domingo, 31 de janeiro de 2010

Chamado do Pão e Rosas para ato flash mob em solidariedade ao povo haitiano convocado pelo Centro Acadêmico de Ciências Humanas (CACH)

(retirado de http://nucleopaoerosas.blogspot.com/)
Nós, do grupo de mulheres Pão e Rosas Campinas, julgamos necessário nos posicionar quanto ao desastroso terremoto ocorrido no Haiti dia doze de janeiro, uma vez que nos colocamos quanto um grupo de mulheres que não para a discussão apenas num machismo abstrato. Assim não podemos nos omitir de pensar, discutir e atuar, frente a um acontecimento que influi em toda a dinâmica mundial do sistema capitalista e na vida de milhares de seres humanos. Pois apesar de estarmos diante de uma catástrofe natural, as conseqüências que seguem a ela não são.

Assim nos juntamos no ato convocado pelo Centro Acadêmico de Ciências Humanas (CACH) da UNICAMP, para levarmos adiante uma campanha em solidariedade ao povo Haitiano e de denuncia aos paises imperialistas, que há mais de dois séculos exploram o Haiti, com ocupações de intuito supostamente humanitário, mas que na verdade servem para garantir a os interesses dos paises ricos.

Nesse mesmo sentido, também denunciamos paises da América Latina, como Brasil, que ocupa o Haiti há 5 anos. Sendo essas forças armadas, nossas e de outros paises, que ao contrario de auxiliar o povo, os espolia, abusam sexualmente das mulheres e meninas, obrigam-nas a se prostituir por comida, traficam pessoas, massacram os bairros pobres e praticam uma serie de outras ações que violam brutalmente os direitos humanos.

Com isso, nós do Pão e Rosas, levantamos com mais força a questão das mulheres haitianas que já sofriam ataques freqüentes, e agora, após o terremoto, se tornam ainda mais miseráveis e vulneráveis, frente às autoridades imperialistas e ao aumento de tropas militares, assim como as grávidas que estão dando à luz na rua, ou morrendo por falta de cuidados. As mulheres que, como sempre foram as que cuidaram da casa e da família, agora também são elas que estão nas ruas fazendo comida para a população e carregando a responsabilidade de garantirem a sobrevivência dos filhos e do marido. Contudo sofrerão, ainda mais, com o aumento dos estupros e prostituição. Em defesa das mulheres haitianas, impulsionamos a campanha “Somos as negras do Haiti”.

Dessa forma chamamos a tod@s a fazerem parte dessa campanha em solidariedade ao povo haitiano, contra as forças militares da ONU, dos EUA, do Brasil e de quaisquer outros paises, defendendo que o povo haitiano decida sobre os rumos dos alimentos, medicamentos, combustível e outros insumos necessários para enfrentar a catástrofe. E em denuncia aos paises imperialista, que historicamente exploram e espoliam esse povo que luta ferrenhamente, há séculos, pela real independência.

Todos juntos ao ato flash mob no centro de Campinas (Praça do Rosário) em solidariedade ao povo haitiano quinta-feira, dia 28/01, as 17h.Toda solidariedade ao povo haitiano!Fora tropas militares do Haiti! Por uma ajuda humanitária de verdade!Basta de violência contra as mulheres haitianas!

Propostas do Movimento a Plenos Pulmões para Plenária Nacional da ANEL, ocorrida em Salvador, 30/01

ASSEMBLÉIA NACIONAL DOS ESTUDANTES LIVRE

A realidade impõe uma mudança na prática política e no programa

Com o despertar do movimento estudantil brasileiro em 2007, a falta de uma coordenação nacional da luta dos estudantes se tornou um problema ainda mais agudo. Este processo deu lugar a uma vanguarda estudantil que nas federais abriu espaço para a construção da ANEL, apoiada inclusive numa série de entidades recuperadas da burocracia governista. Ainda que nas estaduais paulistas, onde o processo de luta estudantil vem sendo mais avançado, a ANEL não tenha conseguido se construir mesmo com o DCE da USP dirigido pelo PSTU (em grande parte porque amplos setores de vanguarda o rechaçam por não apresentar uma prática política claramente diferenciada do PSOL), o Congresso Nacional de Estudantes, que reuniu em junho mais de 1400 participantes, mostrou mais uma vez o espaço político para uma alternativa nacional, que se expressou novamente na 1ª assembléia nacional da ANEL na USP com mais de 300 estudantes, ainda que aí se expressou cabalmente a debilidade de não ter quase nenhum independente da USP.

No fim do ano, o governismo saiu extremamente vitorioso nas eleições estudantis nas federais (nas estaduais paulistas foi brutalmente derrotado), o que se constitui como um golpe na construção da ANEL. Isso é mais grave frente ao começo do surgimento de uma nova direita no movimento que ganhou o DCE da UFRGS e quase o da USP. Isso deve levar a um balanço profundo do movimento estudantil combativo de conjunto e a uma mudança no rumo da ANEL.

A única mudança importante que o PSTU teve em sua política universitária no 2ª semestre, além de uma relativa iniciativa ao redor da ANEL, foi concluir tardiamente o que nós já dizíamos há anos: que não bastava ficar cantando vitória da luta derrotada contra o REUNI e, pior ainda, seguir sem levantar um programa pela positiva. No entanto, isso não se transformou numa política efetiva, que moldasse um novo programa e uma nova prática política que fosse capaz de tirar das intenções o “novo movimento estudantil”.

Da nossa parte, seguimos insistindo no que já dissemos. Que o fato de a ANEL ter surgido em meio a mais uma grande luta das estaduais num CNE completamente descolado dela, o fato de que importantes resoluções votadas mais uma vez não foram levadas à prática (como a campanha contra o golpe em Honduras, contra a violência policial, pela democratização da universidade, contra a repressão, pelo fim do ensino pago e do vestibular), foi conformando um rumo para a ANEL similar à experiência anterior da Conlute que naufragou.

Nós, que seguiremos batalhando como ala na ANEL por uma política consequente porque não seremos abstencionistas frente à necessidade urgente de unificação nacional do movimento estudantil, consideramos que a reunião da ANEL no FSM deve estabelecer a abertura de uma nova fase que se faz urgente. Passa da hora da ANEL estar realmente presente no cotidiano dos estudantes, pautando e lutando em relação as principais questões que hoje permeiam não só o movimento estudantil, mas o cenário político mais de conjunto.

Queremos uma ANEL verdadeiramente militante, à altura dos desafios que o movimento estudantil combativo tem nesse próximo período, ao lado dos trabalhadores e do povo pobre. Essas são algumas das tarefas que estamos nos colocando a partir da nova localização que conquistamos no movimento estudantil paulista, a partir da batalha que demos junto a independentes, com as recentes vitórias no CACH Unicamp (junto aos companheiros do PSTU), CASS PUC, CACS Unesp Marília, CAFF Unesp Araraquara, que se juntam ao nosso trabalho no DA de Rio Claro e no DCE da Unesp.

Comidas, remédios, mandem tudo para o Haiti! Só não mandem suas tropas para o povo reprimir!

Neste jornal especial para o FSM, analisamos a situação do Haiti e suas implicações no Brasil e para a esquerda. É em base a estes fundamentos que consideramos premente a construção de uma ampla campanha de solidariedade operaria-estudantil internacional. Esta é não somente uma necessidade que parte da realidade, mas uma excelente via de luta política com as organizações governistas no ME.

Propomos os seguintes eixos para essa campanha:
Fora as tropas da Minustah e do imperialismo do Haiti! Que os trabalhadores e o povo haitiano controlem a distribuição de alimentos, água e de toda a ajuda internacional recebida! Que a ANEL centralize a partir dos CA’s, DCE’s e grêmios atos em solidariedade ao povo haitiano, já no mês de fevereiro, e coloque este como eixo central nas calouradas. Que os CA’s, DCE’s e grêmios organizem junto à Conlutas a arrecadação de dinheiro para o envio ao Haiti.

A paz não brota da fome, da polícia e do capitalismo com suas misérias e horrores

A demagogia do “Brasil Potência” propagada pelo governo Lula, se desfaz a cada tiro nas periferias, em cada enchente nas cidades, contrapostos aos bilhões de reais destinados aos empresários dos pais para salvá-los da crise capitalista. Das vitórias do Brasil na copa e olimpíadas o que resta para o povo até agora é o recrudescimento da repressão. Agora os que protestam em São Paulo contra as enchentes recebem mais repressão e não a resolução de problemas elementares como uma moradia digna que este capitalismo putrefato não garante. Apesar da crise no Brasil ter sido contida temporariamente (assim como em todo mundo) salvamentos bilionários dos capitalistas por parte dos governos, trabalhadores de vários setores sofreram com demissões, redução de salário, direitos e aumento da exploração. A juventude precisa se revoltar com essa situação. Não podemos seguir sem implementar esta resolução já votada na ANEL:

Basta de repressão e violência policial nas periferias! Pela dissolução da policia assassina nos morros e favelas! Ligando essa luta a partir de agora com a demanda: Por uma reforma urbana radical que resolva o problema crônico das moradias no país! Frente aos aumentos das passagens dos transportes coletivos verificados neste inicio de ano por todo o pais. Contra o aumento da passagem! Unificar as lutas estudantis no Brasil contra o aumento das passagens, articulando-as com o movimento sindical a partir da Conlutas.

A ANEL precisa assumir a luta contra a repressão de ontem e hoje

A luta pela retirada das tropas brasileiras do Haiti deve estar ligada com uma campanha a partir das universidades de deslegitimação do exército brasileiro. Como pode ser uma “missão de paz” chefiada pelos mesmos mandantes que torturaram e mataram na ditadura no Brasil? Precisamos abrir de vez mais esse flanco de luta contra o exército e ligando com a luta contra a repressão de hoje que é promovida pelo estado ou sustentada por ele. Lula já mostrou que não é capaz de levar nenhuma luta contra os militares e mais ainda neste momento. Essa tarefa deve ser tomada pela ANEL:
Basta de impunidade! Pela revisão da lei na anistia que garantiu a não punição dos torturadores! Punição aos torturadores e repressores de ontem e de hoje! Contra a repressão ao MST, que mais uma vez está atacado e agora com vários presos.

Mais uma vez insistimos: não vai haver democratização da universidade no país sem atacar os lucros dos capitalistas do ensino privado e combater o EAD Desde o surgimento da ANEL no último CNE realizado no Rio de Janeiro, defendemos como um dos eixos principais a luta pela democratização radical das universidades. Entendemos que na ultima assembléia da ANEL a proposta da PL levantada pelos companheiros do PSTU, apesar de ser um passo à frente por reconhecer a necessidade de um programa pela positiva frente ao projeto do governo, do ponto de vista do seu conteúdo é totalmente insuficiente pois não responde à questão estrutural da crise da universidade. Não vai haver expansão significativa e de qualidade do ensino público sem enfrentar os monopólios privados da educação, como pretende o PL (que além do problema de conteúdo naufragou no meio do caminho). Somente o Grupo Anhanguera e Estácio de Sá, os dois maiores grupos, concentram mais de 200 mil estudantes e tem um enorme poder político e econômico que influencia todo o plano da educação nacional, sua fonte de lucros exorbitantes. Por isso, o movimento estudantil combativo tem que colocar como eixo central a luta pela estatização das universidades particulares, a começar por esses grandes grupos que à custa de nossas mensalidades financeirizam suas receitas, especulam e aumentam seus lucros na bolsa de valores, oferecendo cursos sucateados que destinam aos jovens somente a maior exploração no mercado de trabalho no futuro. A monopolização no ensino superior privado provocou pela primeira vez, em 2008, uma diminuição no número de Instituições de Ensino Superior no país devido à compra dos grupos menores pelos maiores e pela evasão crescente. Essa situação está gerando um boom de crescimento do EAD (que é uma realidade há muito tempo para a juventude que está nas particulares), pois é uma forma da burguesia ter menos gastos com a educação e oferecer cursos precarizados e de rápida duração, além de facilitar o direcionamento e interferência de grandes empresas como a IBM, Nokia, Xerox, Microsoft e outras que já investem em universidades virtuais. Para enfrentar o discurso democratizante que vem por trás também dos planos do governo e do EAD, enfrentando o governismo no movimento estudantil, devemos lutar de maneira consequente por:
Chega de lucrar com o direito do povo à educação! Nenhum jovem deve pagar para estudar! Fim do vestibular, expropriação sem indenização dos principais monopólios da educação como os Grupos Anhanguera e Estácio de Sá, estatização das universidades privadas para criar e ampliar de fato as vagas do ensino superior A tecnologia à serviço da educação pública, gratuita e de qualidade e da maioria da população e não do lucro dos capitalistas! Abaixo a Univesp e outras formas de precarização do ensino! Vagas presenciais para todos os estudantes virtuais! Permanência estudantil plena! Redução da jornada de trabalho! Passe livre para a juventude! Creches 24 horas para as jovens mães! Ampliação das moradias! Redução radical das mensalidades sem redução da qualidade do ensino! Bolsas para todos os estudantes que necessitam! Preenchimento das vagas ociosas nas particulares com bolsas de estudos integral sem subsídio do governo! Anistia da dívida de todos os inadimplentes e re-matrícula imediata! Fim das catracas: abram as portas da universidade!

Por uma luta consequente contra os regimes universitários oligárquicos e repressivos

As lutas do movimento estudantil fizeram ressaltar o caráter anti-democrático dos regimes universitários, que são uma ditadura de uma casta docente porque essa é a única forma de manter seus privilégios e a universidade brasileira tão elitista, racista e com o conhecimento à serviço do capital. Para isso, sempre estão dispostos a usar a repressão policial e a perseguição política aos ativistas do movimento estudantil e também ao Sintusp. Frente a isso, até mesmo João Grandino Rodas, reitor escolhido por Serra resgatando os métodos da ditadura de não escolher nem mesmo o que a oligarquia votou (era o 2º da famigerada lista tríplice) é obrigado a fazer um discurso de diálogo (que já mostrou sua falácia com uma brutal repressão policial contra estudantes e trabalhadores que estavam na posse nessa semana) e que vai assumir o programa das federais de 70-15-15 na estrutura de poder. O governismo levanta o programa da paridade nos conselhos 33-33-33, programa ao qual praticamente toda a esquerda se adapta. É necessário impulsionar uma luta consequente pela democratização da estrutura de poder. A ANEL precisa abrir esse debate e superar o programa da paridade, além de impulsionar uma forte campanha contra a repressão, ao que o PSTU vem sistematicamente se negando. É inseparável a luta pela democratização radical do regime universitário com a luta contra a repressão. Frente a isso, insistimos na necessidade de mudar o programa da ANEL para:

- Abaixo os regimes universitários anti-democráticos e repressivos: por governos tripartites com maioria estudantil Fim de todos os processos contra os lutadores

CHAMADO PARA A REUNIÃO DE REORGANIZAÇÃO DO MOVIMENTO ESTUDANTIL DA UNESP/FATEC

As entidades abaixo assinadas convocam todos os centros e diretórios acadêmicos, assim como todos os estudantes da UNESP/FATEC em geral, para participar da reunião de reorganização do nosso movimento estudantil. É importante a participação de todos os campi da UNESP e da FATEC para garantir que todas as posições e propostas sejam ouvidas.Nesse ano, junto aos estudantes, funcionários e professores da USP e UNICAMP, teremos o desafio de continuar a luta contra todas as medidas de precarização do ensino ( como a UNIVESP), em defesa da democracia na universidade, pela qualidade da permanência estudantil, na perspectiva de construir uma universidade realmente pública, gratuita, de qualidade e à serviço da grande maioria trabalhadora e pobre.

Pautas:
1) Construção do Conselho de Entidade da UNESP/FATEC (CEEUF) e discussão sobre a realização de nosso Congresso.
2) Reorganização e coordenação do movimento estudantil das universidades estaduais paulistas.

A REUNIÃO SERÁ DIA 06/02 (Sábado) às 10:00 da manhã, no espaço cultural ao lado da estação de metrô Vergueiro em São Paulo (capital).

Assinam esta convocatória:
Diretório Acadêmico “XVI de março” (UNESP RIO CLARO)
Centro Acadêmico de Pedagogia “Anísio Teixeira” (Unesp Marília)
Centro Acadêmico de Filosofia (Unesp Marília)
Comissão local da Moradia da Unesp Marília
Diretório Acadêmico da Unesp Presidente Prudente
Centro Acadêmico de Ciências Sociais ( UNESP MARÍLIA)
Rafael Borges (delegado de Franca no DCE UNESP/FATEC em 2008 e 2009)
KIM (delegado de Rio Preto no DCE Unesp/fatec)
Felipe Luiz (delegado de Marília no DCE Unesp/Fatec)
Diretório Acadêmico “Filosofia” (UNESP Rio Preto)
Centro Acadêmico Engenharia de Alimentos (UNESP Rio Preto)
Centro Acadêmico da Letras (Unesp Rio Preto)

Nota do CACS-Marília, sobre o Haiti

Diante da catástrofe pela qual passa a ilha do Haiti temos que nos colocar a tarefa de analisar o que está por trás das noticias e imagens que assistimos no “espetáculo” que nos proporciona os grandes jornais todos os dias.

Muito para além de mais uma fatalidade, o Haiti vive hoje uma verdadeira catástrofe social. As conseqüências do forte terremoto que atingiu o país caribenho são fruto de muitos anos de intervenção imperialista na região. Não foi por acaso, e muito menos por incompetência dos haitianos como querem que acreditemos, que a primeira república negra do mundo se tornou um dos países mais pobres do mundo.

Nas últimas décadas, os interesses do imperialismo vêm sendo aplicados graças às duras imposições econômicas que o FMI e o Banco Mundial submetem ao povo haitiano. Desde 2004, as tropas da ONU garantem, através de forte ocupação militar liderada pelo exército brasileiro, que nada fuja aos planos de países imperialistas como os EUA e a França e de suas multinacionais instaladas ali para explorar a força de trabalho semi-escrava. E além de reprimir fortemente o povo haitiano, as tropas do exercito violentam sexualmente as mulheres haitianas.

Denunciamos o verdadeiro caráter da “ajuda comunitária internacional” após o terremoto: enquanto centenas de milhares de pessoas vagam pelas ruas a espera da comida que é jogada de helicópteros ou distribuída sempre em quantidades insuficientes, milhares de soldados fortemente armados fazem a segurança de armazéns e mercados repletos de mantimentos para evitar o saque dos “bárbaros” haitianos, garantindo assim a propriedade privada dessas mercadorias. A coalizão internacional liderada pelos EUA não quer simplesmente reconstruir o Haiti. Quer garantir que essa reconstrução sirva para perpetuar e reforçar os interesses de suas empresas e garantir a manutenção da ordem social estabelecida. Hoje o país caribenho está ocupado por dezenas de milhares de soldados, que transformaram o aeroporto de Porto Príncipe em uma base militar e controlam todas as estradas e o espaço aéreo do país.

Nos juntamos às entidades, sindicatos, organizações populares, partidos e movimentos sociais que hoje se colocam em campanha em solidariedade ao povo haitiano

e pela imediata retirada das tropas da ONU e dos EUA do país!

Que o lucro dos capitalistas seja expropriado para amparar os atingidos e reconstruir o país!

Que os recursos sejam controlados pelos trabalhadores e organizações populares haitianas!

Pelo fim da dívida pública do Haiti!

Centro Acadêmico de Ciências Sociais da Unesp de Marília - Gestão Rosa Luxemburgo
http://cacsrosaluxemburgo.blogspot.com/

CACH-Unicamp chama Flashmob no centro de Campinas em solidariedade ao oprimido povo haitiano

Terça feira, 02/02

TODOS E TODAS AO FLASHMOB NO LARGO DO ROSÁRIO, CENTRO DE CAMPINAS,
ÀS 17H EM APOIO ATIVO AO OPRIMIDO POVO HAITIANO!

O estado de coisas e das pessoas no Haiti é agravado diariamente pelo terremoto mais permanente no país: o terremoto social submete as vítimas do terremoto natural. O terremoto do dia 12 de janeiro já havia causado a morte de quase 100,000 haitianos, e deixou por volta de 609,000 desabrigados, segundo cálculos oficiais das Nações Unidas. Mas o abalo natural acabou há duas semanas; e mesmo assim, o número de vítimas, a partir de algumas estimativas, praticamente dobrou nessa última semana (quase 200,000) e o número de desabrigados subiu para 1,000,000. Por que os números crescem diariamente de maneira tão assombrosa? O terremoto no Haiti foi um fenômeno natural que não pôde ser evitado; mas as suas conseqüências e como lidar com ele, não são naturais nem inevitáveis. Embora as conseqüências do terremoto natural, como corte do suprimento de água, de comida e de energia elétrica, além dos feridos que batalhavam para sobreviver desde o dia 12, se manifestem neste aumento nas duas taxas, a intervenção de organismos internacionais como a ONU e dos governos dos Estados Unidos e do Brasil ajudam a afastar ainda mais os haitianos da verdadeira fonte da ajuda humanitária: o próprio povo pobre e trabalhador haitiano.Na situação atual, os haitianos são obrigados a trabalhar na direção oposta daquela da “comunidade internacional”. A coordenação norte-americana e das Nações Unidas obriga os haitianos a manterem-se passivos quanto aos esforços de salvamento e reconstrução do país. Os haitianos são instigados a formarem filas quilométricas para receberem alimentos, sem que desde o início haja alimentos para todos, esperando inutilmente por uma ajuda que não chega; são sistematicamente impedidos de participarem das operações de distribuição. Os agentes da ajuda oficial pedem calma para que a sua contribuição ao desastre seja o esforço único, recebida em silêncio. Enquanto isso, as tropas internacionais da ONU (capitaneadas pelos soldados brasileiros de Lula), o exército norte-americano de Barack Obama (que, sozinho, já soma mais soldados que todas as nações juntas, com um destacamento de mais de 20,000 soldados) e a polícia de mais de trinta países, além da polícia local, asseguram ao povo haitiano que ele não terá acesso aos artigos de consumo já existentes na capital, dentro de mercearias e supermercados. A população que tenta justificadamente se apoderar da comida da cidade é perseguida e recebe tiros da polícia. Esta força policial desumana já matou cerca de 27 pessoas, chamando famintos de “saqueadores”. Vão aos montes a Porto Príncipe para ajudar os haitianos a entender que eles mesmos não são capazes de se ajudar.Por causa dos estragos causados pelo terremoto na infraestrutura de Porto Príncipe, a ajuda internacional continua presa em navios cargueiros e porta aviões dentro da baía da capital, e em aviões de resgate no aeroporto cheio de aeronaves que não podem se locomover. As estradas ainda estão cobertas por escombros, dificultando ainda mais o transporte de água e alimentos. A temporada de chuvas no Haiti começa a partir de maio, e quase metade dos sobreviventes não possui alojamentos seguros para se abrigarem das fortes tempestades caribenhas, nem estocagem de comida.O destino do Haiti precisa estar de uma vez por todas em suas próprias mãos. A ajuda internacional só pode atingir positivamente o povo haitiano se esse mesmo povo estiver na coordenação dos esforços humanitários e com o controle dos recursos recebidos. Os haitianos não podem ter paciência, nem podem esperar por ajuda. É impensável achar que a demora na entrega dos recursos colabora com o bem-estar do povo pobre de porto Príncipe, como quer a mídia. Nós, estudantes do Centro Acadêmico de Ciências Humanas da Unicamp exigimos novamente a retirada incondicional das tropas da ONU (MINUSTAH) do Haiti, e que o Congresso brasileiro revogue imediatamente o envio de mais 900 soldados para lá, anunciado essa semana. Repelimos a invasão do exército norte-americano em toda a América Central e exigimos sua saída. Que o dinheiro necessário para a manutenção das tropas seja revertido em ajuda direta. Que a dívida externa do Haiti seja cancelada. E, principalmente, que as organizações trabalhadoras e o povo pobre do Haiti controlem os recursos recebidos e sua distribuição interna: comida, água, suprimentos médicos e barracas.

Centro Acadêmico de Ciências Humanas da Unicamp Gestão Terra em Transe
contato (www.cach-unicamp.blogspot.com)

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Urgente: Ato contra Rodas, Serra e Kassab na USP é reprimido pela polícia e dois estudantes são presos

25/01; 18h18

O ato pacífico organizado por estudantes da USP durante a posse de Rodas foi brutalmente reprimido pela Força Tática. Cerca de 80 estudantes estão presentes no ato e já são dois os estudantes presos.

Chamamos a mais ampla solidariedade contra a repressão policial. Exigimos a imediata libertação destes presos político e a máxima divulgação de mais uma repressão policial a estudantes feita pela polícia de Serra, Kassab e Rodas.

Movimento A Plenos Pulmões

VÍDEO - Solidariedade ativa ao povo haitiano

Assista aqui a imagens do ato do dia 21/1 na av. Paulista.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Solidariedade operário e popular: estudantes e trabalhadores saem às ruas e protestam contra as tropas no haiti



O ato em solidariedade ao povo haitiano reuniu mais de 100 pessoas na Av. Paulista. Junto a estudantes de diveras universidades, ao centro acadêmico de Serviço Social da PUC, à Ler-qi, ao grupo de mulheres Pão e Rosas e ao coletivo Força Ativa, estudantes d´A Plenos Pulmões protestaram contra o cônsul racista e as tropas brasileiras, da ONU e norte americanas no Haiti.

Estes foram nosso grito de protesto às tropas e de solidariedade ao povo haitiano:

“Comida, remédio, mandem tudo pro Haiti Só não mandem suas tropas para o povo reprimir”

“Solidariedade operária e popular Pelo povo do Haiti nós temos que lutar”

“Fora ianques, Fora ianques, Fora imperialismo, haitianos adiante”

“Fora já, fora já daqui, O cônsul racista e as tropas do Haiti”

“Somos as negras do Haiti, Contra as tropas de Lula estamos aqui”

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Depoimento de estudante da Ciências Sociais USP

Pretendo comparecer a esse ato, principalmente no sentido de denunciar os abusos e absurdos cometidos pela "força de paz" e seus agentes. Nesse sentido, creio que seja primordial a necessidade de expor e um dar peso excepcional na denúncia de abusos por parte de militares. Abusos estes que, se não me engano, foram denunciados tempos atrás por alguns soldados, evidenciando a existência de um toque de recolher cuja pena por transgressão era ser alvejado sem critérios.

Enfim, digo isso pois a mídia burguesa, o governo brasileiro e outros governos tem trabalhado firmemente na idéia das forças armadas salvadoras, benevolentes, distanciando qualquer suspeita de abuso. Quanto ao fato de que as organizações populares e operárias sejam imbuidas da tarefa de organizar a ajuda enviada, eu creio que muitos questionariam quais são essas organizações e se podem, estruturalmente falando, auxiliar e desenvolver essa função. Sei plenamente que a ajuda desempenhada pelos exércitos ali presentes não compensa o papel repressor e abusivo que desempenharam, no entanto é importantissimo analisarmos a questão organizacional do proletariado de lá e suas condições e mostrar a importância de que a ajuda seja por eles organizada pra galera, muito porque a nossa classe operária tem de se desvencilhar dessa imagem propagada pela mídia e analisar a realidade, que deixa clara a exploração que resulta na miséria do país, e que, dessa forma, não faz sentido confiar no exército e nos governos para essa tarefa de auxílio.

André Bof, estudante de Ciências Sociais da USP e integrante da chapa Canto de Guerra, integrada pelo Movimento A Plenos Pulmões e indepednentes, para as eleições passadas para o CEUPES 2010

ATO-ESCRACHO QUINTA, 20/01, 18h

DIVULGUEM e COMPAREÇAM!!!ATO-ESCRACHO HOJE!Perante as colocações imperdoáveis do consul haitiano e em solidariedade ao povo haitiano, faremos um ATO-ESCRACHO hoje (quinta-feira) , às 18h em frente ao consulado haitiano que fica no endereço: Av. Paulista, 1499 (na altura do metrô Trianon-Masp).

VEJA O VÍDEO: Solidariedade operária e popular ao povo haitiano

http://www.youtube.com/watch?v=UdYG9ojZuN0&feature=player_embedded

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Fora as tropas da Minustah e dos EUA do Haiti!

Nota do CACH em solidariedade ao povo haitiano

Campanha em solidariedade ao povo hatiano
Nesta última terça-feira, pela noite, uma grande catástrofe sobreveio no Haiti por ocasião de um terremoto, como veicularam todos os meios midiáticos. A tragédia natural numa região como Porto Príncipe, perpassando os furacões que o atingiram em 2004, parece ser a apoteose e a culminação do que resta dos destroços sociais da população haitiana, assediada e brutalizada pela persistente “missão de paz”, i.e. intervenção militar, das tropas da ONU instaladas no Haiti desde a remoção do ex-presidente Jean Baptiste Aristide em 2004.


Praticamente todas as estradas e ruas estão bloqueadas com detritos e escombros das construções. Não há comida nem água potável disponível com facilidade, enquanto as franzinas forças policiais haitianas impedem pela violência que a população se apodere dos artigos de consumo existentes em lojas, supermercados e mercearias da capital. Disparos frequentes são ouvidos desde a noite desta última quarta-feira; a eletricidade é quase inexistente, e se concentra em hotéis e residências mais afastadas do epicentro do terremoto. Nos hospitais, vivos enfermos se misturam a corpos já sem vida pelos corredores. Trabalhadores dentro de várias camionetes de polícia – os primeiros veículos policiais vistos nas ruas da capital desde o terremoto – ocupavam-se recolhendo os corpos.

O presidente haitiano René Préval encontra-se, desde o ocorrido, afastado do centro da cidade, isolando-se no aeroporto. Seu ponto de contato com as massas haitianas desesperadas e sem moradia – depois de muito silêncio e completo desligamento com as condições do povo - se dá através de caminhões de som, chamando pela calma, encorajando a não se tomar atitudes extremas e de que é necessária a “mais prudente colaboração”. Não se dispõe a aparecer no epicentro dos eventos trágicos da capital para fornecer a mais elementar confiança aos feridos e macerados. Torna seus os desejos e comandos da ONU e só pode querer aquilo que lhe é ordenado.

O presidente dos EUA Barack Obama disse que esse é “um daqueles momentos que necessitam da liderança norte-americana”. E já mostrou a que liderança se refere. Os necessários 500 milhões de dólares prometidos são acompanhados pelo envio de porta-aviões, caças a jato e mais 2000 fuzileiros navais para “assegurar a ordem pública”. Aviões cargueiros trarão tropas canadenses e francesas de reconhecimento do terreno nos próximos dias (as mesmas equipes militares que acorreram ao Haiti em 2004 depois da retirada do ex-presidente) para, além da ajuda humanitária à qual estamos em completo acordo, mostrar aos haitianos, segundo a Secretaria de Estado Hillary Clinton, “onde podem ir, e que tipo de ajuda podem esperar”.

Concordamos com toda a ajuda em suprimentos alimentares, fornecimento de água potável e demais auxílios financeiros, e há que ser urgente e prioritário agora. Mas isso não pode ser acompanhado do envio de ainda mais contingentes militares de contenção do povo haitiano, que com a ocupação policialesca do Haiti não pode resolver nenhum problema social decisivo, e a prova real desse fato é a própria MINUSTAH (nome da “missão de paz” da ONU em vigência no Haiti, renovada por mais um ano no fim de 2009, capitaneada pelo Brasil): não deve desaparecer de nossa vista que muitos aspectos de destruição e insalubridade que parecem ter sido trazidos pelo terremoto já existiam no local muito antes desse, e permaneceram muito depois dos milhares de militares enviados ao país.

O destino do Haiti deve estar inescapavelmente nas mãos do povo haitiano, sem que se precise converter milhões de trabalhadores em mendigos sustentados às expensas da caridade estatal e privada. Nós do Centro Acadêmico de Ciências Humanas da Unicamp repudiamos a presença da invasão militar da MINUSTAH e reivindicamos a sua retirada imediata e incondicional do território haitiano; da mesma maneira, repudiamos a utilização desse momento de extrema necessidade da população da capital como pretexto para inundação do país com maior presença das Forças Armadas internacionais. Chamamos a vinculação à campanha democrática de solidariedade lançada pela Conlutas em defesa da auto-determinação da população do país caribenho contra a afluência repressora dos diversos imperialismos, e convocamos todos os sindicatos, centrais sindicais, organizações trabalhadoras e estudantis para a construção de ações comuns (atos, campanhas finaceiras...) em solidariedade ativa ao oprimido povo haitiano, a denúncia política da invasão opressora em pleno vigor no mesmo momento em que escrevemos e chamando o não pagamento da dívida externa do Haiti, hoje de quase 2 bilhões de dólares, para que esta soma seja totalmente convertida na resconstrução daquele país.

Centro Acadêmico de Ciências Humanas (UNICAMP): Gestão “Terra em Transe”

ATO-ESCRACHO QUINTA, 20/01, 18h

DIVULGUEM e COMPAREÇAM!!!
ATO-ESCRACHO AMANHÃ!

Perante as colocações imperdoáveis do consul haitiano e em solidariedade ao povo haitiano, faremos um ATO-ESCRACHO amanhã (quinta-feira) , às 18h em frente ao consulado haitiano que fica no endereço: Av. Paulista, 1499 (na altura do metrô Trianon-Masp).

Que sejam os próprios haitianos e suas organizações populares e de trabalhadores que controlem a ajuda humanitária!

Solidariedade ao povo haitiano

No dia 12 de janeiro, um terremoto de proporções catastróficas atingiu o Haiti vitimando centenas de milhares de pessoas e provocando uma abissal destruição no país.. No entanto, se essa tragédia foi uma fatalidade ocasionada por razões naturais, os fatos que se seguem a ela não o são. E por isso entendemos que uma declaração de solidariedade ao povo haitiano, para além de apenas manifestar condolências por seu sofrimento, deve focalizar os fatos que envolvem essa tragédia ocorrida em um país economicamente devastado e que vive uma situação de convulsão política.

Nos últimos dias a mídia brasileira vem publicando uma enxurrada de reportagens sobre a tragédia no Haiti, que se tornou um tema central na maioria dos veículos. Além da manifestação de solidariedade às vítimas (sempre em tom de horror moralista) a maior parte dessas matérias prima por ressaltar a miserabilidade do Haiti, a condição de vida degradante de grande parte de seus habitantes e os problemas crônicos de saúde e educação do país. Do mesmo modo, apresenta os haitianos como um povo exótico e carente dos valores e preceitos da “civilização”. O que se pretende, nitidamente, é traçar uma caricatura do povo haitiano como “atrasado” e incapaz de gerir por si próprio os destinos de seu país, legitimando dessa forma a intervenção das tropas militares e a opressão imperialista sofrida pelo país mascaradas sob a forma de “missão de paz” e “ajuda humanitária”.

Somam-se a essas matérias declarações absurdas, nitidamente racistas que naturalizam e reproduzem a lógica de opressão, como a do pastor Pat Robertson, fanático religioso da extrema-direita dos EUA para quem a catástrofe do terremoto trata-se de uma “punição divina” aos haitianos que teriam feito um pacto com o demônio para se libertar da França. E, mais grave ainda, a declaração do Cônsul do Haiti no Brasil para quem “os africanos são amaldiçoados” e a tragédia no Haiti é interessante por dar visibilidade ao país.


A primeira coisa a se reparar é que a pobreza do Haiti não se deve à “incompetência dos haitianos” nem muito menos às “punições divinas”, mas sim ao processo de espoliação econômica sofrido pelo país ao longo de vários séculos; que é uma prova de que o capitalismo não tem nada a oferecer aos trabalhadores e ao povo pobre e oprimido exceto miséria e catástrofe. Historicamente o Haiti foi uma colônia francesa, então nomeada São Domingos, responsável por uma grande parcela da produção mundial de açúcar e de grande importância econômica para a metrópole, e na qual predominava o modelo escravista e a lógica de exploração.


Em 1791 o Haiti é palco de fervorosos acontecimentos políticos e assiste ao triunfo de uma rebelião escrava, dirigida por Toussaint Louverture, que extinguia a escravidão no país e tornava o país independente da França, o que sem dúvida representava um duro golpe para as nações escravocratas que passariam a viver com o temor de um acontecimento semelhante. Em função disso, o Haiti sofrerá inúmeras invasões e ocupações por diversos países europeus ao longo do século XIX, incluindo a própria França, cuja invasão militar resulta na imposição ao Haiti de uma dívida em troca da independência.

O Haiti também possui um amplo histórico de golpes militares, ocupações e intervenção política e econômica por parte dos EUA ao longo do século XX e também no início do século XXI. Para citarmos apenas dois exemplos, lembramos que as ditaduras genocidas de “Papa Doc” e “Baby Doc”, que somadas duraram 30 anos, se deram sob a tutela dos EUA, assim como o atual governo supostamente “democrático” de René Preval, que desde eleito vem cumprindo rigorosamente os planos traçado pelo FMI, ampliando a abertura econômica, privatizando empresas e avançando na retirada de direitos trabalhistas. Tudo para garantir que essa ex-colônia revoltosa permaneça em seu devido lugar, fornecendo gêneros agrícolas para exportação a baixo custo e mão-de-obra semi-escrava nas transnacionais de tecidos e outros bens de consumo.

Assim, quando Barack Obama, de forma cínica, convoca a “comunidade internacional” a “voltar seus olhos para o Haiti e ajudá-lo” o que está sendo colocado não é uma desinteressada “ajuda humanitária”, mas um plano político de ocupação da região caribenha, que ao mesmo tempo previne a migração de haitianos para a costa de Miami e mantém um considerável contingente militar em uma área muito próxima de Cuba. Não por acaso a suposta “ajuda” vem em forma de militarização e fortalecimento da espoliação e opressão imperialista: Obama acaba de assinalar o envio de mais dez mil soldados ao Haiti. Deve-se observar ainda que os dois órgãos da “missão humanitária” dos EUA são o seu Departamento de Defesa e a US Agency for International Development (USAID), o mesmo órgão usado para a “reconstrução” do Iraque, responsável pelas reformas educacionais do Brasil no período da Ditadura Militar e também atuante no Chile durante a ditadura de Pinochet.

Mais demonstrações de cinismo também são visíveis no Governo Lula. Desde 2004, quando as tropas da ONU ocuparam o Haiti, o Brasil, com o intuito de pleitear uma vaga no Conselho de Segurança da ONU, exerce um papel de liderança na ação de intervenção nomeada Minustah. Ainda que Lula diga que o propósito da intervenção do exército brasileiro é “respaldar um governo democrático”, tudo que a ocupação militar tem causado são assassinatos, repressão, estupros, massacres nos bairros pobres e violações diversas dos direitos humanos. Em 2008, a população haitiana se rebelou e saiu às ruas em protesto contra a ocupação de seu país. E o papel da “missão de paz” foi reprimir e assassinar os manifestantes em nome da “manutenção da democracia”. Quando se trata da democracia dos ricos, qualquer manifestação dos oprimidos é uma “ameaça à democracia”...

Da mesma forma, foram reprimidos pelas “tropas de paz” os estudantes haitianos que não se calaram diante da ocupação e das atrocidades praticadas em seu país, e se levantaram em 2008 e 2009 contra a presença criminosa da Minustah, contra o desmantelamento da educação e reivindicando ao lado dos trabalhadores o aumento do indecente salário mínimo. Ainda assim o cinismo do Governo Lula persiste, e agora ganha endosso de algumas vozes supostamente opositoras, como Marina Silva, que recentemente escreveu na Folha que deve-se reconhecer o esforço dos “heróicos soldados brasileiro na ‘missão de paz’”, embelezando a ocupação criminosa e as tropas assassinas.

E serão exatamente essas mesmas tropas interventoras e assassinas as responsáveis por controlar os recursos enviados em ajuda ao Haiti e “garantir” a reconstrução do país. Sob o pretexto da ajuda humanitária, há na verdade um recrudescimento da militarização no Haiti. É evidente que não há possibilidade alguma de reconstrução em um país ocupado militarmente. E por isso qualquer declaração sincera de solidariedade ao povo haitiano deve incluir a exigência de retirada das tropas do Haiti. Além disso, é fundamental que os recursos enviados em ajuda ao Haiti sejam controlados e geridos pelo próprio povo haitiano, através dos sindicatos, das organizações populares e dos trabalhadores. Pois, obviamente, não é possível confiar nem nas tropas assassinas e nem nos órgãos do imperialismo.

Nós, do Movimento A Plenos Pulmões, sempre nos solidarizamos com os oprimidos de todo o mundo, mas não de forma hipócrita como a grande mídia e os políticos burgueses; nos solidarizamos de forma ativa, nos colocando lado a lado, ombro a ombro com os que sofre com a opressão. E por isso entendemos que é parte conseqüente e fundamental da solidariedade com o povo haitiano colocar em pé uma grande campanha pelo fim da ocupação militar do Haiti e a retirada imediata das tropas interventoras. É assim, lutando ativamente contra a opressão do povo haitiano que pretendemos expressar a nossa solidariedade, de modo sincero e coerente.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Nota do CACH- Unicamp em defesa dos trabalhadores terceirizados da USP

O Centro Acadêmico de Ciências Humanas da Unicamp vem, através desta moção, manifestar nossa completa solidariedade e apoio aos trabalhadores terceirizados da empresa Personal que paralisaram suas atividades reivindicando o pagamento de seus salários atrasados. Sabemos que a terceirização nada mais é do que uma forma de explorar mais profundamente a classe trabalhadora, dividindo os trabalhadores e precarizando seu trabalho, e por isso, estamos ao lado dos trabalhadores terceirizados, mas contra a terceirização.

Nos colocamos à disposição para, na medida de nossas forças, ajudá-los nessa luta; pois na defesa de um movimento estudantil combativo e militante, sabemos que a aliança com os trabalhadores é fundamental.

Saudações de luta
CACH-Unicamp
11/01/10

Nota em apoio à paralisação dos trabalhadores terceirizados da USP

No dia 11 de Janeiro, trabalhadoras e trabalhadores terceirizados da empresa Personal que presta serviço em diversas unidades da USP (Reitoria, ECA, Psicologia, CEPEUSP, entre outras.) paralisaram suas atividades para exigir da empresa o pagamento de salários atrasados, horas extras, adicional noturno e outros direitos..

Nos colocamos em completa solidariedade ao lado destes trabalhadores pelo imediato pagamento dos salários atrasados e contra qualquer tipo de repressão e retaliação por parte da empresa e da reitoria. Denunciamos ainda as péssimas condições de trabalho as quais estes trabalhadores são diariamente submetidos através de extensas jornadas de trabalho, de insuficientes condições de higiene e segurança, e através dos baixos salários que recebem, que em muitos casos chegam a ser menor que um salário mínimo.

Aproveitamos a oportunidade para convidar demais entidades estudantis, sindicatos, correntes políticas e movimentos sociais a levantar uma ampla campanha pelo fim da terceirização dentro e fora das universidades e pela imediata incorporação dos trabalhadores e trabalhadoras terceirizadas sem concurso público. Entendemos que somente desta maneira conseguiremos levar adiante uma luta capaz de por fim a esta prática que aumenta cada vez mais nas universidades de todo o país e que visa dividir os trabalhadores para aumentar sobre eles a exploração.


Centro Acadêmico de Ciências Sociais da Unesp de Marília
Gestão “Rosa Luxemburgo”.