terça-feira, 26 de maio de 2009

ARTICULAR A LUTA ESTADUAL: Contra a repressão, as medidas de Serra e das reitorias!


Desde o dia 5 de maio os trabalhadores da USP vêm impulsionando uma greve bastante forte. Os estudantes das estaduais tem que se colocar a perspectiva de como preencher de solidariedade a greve de trabalhadores da USP dando também passos concretos para uma ainda possível mobilização das estaduais paulistas. Não é menor o fato dos trabalhadores da USP terem votado em assembléias que sua luta também é contra a UNIVESP. Coloquemo-nos junto aos trabalhadores da USP!

É possível verificar desde já que a pauta da Univesp certamente desperta, senão ainda mobilizações massivas, uma indignação de muitos estudantes. Precisamos ter claro que a criação da Secretaria de Ensino Superior em 2007 permitiu a implementação de um ataque ainda maior, e que diz respeito a um projeto mais de fundo de ensino, que é a Univesp, que precariza o ensino em nome da democratização da universidade elitista e racista das estaduais paulistas. Os estudantes podem dar uma resposta a este projeto e responder aos anseios de democratização do ensino superior existente entre a juventude trabalhadora, sem cair na farsa dos governos que a cada projeto para a educação que votam, só têm em mente o lucro dos capitalistas!

Para além da questão salarial reivindicada pelos funcionários e da luta contra a UNIVESP, há uma importante pauta política em jogo que incide sobre o próprio direito de organização e luta de todas as categorias da universidade. A demissão de Claudionor Brandão configura também uma tentativa do governo Serra (e seu braço mais forte nas universidades, Suely Vilela) de tentar desorganizar o movimento das estaduais da forma mais dura, que vem combinada por processos e sindicâncias a estudantes e trabalhadores das estaduais, retirada de espaços estudantis e medidas para deixar as entidades atreladas à Reitoria e às diretorias de unidades. Um claro ataque às mais elementares liberdades de organização política e sindical nas universidades para passar o seu projeto de ensino!

Após assembléias em alguns campus da UNESP, a reunião do Congresso dos Estudantes da UNESP neste último final de semana, uma assembléia com 200 estudantes no IFCH da UNICAMP, após algumas assembléias da USP e uma boa paralisação na USP há duas semanas, estamos num momento delicado da mobilização estudantil. Esta semana haverá reuniões com os Reitores sobre as pautas do movimento. No dia 18/05 pode haver uma boa paralisação de estudantes, professores e funcionários das estaduais conjuntamente à greve de trabalhadores da USP. Não podemos perder mais tempo na mobilização estudantil assim como nas medidas reais para não deixar a greve de trabalhadores isolada!

Estamos vendo a atuação das correntes do PSOL que dirigem o DCE da UNICAMP e dezenas de CAs pela USP, não proporem nenhuma medida concreta de mobilização nos cursos. Sem indicar a perspectiva de greve aos estudantes, esta corrente não fez ao menos assembléias em todos os cursos onde está nos CAs para preparar a mobilização na USP junto aos estudantes da UNESP e UNICAMP. Fazem muito discurso sobre a luta contra a UNIVESP mas nenhuma medida concreta sobre esta e ainda menos sobre a luta contra a repressão na universidade assim como medidas de solidariedade à greve de trabalhadores. O PSOL criminosamente segue calado e inerte: não se dispôs a construir o Encontro Estadual, que poderia ser um importante ponto de inflexão na dinâmica estudantil das estaduais paulistas e, na Unicamp, onde estão no DCE, não chamaram até agora nenhuma assembléia gera! Não há como combater a UNIVESP se não ligarmos esta a um projeto de conjunto de precarização do ensino pelas mãos do governo, este que tem que reprimir estudantes e trabalhadores para passar seus planos!
Infelizmente esta política está sendo acompanhada pela atual gestão do DCE da USP, dirigida pelo PSTU, que após se negar a indicar a necessidade da greve aos estudantes da USP na última assembléia geral, teve a política de adiar o encontro Estadual, chamar a próxima assembléia de estudantes da USP após duas semanas da anterior e não chamou assembléias em muitos dos cursos que dirige a gestão dos CAs e mais... dirigiu uma reunião do Conselho de Centros Acadêmicos da USP no qual permitiu que todo o plano de uma suposta mobilização estudantil passasse por fora da mais importante greve do Estado de São Paulo, a dos trabalhadores da USP e por fora de qualquer luta contra a repressão, pela readmissão de Brandão e pela retirada de todos os processos a estudantes e trabalhadores. Além de tudo dão peso na construção do Congresso Nacional de Estudantes que tem por objetivo, para o PSTU, apenas a construção de uma nova entidade por fora do bojo das principais lutas estudantis e de trabalhadores. Esta estratégia leva a deixar a greve de trabalhadores isolada assim como não se propõe a construir uma forte mobilização e coordenação dos estudantes das estaduais paulistas!

Assim, nós, do Movimento A Plenos Pulmões, presente nos cursos e nos campus das três estaduais paulistas, propomos as seguintes medidas para o movimento estudantil dar passos concretos na mobilização das estaduais e superar os obstáculos impostos pelas direções do DCE da UNICAMP e de dezenas de CAs da USP. Esta semana será chave para que a atual gestão DCE da USP deixar de seguir a política imobilista colocada acima e, junto ao DCE da UNESP e aos trabalhadores da USP apontar medidas concretas para a mobilização estadual! Façamos uma reunião com os estudantes das estaduais durante a paralisação do dia 18/05 para discutir conjuntamente estas medidas junto aos companheiros do DCE da USP, UNESP e UNICAMP:

Acreditamos que o cenário para que se forje uma mobilização estudantil ainda está em aberto e essa semana cumprirá um papel decisivo. Frente ao boicote do DCE da UNICAMP ao Encontro Estadual e o recuo do DCE da USP na construção deste (assim como das medidas necessárias para a mobilização estudantil), propomos a existência de uma plenária estadual no mesmo final de semana, para dar os primeiros passos na coordenação de uma luta unificada entre os estudantes e os trabalhadores da USP.

Uma semana de assembléias na USP, UNESP e UNICAMP, de curso e geral, para dar continuidade às iniciativas de mobilização em diversos cursos das estaduais paulistas.

Indicar uma semana no começo de junho para a construção de uma paralisação unificada de estudantes, em apoio à greve de trabalhadores da USP, contra a UNIVESP, por assistência estudantil e contra a repressão.

As propostas acima são parte de abrir espaço para a mobilização estudantil junto aos trabalhadores. À medida que comece uma mobilização real propomos, para ser discutido desde já, a organização de um comando estadual aberto a estudantes e trabalhadores das estaduais, com voto para delegados estudantis tirados em assembléias de base, com mandatos semi-imperativos e revogáveis como forma de ampliar a discussão sobre a greve e torná-la politicamente mais representativa.






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