimo arquivo que todos nós, que reivindicamos a importância da aliança com a classe trabalhadora, devemos lutar para seguir existindo em plenas condições.