terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

A Reitoria da FSA não abaixa as mensalidades
e prefere fechar os cursos!

Não podemos permitir!

Construir já um MOVIMENTO EM DEFESA DA FAFIL!

O ano passado foi marcado por duras lutas no movimento estudantil. Na Fundação Santo André, passamos por uma greve de mais de 50 dias que se iniciou contra os aumentos absurdos de mensalidade que a reitoria queria impor e fomos reprimidos duramente pela Tropa de Choque a mando da reitoria controlada por Odair Bermelho e pela prefeitura de Avamileno.
Naquele momento, a reitoria retrocedeu em seu plano de aumentar abusivamente as mensalidades. Mas não retrocedeu em levar até o final o seu plano de transformar a FSA em uma universidade que esteja a serviço dos interesses dos grandes capitalistas do ABC. O ano letivo começou com um ataque nunca visto em outras universidades brasileiras: de uma só vez a reitoria da Fundação está fechando todos os cursos de licenciatura, ou seja, está acabando com a FAFIL. Sabemos que essa é uma decisão política: além de não servir aos interesses maiores da burguesia, foram os cursos da FAFIL os protagonistas da mobilização do ano passado e agora a reitoria vem com tudo para cortar as nossas cabeças.
Os estudantes que se inscreveram para o vestibular dos cursos de licenciatura oferecidos pela FSA estão impedidos de estudar. Além disso, há turmas de 4º ano da manhã que estão sendo cortadas e os estudantes obrigados a se transferir para o noturno (quem trabalha à noite fica sem opção). Mas eles não são os únicos atacados. Quem já estuda ou se formou na FAFIL, vai carregar pro resto da vida um diploma que não vai ser valorizado (de uma faculdade que fechou), se esse ataque da reitoria não for barrado. O ensino fundamental e médio do ABC também está sendo atacado, pois a imensa maioria dos professores da região é formada aqui. E são atacados também os trabalhadores da região e suas famílias, impedidos de ingressar na universidade e escolher seu curso, sendo forçados a estudar nos cursos mais técnicos para ter sua força de trabalho ainda mais explorada.



Mobilizar já estudantes, professores, funcionários e a população em defesa da FAFIL!



Precisamos tirar as lições do movimento de 2007 para agora nos unificar e impedir que a reitoria leve esse processo até o final. No ano passado, as direções do movimento tomaram uma série de decisões que levaram nosso movimento a ficar a reboque de uma ala dos professores que colocava como eixo central a queda do reitor sem questionar a fundo a quem serve esse modelo de universidade e muito menos a estrutura de poder. Com uma discussão de trocar um reitor por outro, o movimento ficou refém das decisões tomadas pela prefeitura de Santo André e dos conselhos internos da Fundação que jamais se colocariam ao lado dos estudantes que estavam em luta. Naquele momento, nós defendíamos que a pauta dos estudantes votada no início da greve (um dos pontos era contra o fechamento dos cursos) não fosse abandonada, como forma de massificar a luta e reunir a força capaz de não somente derrubar o reitor, mas o conjunto da burocracia acadêmica que já deixava nítido que queria acabar com a FAFIL e colocar a FSA mais a serviço dos empresários. Infelizmente, as direções do movimento preferiram deixar a luta pela queda do reitor como única bandeira. O resultado foi não somente a derrota nessa luta, mas que a burocracia acadêmica mantivesse seus planos de ataque.
Hoje, com esse ataque brutal da reitoria à FAFIL, podemos tirar a lição que só com uma política independente contra a burocracia acadêmica, com radicalização dos métodos, questionando seriamente a forma como a universidade é gerida e a serviço de que interesses está essa gestão é que poderíamos ter impedido a ofensiva da reitoria em extinguir os cursos que mais se colocaram em luta no ano passado. Agora temos a tarefa de tirar as lições da luta de 2007 e reorganizar nossas forças para travar uma luta que não permita a reitoria acabar com a FAFIL.
Se esse ataque passar, será uma derrota histórica! Os estudantes não podem assistir a isso passivamente; é urgente colocar-se em cena. Os professores da FAFIL, que estão com seus empregos ameaçados, precisam se colocar ativamente. Chamamos o Diretório Acadêmico (formado por Dalmo e PSTU, junto com estudantes independentes) , a se colocar se colocar à frente dessa luta. É necessário unir todas as forças para barrar esses ataques em base à um plano ofensivo de luta, rechaçando qualquer perspectiva derrotista que tente colocar qualquer setor do movimento. Nosso movimento, que protagonizou uma enorme luta e conseguiu impor o recuo no aumento das mensalidades e na repressão, temos agora que reorganizar as nossas forças para barrar mais esse ataque e passar à ofensiva.
Nós do Movimento A Plenos Pulmões colocaremos todas as nossas forças para fazer uma ampla campanha e colocamos a seguir as nossas propostas de ações imediatas:

1. Precisamos imediatamente exigir que reitoria mostre as listas de todos aqueles que se inscreveram no vestibular e que estão sendo impedidos por ela de fazer o curso que escolheram. Sabemos que cada estudante que entrou nos cursos da FAFIL foi orientado pelas secretarias da Fundação a fazer sua matrícula nos cursos que interessam à reitoria manter!
2. Precisamos nos organizar a partir de cada curso, levantando os nomes de cada um que prestou o vestibular, organizar plantões na FSA para conversar com os estudantes (que virão buscar de volta seu dinheiro da matrícula) e chamá-los a se unir nessa luta. Junto com eles vamos provar mais uma mentira da reitoria, que é a de que não tem número suficiente de alunos para abrir os cursos!
3. Para que todos tenham suas vagas garantidas exigir que as mensalidades sejam reduzidas, pois com o alto preço cobrado é impossível que um jovem trabalhador possa pagar!
4. Publicar uma carta aberta aos estudantes da FAENG e da FAECO e buscar o seu apoio ativo. Essa é uma luta de todos os estudantes da Fundação! Não podemos cair no erro que cometemos no ano passado e deixar nossa luta isolada.
5. Publicar uma carta aberta aos funcionários da FSA, que também terão seus empregos ameaçados com o fechamento da FAFIL. Precisamos não só chamá-los a apoiar a luta dos estudantes e professores, mas também colocar como parte da nossa luta a defesa do emprego dos funcionários da Fundação.
6. Que os professores lancem uma carta aberta em defesa da FAFIL, recolhendo assinaturas de professores e intelectuais de todo o país. Além disso, os professores podem convocar uma coletiva de imprensa na FAFIL, para dar maior repercussão à nossa luta.
7. Vamos mostrar à população do ABC que a reitoria e a prefeitura de Santo André quer impedir que os filhos dos trabalhadores possam estudar na FSA. Colar cartazes pelas ruas do ABC e fazer um abaixo-assinado de rua (estações de trem, terminais de ônibus, portas de fábrica, escolas e faculdades) exigindo a abertura das turmas, redução de mensalidade e reabertura de matrícula.
8. Buscar o apoio de todas as entidades estudantis, pois o plano de acabar com os cursos de licenciatura é parte de um plano nacional para a educação. Chamar a CONLUTE a impulsionar junto com a gente uma campanha nacional em defesa da FAFIL
9. Chamar todos os sindicatos do ABC a impulsionar essa luta, já que esse é um ataque direto a cada trabalhador que está relegado a fazer cursos técnicos de especialização para poder vender sua força de trabalho. Convocar as diretorias e oposições da APEOESP a impulsionar essa mobilização, já que é um ataque direto à formação de professores no ABC.
10. Convocar um grande ato na FSA em defesa da FAFIL para o início da semana que vem, trazendo todo o apoio que conseguirmos ao longo dessa semana. A partir desse ato,
constituir um comitê em defesa da FAFIL.



* Aos estudantes de Ciências Sociais:
Precisamos manter a resolução de organizar o ERECS (Encontro Regional de Ciências Sociais) aqui na FSA. No ano passado, essa decisão foi tomada justamente para fortalecer a luta contra o fechamento do curso. Propomos convocar para o mais breve possível um CORECS (Coordenação Regional de Ciências Sociais) na FSA, convocando os estudantes de Ciências Sociais de toda a região Sudeste a fortalecer a luta em defesa da FAFIL.



Para discutir e implementar essas e outras propostas, propomos organizar assembléias por curso e uma assembléia geral ainda nessa semana. Para nós, as assembléias de curso devem votar suas posições e propostas que devem ser levados por delegados eleitos nessas mesmas assembléias para a assembléia geral.

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