quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Chamado ao CACS/PUC-SP: Lutar pela Permanência estudantil e contra a Repressão!!!


No último mês vimos que vários estudantes de diversos cursos como Ciências Sociais, História, Geografia, Filosofia, Psicologia, Jornalismo e Economia voltaram a se organizar impulsionando reuniões e tirando medidas de luta para o próximo período. Como os estudantes da Ciências Sociais que conseguiram uma comissão aberta com representação direta e universal de professores para discutir a volta de licenciatura no Curso. Ou como as reuniões contra os avanços das proibições que já tiraram a normalidade da PUC-SP com a festa semanas atrás contra a repressão e um boletim que já circula na Universidade, denunciando a estrutura de poder e as medidas autoritárias.

A reitoria e a Fundação São paulo observam muito bem tudo isso, com todas as câmeras e seguranças na Universidade. Não a toa a desculpa das drogas para atacar o CACS (indiciando um membro de sua gestão para a Policia), e também a cobrança de 2 mil reais para os estudantes sindicados pela ocupação da reitoria de 2007. Um absurdo! Uma medida política que promove o terrorismo da Igreja e da reitoria na Universidade de tentar reprimir e disciplinar (como lhes convém) as organizações estudantis através de punições e proibições.

Nesse cenário os estudantes ainda são obrigados a sofrer com uma estrutura de poder arcaica onde os conselhos que já eram anti-democráticos, sem representação estudantil e de funcionários, agora são mais ainda, sendo apenas órgãos consultivos para o CONSAD que tem preponderância representativa dos padres da Fundasp. Sem contar a questão de permanência estudantil, com mensalidades milionárias, e se não bastasse refeitório caro, custos mensais de xerox e livros para acompanhar o curso.

UM CACS COMBATIVO E MILITANTE OU UM CACS CLIENTELISA?

Frente a esse cenário é fundamental que as entidades, e principalmente o CACS saia em defesa de uma ampla campanha contra a repressão, pela democratização da Universidade, ligando isso as questões mais emergenciais da permanência estudantil, questionando inclusive o regime universitário, em defesa do próprio CACS contra possíveis punições da reitoria e FUNDASP.

Entretanto, perguntamos a gestão “te convido a lutar!” se ela está mesmo disposta a lutar, porque medidas como a abertura de um edital de bolsas xerox para 15 estudantes numa faculdade onde tem mais de 500 expressa um projeto a beira do assistencialismo para um Centro Acadêmico que tem uma tradição combativa na Universidade e fora dela. Qual foi a discussão que teve no curso para sair esse edital que sujeita os estudantes a apresentarem certificado de pobreza para conseguirem bolsas xerox? Qual é o critério que se tem em dar bolsa para 15 estudantes e deixar o restante sem nada? Qual debate foi chamado para questionar a reitoria sobre a permanência estudantil na Universidade? Teve algum ato que por exemplo exigisse mais exemplares de livros na biblioteca chamado pela atual gestão? Se a reitoria está de portas abertas, por que ao invés de abrir um edital de bolsa xerox, a gestão não chama um ato pela permanência estudantil dentro da reitoria?

A resposta é NÃO!!! Simplesmente foi colocado um edital (extrato abaixo)na parede dizendo que o CACS vai cumprir um papel, ao qual quem deveria ser responsável e exigida é a direção da universidade que destina seu orçamento para pagar divida de 300 milhões com os bancos, mas não da bolsas de estudo, não amplia a biblioteca, não abaixa o preço do refeitório, e deixa uma mensalidade de mais de 1000 reais para a maioria dos cursos.

Por isso o CACS deveria ao menos ter chamado alguma discussão política nos cursos sobre isso. Qual é o papel do Centro acadêmico: mobilizar os estudantes ou fazer doação? Sabemos que os estudantes que se inscreverem para esse edital de bolsas nada tem haver com a política do CACS, assim como os beneficiários do Bolsa Família do Lula nada tem haver com o projeto assistencialista do Governo, que parte da mesma concepção humilhante de ter que comprovar uma renda social baixa para poder ter acesso a algo que deveria ser um direito seu.

O CACS hoje só tem essa política pois não apresenta um programa que mobilize os estudantes para combater a reitoria da universidade. Existe um vazio político da atual gestão a qual eles mesmo tentam preencher com reformas do espaço, microondas, entretenimento no CA para ficar bem localizados no curso. Mas não podemos aceitar que uma questão central da permanência estudantil seja tratada politicamente dessa forma, beneficiando 15 num universo de mais de 500 estudantes; isso sem analisar a seguinte questão: quem garante que os 15 estudantes que vão receber bolsa xerox do CACS (e mais outros muitos, que também deveriam deter o benefício) vão conseguir continuar na PUC com o preço das mensalidades e os custos da vida acadêmica cotidiana? É bem provável que não vão. Da mesma maneira que milhares de trabalhadores já nem sequer entram na PUC e nas demais Universidades privadas, devido às suas condições financeiras, bem como o caráter cada vez mais abusivo e elitista dessas Universidades! Por isso, é necessário que medidas como essa sejam enfrentadas com luta por todos e não com doações para alguns.




15

140

2100

cópias

estudantes

Cópias/cada


%


aproximação

História

40

6

6

Sociais

35

5,25

5

Geografia

20

3

3

Turismo

5

0,75

1





Total

100

12

15

Retirado do edital do CACS


É PRECISO LUTAR CONTRA A REITORIA E A FUNDASP!

Chamamos os estudantes da faculdade de Ciências Sociais e inclusive a gestão do CACS a lutar conosco por uma ampla campanha contra a repressão e pela democratização da Universidade, que leve como um eixo importante a necessidade de respostas imediatas sobre a permanência estudantil na Universidade. Exigindo mais exemplares de livros na biblioteca, redução radical no custo das mensalidades, bolsa alimentação para todos que precisam, bolsa de estudos para todos que precisam.

E enquanto isso nós do Movimento A plenos pulmões nos dispomos a passar em sala com a atual gestão para propor uma alternativa temporária em relação a questão da xerox. Propomos de fazer como os estudantes de Ciências Sociais da USP que possuem um "escaninho" com xerox doados pelos próprios estudantes e que deixem no Centro Acadêmico para que todos (e não apenas 15) possam utilizar! Podemos nos próximos dias fazer uma grande campanha de arrecadação de xerox nas salas de aulas e armazenar no CACS, disponibilizando a todos o acesso aos textos estudados no curso. Porém, não podemos dissolver a tradição combativa do CACS com projetos como esse que nada adiantam para a vida concreta da maioria dos estudantes e só mostra uma postura totalmente apática, insuficiente e politicamente pequena no combate a reitoria e a FUNDASP.

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