quinta-feira, 25 de junho de 2009

Ato contra a greve mostra a verdadeira minoria!

Apesar de toda a movimentação institucional, que contou com o envio de e-mail da Faculdade de Economia e Administração e de toda a colaboração da mídia, o ato contra a greve realizado nesta quinta-feira mostrou mais uma vez a verdadeira minoria da universidade. Incapazes de organizarem uma base na universidade, o ato, organizado pelo CDIE ( comando de defesa dos interesses dos estudantes) e pelo FLACUSP ( Frente de libertação anticomunista da USP), não conseguiu reunir mais que 50 estudantes, apesar da mídia falsificar dizendo que havia cerca de 200, o que as próprias fotos negam...

VIVA A GREVE DE FUNCIONÁRIOS. PROFESSORES E ESTUDANTES DA USP!

13 comentários:

Thomás disse...

Creio ser importante ressaltar que essa tal e Flacusp não existe nem nunca existiu. Trata-se de uma brincadeira de um fake do Orkut que o nada sério jornalismo da Folha de São Paulo transformou em verdade quando entrevistou um de seus "membros".

É importantíssimo, também, indicar uma deturpação moral no post último desse blog: por que se preocupar tanto com quem é maioria e quem é minoria?

Existem valores que estão além da esfera de decisão do todo. A "democracia" não tem (ou pelo menos não deveria ter) o poder de violar alguns direitos importantes dos indivíduos. Quando se passa por cima de certos ideais por conta do "maiorismo", só se pode cometer barbaridades.

Esse é o problema do movimento estudantil da USP: ignora-se o direito das minorias.

Rodrigo Borges disse...

No mesmo dia, na Assembleia Legislativa se reuniram 20 pessoas para a manifestação. Mas sabe como é, né, estava frio.

Pessoal antigreve compareceu, mesmo com frio e chuva.

E a manifestação na Av Paulista que foi adiada pelo mesmo motivo?

Argumentos muito fracos os seus.

tufão disse...

Qual direito está sendo violado Thomas?O seu direito de assistir aula independente do que está acontecendo na USP?Ou você está sendo ameaçado e preso por pensar diferente da maioria que aprovou greve?Foi torturado?Acho que não né!!!Você tem toda a liberdade de se expressar,e o fato de a assembléia geral dos estudantes ter aprovado greve e sua proposta de não greve ter perdido,não te dá o direito de chamar os grevistas de autoritários.Pois autoritarismo é querer assistir aula independente do que a maioria votou em assembléia,pois você vive em sociedade,não vive sozinho,e a liberdade individual de cada um aqui,depende da vontade da maioria.Então para de reclamar e organize a maioria que vocês dizem existir contra a greve para na próxima assembléia dos estudantes votar o seu fim,pois ai a vontade do coletivo prevalecerá sobre a posição individual de qualquer um aqui.
Sobre o flacusp,não adianta reclamar,pois é o que o movimento anti greve de vocês vai atrair,não importa se você concorda 100% com esses caras que existem na USP sim,pois vocês estão no mesmo campo,contra a greve e contra os trabalhadores.Não a toa cartazes com frases do tipo "morte ao Brandão" "viva a policia" entre outras perolas fascistoides apareceram de manhã coladas no sintusp.Esse tipo de movimento sempre está por trás de movimentos anti greves de trabalhadores,que abarcam um setor da classe média desavisada tentando passar uma imagem de movimento por direitos individuais e democracia,mas que na verdade esconde os sentimentos mais anti humanistas e reacionários.Vocês são os anti greves,e nesse bloco anti greve está sim o flacusp.Tudo que for para manter a ordem estabelecida,os governos capitalistas,a moral e os bons costumes,ou seja,tudo que for no sentido de conservar o existente,por mais injusto que ele seja,esses movimentos fascistas,nazistas,integralistas estarão juntos,e não adianta querer se esquivar se passando por democrata,pois o que une vocês é a defesa do capitalismo,e no caso da USP,a defesa da universidade elitista e racista,com uma estrutura de poder totalmente anti democrática e com acesso restrito para os filhos dos trabalhadores,que são a imensa maioria da população que sustentam a USP com seus impostos.
E não venha com essa de “existem outros métodos para reivindicar”pois e lei e o estado não garantem os mínimos direitos básicos da população e todas as conquistas que tivemos até hoje,como por exemplo eleições diretas para presidente,foram conquistadas através da luta direta do povo,greve geral,ocupação de reitoria..........não foi entrando na justiça que os trabalhadores conquistaram alguns direitos mínimos como votar.E pode ter certeza que conservadores como vocês estavam contra essas mobilizações com os mesmos argumentos que vocês usam hoje contra a greve da USP,”baderneiros,desocupados,meu direito individual......”passam as gerações mas se mantém os preconceitos e moral conservadora de classe.
Sobre o ato na lesp,pode relaxar que ele foi cancelado,pois a LDB foi votada na noite anterior ao ato,numa manobra dos parlamentares,perdendo o sentido do mesmo naquele dia.O vergonhoso foi a esmagadora maioria contra a greve que não reuniu mais de 50 alunos,isso que é o cumulo do ridículo.Relaxem pois greves começam e acabam,só se mantendo quando tem apoio de base,mesmo que em certa medida apoio passivo,mas só se realiza com apoio,então se preparem melhor para a próxima,pois a crise mundial que estamos vivendo vai durar muitos anos ainda e fenômenos sociais acontecerão independente da posição individual da classe média.

Thomás disse...

Autoritarismo é querer assistir aula independente do que a maioria votou em assembléia, pois você vive em sociedade, não vive sozinho, e a liberdade individual de cada um aqui, depende da vontade da maioria.

Caro Tufão,

É exatamente sobre esse tipo de discurso que eu falava. A idéia de que a maioria tem, por si só, poder e direito de se impor sobre uma minoria, é o início do fim da democracia e o abrir de portas para o autoritarismo.

Acho curioso você falar que movimentos nazistas, fascistas e integralistas atuem na USP. Você sabia que é exatamente esse "maiorismo" que está por trás de todas essas idéias totalitárias? Trata-se da idéia de que uma maioria, por ser portadora de uma vontade geral pode submeter uma minoria, até mesmo aniquilando-a. É exatamente para evitar esse tipo de deturpação que é preciso haver ideais republicanos, que protejam os indivíduos das ações desses grupos em maioria numérica.

Podemos surgir e nascer em sociedade, mas isso, em hipótese alguma, pode nos tornar servos e obedientes à vontade da maioria. O homem, ao contrário do que alguns filósofos hegelianos tentam dizer, tem livre arbítrio e pode agir, mesmo contra a maioria instituida.

Eu te faço uma pergunta agora: se nascemos em sociedade e devemos nos submeter à maioria, por que você não pára tudo e obedece ao keynesianismo autoritário do Serra? Ele não foi eleito pela maioria?

É claro que você, como falou, deslegitimiza a "democracia burguesa". Agora, me diga o que torna as Assembléias do DCE mais "democráticas", "representativas" e "legitimas" do que as eleições gerais? Por um acaso é por que elas são um movimento de vanguarda popular? Onde está o povo? Por que o Movimento Estudantil está cada dia mais vazio?

Termino repetindo o que já disse: não podemos esquecer dos direitos das minorias e dos ideais democráticos mais sólidos.

Devemos ler Popper.
Vamos em busca de um mundo melhor.

tufão disse...

Primeiro vamos limpar os campos.Eleições institucionais para o estado não são iguais a assembléias de categorias.

Comparar Serra ao keynesianismo não faz sentido,pois Serra compõe um governo semi colonial sem nenhuma preocupação com um desenvolvimento nacional para avançar as forças produtivas,de maneira a desenvolver de forma solida a economia.Na verdade Serra e lula tem a mesma política,com algumas diferenças pequenas,mas que em seu conteúdo coloca o desenvolvimento nacional submetido ao imperialismo.

Não precisamos ir muito longe para perceber,é só ficarmos na educação para ver que a política semi colonial em nosso pais não garante nem a formação de quadros para administrar o estado e transformá-lo num estado nação de verdade.A educação está entregue a monopólios privados,com capital majoritário estrangeiro,que pouco se preocupa com a qualidade acadêmica dos cursos,formando uma massa de tecnólogos impedindo um desenvolvimento nacional independente e forte.Para ser desenvolvimentista nossa elite precisa renascer,pois sua composição é tão reacionária que por exemplo quando se fala em estatizar todas as universidades privadas,acabar com o vestibular,dobrar triplicar os recursos para educação,tarefas democrático-burguesas,dizem que é coisa de comunista utópico,ou seja,nossa burguesia não pode ver um flanco econômico que já quer lucrar em cima dele vendendo nosso futuro.Então esqueça,pois com essa elite nunca seremos um pais plenamente desenvolvido.

Quando a população votou no Serra não foi pelo keynesianismo,nem pra ele reprimir manifestação,nem pra ele fazer pedágio,nem pra ele privatizar mais a universidade publica.Na verdade se vota por obrigação,aprendemos isso desde pequenos,podem não ensinar a ler,mas ensinam a votar,pois isso interessa para os políticos.A população vota do mesmo jeito que vai trabalhar,obrigada,as eleições hoje no Brasil não reflete os anseios do povo,mas sim uma rotina,não a toa que os políticos burgueses mais conscientes desesperados querem uma reforma política,pois sabem o distanciamento que existe hoje entre os poderes e o povo e como isso é perigoso para a manutenção do capitalismo.

Bom,agora uma assembléia de base de alguma categoria tem uma outra relação,não é a distancia pela TV como as eleições para o estado,é corpo a corpo,com uma pauta especifica,com um acontecimento relevante,comparar os dois é não enxergar o óbvio,pois as assembléias de base,as entidades representativas das categorias,se constituíram historicamente para enfrentar o poder instituído,nascem em meio a luta de classes,isso em qualquer pais do mundo.Então esqueça,pois a maioria dos trabalhadores não está com Serra,ele só é eleito pois tem grandes empresários por trás financiando,um projeto caro de marketing e muitos minutos na televisão,assim como quem sai de casa para trabalhar,as pessoas votam nele.CONTINUA............

tufão disse...

CONTINUANDO..........Sobre democracia é preciso ver qual democracia está se falando.A republicana que você se refere é justamente a autoritária,onde uma camarilha de burgueses fazem as leis de acordo com seus interesses de classe,e impõe essas leis para a maioria por meio da força militar e da intimidação moral,a maior e mais “sagrada” dessas leis é a da propriedade privada.A democracia republicana é a democracia onde uma minoria que controla os meios de produção manipula e decide os rumos da sociedade,alheio as necessidades da maioria do povo que é o proletariado.Esse tipo de democracia é uma face do regime burguês,pois ela tenta aparecer como humana,não tendo abertamente que reprimir os trabalhadores por questões políticas,tanto que no regime burguês essa democracia só se aplica em tempos de estabilidade política,onde não se tem luta aberta do proletariado por suas demandas básicas de sobrevivência,mas mesmo nesses períodos quem mora na periferia sabe os abusos que os trabalhadores tem que enfrentar cotidianamente da policia e do trafico de drogas,ambos sustentados direta ou indiretamente pelo estado burguês.Agora quando os trabalhadores se levantam a burguesia sem pestanejar abre mão da democracia republicana e aplica outras formas de governo como o fascismo,nazismo,ditaduras....justamente porque ela sabe que como minoria,a única forma de se manter é eliminando os trabalhadores em luta aplicando os métodos mais deploráveis de repressão.

Eu não defendo esse tipo de demagogia,ops,democracia.Defendo que quem produz toda a riqueza do mundo tenha o direito de controlá-la e usufruir de seus benefícios,a democracia operária,parece obvio mas para os capitalistas não é.
Agora voltando para USP,se a assembléia dos estudantes votou greve e até agora os contrários a greve não conseguiram organizar mais de uma centena de estudantes,isso sim é esvaziamento,porque impor a volta as aulas através de atos?Não seria mais fácil ir a assembléia,que repito é um instrumento conquistado através de muita luta para que se expressem as vontades dos que estudam na USP,e acabar com a greve impondo a maioria contra a greve?Ou ainda que se use a desculpa que os estudantes contra a greve são a maioria e iguinoram o movimento estudantil,por isso não vão a assembléia,mas por que então essa maioria não se expressa nas entidades de base como os centros acadêmicos?Porque a maioria dos estudantes são contra a greve e a esmagadora maioria dos centros acadêmicos são a favor?Que matemática é essa?Que base social é essa?Os fatos mostram o quanto ridículo é essa maioria contra a greve,que na verdade não passa de um grupinho de pequenos burgueses que desde crianças foram educados para mandar,e não conseguem ter nenhuma de suas vontades contrariadas pois eles se acham um máximo e não precisam se submeter a maioria,pois eles são criados para mandar na maioria.CONTINUA...

tufão disse...

CONTINUANDO.............Mesmo assim,o movimento de greve não tortura,não prende e não reprime esses estudantes,eles tem toda a liberdade de se manifestarem livremente apesar de seu individualismo autoritário que independente do que o coletivo deseje,a vontade deles é que tem que prevalecer.Isso é democracia,fazemos fóruns democráticos para decidir o rumo das coisas,o que a maioria decidir será levado a frente,e a minoria contrária terá toda a liberdade de se expressar e ser oposição até convencer ou não a maioria.

Não tem segredo,o segredo é que esse inexpressivo setor contra a greve,apesar de seus alucinados apoiadores da direita paulistana,não consegue fazer eco nem em lugares onde historicamente organizavam uma base,Poli e São Francisco,mostrando toda sua fragilidade de idéias e organização,só restando a eles o apoio de fascistóides que vêem nesses movimentos anti greve clássicos da direita pequeno burguesa ,uma oportunidade de renascer das cinzas seus movimentos preconceituosos e anti operários.

É isso,respeitamos e damos liberdade para a minoria,apesar dessa minoria que hoje é contra a greve da USP,não ter o mínimo respeito com os fóruns democráticos dos estudantes e trabalhadores,e desrespeitar as decisões que milhares dentro desses fóruns tomaram,é milhares mesmo que influência dezenas de milhares,e optar pelo individualismo se apoiando em órgãos institucionais da universidade e na imprensa de extrema direita para tentar fazer algum eco,tentativa que fracassou mostrando o isolamento desses setores retrógrados

Thomás disse...

Caro Tufão,

Acho muito interessante ouvir a sua opinião, mas creio ser preciso deixar alguns pontos mais claros:

Para começar, devemos analisar o que pensa o governador Serra sobre a economia: ele é um desenvolvimentista autoritário, seguidor de um keynesianismo rígido. É dele a frase “no meu governo, presidente do Banco Central despacha todo dia do meu lado”. Ele é favorável a uma redução brutal da taxa de juros, estimulando artificialmente a demanda agregada; favorável a barreiras protecionistas e ao controle cambial.

Esse é o verdadeiro José Serra, um keynesiano nacionalista anti-liberal e, portanto, autoritário. É importante deixar claro que chamar alguém de “keynesiano”, ao meu ver, está longe de ser um elogio.

Sobre a “democracia burguesa”, que infelizmente elegeu Serra e Lula, devo dizer que ela, pelo menos hoje em dia, está longe de ser um instrumento para formular leis “de acordo com os interesses das classes dominantes”. O trabalhismo amarelo do PDT, por exemplo, é o primeiro a balançar a bandeira de leis regulatórias que, teoricamente, favorecem os “trabalhadores” em detrimento dos “patrões”.

Há algumas semanas, a Embraer foi proibida de demitir vários funcionários. Onde está a ditadura da classe dominante burguesa? Eu não vou entrar aqui na discussão sobre os “donos dos meios de produção” ou sobre a dicotomia entre “proletários” e “burgueses”, visto que, para avançar nessa discussão, todos os conceitos teriam que ser revistos e atualizado. A vendedora de doce na Praça do Patriarca é dona de todos os seus meios de produção, enquanto o gerente do banco é apenas um trabalhador assalariado.

Também não vou entrar no terreno que diz respeito à primeira estrofe d’A Internacional ( Se nada somos em tal mundo, sejamos tudo, oh, produtores), visto que achar que os trabalhadores que criam toda a riqueza é:

1- se basear numa concepção equivocada da criação de valor;
2- ignorar a natureza do juro e do capital (ler Böhm-Bawerk)

Agora, entrando no que interessa, que é a USP, vou apenas jogar pra você a pergunta que me fez:

Por que então essa maioria não se expressa nas entidades de base como os centros acadêmicos? Por que a maioria dos estudantes são contra a greve e a esmagadora maioria dos centros acadêmicos são a favor?

Esse é um problema sobre o qual o Movimento Estudantil tem que refletir. A culpa das assembléias esvaziarem não é dos alunos que não participam, e sim da própria estruturação dessas reuniões, que é incapaz de atrair os estudantes.

Volto, por fim, a condenar o discurso do “maiorismo” e do “coletivismo”. Há, sim, uma imposição por parte dos grevistas que viola os direitos básicos e republicanos dos estudantes, por exemplo, o direito de ir e vir. É óbvio que o direito à greve deve ser respeitado e defendido, mas nunca se pode impor aos demais membros de uma classe a obrigação de entrar em greve.

Saudações.

tufão disse...

Não confunda as coisas que se diz ou escreve,com as coisas que se faz.Digo isso pois Serra na prática passa longe do keynesianismo,os setores que ele está apoiado para governar,como já coloquei,não permitem isso.É uma burguesia totalmente pró imperialista que defende o estado mínimo,e a total submissão do desenvolvimento econômico nacional ao capital estrangeiro.Não me importa quais são os ideais de Serra, mas sim o que ele faz na prática.E não confunda a minha discussão,pois não estou elogiando o keynesianismo,ele não passa de mais uma vertente das políticas de exploração da burguesia,e só conseguiu relativo crescimento econômico com o aquecimento da industria bélica no final da década de 30,para entrar na segunda guerra mundial.

Serra não é desenvolvimentista,Serra é um sub intelectual,representante de uma sub burguesia,que promove um sub desenvolvimento.Agora essa sua idéia de que a democracia burguesa não é um instrumento para criar leis para a burguesia,beira a alucinação.Dizer que o PDT tem propostas para beneficiar os trabalhadores não condiz com a realidade.O PDT é um partido burguês e todas suas propostas são alinhadas ao capitalismo.A redução da jornada para 40 horas por exemplo,isso não é contra os patrões,isso beneficia os patrões,pois assim que se mantém essas burocracias sindicais nas direções dos sindicatos, controlando qualquer rebelião entre os operários.Eles colocam demandas totalmente rebaixadas,que mantém a exploração que os trabalhadores são submetidos, aparecendo como defensores dos direitos da classe,pois o peão olha e pensa,"melhor 40 horas do que 44"se conformando com a miséria do possível e garantindo as altas taxas de lucro dos patrões.
É lógico que isso não agrada todas as vertentes da burguesia,pois tem gente que se pudesse aumentaria para 80 horas semanais,assim se lucraria mais.Na verdade tem setores que defendem o retorno a escravidão,onde a pessoa trabalha para comer,se olharmos os processos de terceirização veremos as condições de trabalho e salário que retrocede mais de um século no que diz respeito a conquistas democráticas que o proletariado conquistou com muita luta.Esses setores são a escoria da humanidade,que não vê o outro como humano,mas sim como uma laranja que deve ser sugada até o bagaço.
CONTINUA...........

tufão disse...

CONTINUANDO......Seu exemplo da Embraer não cabe,pois ela demitiu centenas de trabalhadores no começo do ano,a essa proibição foi mais um jogo político do governo junto da empresa,para mostrar que o governo lula está ao lado dos trabalhadores,na verdade a Embraer não precisa demitir hoje,ela vai ter que contratar se quiser atender as demandas que tem para o próximo período.

A tiazinha que vende doce não é burguesa,ela não produz em séria,seus meios de produção não são exclusivos do capitalismo,na idade média também se fazia doces sem ter burguesia.Mas o principal é sua relação com o mundo,essa tiazinha não explora trabalhadores para vender seus doces e ganhar rios de dinheiro,sua função social não é de exploradora.Essa tiazinha é uma proletária.Não se define classe simplesmente pelo cargo que ocupa ou conta bancária,mas sim pela relação social que esse individuo tem na sociedade.O presidente da GM do Brasil,ele é um assalariado,mas sua função social é de burguês,então a distinção de classe não é mecânica como você coloca,pois proletária para Marx é quem “vende sua força de trabalho e não acumula capital”,a tiazinha do doce vende sua força de trabalho fazendo doces e comercializando,mas não acumula capital,ou seja,é proletária.Já o presidente da GM também vende sua força de trabalho,mas acumula capital além de sua função social de burguês,então ele não é proletário.
CONTINUA......

tufão disse...

CONTINUANDO.....Quando falo que os trabalhadores criam toda a riqueza,estou me referindo ao produto em si, e não o valor que se agrega a ele,pois quem cria esse valor é o capital.Quando digo que os trabalhadores tem que controlar e se beneficiar das coisas que eles produzem,já estou excluindo o valor que o sistema dá a determinado produto.Quando falo isso estou falando de revolução,ruptura,os conceitos moral,econômico,político criado pelo velho sistema não terão mais vigência,eu sei que é difícil de imaginar e entender essa ruptura sem estar numa revolução,mas não duvide que o fetiche da mercadoria cairia junto com a burguesia.Isso é uma transição,pois depois de uma ruptura alguns conceitos de valores de velho sistema podem continuar,mas nada que algumas décadas não supere.

Sobre o movimento estudantil,realmente é preciso fazer com que as assembléias se desenvolvam de forma mais organizada e vários vícios da esquerda precisam ser superados.Mas não é isso isoladamente que esvazia o movimento,temos que ver a situação política na universidade,a situação política do pais e a situação política pelo menos da ultima década,para entender a apatia.Não é uma questão organizativa isolada que vai trazer mais ou menos gente para os fóruns abertos dos estudantes.O que eu estava dizendo quando me referi a os centros acadêmicos era mostrar o quanto isolado estava o movimento anti greve que de forma alucinada saia aos quatro ventos falando que representava a maioria,quando não representava nem seus cursos ou sua própria sala de aula.

Sobre o ultimo parágrafo,quero dizer que todos tem o direito de ir e vir,e muito pelo contrário do que você diz,não é a democracia republicana que garante isso,pelo contrário,ela é que restringe esse direito cercando propriedades,ou as pessoas podem ir e vir nas propriedades privadas dos burgueses,e nem manifestações podem ir e vir até em frente o palácio do governo de São Paulo,pois a policia republicana atuará energicamente contra quem se manifestar ali.Então vamos parar com a demagogia alucinada e discutir as coisas concretas,se tem greve aprovada pela maioria,não vai ter aula,as pessoas podem ir e vir pra onde quiserem,mas não podem assistir aula,para isso precisam usar os fóruns dos estudantes para votar o fim da greve e voltar as aulas.Autoritários são aqueles que querem fazer de sua individualidade um direito universal sobre qualquer decisão coletiva,e isso não é compatível com a vida em sociedade,isso é anarquia,caos,bagunça,imagina cada um fazendo o que sua individualidade quer independente dos outros ao seu redor,isso sim é autoritarismo.

Thomás disse...

Caro Tufão,

Como acho que o espaço de comentários de um blog se desenvolve apenas dentro dos limites do razoável, acho que, depois de uma discussão de doze publicações, pararei por aqui.

De toda forma, quero fazer últimos comentários.

Autoritários são aqueles que querem fazer de sua individualidade um direito universal sobre qualquer decisão coletiva, e isso não é compatível com a vida em sociedade, isso é anarquia, caos, bagunça, imagina cada um fazendo o que sua individualidade quer independente dos outros ao seu redor, isso sim é autoritarismo.

Vou apenas repetir que, para termos um mundo melhor e democrático, é preciso se respeitar o indivíduo. A própria idéia de que a maioria deve impor a sua vontade à sociedade é um absurdo, pois o princípio de vox populi, vox dei pressuporia uma maioria iluminada, ou uma vontade geral rousseauniana que abre caminho para o fascismo.

Por fim, não entendi esse seu último apelo à ordem, indo contra "anarquia, caos, bagunça". Os indivíduos, se livres, só podem se comportar de forma "caótica" (no sentido de não ordenada). A beleza da liberdade é como interesses dos mais diversos podem convergir para a prosperidade comum.

O verdadeiro autoritarismo está em tentar enquadrar a todos numa "ordem", em evitar "anarquia, caos, bagunça". Devemos relembrar que, para falar de autoritarismo, é preciso falar de autoritade, e o único projeto aqui que visa criar uma grande autoridade ordeira e disciplinadora é o seu. Depois acusam a oposição de ser "fascista".

Eu não entendo como um movimento chamado "A Plenos Pulmões", que se afirma como contestador, pode, em última análise, defender um projeto "ordeiro" e autoritário.

O grande problema é o puro abandono da razão. As verdades se tornam manifestas pelo seu simples (e teórico) caráter de "vanguarda", não por seguirem à única ferramenta que o homem tem para analisar o mundo: a razão. É essa herança rousseauniana que torna o marxismo insustentável, pois contradiz axiomas básicos da razão.

Boa tarde.
(Obs: como disse, acabei)

tufão disse...

Você faz distorções grosseiras do que coloco aqui no blog.Em nenhum momento coloquei que se deve desrespeitar o individuo.Muito menos que se mede maioria e minoria pelo vox populi,argumento esdrúxulo.Esdrúxulo também é essa idéia de iluminado e não iluminado,na verdade só posso tirar a conclusão que não passa de retórica para esconder os seus verdadeiros posicionamentos,ao qual em todos os comentários tenta passar uma neutralidade,e evita defender suas idéias e suas conseqüências práticas na vida cotidiana das pessoas,com um discurso de democracia, respeito ao indivíduo,respeito as minorias.....na verdade o que você não quer afirmar é que seu horror a que a maioria tome em suas mão o destino da vida social,é porque você defende que a burguesia tenha esse controle,a burguesia que é minoritária em nossa sociedade.Então sem essa de respeito as minorias,pois suas idéias de democracia e liberdade é exatamente a idéia da ditadura do capital,onde uns poucos burgueses controlam toda a riqueza que os trabalhadores produzem.

Sobre a anarquia,bagunça...só estou me referindo que como a sociedade está organizada hoje,não se pode cada um fazer o que quer,se não criaremos uma barbárie a qual não sei se a humanidade sobreviveria.Nosso movimento não prega a liberdade a qualquer preço,o democratismo para fazer demagogia,nos somos um coletivo contestador sim,conspiramos contra a ordem estabelecida,pois cremos que essa ordem é injusta,então lutamos para transformá-la,mas transformar de forma organizada,progressiva,democrática,livre.Transformá-la para algo justo,que na nossa opinião passa por socializar os maios de produção e usar todo o desenvolvimento produtivo a serviço de uma vida diguina,que potencialize toda a diversidade de idéias do homem,para esse desde seu nascimento ter todas as oportunidades e condições de desenvolver suas habilidades de forma plena.

Isso não é autoritário,isso é o básico,apesar da retórica de liberdade,o que se expressa suas idéias é um profundo sentimento hierárquico e conservador,que só visa manter a ordem vigente chegando ao cumulo de nos comparar se forma dogmática e sem nenhum fundamento científico aos fascistas.Fascistas que repito é um movimento histórico do capitalismo para evitar revoluções proletárias.Fascistas que estão do mesmo lado que os anti greve na USP.Parece que a retórica se contradiz com o que acontece na prática,mas como a prática parece ser só um detalhe para os liberais,e a razão um mérito único e exclusivo de vocês,continue com a demagogia que já a alguns séculos seus companheiros capitalistas repetem mas que nunca se realiza no capitalismo "liberdade,igualdade e fraternidade.