domingo, 31 de janeiro de 2010

CACH-Unicamp chama Flashmob no centro de Campinas em solidariedade ao oprimido povo haitiano

Terça feira, 02/02

TODOS E TODAS AO FLASHMOB NO LARGO DO ROSÁRIO, CENTRO DE CAMPINAS,
ÀS 17H EM APOIO ATIVO AO OPRIMIDO POVO HAITIANO!

O estado de coisas e das pessoas no Haiti é agravado diariamente pelo terremoto mais permanente no país: o terremoto social submete as vítimas do terremoto natural. O terremoto do dia 12 de janeiro já havia causado a morte de quase 100,000 haitianos, e deixou por volta de 609,000 desabrigados, segundo cálculos oficiais das Nações Unidas. Mas o abalo natural acabou há duas semanas; e mesmo assim, o número de vítimas, a partir de algumas estimativas, praticamente dobrou nessa última semana (quase 200,000) e o número de desabrigados subiu para 1,000,000. Por que os números crescem diariamente de maneira tão assombrosa? O terremoto no Haiti foi um fenômeno natural que não pôde ser evitado; mas as suas conseqüências e como lidar com ele, não são naturais nem inevitáveis. Embora as conseqüências do terremoto natural, como corte do suprimento de água, de comida e de energia elétrica, além dos feridos que batalhavam para sobreviver desde o dia 12, se manifestem neste aumento nas duas taxas, a intervenção de organismos internacionais como a ONU e dos governos dos Estados Unidos e do Brasil ajudam a afastar ainda mais os haitianos da verdadeira fonte da ajuda humanitária: o próprio povo pobre e trabalhador haitiano.Na situação atual, os haitianos são obrigados a trabalhar na direção oposta daquela da “comunidade internacional”. A coordenação norte-americana e das Nações Unidas obriga os haitianos a manterem-se passivos quanto aos esforços de salvamento e reconstrução do país. Os haitianos são instigados a formarem filas quilométricas para receberem alimentos, sem que desde o início haja alimentos para todos, esperando inutilmente por uma ajuda que não chega; são sistematicamente impedidos de participarem das operações de distribuição. Os agentes da ajuda oficial pedem calma para que a sua contribuição ao desastre seja o esforço único, recebida em silêncio. Enquanto isso, as tropas internacionais da ONU (capitaneadas pelos soldados brasileiros de Lula), o exército norte-americano de Barack Obama (que, sozinho, já soma mais soldados que todas as nações juntas, com um destacamento de mais de 20,000 soldados) e a polícia de mais de trinta países, além da polícia local, asseguram ao povo haitiano que ele não terá acesso aos artigos de consumo já existentes na capital, dentro de mercearias e supermercados. A população que tenta justificadamente se apoderar da comida da cidade é perseguida e recebe tiros da polícia. Esta força policial desumana já matou cerca de 27 pessoas, chamando famintos de “saqueadores”. Vão aos montes a Porto Príncipe para ajudar os haitianos a entender que eles mesmos não são capazes de se ajudar.Por causa dos estragos causados pelo terremoto na infraestrutura de Porto Príncipe, a ajuda internacional continua presa em navios cargueiros e porta aviões dentro da baía da capital, e em aviões de resgate no aeroporto cheio de aeronaves que não podem se locomover. As estradas ainda estão cobertas por escombros, dificultando ainda mais o transporte de água e alimentos. A temporada de chuvas no Haiti começa a partir de maio, e quase metade dos sobreviventes não possui alojamentos seguros para se abrigarem das fortes tempestades caribenhas, nem estocagem de comida.O destino do Haiti precisa estar de uma vez por todas em suas próprias mãos. A ajuda internacional só pode atingir positivamente o povo haitiano se esse mesmo povo estiver na coordenação dos esforços humanitários e com o controle dos recursos recebidos. Os haitianos não podem ter paciência, nem podem esperar por ajuda. É impensável achar que a demora na entrega dos recursos colabora com o bem-estar do povo pobre de porto Príncipe, como quer a mídia. Nós, estudantes do Centro Acadêmico de Ciências Humanas da Unicamp exigimos novamente a retirada incondicional das tropas da ONU (MINUSTAH) do Haiti, e que o Congresso brasileiro revogue imediatamente o envio de mais 900 soldados para lá, anunciado essa semana. Repelimos a invasão do exército norte-americano em toda a América Central e exigimos sua saída. Que o dinheiro necessário para a manutenção das tropas seja revertido em ajuda direta. Que a dívida externa do Haiti seja cancelada. E, principalmente, que as organizações trabalhadoras e o povo pobre do Haiti controlem os recursos recebidos e sua distribuição interna: comida, água, suprimentos médicos e barracas.

Centro Acadêmico de Ciências Humanas da Unicamp Gestão Terra em Transe
contato (www.cach-unicamp.blogspot.com)

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