terça-feira, 26 de maio de 2009

Já é o momento de intensificar a mobilização estudantil estadual junto aos trabalhadores da USP


A greve de trabalhadores da USP já entra em sua 3ª semana e fez um chamado claro aos estudantes: lutemos juntos contra a Univesp e a repressão.
A paralisação de 2ª, que teve um ato com mais de 1000 pessoas, mostrou que podemos ter uma luta forte se nos unimos aos trabalhadores da USP e aos estudantes da UNESP e da UNICAMP. Os estudantes da UNESP estão mobilizados desde abril e vão fazer manifestações em todos os campus no dia 28/05; o IFCH da UNICAMP vem realizando as assembléias mais cheias (mais de 200) e politizadas do último período. Os trabalhadores da USP viram como provocação a proposta dos Reitores de reajuste de 6% (nem alcança a inflação, frente à demanda de 17% + 200,00) e sequer aceitaram a entrada do Brandão na negociação!
Na USP, as correntes que estão na direção da maior dos CAs, em particular o PSOL, mas infelizmente, na última semana também os companheiros do PSTU do DCE), em muitos cursos não chamaram assembléias, não elegeram delegados, não organizaram medidas concretas de solidariedade à greve de trabalhadores, não deram peso ao encontro estadual de estudantes, não discutiram a repressão e a readmissão de Brandão no último CCA, não indicaram para os cursos a necessidade de uma greve unificada com os trabalhadores. Ainda há tempo para mudar o rumo e organizar uma greve estadual estudantil unificada com os trabalhadores da USP.
7 propostas de resolução para a assembléia de hoje
Greve estudantil a partir do dia 27/05 e realização de assembléia geral neste dia;
➢ Aderir ao chamado do Fórum das Seis de paralisação e ato no dia 25/05;
➢ Seguindo o indicativo da reunião estadual de estudantes realizada no dia 18/05, votemos a realização da 1ª plenária das estaduais paulistas no dia 25/05 e a semana do dia 25/05 como uma semana de luta conjunta das 3 estaduais;
Que o comando da USP e estadual seja composto por delegados eleitos em assembléia! Na ocupação de 2007 e nesta mobilização atual, já tivemos experiências com vários tipos de comandos burocráticos. Por um lado, há o “comando aberto” onde meia dúzia se reúnem na hora que querem, com quem querem e decidem tudo em nome dos estudantes. Agora, fizemos a experiência de um comando com delegados eleitos, que foi votado na última assembléia. Porém, novamente se mostrou a limitação de não ser em base à delegados eleitos em assembléias, onde sejam mandatados para levarem as posições da base e que sejam revogáveis caso forem contra qualquer resolução. Os delegados devem expressar as posições majoritárias e minoritárias dos setores em luta. Isso é o que chamamos de auto-organização, e é como o movimento estudantil se organizou em suas grandes lutas historicamente e mais recentemente na França, onde foram vitoriosos. Para expressar ainda mais a posição dos estudantes dos cursos no comando de mobilização, propomos como critério de eleição: mínimo de 5 delegados por curso e um delegado a mais para cada 10 em assembléias com mais de 50 estudantes. (ex: 60 => 6; 70 => 7...)
Por um programa pela positiva contra a Univesp e a expansão sucateada! Serra e Lula apresentam o ensino à distância como “democratização da universidade”. O movimento estudantil foi derrotado na luta contra o PROUNI e o REUNI porque ficou condenado ao isolamento ao não levantar um programa capaz de arrancar da mão dos governos a bandeira da democratização, ganhando o apoio da população. Nos anos 90, ocorreu a maior expansão de vagas nas universidades do país, porém, já de maneira extremamente tardia e essencialmente nas privadas e pelas mãos do capital privado. Formaram-se grandes monopólios impulsionados em grande parte pelo capital financeiro (em enorme medida imperialista, ver quadro) e um mercado que lucrou 55 bilhões em 2008, através das mensalidades de 3,8 milhões de alunos pagas com os salários miseráveis que os trabalhadores recebem devido à super-exploração da sua força de trabalho, combinado com especulação financeira. É impossível uma democratização sem atacar o lucro dos capitalistas da educação, em primeiro lugar do capital financeiro. Por isso, propomos pela positiva: Criação imediata de vagas públicas presenciais com a estatização do Grupo Anhanguera (que tem mais de 85 mil alunos e dezenas de unidades pelo país e captou 500 milhões na bolsa em abril/09!), sem indenização! Com verbas suficientes para garantir a qualidade do ensino, pesquisa, extensão e permanência estudantil plena!
Que os cursos realizem assembléias até a próxima assembléia geral, discutam a entrada em greve, medidas de solidariedade à greve de trabalhadores da USP e elejam seus delegados para o comando;
Os CAs e o DCE têm que se responsabilizar em organizar informes precisos de estudantes processados ou sindicados em cada curso.

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