sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Grande ATO-DEBATE em frente a reitoria da PUC-SP lança campanha contra a repressão e pela democratização da Universidade!!!


Mais de 300 estudantes comparecerem em frente a reitoria da PUC-SP na última quinta-feira (05/11) e participaram do Ato-Debate contra a repressão e pela democratização da universidade organizado pelo Movimento A plenos Pulmões, Centros Acadêmicos e a Apropuc. Quebrando a atual rotina acadêmica de câmeras, perseguições e proibições, o ato expressou um profundo questionamento da atual estrutura de poder da universidade controlada a base dos decretos da FUNDASP e seus respectivos Padres, assim como a conivência da atual gestão da reitoria e dos conselhos da PUC-SP que nada mais fazem do que acordar com um modelo sustentado no pagamento religioso da dívida aos bancos e uma produção de conhecimento mercantilizada e agora com interferência direta da Igreja.

O Ato contou com a participação do Profº Chic
o de Oliveira, anti-candidato a reitor da USP, a Profª Beatriz Abramides da Associação dos Professores da PUC-SP, Guilherme Salvini pelo CACS que foi indiciado no último período pela reitoria com a justificativa do centro acadêmico ser um espaço de “uso de drogas”, uma desculpa para disciplinar e atacar as organizações estudantis. E também teve a presença de Claudionor Brandão como convidado especial a partir do SINTUSP (Sindicato dos Trabalhadores da USP) que impulsiona junto com o Profº Chico de Oliveira, o DCE e a APG uma candidatura de protesto e boicote a arcaica estrutura de poder da Universidade que pune e persegue trabalhadores e estudantes alem de ter um caráter hoje totalmente anti-popular e anti-operário.


“NÃO QUERO PAGAR MENSALIDADE...TRABALHADOR NA UNIVERSIDADE”

Brandão iniciou o ato colocando a partir do programa levado na anti-candidatura do Profº Chico de Oliveira para as
eleições de reitoria na USP, que é fundamental unificar as bandeiras estudantis e dos trabalhadores na Universidade com as bandeiras da população e da juventude pobre que não tem acesso a educação nesse país. Brandão também ressaltou a importância de por o atual conhecimento produzido não como reprodução do status quo, mas sim como um instrumento de transformação a serviço dos trabalhadores e das camadas mais pobres da população brasileira:

“...Nós que trabalhamos o ano inteiro e somos obrigados a pagar 4 meses de salários com impostos para os atuais governos, em universidades privadas como a PUC-SP se quisermos estudar ainda nos impõe pagar mensalidades milionárias, restringindo o acesso geral dos trabalhadores e da ju
ventude pobre.”

Depois Guilherme Salvini e a Profª Beatriz Abramides resgataram um pouco da trajetória da PUC-SP ate chegar ao ponto de controle da FUNDASP com um estatuo que lhe dá poderes máximos. A profª Bia explicou dizendo que “as mundanças, aumento da repressão, controle da FUNDASP não vem de agora, se iniciou em 2005/2006 com um processo de demissão massiva de funcionários e professores e que a partir de um acordo estabelecido entre Conselhos, Reitoria e Fundação São Paulo com os Bancos Bradescos e
Real inciou-se uma grande elitização na Universidade, aumento ainda mais das mensalidades e cerceamento das liberdades democráticas.”.

Guilherme do CACS, que sofreu um indiciamento da reitoria da PUC-SP num claro ataque ao CACS, falou do processo de reorganização do movimento estudantil nos cursos, da necessidade da luta pela democracia na universidade e da atual luta pelo boicote ao ENADE onde di
as atrás teve também um debate com importante presença de estudantes questionando esse tipo de avaliação do governo federal.

O Profº Chico de Oliveira encerrou o Ato ironizando o atual controle da FUNDASP nas diretrizes acadêmicas e políticas da PUC-SP dizendo que seria como uma profanação questionar as autoridades clericais que querem colocar a mão no nosso conhecimento. Disse também que a Universidade deve ter um papel de subversão e contestação da sociedade da sua época, esse seria seu papel histórico que hoje é corrompido por um conhecim
ento mercantilizado que no Brasil do ponto de vista do acesso e da estrutura interna de poder não chegamos nem ao patamar da Revolução burguesa do século XVIII.

Na abertura para o plenário várias falas importantes e palavras de ordem foram puxadas como: “Não quero pagar mensalidade....trabalhador na universidade”. Rodrigo “Tufão”, militante da Ler-qi e estudante sindicado pela PUC-SP em 2007 por causa da ocupação do prédio da reitoria contra, naquela época, o processo de redesenho institucional que era votado sem nenhuma participação dos professores, funcionários e estudantes da PUC-SP den
unciou a atual gestão do reitor Dirceu de Melo que obriga aos sindicados daquela ocupação a pagar 2 mil reais como punição a aquela ação pacífica e política. Onde o que teve de mais violento foi a quantidade de viaturas e tropas de choque da PM para retirar os estudantes do prédio.

O estudante de história Fernando Silverio, militante do Movimento A plenos Pulmões, reivindicou a participação do profº Chico
de Oliveira como um intelectual que leva a frente o questionamento da estrutura de poder da universidade a partir de um programa votado em assembleia direta dos trabalhadores da USP e que sem dúvida dentro da academia é uma postura bastante progressista que deveria ser levada como exemplo a muitos intelectuais que atualmente não saem de seus gabinetes. Denunciou também a nova composição clerical do comite de etica da PUC-SP onde os padres terão uma representação de ¼ na avaliação das pesquisas da graduação e da pós, além da humilhante condição de trabalho dos funcionários terceirizados que sofrem com a não possibilidade de organização sindical e quando reivindicam melhores condições acabam sendo demitidos de forma unilateral pela empresa e com conivência da reitoria.


Felipe Campos estudante de Ciências Sociais e também militante da APP colocou a importância da realização desse ato-debate como uma forma para acabar com a demagogia do atual reitor Dirceu de Melo de ter uma Universidade disposta ao dialogo deixando as portas da reitoria abertas. Felipe falou que a verdadeira democracia se coloca dentro de um debate e organização direta de professores, estudantes e funcionários da PUC-SP. Apontou a necessidade de hoje se impulsionar uma grande campanha pela democratização da Universidade, lutando contra a repressão, participando do boicote no 2º turno dia 10/11 na USP e discutindo esses elementos de forma ligada com as bandeiras populares de acesso a educação superior e contra a repressão:

“É preciso defender o SINTUSP hoje e questionar a estrutura de poder da USP, mas sem deixar de defender o MST da campanha reacionária que sofre por parte da imprensa e mídia reacionária que existe atualmente. Assim como também é preciso defender o CACS, mas não deixando de passar a solidariedade a população e juventude negra das periferias do rio de Janeiro que sofrem com a constante violência policial promovida pelo Governo Federal e Estadual.”

Os diversos estudantes que ficaram ate o final do Ato ainda queimaram um boneco simbólico do reitor da PUC-SP, Dirceu de Mello, que estava vestido com uma camiseta com um cifrão ($), representando os interesses reais da direção da Universidade em relação a mercantilização do conhecimento e o sucateamento dos cursos. A realização desse Ato-debate em frente a reitoria da PUC-SP deve ser entendida hoje como um motor para impulsionar uma grande campanha pela democratização do acesso, com a defesa da estatização das universidades particulares, o fim do vestibular e lutando por uma democracia direta com maioria estudantil nas estruturas de poder da Universidade!!!

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