O reitor interventor de Serra na USP, João Grandino Rodas, mostrou até onde está disposto a seguir para tentar acabar com a combatividade dos trabalhadores da USP e de seu sindicato, Sintusp, que hoje, junto aos setores combativos do movimento estudantil das estaduais paulistas, são o maior obstáculo para a implementação dos projetos do governo nas universidades: na segunda-feira a reitoria efetivou a ameaça que vinha fazendo desde o dia 4 de Maio, e cortou o pagamento de 1000 trabalhadores da universidade. Esta medida, como já divulgamos aqui, foi considerada arbitrária e ilegal até mesmo por órgãos da própria USP, como a congregação da Faculdade de Direito, que votou o parecer do professor e juiz do trabalho Jorge Luiz Souto Maior, que declara a ilegalidade deste ato, e a congregação da FFLCH.
A implementação deste corte de ponto constitui um ataque absurdo ao direito de greve e de organização política dos trabalhadores da USP, como são as multas que o Sintusp recebe e a ilegal demissão de Brandão. Mas os trabalhadores da USP mostraram ontem que não estão dispostos a serem intimidados pelos ataques de Rodas e responderam à altura: ontem de manhã ocuparam o prédio da reitoria da USP, exigindo a imediata reabertura de negociações e o pagamento dos dias descontados dos 1000 funcionários.
O Movimento A Plenos Pulmões, como tem feito desde o começo desta importante greve, esteve ontem ombro a ombro com os trabalhadores da USP e ocupamos a reitoria junto a eles. Durante o dia estivemos em diversos cursos da universidade divulgando a ação realizada pelos trabalhadores e chamando os estudantes a prestarem solidariedade ativa à greve e ocupação. A primeira medida efetiva desta solidariedade se demonstrou ontem à noite, quando mais de mil pessoas compareceram ao festival pelo direito de greve, contra a repressão e pela reintegração de Brandão. Este evento foi organizado pelo Movimento A Plenos Pulmões, o Grupo de Mulheres Pão e Rosas e também recebeu o apoio de diversos centros acadêmicos e da assembleia geral de estudantes da USP. B-Negão, Mara Onijá, Coletivo Sonoro Radiola e outras bandas estiveram presentes demonstrando sua solidariedade aos trabalhadores em greve. O dinheiro arrecadado será revertido para o fundo de greve dos trabalhadores. Em breve divulgaremos fotos do festival de ontem.
Estivemos e estaremos até o fim ao lado dos trabalhadores da USP em sua luta contra a quebra da isonomia salarial, pelo direito de greve e em defesa da educação.
Todo apoio à ocupação da reitoria!
Pelo direito de greve e pela isonomia salarial!
Contra a repressão e a criminalização dos lutadores!
Pela reintegração de Brandão!
Por uma educação gratuita para todos e a serviço dos trabalhadores e do povo pobre!
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