terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

USP - CALOURADA 2008


Glossário ________________________________________

Vocês verão muitos glossários explicando como funcionam as coisas. Nós não temos o intuito de explicar tudo, mas de colocar a visão que o Movimento A Plenos Pulmões tem de algumas coisas que ajudam a entender o ME e a atuação política na universidade.

Adusp – Associação dos Docentes da USP. Escreve textos interessantes e desiste fácil das lutas. Alojamento – a versão mais precária e insalubre do CRUSP- improvisado nas arquibancadas do CEPEUSP (ver os dois abaixo).
Assembléia – reunião de todos estudantes que queiram discutir e decidir sobre o que bem-entenderem. Organismo máximo dos estudantes. Pode ser por curso, faculdade, geral...
Bandex, bandeijão – rango nutritivo e barato. Feito à base de suor e doenças de trabalho dos trabalhadores da COSEAS, para alimentar os estudantes e a comunidade universitária (com exceção dos professores que tem seu próprio restaurante, melhor, mais arrumado e bem caro!).
Burguesia – Segundo Marx e Engels, com os quais compartilhamos, é a classe detentora dos meios de produção e que explora a classe trabalhadora para extrair dela seus lucros.
Centros acadêmicos - CA´s e Diretório Central dos Estudantes-DCE – Os primeiros são relativos a um curso ou faculdade, enquanto o segundo abarca o conjunto dos uspianos. São as entidades, em tese para a defesa dos interesses dos estudantes, o que não acontece quando é dirigido pelos governistas do PT, PCdoB e PMDB (como no ano passado, que boicotou a ocupação). Infelizmente, correntes que se colocam no campo da luta contra o governo e em defesa dos interesses dos estudantes, como o PSOL e o PSTU, muitas vezes reproduzem muito dos métodos, da prática e da política dos governistas....O Conselho de Centros Acadêmicos (CCA) acontece periodicamente e reúne todos os CAs. É melhor buscar saber o que seu CA está fazendo lá, porque quase nenhum se baseia em assembléias de curso para atuar... É por isso que lutamos por revolucionar essas entidades!
Cepeusp – mais conhecido como Cepê – é o clube dos estudantes que fica próximo à Faculdade de Educação. Você pode trazer filhos e cônjuges para usar o clube, mas é fechado para quem tem “vínculo com a universidade”, como quase tudo aqui dentro. Paira no ar a construção de uma piscina aquecida há uns 5 anos...
Circular – também conhecido como secular ou circulento, é o escasso meio de transporte gratuito dentro da universidade. A reitoria não investe em sua melhoria, quantidade. E assim faz os motoristas terem de enfrentar a fúria de todo mundo.
Classe Trabalhadora – Você vai ouvir o professor dizer na sala de aula que ela não existe mais, mas ao mesmo tempo vai vê-la limpando nosso banheiro, te servindo no bandejão, dirigindo os circulares etc. É a classe que produz tudo na capitalismo, mas não se apropria de nada e possui apenas sua força de trabalho para vender.
CO (Conselho Universitário) – reunião da casta que governa a universidade. Local onde os funcionários e estudantes (e até professores que não são titulares) não podem falar nem votar, mesmo pedindo licença “às honradas excelências”. Neste lugar quem decide tudo são apenas alguns escassos professores titulares. Participação da FIESP, entre outras barbaridades (ver texto nesse contramanual).
Congregação – Uma espécie de CO (ver abaixo) de cada faculdade, que reúne cada chefe de departamento (que só podem ser titulares, pra variar), o diretor da faculdade e um par de estudantes e funcionários que não palpitam.
Conlutas/Conlute – São, respectivamente, a Coordenação Nacional de Lutas (que reúne algumas entidades e movimentos de trabalhadores, sindicatos como o Sintusp etc) e a Coordenação Nacional de Lutas dos Estudantes (que reúne algumas entidades estudantis). Impulsionamos essas coordenações com o intuito de coordenar as lutas nacionalmente, já que a CUT e a UNE não o fazem nem tem interesse em fazer, mas nenhuma delas conseguiu ser o que necessitam os lutadores, devido às limitações que a política (ou a falta de política) do PSTU impõe por ser direção majoritária das duas.
COSEAS – a “assistência social”, os que comprovam que você não tem onde cair morto para morar no CRUSP (ver abaixo). Também tem sua tropinha, de funcionários burocratas a serviço da reitoria, para expulsar da moradia os que já se formaram ou passaram a ter renda. Os trabalhadores da COSEAS, que inclui o bandejão, o CRUSP, entre outros, não têm nada a ver com a falta de prioridade e investimento da reitoria nesse setor.
Crusp – moradia precária, difícil de conseguir vaga que a reitoria oferece em pouquíssimo número para aqueles que comprovarem que estão praticamente passando fome e não tem onde morar.
CUT – Todo mundo conhece... Central Única dos Trabalhadores. Aqui na universidade também não dão as caras para ajudar os trabalhadores a se organizar há muito tempo (mesmo antes do Sintusp romper com a CUT e entrar na Conlutas) e quando vem é para boicotar, ainda que segue sendo referência para milhões de trabalhadores pelo país.
Independente – militante do movimento estudantil que não faz parte de nenhuma organização política.
ME – sigla para movimento estudantil.
Partido - Grosso modo, uma organização política em torno de concepções de mundo, sobretudo as políticas, em torno da organização e funcionamento da sociedade. Ou seja, um grupo de pessoas que atua organizadamente para concretizar estas concepções. A discussão sobre partido é inseparável da discussão de quais idéias, programa e classes sociais defende determinado partido.
Representantes de base ou delegados - São as pessoas escolhidas nas assembléias dos cursos/faculdades para comporem uma “coordenação”, em base a critérios de proporcionalidade. Podem ser revogados a qualquer momento - caso seja a vontade de sua assembléia. A revogabilidade garante que a vontade da maioria prevaleça no corpo de delegados.
Sintusp – Sindicato dos Trabalhadores da USP, um dos mais combativos do país.
UNE – União Nacional dos Estudantes, você já deve ter ouvido falar. Mas aqui não vai encontrar ninguém da UNE, a não ser na hora eleições e das lutas (para trair negociando pelas costas dos estudantes com a burocracia)!! Ah, também aparecem para eleger delegados pro Conune (Congresso Nacional da UNE), onde são aprovadas as políticas da UJS/PCdoB (que dirige a UNE desde quase sempre...) de apoio a tudo que faz o governo Lula. A última vez que apareceram aqui foi numa mal (dita) “jornada de lutas em defesa da educação”, depois da nossa greve, para tentar de maneira oportunista capitalizar nossa luta que eles boicotaram (e o pior é que o PSOL e o PSTU estavam juntos....). Felizmente, quase nenhum estudante compareceu nessa farsa, a não ser para repudiá-la!
Uspão – padaria do Crusp que fica perto da parte de trás do bandejão.


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USP pra que e pra quem?

A USP tem o 175° posto entre as maiores universidades do mundo, oscila entre o primeiro ou segundo lugar em produção de conhecimento na América Latina. Você sabe que entrou numa universidade que produz conhecimento, mas provavelmente não te falaram é o que sustenta e a quem serve esse conhecimento.
Neste ano de 2008, de acordo com o site da FUVEST, você, que passou da segunda fase do vestibular faz parte dos : 77% brancos, 66,9% que somente estudaram em escola particular, 80,2% que não trabalham, 86% com renda maior que mil reais por mês(mais que o salário médio do paulistano que é de 900 reais), 61% dos que o pai passou pelo ensino superior.
O vestibular barra a maioria do povo pobre e dos trabalhadores a entrarem na universidade. Já começa por aí... a maioria do povo e dos trabalhadores que, através do seu trabalho, sustentam a universidade pagando impostos, fazendo a manutenção dos laboratórios, das salas de aula, fazendo a comida, transporte, literalmente construindo e mantendo a universidade, não podem estudar nela e nem decidir sobre o que é produzido na universidade.
POR QUÊ?
Os governos servem aos empresários e capitalistas (que entre outras coisas bancam suas campanhas eleitorais), e o grupo dos professores que dirigem a Universidade, fazem desta um centro de conhecimento à serviço das empresas e do lucro destas. Não poderia ser diferente, já que quem escolhe o reitor não é a comunidade universitária e sim poucos professores titulares que elegem três nomes, e aí o governador escolhe quem será o reitor entre os três (a lista tríplice)!!! Além disso, todo o regime universitário é feito para que os estudantes e trabalhadores não tenham nenhuma voz e que manda são alguns professores, os “titulares” (que são mais ou menos 800 dos 5000 professores da USP). Isso é o que chamamos burocracia acadêmica: uma casta de privilegiados, que ganham rios de dinheiro e mandam na universidade de acordo com os interesses de (suas) empresas e dos (seus ) governos...

Senão, vejamos:
A Fiesp, a Fundação Otávio Mesquita (Estadão) e diversas fundações privadas são membros permanentes do Conselho Universitário.
A reitoria e o conselho universitário ficaram ao lado do governo Serra apoiando os decretos e a pesquisa operacional (pesquisas de caráter pratico ligado à linha de produção das empresas, por exemplo).
Pesquisa com verba na geologia tem uma fórmula: Petrobrás.
As ciências humanas e as áreas de formação de professores para o ensino médio são extremamente precarizadas e não recebem verba.
A farmácia antes estudava doenças tropicais (malaria, febre amarela, tuberculose, etc) e hoje produz cosméticos para a Avon, etc.
O Instituto Butantã agora pesquisa botox,
a Educação Física sobre as palmilhas da Nike, a Engenharia logística dos caminhões da Coca, na Economia o aumento da produtividade das empresas explorando mais os trabalhadores, nas Ciências Sociais como ter uma polícia que reprima os estudantes, os trabalhadores e negros com um ar de dignidade, evitando maiores conflitos etc...

Certamente, as pesquisas da USP poderiam contribuir para grandes descobertas que favorecessem os trabalhadores e o conjunto da população ao invés de, na maioria das vezes, servir para aumentar o lucro e manter o status quo. Retocando a maquiagem de que tudo está cada vez mais perfeito escondendo uma “democracia” já decadente, que vende seu corpo para quem pagar bem...
Nós do Movimento A Plenos Pulmões achamos fundamental questionar o conhecimento que é produzido hoje, por isso buscamos nos unir às lutas dos trabalhadores e do povo pobre e negro (sem-teto, sem-terra, desempregados...) e colocar nosso conhecimento a serviço dessas lutas, para transformar a sociedade.

A burocracia acadêmica defende o interesse de quem?
O reitor da UNB está sendo investigado por ter usado mais de 450 mil reais na reforma de seu apartamento, por ter comprado um carro de 72 mil, três latas de lixo de mil reais, e até um abridor de lata folhado a ouro de 200 reais, tudo isso com o dinheiro de uma fundação privada.
Junto com ele está o dono do restaurante privado da Química da USP, que é membro do Conselho Universitário (o professor Mario Beni, dono da empresa StarBeni, ex-diretor do Banespa envolvido no escândalo do BANESTADO).
Será que estão interessados na livre produção de conhecimento na universidade? Ou de seus próprios bolsos e empresas?


Congregação da FFLCH quer Diretas pra reitor????!!!!
A congregação da FFLCH aprovou um documento se posicionando a favor de eleições diretas para reitor... Significa que vão fazer então eleições diretas pra diretor da unidade, né? Para que possamos expulsar o atual diretor Gabriel Cohn, que se posicionou contra a ocupação da reitoria desde o primeiro dia, que colocou uma grade fechando o espaço dos estudantes da ciências sociais e depois construiu uma laje no mesmo lugar; temos que exigir eleições diretas para diretor na FFLCH! É uma palhaçada votar por eleições diretas pra reitor se a unidade não dá o exemplo!!! Nos mobilizemos para impor essa demanda que até a congregação diz concordar...


Estatuinte, uma vitória da greve??
Uma das demandas da greve e da ocupação que foi concedida pela reitoria é um Congresso Estatuinte, supostamente organizado pelo “comunidade universitária”. Entretanto, a reitoria está discutindo a reforma do estatuto para ser aprovado no CO antes mesmo do Congresso acontecer!!! Quando for o Congresso, já terão o estatuto pronto e aprovado na burocracia!!! Contra isso temos que BARRAR A ESTATUINTE DA BUROCRACIA e garantir um CONGRESSO ESTATUINTE LIVRE E SOBERANO, organizado conjuntamente a partir das assembléias de base de trabalhadores, estudantes e professores!!! Só assim poderemos lutar para transformar a universidade, o acesso, a estrutura arcaica de poder e o conhecimento produzido nela, no caminho de colocar a universidade a serviço dos trabalhadores.


Governador decreta fim da autonomia das universidades...
Reitora se cala...

Pé na porta!

“Do rio que tudo arrasta sediz que é violento mas
ninguém diz violentas
as margens que o comprimem” B. Brecht

Todo mundo ouviu falar da ocupação da reitoria da USP. Todo mundo ouviu sobre os decretos do Serra e que tinham algo a ver com esse fervilhão. E tinham. A ocupação da reitoria junto com a greve que cresceu dela, realmente abalou as estruturas na USP.
Foi um movimento forte como não se via há muito tempo, que incentivou os estudantes de todo país a lutarem contra a precarização do ensino e seu atrelamento aos governos e às empresas. Ao final, o tucano Serra foi obrigado a recuar em parte dos decretos. Mais tarde o “super-secretário” Pinotti (ex-reitor da Unicamp) renunciou, mas a secretaria ainda se mantém.
Lá dentro, longe das lentes da mídia, centenas de estudantes davam sua energia para garantir a manutenção da ocupação. Passaram por cima das antigas direções políticas aliadas aos governos, como DCE[1] (ver glossário) e também dos que, achando que a ocupação deveria acabar com algumas migalhas (principalmente PSOL e até o PSTU).
Começava um novo momento da mobilização dos estudantes. Participamos da ocupação e defendemos esta como uma ferramenta de luta, mas ainda que pela primeira vez tenhamos conseguido uma mínima coordenação entre as universidades estaduais de São Paulo, ainda não existiu uma direção democrática dos estudantes, com delegados eleitos em cada curso, para fazer valer as posições políticas do conjunto dos estudantes.
Foi com uma direção democrática desse tipo que os estudantes organizaram na França quando derrotaram o CPE. A luta por um movimento organizado desde as assembléias de base, que busque o apoio da sociedade é fundamental para ligar os estudantes aos trabalhadores (na greve também não conseguimos nos aliar ao funcionalismo público que também era atacado pelos decretos) e juntos lutarmos contra o elitismo da universidade brasileira, na luta por ampliar vagas e verbas nas universidades públicas e estatizar as particulares. Uma discussão que queremos abrir desde já com os calouros, preparando-nos para as próximas lutas.


Que decretos eram, mesmo?
O ano de 2007 começou com uma "ótima" notícia para as universidades estaduais: Serra, logo no primeiro dia de governo, baixou aquilo que ficou conhecido como os "Decretos do Serra". Entre outros efeitos, destacamos a intenção de privilegiar as “pesquisas operacionais”, para aprofundar ainda mais o caráter mercantilista do conhecimento produzido nas universidades; corte de verbas na Universidade e maior controle do governo sobre os gastos; e a proibição de contratação e negociação salarial de funcionários e professores sem aprovação direta do governo estadual.
Essas medidas pretendiam aprofundar o controle direto do estado sobre a administração da Universidade, assim como sobre o conhecimento produzido aqui, para que estudássemos apenas aquilo que é interessante para empresários e governantes. Há muito mais para refletir sobre a suposta autonomia que existe hoje, autonomia de alguns burocratas escolhidos pelo governador. Aliás, você sabe o que a excelentíssima reitora faz com os 180 milhões de verba mensal da USP?? Deve comprar muito laquê...
Veja os decretos feitos até maio de 2007 em: http://www.adusp.org.br/dossies/decretos/Dossie_Decretos_Serra.pdf


Não queremos almoço de domingo com base na super-exploração dos trabalhadores do bandejão!!!
Você sabia que uma das reivindicações atendidas da ocupação da reitoria da USP foi o bandejão de domingo, porém não se contrataram funcionários suficientes para cobrir esta função?
O resultado disso é que os poucos contratados estão se acabando em horas-extras e muito mais trabalho pesado (imagine o que é fazer quase 6000 refeições diárias... só no bandex central!!!). Sem contar que a reitoria está se aproveitando disso para jogar os trabalhadores contra os estudantes. Não podemos deixar que nossas refeições sejam servidas através de suor, hora-extra e muito dorflex dos trabalhadores da COSEAS!
Os estudantes, começando pelos do CRUSP que são os mais beneficiados com o almoço de domingo, devem apoiar os trabalhadores, fazendo uma campanha por CONTRATAÇÕES JÁ no bandejão!


Você sabia?
... que governo federal arrecadou cerca de 603 bilhões de reais em 2007, dos quais reservou 421 bilhões para o pagamento dos juros e das amortizações da dívida externa e interna, ou seja, quase 70% de toda a arrecadação de 2007, e somente 11 bilhões com a educação?


Plin-plin: a grande mídia cumpre seu papel
Por uma mídia independente dos lutadores!

A ocupação da reitoria foi um boom televisionado. Com ela, queríamos alardear nas TV’s e jornais os ataques que ontem e hoje a universidade e o ensino público sofrem, por conta da sede de lucro de governos e empresários.
Mas as mídias oficiais são serviçais aos interesses dos empresários e dos governos. Manipularam as informações e criaram a imagem de que não se passava de um movimento de “remelentinhos”, de estudantes que reclamavam de barriga cheia. Tudo para evitar um maior apoio da população ao nosso movimento, e perpetuar a idéia de que não se pode questionar as velhas e tradicionais instituições. A Globo fez até uma ocupação de reitoria na novela das oito com esse objetivo, e o estado criou uma “caça às bruxas” contra os partidos de esquerda e um dos sindicatos mais combativo do país: o SINTUSP.
Se quisermos derrotar os governos, precisamos criar os nossos próprios meios de comunicação, para não dependermos dessa mídia oficial que age contra qualquer movimento e que se coloque contra os interesses do capital.
Se você quer lutar pela democratização da mídia e impulsionar conosco uma mídia alternativa entre em contato pelo e-mail!


Lula e o REUNI: universidade mais voltada para o capital.
O segundo semestre de 2007 ficou marcado pela luta que o movimento estudantil impulsionou nacionalmente contra o REUNI, seguindo o exemplo da USP, estudantes das federais de todo o país ocuparam reitorias e tentaram barrar este ataque. Foi uma luta muito importante, mas derrotada. Mas o que é o REUNI?
O REUNI é parte de um plano do governo Lula para ligar as universidades ainda mais às necessidades das empresas, formando mão-de-obra qualificada e barata. Para isso, se por um lado aumentará o número de vagas, isso virá sem o aumento de verbas necessário para construção de infra-estrutura, novas contratações, e vai também congelar os salários do funcionalismo. Sem contar que aumenta o número de contratos precários e a terceirização.
Temos que acabar com o discurso do governo e mostrar que nós é que queremos que os trabalhadores e o povo pobre e negro estejam na universidade. Para isso é necessário um programa, um projeto de universidade do movimento estudantil e dos trabalhadores, que possa ganhar o apoio da sociedade para o nosso projeto e derrotar o governo Lula.


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SE ATACAM UM, ATACAM TODOS!

Em 2007 os estudantes lutaram contra o projeto dos governos e das burocracias acadêmicas que, junto às empresas, querem ligar ainda mais o conhecimento e as universidades ao grande capital. Nas estaduais com os decretos de Serra, na Fundação Santo André aumento de mensalidades antes de proporem o fechamento dos cursos de humanas, na PUC com redesenho institucional e nas federais com o REUNI, os estudantes foram os que mais saíram às ruas. Em resposta às mobilizações e às ocupações de Reitorias estudantes e trabalhadores das universidades estão sendo punidos ou perseguidos pelos “democráticos” governos das universidades com o apoio do estado burguês:

· Na USP 40 sindicâncias estão em curso, seis estudantes estão sendo indiciados acusados de agressão física a um professor, e em torno de 15 trabalhadores (inclusive importantes ativistas de suas unidades e destacados membros do sindicato) estão sofrendo perseguição com risco de serem demitidos ou até processo criminais, além de, em alguns casos, não os permitir mudar seu horário para estudar.
· Na UNICAMP, durante a greve se instaurou sindicância a sete alunos. E agora uma nova foi aberta contra os integrantes do centro acadêmico de ciências humanas, CACH.
· Na UNESP de Araraquara 4 estudantes estão sendo sindicados, por um ato com 100 estudantes que pintou bancos e caixas eletrônicos (contra a iniciativa privada dentro do campus), e 3 foram condenados - em primeira instância - a 2 anos de prisão pela ocupação.
· 61 demissões aos metroviários por uma paralisação de um dia.
· Na Fundação Santo André, a tropa de choque invadiu o campus duas vezes, para desocupar os estudantes, prendendo-os por várias horas.
· Na PUC-SP, após a desocupação da reitoria, contra o redesenho institucional (processo que visa ligar mais profundamente a universidade ao mercado de trabalho e as empresas) a polícia adentrou o campus, depois 30 anos, e ainda move sindicâncias contra 10 estudantes, e alguns processos judiciais! Além de retalhar todos os estudantes que participaram da ocupação de várias maneiras (não parcelando dívidas, matrícula etc).
· Entrada da Polícia Federal em ocupação da UFF, UFBA e perseguição em várias federais.
Além dessas medidas repressivas por parte da reitoria e direções de faculdades existem também a tentativa de acabar com festas e retirada dos espaços dos estudantes. Para ter uma idéia, Gabriel Cohn, diretor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, colocou uma lage de concreto em cima do espaço dos estudantes da Ciências Sociais e Filosofia após ter gradeado o espaço para impedir o uso pelos estudantes.

Dizem que ela existe pra ajudar
Dizem que ela existe pra proteger
EU SEI que ela pode te parar
EU SEI que ela pode te prender!!

Porém a repressão não está apenas nas universidades, aos estudantes, trabalhadores e aos lutadores.
Os trabalhadores do metrô sofrem 61 demissões após a greve que fizeram no ano passado. Os moradores dos morros no Rio ou nas periferias de São Paulo sofrem na pele o extermínio e o racismo da polícia, que tem em sua mira, preferencialmente, jovens e negros. Com o discurso de combater o tráfico a polícia faz um extermínio legitimado pelo governo de Sérgio Cabral no Rio, de Lula e a Tropa de Elite serve de exemplo para o governo de São Paulo nas ações da polícia nas favelas, como a desocupação na favela do Real Parque. Nossa campanha contra a repressão deve denunciar a repressão que sofrem todos os trabalhadores e o povo! Deve se colocar lado a lado da revolta da periferia de Salvador que se levantou contra a violência policial. Precisamos derrotar a repressão que recai sobre todos os que se mobilizaram, impulsionando desde a USP, a referência de todas as lutas do ano passado, uma ampla CAMPANHA CONTRA A REPRESSÃO, com a participação de todos os estudantes, trabalhadores, professores, centros acadêmicos, federações de curso, sindicatos, parlamentares, partidos da esquerda. A primeira tarefa é organizar, a partir de cada comitê local contra a repressão, um ENCONTRO ESTADUAL em SP entre todos os lutadores para barrar a repressão por conta dos processos de luta do ano passado. Precisamos defender os estudantes e trabalhadores e denunciar a violência policial ao povo negro.


Conhecimento para matar jovens e negros?
Você que entrou aqui para estudar como salvar vidas, a entender como a natureza funciona, a utilizar seus conhecimentos para transformar a sociedade, provavelmente não sabe que no espaço dessa universidade tem gente aprendendo a matar e torturar jovens pobres e negros numa escola de policiais?
FORA A ACADEMIA DE POLÍCIA BARRO BRANCO! FORA A PM DO CAMPUS!!!


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Fundação Santo André urgente: fechamento das humanas!
Logo no começo desde ano os estudantes da Fundação Santo André foram surpreendidos com a notícia de que os cursos da Fafil, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras serão fechados. A reitoria decidiu não abrir nenhum curso da FAFIL com a alegação de que não existe um número suficiente de estudantes matriculados.
Na greve dos estudantes da FSA ano passado contra o aumento das mensalidades justamente nestes cursos (que em alguns chegava a mais de 100%) isto já estava anunciado. Este é um ataque aos estudantes que não terão mais estes cursos disponíveis, inclusive os que prestaram vestibular ano passado e foram surpreendidos por esta notícia no dia da matrícula. Os professores estão com os dias de seus trabalhos contados. Além disso é um ataque tremendo às ciências humanas que são cada vez mais deixadas de lado uma vez que é mais difícil ligá-las ao grande capital (no caso do ABC as grandes metalúrgicas).
Justamente na universidade onde a repressão aos estudantes para desocupar a Reitoria e tentar minar o movimento contou com a polícia batendo e ameaçando estudantes, a burocracia acadêmica junto à administração municipal do PT quer mostrar sua força e seu elitismo contra os estudantes e lutadores que realmente se colocaram em defesa do ensino e ao direito de estudar.
Esta é uma medida que começa na FSA mas que pode se expandir para outras universidades particulares. Não podemos permitir que uma reitoria autoritária junto aos governos coloquem restrições ao ensino, pesquisa e à licenciatura.
Em defesa das ciências humanas e contra o fechamento da Fafil-FSA!!!!
Organizar solidariedade na USP, como campanhas de cartazes, abaixo-assinado, atos etc.


Todo apoio à luta dos trabalhadores da Ceralit!!!
A fábrica Ceralit, uma importante planta do setor químico em óleo e biocombustível, localizada em Campinas, está ocupada pelos trabalhadores para impedir a retirada das máquinas, que podem garantir o pagamento dos direitos depois que o patrão demitiu vários trabalhadores e atrasou os salários. Chamamos a fortalecer o apoio a essa luta e a lutar para que os trabalhadores sigam o exemplo de Zanon, fábricas de cerâmica no sul da Argentina, que está ocupada, produzindo e gerando novos postos de trabalho há mais de 6 anos, sob controle dos trabalhadores e sem patrões. Os trabalhadores podem controlar a produção muito melhor do que os patrões porque não visam o lucro. Façamos uma ampla campanha de solidariedade e o ME deve estar junto aos trabalhadores nessa luta!


Ultimas notícias: GREVE dos trabalhadores da EEL/USP (ex-Faenquil)!!!
A Faenquil, faculdade de engenharia química de Lorena, foi incorporada à USP, seu nome mudou para EEL e seus estudantes passaram a ser estudantes da USP. Porém, com os trabalhadores não se deu o mesmo, não foram incorporados como trabalhadores da USP, com os mesmos salários e direitos. Os trabalhadores da EEL entraram em greve no dia 25 de fevereiro reivindicando seus direitos. Os estudantes devem organizar solidariedade ativa à essa luta!! Incorporação imediata dos trabalhadores da EEL ao quadros de funcionários da USP!!!


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Participe do 8 de março Classista e anti-governista!!

A Marcha Mundial de Mulheres todos os anos organiza o ato de 8 de março. No entanto, essa organização é dirigida pela mesma corrente (Democracia Socialista/PT) que faz parte a governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, que permita que meninas sejam estupradas nas cadeias masculinas desse estado. Além disso, dessa marcha participa o PSOL de Heloísa Helena, que faz coro com a igreja contra o direito elementar das mulheres decidirem sobre seu próprio corpo.
Neste 8 de março, participe do ato classista e anti-governista, na Pça Oswaldo Cruz (início da Av. Paulista), às 10h. O Movimento A Plenos Pulmões chama todos os estudantes e trabalhadores para marchar junto ao bloco que estamos organizando nesse ato.


Atividades impulsionadas pelo Movimento A Plenos Pulmões:

Durante a calourada unificada da FFLCH, quarta-feira (27/02), a partir das 17h30, atividades do Comitê contra a repressão – USP no espaço dos estudantes da Ciências Sociais:
- Vídeo sobre a repressão
- Debate com ADUSP, Sintusp e DCE sobre a repressão
- FESTA contra a repressão!!!

Durante as oficinas da calourada unificada do DCE – quinta-feira (28/02):
- Oficina “A crise econômica e o socialismo do século XXI....aonde vai Cuba?”
- Oficina “Ocupação e repressão”
– com estudantes da PUC, Fundação Santo André, UNESP, Unicamp, entre outros.

Discussões sobre a Mulher trabalhadora no Sintusp, às 12h, com a participação Dr. Mauro Iasi (sociólogo); Renata Piekarski (funcionária/ USP); Conlutas; PSTU; LER-QI; PCO:
- “8 de março (histórico) – a mulher e a revolução” – 05/03
- “A mulher frente à opressão e o Estado capitalista” – 06/03

Conheça as Casas Socialistas de Cultura e Política!
Rio Pequeno – Rua Dr. Sérgio Ruiz Albuquerque, 217 – travessa da Av. Rio Pequeno em frente à padaria “5 Quinas”
Vila Madalena – Pça Américo Jacomino, 49 – em frente ao metrô Vila Madalena
Acompanhe as informações das atividades através do site: www.ler-qi.org





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