sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Todo apoio a chapa Construção Coletiva para o Centro Acadêmico 22 de agosto na PUC-SP!

A PUC-SP vive atualmente um período bastante conturbado. Organizações estudantis sendo atacadas, como o CACS, proibições e cerceamento de liberdades democráticas, punição para qualquer tipo de manifestação política, cultural e artística, além de uma ofensiva da FUNDASP aproveitando o novo estatuto aprovado e o consentimento dos conselhos arcaicos da estrtura de poder da Universidade.

A médio prazo essa situação pode se agravar, a atual política da universidade movida por decretos do CONSAD (orgão superior executivo votado no novo estatuo que coloca os antigos conselhos como consultivo permitindo poderes máximos para a FUNDASP) já votou uma composição clerical para o Comitê de Ética, onde os padres terão ¼ dos votos que decidem sobre as pesquisas acadêmicas da graduação e da pós, sem contar as carteirinhas já planejada pela reitoria e a igreja como forma avançada para garantir o controle dos estudantes que “fugirem da regra da universidade”.

É importante lembrar que todos esses ataques fere com a própria tradição da Universidade que ainda que nunca teve um caráter popular e voltado para os trabalhadores, sempre cumpriu um papel progressista em abrigar professores perseguidos pela ditadura militar, as manifestações estudantis e se posicionar contra o atual regime político perseguitório da época.

Entretanto, mesmo assim isso só era possível porque a igreja e a FUNDASP tinham menos poderes acadêmicos e políticos, e paralelamente a isso o movimento estudantil conseguia se posicionar ativamente nos principais processos. Frente a isso achamos fundamental dentro do processo de reorganização das reivindicações estudantis e de um questionamento crescente das ações repressivas aos estudantes, apoiar a chapa Construção Coletiva para as eleições do Centro Acadêmico 22 de agosto.

Nós do Movimento A Plenos Pulmões apesar de divergências que temos com os companheiros, achamos fundamental apoiar a chapa nessas eleições porque sabemos que os estudantes precisam de Centros Acadêmicos que não aceitem as imposições da reitoria e dediquem suas forças para organizar as lutas do próximo período.

Os estudantes que se organizam na Construção Coletiva se colocam nessa perspectiva, diferente das outras chapas que por trás de discursos de festas e de “centro acadêmico para os estudantes e não para política” tem uma ação consciente de apoio a atual conjuntura da universidade. Nunca se colocando em defesa de nenhum estudante perseguido, nem contra os ataques promovidos pela reitoria e a FUNDASP.

  • Todo apoio a chapa “Construção Coletiva” no Centro Acadêmico 22 de agosto.

  • Por uma campanha contra a repressão e pela Democratização da Universidade.









quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Contra o fechamento da Luz y Fuerza no México! Toda solidariedade aos eletricistas!


No último dia 10 o governo de Felipe Calderon no México anunciou o fechamento da empresa Luz y Fuerza, acarretando numa demissão massiva de todos os trabalhadores que somam ao todo mais de 46.000 sindicalizados no Sindicato Mexicano de Eletricistas.

Esse brutal ataque aos trabalhadores e ao povo mexicano é uma nova ofensiva do PAN (partido do presidente Calderon) que busca estabelecer em meio a crise econômica internacional um cenário de maior ofensiva dos patrões e instituições do regime para manter o lucro dos ricos, ao passo que deixa milhares de famílias sem emprego e persegue as organizações política e sindical dos trabalhadores (como o caso do SME).

O fechamento da Luz y Fuerza cumpre um dos pontos da agenda de compromissos do governo Mexicano com a política do imperialismo norte-americano, das transnacionais que existem no país e também do FMI em privatizar a indústria energética.

Entretanto o povo mexicano e os trabalhadores não estão respondendo esse ataque em silêncio e submissão, já saíram as ruas e realizaram grandes passeatas e manifestações políticas com mais de 300 mil pessoas. O que fez o governo Calderón inclusive pedir socorro ao exército que cercou a empresa energética.

Nós do Movimento A plenos Pulmões repudiamos tal decreto do governo Mexicano assim como suas medidas repressivas contra as organizações sindicais dos trabalhadores e as manifestações populares contra o fechamento da estatal Luz y Fuerza. Desde o Brasil nos colocamos em plena solidariedade ativa aos trabalhadores e o povo mexicano. Que já mostraram em 2006 seu poder de resistência e auto organização nas assembleias populares (APPO) em Oaxaca.

Para derrotar o decreto de Calderon e lutar contra o essa medida privatista é fundamental que as organizações operárias e populares realizem uma Assembleia Nacional, tirando democraticamente um plano de lutas que impulsione uma grande mobilização nacional contra a ação do governo Mexicano. Os trabalhadores mexicanos tem que confiar em suas próprias forças, com seu método de luta buscando uma grande aliança com a população e realizando uma grande greve nacional em solidariedade ao SME!

  • Solidariedade ativa aos eletricistas demitidos!

  • Abaixo o decreto de Calderon!

  • Contra o fechamento da Luz y Fuerza! Em defesa da estatal sob controle dos trabalhadores!

  • Por uma mobilização nacional com paralisações e greve geral em solidariedade ao SME para derrotar o decreto!

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Chamado ao CACS/PUC-SP: Lutar pela Permanência estudantil e contra a Repressão!!!


No último mês vimos que vários estudantes de diversos cursos como Ciências Sociais, História, Geografia, Filosofia, Psicologia, Jornalismo e Economia voltaram a se organizar impulsionando reuniões e tirando medidas de luta para o próximo período. Como os estudantes da Ciências Sociais que conseguiram uma comissão aberta com representação direta e universal de professores para discutir a volta de licenciatura no Curso. Ou como as reuniões contra os avanços das proibições que já tiraram a normalidade da PUC-SP com a festa semanas atrás contra a repressão e um boletim que já circula na Universidade, denunciando a estrutura de poder e as medidas autoritárias.

A reitoria e a Fundação São paulo observam muito bem tudo isso, com todas as câmeras e seguranças na Universidade. Não a toa a desculpa das drogas para atacar o CACS (indiciando um membro de sua gestão para a Policia), e também a cobrança de 2 mil reais para os estudantes sindicados pela ocupação da reitoria de 2007. Um absurdo! Uma medida política que promove o terrorismo da Igreja e da reitoria na Universidade de tentar reprimir e disciplinar (como lhes convém) as organizações estudantis através de punições e proibições.

Nesse cenário os estudantes ainda são obrigados a sofrer com uma estrutura de poder arcaica onde os conselhos que já eram anti-democráticos, sem representação estudantil e de funcionários, agora são mais ainda, sendo apenas órgãos consultivos para o CONSAD que tem preponderância representativa dos padres da Fundasp. Sem contar a questão de permanência estudantil, com mensalidades milionárias, e se não bastasse refeitório caro, custos mensais de xerox e livros para acompanhar o curso.

UM CACS COMBATIVO E MILITANTE OU UM CACS CLIENTELISA?

Frente a esse cenário é fundamental que as entidades, e principalmente o CACS saia em defesa de uma ampla campanha contra a repressão, pela democratização da Universidade, ligando isso as questões mais emergenciais da permanência estudantil, questionando inclusive o regime universitário, em defesa do próprio CACS contra possíveis punições da reitoria e FUNDASP.

Entretanto, perguntamos a gestão “te convido a lutar!” se ela está mesmo disposta a lutar, porque medidas como a abertura de um edital de bolsas xerox para 15 estudantes numa faculdade onde tem mais de 500 expressa um projeto a beira do assistencialismo para um Centro Acadêmico que tem uma tradição combativa na Universidade e fora dela. Qual foi a discussão que teve no curso para sair esse edital que sujeita os estudantes a apresentarem certificado de pobreza para conseguirem bolsas xerox? Qual é o critério que se tem em dar bolsa para 15 estudantes e deixar o restante sem nada? Qual debate foi chamado para questionar a reitoria sobre a permanência estudantil na Universidade? Teve algum ato que por exemplo exigisse mais exemplares de livros na biblioteca chamado pela atual gestão? Se a reitoria está de portas abertas, por que ao invés de abrir um edital de bolsa xerox, a gestão não chama um ato pela permanência estudantil dentro da reitoria?

A resposta é NÃO!!! Simplesmente foi colocado um edital (extrato abaixo)na parede dizendo que o CACS vai cumprir um papel, ao qual quem deveria ser responsável e exigida é a direção da universidade que destina seu orçamento para pagar divida de 300 milhões com os bancos, mas não da bolsas de estudo, não amplia a biblioteca, não abaixa o preço do refeitório, e deixa uma mensalidade de mais de 1000 reais para a maioria dos cursos.

Por isso o CACS deveria ao menos ter chamado alguma discussão política nos cursos sobre isso. Qual é o papel do Centro acadêmico: mobilizar os estudantes ou fazer doação? Sabemos que os estudantes que se inscreverem para esse edital de bolsas nada tem haver com a política do CACS, assim como os beneficiários do Bolsa Família do Lula nada tem haver com o projeto assistencialista do Governo, que parte da mesma concepção humilhante de ter que comprovar uma renda social baixa para poder ter acesso a algo que deveria ser um direito seu.

O CACS hoje só tem essa política pois não apresenta um programa que mobilize os estudantes para combater a reitoria da universidade. Existe um vazio político da atual gestão a qual eles mesmo tentam preencher com reformas do espaço, microondas, entretenimento no CA para ficar bem localizados no curso. Mas não podemos aceitar que uma questão central da permanência estudantil seja tratada politicamente dessa forma, beneficiando 15 num universo de mais de 500 estudantes; isso sem analisar a seguinte questão: quem garante que os 15 estudantes que vão receber bolsa xerox do CACS (e mais outros muitos, que também deveriam deter o benefício) vão conseguir continuar na PUC com o preço das mensalidades e os custos da vida acadêmica cotidiana? É bem provável que não vão. Da mesma maneira que milhares de trabalhadores já nem sequer entram na PUC e nas demais Universidades privadas, devido às suas condições financeiras, bem como o caráter cada vez mais abusivo e elitista dessas Universidades! Por isso, é necessário que medidas como essa sejam enfrentadas com luta por todos e não com doações para alguns.




15

140

2100

cópias

estudantes

Cópias/cada


%


aproximação

História

40

6

6

Sociais

35

5,25

5

Geografia

20

3

3

Turismo

5

0,75

1





Total

100

12

15

Retirado do edital do CACS


É PRECISO LUTAR CONTRA A REITORIA E A FUNDASP!

Chamamos os estudantes da faculdade de Ciências Sociais e inclusive a gestão do CACS a lutar conosco por uma ampla campanha contra a repressão e pela democratização da Universidade, que leve como um eixo importante a necessidade de respostas imediatas sobre a permanência estudantil na Universidade. Exigindo mais exemplares de livros na biblioteca, redução radical no custo das mensalidades, bolsa alimentação para todos que precisam, bolsa de estudos para todos que precisam.

E enquanto isso nós do Movimento A plenos pulmões nos dispomos a passar em sala com a atual gestão para propor uma alternativa temporária em relação a questão da xerox. Propomos de fazer como os estudantes de Ciências Sociais da USP que possuem um "escaninho" com xerox doados pelos próprios estudantes e que deixem no Centro Acadêmico para que todos (e não apenas 15) possam utilizar! Podemos nos próximos dias fazer uma grande campanha de arrecadação de xerox nas salas de aulas e armazenar no CACS, disponibilizando a todos o acesso aos textos estudados no curso. Porém, não podemos dissolver a tradição combativa do CACS com projetos como esse que nada adiantam para a vida concreta da maioria dos estudantes e só mostra uma postura totalmente apática, insuficiente e politicamente pequena no combate a reitoria e a FUNDASP.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Desatai o Futuro PUC-SP nº III- Declaração do nucleo communards contra o golpe em Honduras!



PRÓXIMA REUNIÃO DO NUCLEO COMMUNARDS:

O Estado e a Revolução: Parte 2 - Capítulo III: A Experiência da Comuna de Paris. Análise de Marx e Capítulo IV: Eclarecimentos Complementares de Engels.

Quinta-feira (22/10) AS 18HS NO PÁTIO DA CRUZ!


Abaixo o golpe em Honduras! Todo apoio à luta e a resistência do povo hondurenho!

Como o Estado nasceu da necessidade de refrear os antagonismos de classes, no próprio conflito dessas classes, resulta, em princípio, que o Estado é sempre o Estado da classe mais poderosa, da classe economicamente dominante que, também graças a ele, se torna a classe politicamente dominante e adquire, assim, novos meios de oprimir e explorar a classe dominada.” - Lenin V.I. em O Estado e a Revolução

Há mais de três meses Honduras passa por um golpe de estado cívico-militar. Uma medida dos empresários e latifundiários organizados através do Congresso Nacional, Igreja Católica e Forças Armadas para derrotar as conquistas que os trabalhadores vinham impondo através de greves e aumentos salariais através das liberdades sindical e de organização. Os mesmos que aplicaram um golpe de estado o fizeram argumentando em defesa da ordem constitucional, que segundo sua carta redigida em 82, as forças armadas são responsáveis pela defesa da lei, isto é, se acharem que alguma medida aprovada pelo presidente, pelo parlamento, ou que alguma mobilização de massas vai contra a constituição, têm a possibilidade de intervir. Essa é uma brecha para golpes de estado constitucionais, e existe em praticamente todas as constituições latino-americanas incluindo Constituição brasileira de 1988 por terem sido elaboradas preservando a ordem capitalista e a classe dominante nacional. O golpe de estado em Honduras é um balão de ensaio de saídas emergenciais para descarregar os efeitos da crise mundial sobre o povo pobre da América Latina, portanto é imprescindível que sejamos abertamente opostos à esta ingerência sobre o direito dos trabalhadores.

Já se articulam eleições de fachada para o próximo mês, fingindo que a “democracia” voltará ao país sob a ordem dos campos de prisioneiros, estado de sítio e toques de recolher. Enquanto a negociação pelo poder do Estado não se resolve, o sangue continua sendo derramado em Honduras: mulheres operárias, donas de casa, professoras, as feministas de Honduras, junto com os estudantes, jovens e trabalhadores, enfrentam com “paus e pedras” as metralhadoras da polícia Hondurenha. Prisões, torturas, estupros e assassinatos que são o subproduto daqueles que falam em “defender a ordem constitucional” . A resistência popular precisa triunfar sobre as cadeias do Estado capitalista hondurenho e sobre a influência de atraso que o imperialismo norte americano impõe aos hondurenhos.

Estamos com os trabalhadores e trabalhadoras de Honduras no mesmo lado da barricada para derrotar os golpistas e criar uma alternativa independente contra os eternos representantes dos monopólios e das oligarquias. Que o povo hondurenho lute boicotando qualquer forma de poder capitalista, paralisando todos os setores da economia para derrubar o golpe. Chamamos a todos na universidade a se pronunciarem!

Que o sangue derramado não será negociado!

Pela retirada imediata do estado de sítio!

Liberdade imediata a todos os presos políticos!

Punição a todos os golpistas!

Nenhuma confiança na OEA e ONU!

Pela independência política da classe trabalhadora hondurenha!

ERA UMA VEZ UMA UNIVERSIDADE LAICA...



Por Felipe Campos- Estudante de Ciências Sociais da PUC-SP, militante da LER-QI e do Movimento A plenos Pulmões.
(publicado no PUC VIVA nº717- http://www.apropucsp.org.br/apropuc/)

No artigo publicado pelo Profº Edson Passetti no Fala comunidade na semana retrasada existe uma confusão consciente dos fatos. Prerrogativa necessária para aqueles que defendem o atual modelo excludente de universidade, assim como a sua estrutura de poder na PUC-SP, justifica-la com uma fala “contestadora e libertária”.

É incontestável a história e tradição de luta democrática que a PUC-SP possui, não só da sua estrutura interna, mas principalmente do seu papel na luta contra a ditadura, onde estudantes, funcionários e professores tiveram um protagonismo fundamental. Porém, na época em que vivemos e especificamente o período que estamos na PUC-SP o que se vê é uma espécie de extermínio ideológico desse passado. Isso não significa que a memória esta sendo apagada, pelo contrário essa memória é utilizada conscientemente por aqueles que a controlam para camuflar hoje uma PUC-SP controlada pela Fundação São Paulo.

No meio de vários fatos concretos que ele aponta como a maximização das horas contratuais e o aumento da repressão e da vigilância interna, o papel da FUNDASP é uma questão que Passetti faz questão de não mencionar. Utiliza pronomes como se de fato tivéssemos algo sob controle nessa Universidade atual. Não retrata também a incapacidade de todos esses conselhos e da sua estrutura anti-democrática (representação de estudantes e funcionários é ínfima) de colocar limites para a intervenção da Fundação São Paulo em 2006 e 2007, auge da crise, ao invés disso aceitou junto com ela religiosamente o pagamento de juros e dívidas aos Bancos. A falência da PUC-SP democrática se aprofundou, a dívida que era de 107 milhões, atualmente é de 300 milhões de reais. E dependência financeira é igual dependência política, que por sua vez numa universidade pressupõe dependência de pensamento. Não a toa, hoje se vota no Consad uma representação clerical de 1/4 no Comitê de Ética e Pesquisa que avalia nossas pesquisas.

Mais para frente em seu artigo Passetti indaga sobre uma coisa que o incomoda...”o desaparecimento crescente e cada vez maior de contingentes pauperizados na PUC-SP, uma certa acomodação dos estudantes contestadores...”. Pois bem, retomemos o ano de 2006 e 2007 e identifiquemos quem foram os mais prejudicados pelo acordo entre conselhos da universidade, Fundasp e bancos. Facilmente encontramos a resposta com as demissões em massas que ocorreram entre professores e funcionários, estudantes perseguidos e intimados pela justiça, elitização e perseguição aos bolsistas e inadimplentes.

Os “estudantes acomodados” que Passetti diz não sofreram sentados em sala de aula todos esses ataques. Em 2006 fizeram greve com assembleias que lotavam Tuca enquanto Passetti ficava em salas sem cadeiras e vazias exercendo sua “liberdade” de defender o regime universitário. Em 2007 ocuparam a reitoria porque sabiam que o redesenho institucional era a ferramenta para a Igreja reformar o estatuo da Universidade e se legalizar no poder. Foram expulsos pela polícia que facilmente voltou pra PUC-SP, depois de 30 anos, com apenas um oficio da FUNDASP e um telefonema de Maura, antiga reitora. E o NU-SOL? Ah...O Nu-SOL não ficou do lado da polícia, mas também não ficou do lado dos estudantes, preferiu ver a história do lado de fora propagando falas libertárias e vazias.

Os estudantes não são acomodados, simplesmente tem até hoje seus espaços sendo coibidos (como o estudante do CACS que sofreu intimação da Polícia) e sofrem ataques constante por qualquer tipo de manifestação no campus. Em relação aos funcionários o problema ainda é mais profundo, as demissões devastaram a categoria, a terceirização e o trabalho semi-escravo se expandiu na Universidade e o medo de represálias é constante. O conformismo que Passetti fala é infundado dentro de uma categoria que antes sempre era bastante radicalizada e lutava por seus direitos questionando a direção da universidade.

E chegamos ao Grand Finale “... existência da PUC-SP como um espaço de invenção de liberdades.”. E por isso... “Permaneceremos fortes aprendendo a lidar com as mudanças sem perder de vista a nossa tradição de inventores de vida universitária, quando deixarmos de ser tão obsessivos com segurança, desviarmos os olhos das dissimulações estudantis, do conformismo de funcionários e soubermos estabelecer uma firme e forte relação com o CONSAD, porque o CONSUN e demais conselhos são fortes e firmes...”. Realmente, rir para não chorar, para um professor que em suas aulas fala contra o Estado e contra a Igreja. Passetti quer que a comunidade confie nesses mesmos conselhos que a atacaram no último período e agora são apenas instancias consultivas, e mais, quer que nós confiemos no CONSAD e nos padres da Fundação São Paulo com a desculpa de continuar inventando liberdades? As liberdades não se inventam se conquistam! Foi assim nas décadas anteriores na Ditadura Militar através de muito sangue derramado, sofrimento, mortes e torturas, e continuará sendo...

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Jogos Olímpicos do Rio 2016, o esporro que precede a festa!


Apesar das expectativas de uma festa popular, as Olimpíadas terão como seu primeiro legado a repressão!
Por Vinícius Pena, Rio de Janeiro

No último dia 3/10 a cidade Rio de Janeiro venceu a disputa para sediar os jogos olímpicos de 2016. Enquanto a delegação brasileira comemorava e os meios de comunicação buscavam promover uma festa nacional, grande parte da população carioca, principalmente a população pobre e negra dos morros, não tinha motivo para comemorar. Ainda guardam na lembrança as marcas da última “grande festa” anunciada, a dos jogos Pan-americanos, na qual só puderam ter contato com a repressão assassina da polícia.
A última “grande festa”, longe de cumprir os discursos demagógicos dos mesmos Lula e Sérgio Cabral, de melhorias para a população, serviu para enriquecer ainda mais as elites cariocas e as grandes empresas investidoras, através, em grande parte, da corrupção e da superexploração dos operários da construção.
Enquanto os empresários festejavam o grande lucro obtido, a população pobre e negra do Rio presenciou uma ofensiva de intensificação das ocupações militares dos morros e favelas da cidade, em especial no Complexo do Alemão e na Rocinha, com apoio das Tropas de Segurança Nacional que deixou somente na semana dos jogos um saldo “oficial” de 10 mortos, mas se contarmos a ofensiva preparatória que já vinha ocorrendo nos meses anteriores, o saldo de janeiro abril é de 2.244 homicídios [1].
Se quando anunciaram a “festa” do Pan a população pobre e negra dos morros cariocas vivenciou um verdadeiro massacre, agora, com a maior projeção do Jogos Olímpicos, das declaração de “festa” não podem esperar outra coisa que não seja mais miséria e violência policial em escalas ampliadas.
Nada mais contrastante do que o discurso de Lula no advento da vitória da candidatura, ao qual afirma que o Brasil superou o atraso e se alça como primeira classe ganhando cidadania internacional, e a realidade carioca dos morros, onde a população vive muitas vezes em condições precárias de moradia, sem acesso a saúde e educação, e sob a repressão e as balas de polícia.
A população carioca já vem sofrendo nos últimos anos uma ofensiva da intervenção policial. Continuam-se, apesar de pouco divulgadas, as investidas do BOPE, CORE e outras forças nos morros, com a justificativa de combate ao trafico que resultam em corpos negros no chão, previamente identificados como “marginais”. O nomeado “choque de ordem” vem promovendo através da guarda municipal um ataque a moradores de rua, as ocupações urbanas e ao trabalho informal, na sua maioria camelôs, em nome de promover uma “limpeza” da cidade, principalmente do centro. O mais recente método de intervenção policial, a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), disfarçada de medida democrática e progressiva com a ajuda da imprensa, corresponde a uma ocupação policial permanente nos morros, impondo pela força um regramento militar do cotidiano dos moradores, e uma repressão constante, que impede, entre muitas coisas, as expressões da juventude e a organização da comunidade.
Essa dura perspectiva tende a se agudizar com as Olimpíadas. Já está sendo preparado um “olímpico esquema de segurança”. Uma parte substancial da verba do projeto olímpico destinasse a “segurança”, R$ 103,6 milhões entre 2009 e 2012. As palavras de Beltrame, Secretário de Segurança Pública do Rio, confirmam que se “prevê o aumento do efetivo da Polícia Militar, passando de 38 mil homens para 54 mil até a Copa do Mundo de 2014 (...) e vai permitir a ampliação do projeto das Unidades de Polícia Pacificadora nos morros da cidade” [2]. A ampliação das UPPs são uma das prioridades do projeto de “segurança” e visa um aumento do número de ocupações das quatro comunidades, atualmente -Dona Marta (Botafogo), Cidade de Deus (Jacarepaguá), Batam (Realengo) e Babilônia (Leme)-, para o surpreendente numero de 47 favelas da cidade até 2010, e a estimativa de 100 até 2016, o que representaria 10% das comunidades ocupadas [3]. Todas as novas ocupações serão na Zona Sul e “nas vias de grande movimentação”, ou seja todo o caminho entre o Galeão e a Zona Sul – Alemão, Maré, Manguinhos, Providência, Mineira, Rocinha são os próximos alvos.
O projeto não detalha suas citações genéricas ao se referir em melhorias para o conjunto da população, muito menos a qualquer aplicação de verba nas áreas de educação, moradia e saúde, mas especifica claramente que em nome da “segurança das olimpíadas” vai destinar milhões do dinheiro público para aumentar o contingente policial e intensificar a ofensiva repressiva e assassina contra o povo pobre e negro dos morros cariocas.
O aumento do efetivo da PM em 16 mil homens até 2014, visa uma aplicação combinada dos diferentes projetos, choque de ordem, UPPs, e investidas do BOPE, que possibilita uma “limpeza” do centro e dos morros das áreas nobres e centrais para impor pela força e da violência policial a “nova imagem internacional do Rio”, como defende Sergio Bresserman, presidente da Câmara de Desenvolvimento Sustentável da prefeitura. Está claro que o projeto Olímpico de desenvolvimento do Rio para a população pobre e negra dos morros resulta em caso de Polícia.
O mesmo Bresserman afirma que “as Olimpíadas de 2016 são uma excelente oportunidade para transformar o modelo de desenvolvimento do Rio, incluindo de vez a cidade entre os principais centros urbanos” [4]. Nessa transformação incluísse o projeto de “limpeza” do centro e das áreas nobres da cidade, tanto pelos métodos de violência direta contra a população pobre e negra, já citados, quanto por métodos de violência indireta, como a especulação imobiliária. A busca pela valorização das áreas do centro e dos morros próximas as regiões nobres já vem ocorrendo, inclusive pela ação das próprias UPPs. O projeto das Olimpíadas intensifica esse processo de expulsão indireta dos moradores dessas áreas, pelos aumentos de aluguel e dos custos de vida, buscando promover um branqueamento e uma elitização do centro da cidade. Mesmo a Folha de S.Paulo confirma que “para atender as exigências do Comitê Olímpico Internacional (COI), o plano para viabilizar realização dos Jogos no Rio de Janeiro em 2016 prevê a remoção de mais de 3.500 famílias de seis favelas das zonas oeste e norte da cidade” [5].
O projeto olímpico busca esconder sua face violenta e assassina, e ganhar apoio das classes médias para sua aplicação através de um discurso associado de inclusão social e de democratização dos benefícios para o conjunto da população que trará as modificações na cidade. Falam em novos empregos, mas a estimativa é de empregos temporários, precarizados e terceirizados, baseados na superexploração, como nos comprova os exemplos mais recentes do Pan no Rio e as inúmeras greves deflagradas pelos operários na Copa da África do Sul, requisitando mínimas condições de trabalho, como água. É neste sentido que devemos entender as projeções de redução da média salarial feitas pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), às custas da intensificação da exploração (precarização e terceirização) e não da distribuição de renda![6] Ou como comprova ainda a projeção de redução da média salarial para 2016 feita pelo O Globo (argumentada como melhoria).
Falam na herança da infra-estrutura que será deixada para a cidade, o que beira o ridículo. Basta lembrarmos que o mesmo discurso demagogo foi feito pelos mesmos figurões a poucos anos atrás nos jogos Pan-americanos, e em nada as promessas se concretizaram, como comprova mais recentemente os levantes da população fluminense revoltada perante as terríveis condições dos trens suburbanos e ao tratamento dado a seus passageiros, digno de um rebanho, com direito a tropa de choque. Os trens sarcasticamente estavam entre os projetos de infra-estrutura do Pan que beneficiariam toda população carioca.
Apesar do Rio de Janeiro ter sido eleito para sediar as Olimpíadas de 2016, para a população pobre e negra dos morros cariocas esta estará muito distante. Não foram convidados para a declamada “festa” que terá muita serventia para aumentar os lucros dos grandes monopólios internacionais, como o Bradesco, EBX, Panasonic, só para citar alguns. Enquanto os grandes empresários fazem a festa, a única expressão das Olimpíadas que chega aos morros é a repressão e a violência das botas e balas policiais.
Nós, do Movimento A Plenos Pulmões, frente a toda ofensiva policial contra a população pobre e negra dos morros e favelas, principalmente contra a juventude, postas no projeto das Olimpíadas do Rio de Janeiro 2016, defendemos como de fundamental importância que o Movimento Estudantil coloque-se desde já na linha de frente na defesa dos explorados e oprimidos, dos desempregados, dos negros, dos jovens de periferia denunciando desde as universidades a repressão e a militarização dos morros.
Pensamos ser este o momento da Anel se provar como uma entidade de luta, levantando fortes mobilizações para barrar a ofensiva policial que estão armando (Lula, João Cabral e outros) contra as comunidades da periferia carioca. Reivindicamos a histórica experiência do ME Mexicano, que nas Olimpíadas de 1968, sediada nesse mesmo país, promoveu uma série de mobilizações radicalizadas de milhares de estudantes contra a repressão social e a Guerra do Vietnã, que quase interrompeu os Jogos e que só foi detida através de uma verdadeira matança na Praça das Três Culturas no dia 2 de outubro, promovida pela força de segurança do exército criada e treinada especificamente para garantir a segurança durante a Olimpíada, num saldo de 300 mortos.


[1] Folha Online, 04/08/2007.
[2] O Globo, Publicada em 03/10/2009.
[3] O Globo, Publicada em 07/10/2009.
[4] O Globo, Publicada em 03/10/2009.
[5] Folha de S.Paulo, no Rio 08/10/2009.
[6] www.ipea.gov.br

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Arte, cultura e resistência contra o Golpe em Honduras.


No último sabádo, dia 03 de outubro, foi realizado na Casa Socialista de cultura e política Karl Marx um festival de artistas contra o Golpe Militar em Honduras. Essa jornada cultural fez parte de uma ampla campanha de solidariedade que o Movimento A Plenos Pulmões, junto com o Grupo de Mulheres Pão e Rosas, estão impulsionando com a juventude trabalhadora nos locais de trabalho, e com estudantes nas Universidades.







O festival de artistas contra o Golpe em Honduras reuniu nomes como: Zinho Trindade, Gabriel Nascimento, Mara Onijá, Bá Kimbuta, Pedro QI Alforria e Coletivo Radiola, além de exposições e roda de poesias. Essa importante atividade que reuniu mais de 100 pessoas na Casa Socialista deve servir para renovar nossa luta em solidariedade ao povo hondurenho que heroicamente resiste há mais de 3 meses contra a repressão dos golpistas.

É fundamental que nas Universidades aprofundemos uma campanha democrática contra o golpe em Honduras. Exigindo o pronunciamento e posicionamento dos intelectuais que timidamente hoje começam a se manifestar, e também das entidades estudantis não só os centros acadêmicos e DCE's, mas também da ANEL que deve ter mais iniciativa em realizar manifestações e atos em defesa da luta do povo hondurenho.

ATO contra o Golpe em Honduras: Convocar de fato grandes manifestações para cercar de solidariedade o povo hondurenho!

Na sexta feira passada, dia 02 de outubro, no vão livre do MASP na Avenida Paulista em São Paulo foi realizado um ato contra o Golpe em Honduras convocado pelo Comitê que reuni entidades Sindicais e também organizações políticas da esquerda.

Mais uma vez nos do Movimento A plenos Pulmões (LER-qi e independentes) junto com o Grupo de Mulheres Pão e Rosas, com nossas pequenas forças convocamos o ato em várias universidades e locais de trabalho em São Paulo, e construímos uma grande bloco político com mais de 50 pessoas (trabalhadores e estudantes) contra o Golpe em Honduras e pelo apoio ativo a resistência e luta dos trabalhadores e o povo hondurenho, questionando o papel de Lula na sua tentativa de participação de negociação com os golpistas abrigando Zelaya na embaixada brasileira ao passo que mantém as tropas brasileiras reprimindo o povo haitiano. Levamos faixas e bandeiras e a necessidade política de aprofundar cada vez mais uma campanha democrática de solidariedade ao povo hondurenho, ainda mais dentro do atual cenário geopolítico da América Latina num período de acirramento da crise econômica.

Infelizmente, outras organizações sindicais e políticas como a CUT, CTB, PT e PSOL mais uma vez só trouxeram seus representantes parlamentares ou sindicais, não convocaram o ato e em suas falas centraram mais na importância de reconduzir Zelaya ao poder, do que apoiar ativamente o processo de resistência que os trabalhadores e o povo protagonizam contra os golpistas. Até mesmo o PSTU que levou um número pouco maior de militantes e reforçou a crítica ao atual papel do Governo Lula no Haiti, também nas Entidades sindicais e estudantis que dirigem atualmente como a CONLUTAS e ANEL não se tencionaram para divulgar e convocar o ato, reproduzindo a lógica do apoio vir apenas das entidades, sem travar um dialogo com os trabalhadores e povo brasileiro, como por exemplo os bancários que estão em greve hoje no país, para cada vez massificar um apoio no Brasil as lutas dos hondurenhos.

Por isso, é preciso construir daqui para frente grandes manifestações populares e dos trabalhadores em solidariedades ao povo hondurenho, e as centrais sindicais e organizações políticas devem de fato convocar e divulgar esses atos, para que não mais tenhamos atos com 200 pessoas, sendo a maioria militantes, sem dialogar com a juventude trabalhadora e a sociedade, que vê na mídia a “justificação constitucional” do Golpe, mas não vê os assassinatos, estupros, torturas, campos de concentração e o toque de recolher que existe no país por conta dos golpistas.
  • Derrotar os golpistas com greve geral inssurrecional!
  • Que o sangue derramado não seja negociado!
  • Pela mobilização dos trabalhadores e o povo na América Latina!
  • Viva a luta e resistência do povo hondurenho!

Dia 28 de setembro: Campanha Latino Americana e Caribenha pelo direito ao aborto!



Na Campanha Latino Americana e Caribenha pelo Direito ao Aborto livre, legal, gratuito e seguro, nós, do Movimento A Plenos Pulmões, nos colocamos lado a lado com as nossas camaradas do Grupo de Mulheres Pão e Rosas e com as mulheres trabalhadoras e oprimidas na defesa de suas vidas e dos seus direitos sobre os seus corpos..

Nessa fase atual do imperialismo e no contexto da crise econômica mundial, se afloram ainda mais as impostas misérias capitalistas, como na diferença não só entre homens e mulheres, como entre as mulheres burguesas e as trabalhadoras. Miséria que se apresenta, seja na antagonia entre a primeira-dama negra norte-americana Michelle Obama e as lutadoras femininas na resistência em Honduras e no Haiti, seja entre a presidente argentina Cristina Kirchner e as operárias em greve na Kraft-Terrabusi.

E é nesse contexto que se encontra a questão do aborto, em que quase um milhão de abortos clandestinos são realizados por ano só no Brasil, dos quais cinco mil mulheres padecem devido às condições insalubres e sem higiene nas quais a maioria pobre e negra é obrigada a se submeter por não ter condições de pagar os altos valores cobrados nas clínicas clandestinas, o que faz do aborto, assim como já faz da própria mulher, mais um produto do sistema capitalista... Enquanto isso, as ricas, além de poderem pagar tais clínicas, tem toda a cobertura caso precisem de socorros médicos em seus hospitais particulares, tendo as pobres que morrer escondidas em um agonizante silêncio e envoltas pelo seu próprio sangue por não terem a quem recorrer!

Por isso que nós, da A Plenos Pulmões construímos com as camaradas do Pão e Rosas a Campanha Latino Americana e Caribenha pelo Direito ao Aborto e exigimos:

* Chega de mulheres mortas por abortos clandestinos!

* Pelo fim da criminalização da mulher e da concepção de mulher-objeto!

*Educação sexual no ensino público, para decidir!

* Anticoncepcionais e contraceptivos de qualidade para não engravidar!

* Aborto livre, legal, seguro e gratuito para não morrer!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Communards- Nucleo de filosofia e praxis marxista

"Paris dos operários, com a sua Comuna, será para sempre celebrada como a gloriosa precursora de uma sociedade nova. A recordação dos seus mártires conserva-se piedosamente no grande coração da classe operária. Quanto aos seus exterminadores, a História já os pregou a um pelourinho eterno, e todas as orações dos seus clérigos não conseguirão redimi-los". Karl Marx (Guerra Civil em França - 30 de Maio de 1871)

Próxima reunião (Participe!) :
“O Estado e a Revolução”, de Vladimir I. Lenin
Terça-feira, Sala 314 do Prédio novo da Puc-SP as 18h!