terça-feira, 18 de março de 2008

FUNDAÇÃO SANTO ANDRÉ

Pelo reconhecimento dos cursos livres!
Pela abertura de todos os cursos da FAFIL!



Se a reitoria e sua corja pensaram que os estudantes aceitariam de boca calada o fechamento dos cursos da FAFIL, se enganaram! Na segunda-feira, cerca de 200 pessoas assistiram à aula inaugural dos cursos livres, demonstrando que existem muitos trabalhadores e filhos de trabalhadores que querem estudar e são impedidos pelas altas mensalidades! Na terça-feira, o ato dos estudantes pela abertura dos cursos demonstrou a luta que temos que travar contra a burocracia acadêmica, que recebe muito dinheiro para ocupar suas cadeiras, de onde atacam os estudantes com altas mensalidades, fechamento dos cursos e tropa de choque.
Depois de ir até a reitoria, o ato dos estudantes entrou no Pinicão, onde estava acontecendo o debate entre os candidatos à diretoria da FAFIL. Eles queriam que entrássemos quietos e adaptados ao seu “debate democrático” onde os estudantes sequer têm voz, podendo fazer perguntas só por escrito. Logo de cara, tiveram que ouvir que os estudantes estavam ali para exigir que os candidatos se posicionassem sobre o fechamento dos cursos da FAFIL. Tentaram fazer de conta que tudo continuava dentro da normalidade, com as perguntas e respostas descoladas da realidade. Afinal, como podem falar de “melhora do ensino” de uma faculdade que está deixando de existir sem falar do problema principal: o fechamento dos cursos?
Mas não tiveram como manobrar. Em pouco tempo, se depararam com as perguntas dos estudantes. Aí, a Miriam Lernic (atual diretora nomeada pelo reitor e candidata novamente!) se viu em maus lençóis: “Na sua gestão, os estudantes da FAFIL apanharam do choque e os cursos foram fechados. Mesmo assim, você acha que tem que continuar dirigindo a faculdade?”. Essas e outras perguntas desmascararam como nunca a senhora Miriam, ou a “Pinochet de saia” como foi chamada pelos estudantes.
O debate mudou completamente com a presença dos estudantes e trouxe à tona vários problemas que temos que enfrentar: Camargo Rodrigues, mensalidades, eleições que não servem pra nada e uma estrutura de poder anti-democrática em que os estudantes não têm nenhum poder de decisão. Achamos muito importante impulsionar nos próximos dias ações que ajudem o movimento a se expandir, discutindo quais devem ser os próximos passos. Aqui, colocamos as nossas opiniões e propostas como uma contribuição a esse debate tão importante.

Pelo reconhecimento já dos cursos livres!

Os cursos livres de Ciências Sociais, Geografia e História estão sendo ministrados sem o reconhecimento da universidade e até agora sem salas de aula. Primeiro a reitoria publicou uma nota,

dizendo que professores e estudantes não podem deliberar sobre a abertura dos cursos. Depois, disse que os cursos podem acontecer, desde que não sejam nas salas da FSA e não utilizem o nome da Fundação. Os cursos livres estão sendo muito importantes, a ponto de a imprensa escrever várias matérias que demonstram que os estudantes e professores, diferente da reitoria, são capazes de abrir as portas da FAFIL para a população. Além disso, os cursos livres já colocam em questionamento o vestibular e devem avançar também na discussão sobre os currículos, o funcionamento da faculdade e o caráter elitista da universidade no Brasil.
Mas a reitoria pode estar apostando que, com o tempo e as ameaças aos professores, os cursos livres percam a sua força e não sejam mantidos. Precisamos desde já impulsionar com toda força os cursos livres, reivindicando que eles, que hoje se demonstram como foco de luta e de resistência contra o fechamento dos cursos, devem ser reconhecidos pela universidade, com direito a horas-aula reconhecidas oficialmente como parte da grade curricular e que esse seja o primeiro passo para a reabertura de todos os primeiros anos que foram fechados.
Propomos que os professores lancem uma carta aberta, recolhendo assinaturas de professores e intelectuais de todo o país, exigindo o reconhecimento dos cursos livres e a reabertura de todos os cursos da FAFIL. Propomos também que convoquem uma coletiva de imprensa para dar maior visiblidade a esta luta. Além disso, nós, estudantes, podemos lançar um abaixo-assinado, que além da abertura dos cursos, exija também o reconhecimento dos cursos livres.

Reitor, a culpa é sua! Pela abertura imediata dos oito cursos fechados!

No primeiro dia de aula, o Cacalano (vice-reitor) disse aos estudantes que não precisava de mobilização porque no ano que vem os cursos devem ser reabertos. Em primeiro lugar, não temos nenhuma garantia disso! Em segundo lugar, a única maneira de garantir a abertura – e ainda esse ano – é através da mobilização dos estudantes, para colocar na parede o reitor Odair Bermelho, o principal responsável pelo fechamento dos cursos. O próximo ato será 6ª feira em frente ao Sindicato dos Químicos, para denunciar Vanderlei Siraque, criador da Insefusa (órgão de segurança da FSA, ou seja, de repressão). Nesse ato, precisamos buscar o diálogo com os trabalhadores químicos, porque queremos que eles estejam juntos com os estudantes na luta para que os trabalhadores e seus filhos possam estudar. Com certeza, temos que denunciar o Siraque, que está contra a FAFIL e junto com a reitoria. Mas, sabendo que o principal responsável por essa situação é o reitor, ele tem que ser o principal foco da nossa denúncia. Reitor, a culpa é sua! A luta continua!

Fora Camargo Rodrigues! Pela redução imediata das mensalidades!

No debate de 3ª feira, apareceu com tudo o problema das mensalidades. Perguntada sobre a Camargo Rodrigues, que nos obriga a assinar notas promissórias e bloqueia nossas contas, a dona Lernic simplesmente disse para os estudantes procurarem o setor de arrecadação. Ou seja, para ela, a Camargo Rodrigues tem que continuar perseguindo os estudantes que não têm como pagar. Basta de humilhação e processo judicial contra os inadimplentes! Fora Camargo Rodrigues!
Se muitos de nós não conseguimos pagar as mensalidades, é porque são valores absurdos. Como podem cobrar pela mensalidade valores bem maiores ao salário mínimo? Querem que os estudantes deixem de comer pra estudar? Essa é a realidade em que a educação é cada vez mais tratada como mercadoria. É por isso que nós defendemos a estatização das universidades privadas, pra que todos tenham acesso ao ensino superior público e gratuito. Sabemos que será necessária uma árdua luta para impor a estatização – no caso da FSA, a federalização já é uma bandeira história –, por isso precisamos lutar para que as mensalidades sejam reduzidas imediatamente, sem nenhuma redução da carga horária.

Por eleições diretas! Cada pessoa = um voto!

Outra coisa que foi desmascarada no debate é que essas eleições para a diretoria da faculdade (assim como as eleições para reitor) são absurdamente anti-democráticas. Pra começar, as eleições na verdade são “consultas”, pois quem decide no fim é o próprio reitor. Ele pode nomear um candidato com menos votos, como fez com a Miriam Lernic, atual diretora. Do mesmo jeito, quando se trata de eleições para reitor, quem decide é o prefeito e não a comunidade acadêmica. Mas não pára por aí: os estudantes, que são a imensa maioria na faculdade, representam uma ínfima minoria dos votos. Em pleno século XXI, as eleições universitárias não assimilaram nem a Revolução Francesa de 1789, que estabelecia um voto a cada pessoa!
Basta de eleições consultivas que não servem pra nada! Por eleições diretas já! Cada pessoa = um voto!

Por um governo tripartite com maioria estudantil!

Você já se perguntou por que só professores podem dirigir a faculdade e o centro universitário? Por que estudantes e funcionários não têm poder de decisão sobre o funcionamento da universidade, ao mesmo tempo em que esta não existe só com professores? Enquanto a corja da reitoria fechou os cursos, estudantes junto com alguns professores estão fazendo os cursos livres, que abrem as portas da FAFIL para os trabalhadores e seus filhos. Por que então a maioria tem que continuar sendo dirigida por uma casta que recebe altos salários pra fazer o que bem entende?
Infelizmente, no debate de 3ª feira, os candidatos Simone (diretoria) e Odair (vice) demonstraram que ficam no meio do caminho: colocam-se contra o fechamento dos cursos da FAFIL, mas propõem uma gestão que mantenha somente professores na direção, mas com “diálogo” com os estudantes. Queremos dizer que não basta uma diretoria que dialogue com os estudantes; é preciso mudar toda a estrutura de poder, em que o peso de decisão da maioria não existe.
Nós defendemos que a universidade seja dirigida por um governo que de fato coloque nas mãos da comunidade acadêmica as decisões sobre funcionamento, currículo e tudo que diz respeito à universidade. Um governo tripartite, ou seja, formado por estudantes, funcionários e professores, com maioria estudantil. Num governo como esse, os mandatos devem ser revogáveis, ou seja, todo aquele que ocupa um cargo e não age conforme as decisões da maioria deve ser substituído por outro, também eleito. Só assim, a universidade abrirá as portas para os trabalhadores e seus filhos – para estudar e ter poder de decisão sobre tudo que lhes diz respeito na universidade.

É preciso reorganizar o movimento a partir das salas de aula e dos cursos!

Depois do ato de 3ª, precisamos chegar a mais estudantes para que se coloquem ativamente na luta em defesa da FAFIL. Precisamos discutir em cada sala de aula quais os passos precisamos dar para tornar o movimento muito maior, expandir nossa luta para fora da FSA e conseguir ser vitorioso. A partir das salas de aula e cursos, os estudantes podem aprofundar os debates e tirar propostas para o conjunto do movimento, que sejam levadas à assembléia geral por representantes eleitos que levem propostas votadas por maioria e minoria. Ampliar e fortalecer o movimento é fundamental nesse momento, para que a luta em defesa da FAFIL não fique isolada. Precisamos também nos organizar para ir à FAECO e à FAENG com o abaixo assinado pela abertura dos cursos da FAFIL; e voltar às ruas do ABC buscando o apoio dos trabalhadores e da população.
13/03/2008

quarta-feira, 5 de março de 2008

Movimento A Plenos Pulmões Franca - Pravda nº02




A Plenos Pulmões Unesp Franca




Com o ínicio de mais um ano e a entrada de novas pessoas na Universidade, o Movimento A Plenos Pulmões cumpre um importante papel de se contrapor ao projeto burguês de universidade e o seu conhecimento produzido, e se colocar enquanto referência para os estudantes que procuram partir do questionamento da universidade de classes para o questionamento da sociedade de classes. Para todos que busquem a construção de um movimento estudantil novo, radicalizado, que acredite em seus métodos de luta, e busque cada vez mais ser anti-burocrático, anti-governista e que se coloque ao lado da classe trabalhadora em sua luta política.


Nesse sentido, a APP da Unesp Franca lançou mais um jornal, o Pravda (nº 02), que busca partir de um balanço sério sobre as mobilizações, greves e ocupações do ano de 2007, tirando seus ensinamentos, apontando suas debilidades, discute a situação do novo campus construido a pouco e o significado político dessa obra, além de questionar a terceirização como forma de precarizar o setor dos trabalhadores mais marginalizados e oprimidos da universidade. Já está mais do que na hora dos estudantes e trabalhadores apresentarem uma saída para a crise universitária.