segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
Basta de elitismo e racismo na PUC-SP e nas outras Universidades! Punição a todos os racistas!
Na carta (que se tornou de conhecimento público) a estudante de Geografia é chamada de “verme parasita” por “estar acostumada a usufruir do que não é seu”, como seria o caso de sua fala na cerimônia de colação, onde estaria “de favor”. Ainda segundo a carta, isso comprovaria que a estudante de Geografia pertence a um grupo de “gente inha” ou de "povo inho”, evidenciando um nítido preconceito de classe.
Em virtude disso, o departamento de História manifestou-se rapidamente em repúdio ao ocorrido através de carta assinada por Yvone Avelino e Mariza Romero (respectivamente chefe e coordenadora do Depto. De História), ação seguida pela professora Olga Brittes, pertencente ao mesmo departamento. A turma dos estudantes de História ingressantes em 2005 publicou uma carta endereçada à direção da Faculdade de Ciências Sociais e a todos os professores dessa Faculdade, assinada em nome e com o consentimento de todos os seus componentes, repudiando o conteúdo da carta e exigindo a cassação do diploma das três estudantes. Diversos outros alunos do curso de História também têm expressado repúdio à atitude dessas estudantes, mediante a publicação de outras cartas divulgadas nas listas da PUC-SP.
Na última reunião do Conselho de Centros Acadêmicos, ocorrida em 18/12, também se debateu o episódio, chegando ao consenso de que a carta possui caráter estritamente elitista e racista, independente das considerações que possam ser feitas do ponto de vista jurídico ou mesmo da opinião pessoal da estudante de Geografia a quem a carta foi endereçada. Em função disso, todos os Centros Acadêmicos presentes assinaram uma carta de repúdio à ação das três estudantes de Historia, defendendo a cassação de seus respectivos diplomas, exigindo o posicionamento da Reitoria e de todos os professores da PUC-SP, além de propor a organização de um ato no dia 22/12 em frente à Reitoria, e a criação de um comitê de mobilização contra a repressão e a opressão na universidade, aberto a todos os estudantes, professores e funcionários da PUC-SP, bem como a quaisquer entidades, movimentos e pessoas fora dela, com o intuito de impulsionar discussões e ações concretas para evitar que episódios como esse voltem a ocorrer.
Diante disso, chamamos todos os centros acadêmicos e todas as demais entidades da PUC-SP e de outras universidades a se posicionaram sobre o ocorrido, mandando moções de repúdio à ação discriminatória de cunho elitista (e racista) das específicas estudantes de História. Assim como comparecerem ao ato de entrega da carta (Terça Feira, 22/12, às 17hs) em frente à Reitoria exigindo o posicionamento da reitoria da Universidade sobre o ocorrido, além da necessária punição às estudantes para que atitudes como essas não sejam reproduzidas na Universidade.
Nesse sentindo, fazemos um chamado especial ao CACS, que vem se abstendo de tomar uma posição pública sobre o ocorrido. O CACS, que carrega a tradição de ser o Centro Acadêmico mais combativo da PUC-SP, carrega também a respmsabilidade imperante de estar na linha de frente das mobilizações. O fato deste episódio envolver dois cursos abarcados pelo CACS, Geografia e História, redobra a sua responsabilidade. Todavia, mesmo após dezenas de estudantes e do próprio Departamento do curso de História declararem repúdio a este desprezível acontecimento, o CACS permanece em silêncio e nem sequer compareceu ao último CCA para debater o ocorrido. Gostaríamos de lembrar aos companheiros do CACS que a omissão não é e jamais foi a melhor forma de solucionar quaisquer problemas.
Nós, do Movimento A Plenos Pulmões, que dedicamos todas as nossas forças a combater a exploração e a opressão em todas as universidades onde atuamos, entendemos que este episódio não é um caso isolado, mas uma decorrência do modelo elitista e racista de universidade; modelos esse que exclui de suas dependências a imensa maioria da população, que utiliza em larga escala a terceirização de funcionários submetidos a condições de trabalho degradantes e salários miseráveis, que adequou a imensa maior parte de seus currículos e pesquisas de acordo com o interesse das grandes empresas e que persegue e criminaliza os estudantes que tentam antepor-se a essa lógica ao reivindicar maior acesso e democracia. Por isso entendemos como fundamental a participação no ato de 22/12 como parte de uma campanha mais ampla e da construção do comitê de mobilização contra a opressão e a repressão na universidade, do qual endossamos o convite a todos os intelectuais, estudantes, trabalhadores, jovens e todas as demais pessoas interessadas em construir uma sociedade mais digna a participarem ativamente.
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Protestos na Alemanha: Milhares de estudantes em greve saem às ruas

Ao longo das últimas quatro semanas, dezenas de milhares de estudantes universitários e secundaristas paralisaram suas aulas, organizaram ocupações de reitorias e diretorias de colégios e saíram às ruas em mais de 50 cidades da Alemanha em protesto contra a situação da educação no país. A mobilização dos estudantes alemães deve ser entendida nos marcos da crise econômica e da conjuntura de ebulição do movimento estudantil e da juventude européia que, desde o ano passado, vêm protagonizando ações massivas e radicalizadas em diversos países como Itália, Portugal, Espanha, Áustria e, principalmente, Grécia.
Assim como grande parte dos jovens europeus, os estudantes alemães se levantam contra as reformas empreendidas pelo projeto de educação adotado pela União Européia, chamado “Processo de Bolonha”, que tem como objetivo homogeneizar o ensino básico secundário e o ensino universitário, flexibilizando ambos e tornando-os mais elitizados e funcionais ao capital; adequando os modelos dos cursos universitários, suas respectivas estruturas curriculares e seus programas de pesquisa às necessidades das empresas e reduzindo sua duração. Como parte desse projeto, em diversas universidades da Alemanha passou a ser exigida uma taxa de matrícula dos estudantes que, em alguns casos, chega a custar até mil euros, e que pode se generalizar por todo o país.
Uma frente de organizações estudantis auto-denominada “Greve Educativa 2009” convocou mobilizações contra as reformas de “Bolonha” e exigindo mudanças nos cursos e em suas grades, além de mais verbas para a educação e para a permanência estudantil. Esta frente é encabeçada pelo partido de esquerda “Die Linke”, que coloca como reivindicação –ainda que para a maioria dos participantes da greve seja óbvia a conexão entre, por um lado, a crise econômica e o resgate financeiro promovido pelo Estado aos empresários e, por outro, a miséria do sistema educacional– apenas a melhora ou saneamento do setor educativo, sem ligá-lo às outras questões e demais setores da sociedade. De todo modo, desde a onde de protestos em junho mantém-se um grande espírito de luta e, impulsionadas pela ocupação da Universidade de Viena, entre o final de novembro e o começo de dezembro houve 30 ocupações em diferentes universidades e colégios na Alemanha.
O movimento se generaliza, mas se radicaliza apenas minoritariamente, e suas demandas não ultrapassaram o terreno meramente educacional. Os estudantes experimentaram a força da unidade de ação em manifestações em diversas cidades alemãs, mas também ganharam a experiência negativa de que, apesar dos esforços, ainda não conseguiram nada. Agora há discussões políticas nas universidades, institutos e centros de pesquisa para analisar como o movimento pode avançar e como alcançar as reivindicações em torno de uma educação livre e gratuita.
Nós, do Movimento A Plenos Pulmões, saudamos a luta dos estudantes alemães, mas entendemos como vital e estratégica a necessidade dos estudantes defenderem-se dos ataques da burguesia através de uma aliança operário-estudantil, ligando-se aos trabalhadores e ao povo pobre e lutando não apenas pela derrota do “Plano Bolonha”, mas pela construção de uma perspectiva que permita a democratização plena da universidade, tanto na sua estrutura de poder como no seu acesso, e que permita a universidade funcionar não sob os interesses da burguesia, mas sim da classe trabalhadora.
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Conheça a chapa Terra em Transe CACH-Unicamp

Queremos construir uma entidade verdadeiramente militante, anti-governista e em aliança com os trabalhadores. Que preze pela democracia desde a base e que torne concreto o programa que aqui levantamos.
Frente à crise da universidade pública, ao desmoronamento do IFCH, à falta de professores e funcionários, à terceirização que avança a passos largos e ao cerceamento de nossas liberdades democráticas; queremos colocar o IFCH em transe, subverter a normalidade e transformar a nossa realidade!
visite nosso blog: www.chapaterraemtranse.blogspot.com
ELEIÇÕES CACH-UNICAMP
No último semestre o IFCH participou de uma importante greve encabeçada pelas estaduais paulistas. Nosso motivo central: combater a Univesp.
Ao longo do semestre, no entanto, diante de diversos outros problemas, como a entrada da PM no campus da USP e uma crise da (anti)democracia das instâncias decisórias dessa universidade, outro problema, há muito tempo latente no IFCH, se manifestou com força: o desmonte de nosso instituto e das Ciências Humanas em geral.
Mesmo com o fim da greve, um sentimento de inconclusão se manteve. Ao tempo em que o caixão que levantamos apodrece, nossa biblioteca é inundada, documentos de nosso arquivo (AEL) são comidos por cupins (sobrepondo o esquecimento à memória do movimento dos trabalhadores) e funcionários têm de trabalhar cada dia mais e sob piores condições, seu caso mais latente: a terceirização. Essa grave situação já era reconhecida inclusive pela Direção do Instituto em seu programa político antes de ser eleita.
O reconhecimento da situação, no entanto, não fez com que a maioria de nossos professores e a atual Direção do IFCH se colocassem decididamente em uma luta política que extrapolasse os mecanismos institucionais, que há longa data vêm se mostrando um canal de referendamento das políticas da Reitoria.
A reformulação de nosso currículo de acordo com a falta de professores (como aconteceu com o currículo da Ciências Sociais já em andamento para os calouros de 2009) deixa evidente a fraqueza dessa forma de atuação política adaptada à burocracia universitária - vale ressaltar que na História não faltaram iniciativas neste sentido, com propostas de retiradas de matérias de Teoria entre outras; o problema é que a carga horária da curso de História já está próxima do limite mínimo permitido, o que dá pouca maleabilidade para reformas curriculares nesta lógica. Enquanto que reconhecem os problemas e levantam a bandeira de contratação de professores (se esquecendo dos funcionários), os próprios departamentos do IFCH já cavam sua cova.
A Comissão de Vagas Docentes (CVD - ligada à reitoria) disponibilizará, para o ano de 2010, 40 novas vagas de contratação docente para toda a Unicamp. Essas vagas, cabe lembrar, serão disputadas pelas 22 unidades da Universidade. Só o IFCH, segundo cálculo feito pelos departamentos, precisaria de 32 novas contratações nos próximos 2 anos – isto para que linhas de pesquisa que existem hoje em nosso instituto não deixem de existir. O pedido que será enviado pela Congregação do IFCH requisitando 32 novas vagas só para nosso Instituto será obviamente negado e engavetado pelo nosso excelentíssimo REItor Fernando Costa.
Outro ponto importante diz respeito ao funcionamento dos órgãos decisórios de nosso Instituto. A democracia, como sabemos, nunca foi o forte. Isso fica mais evidente se olharmos para a composição da Congregação (órgão máximo de deliberação do IFCH), onde os professores têm 70% de representantes, os funcionários 15% e os estudantes 15%.
A necessidade de um novo Estatuto e de uma ampla discussão sobre a democracia em nosso Instituto já foram levantadas inclusive pela própria Direção, em sua retórica carta programa.
Nós, da chapa Terra em Transe, reivindicamos o processo de luta política que vêm sendo construído contra o desmanche de nosso instituto, das ciências humanas e da universidade pública brasileira.
Convidamos todos os estudantes que se preocupam com o futuro de nosso Instituto a não apenas votarem em nossa chapa, mas, mais importante do que isto, a participarem das reuniões do Centro Acadêmico e dos diversos outros espaços de construção política.
UNESP ARARAQUARA - Grande vitória da chapa Ekoábok nas eleições do Centro Acadêmico de Ciências Sociais “Florestan Fernandes”
Em Araraquara conquistamos mais um centro acadêmico para as lutas e desafios que temos e que virão no próximo período. Nós do Movimento A Plenos Pulmões e do grupo de mulheres Pão e Rosas junto a estudantes independentes participamos destas eleições buscando discutir e chegar à base dos estudantes, e também romper o isolamento do movimento estudantil local, a exemplo de como havíamos atuado durante a luta contra o assédio sexual na moradia estudantil, buscando apoio entre todos os estudantes. Em uma chapa composta por jovens estudantes, sendo sua grande maioria dos primeiros anos, que desde já se contrapõe ao velho sindicalismo habitual do movimento estudantil, tem uma grande gana de mudança (Ekoábok, em Tupi!), na busca por um diálogo e integração com a base dos estudantes de forma a colocar um programa pela positiva que responda as reais demandas de nosso curso e da crise das universidades, expressa seja pela implementação do PDI e da Univesp na UNESP ou pela eleição de Rodas na USP. Nessa perspectiva trabalhamos com o material da chapa, assim como nossos próprios materiais, durante a eleição que teve a adesão de uma ampla camada de estudantes, com uma representação real de mais de 40% de quorum e 147 votos para nossa chapa e apenas 38 contrários. O que aponta para uma nova fase do movimento estudantil de Araraquara, numa perspectiva de retomada das lutas, como da greve e ocupação de 2007. Nesse processo nós da A Plenos Pulmões e do Pão e Rosas lutaremos com todas as nossas forças para que o CAFF seja um pólo potencializador das lutas na perspectiva da construção de um forte movimento estadual que responda com um só punho junto aos trabalhadores, os ataques dos governos Serra e Lula, na luta pela estatização das universidades privadas e do fim do vestibular! Um centro acadêmico, portanto, militante, que contribua para organizar os estudantes desde a base, na busca por uma aliança real com os trabalhadores do campo e da cidade, em defesa dos lutadores e lutadoras que vêm sendo perseguidos, e como uma entidade que estará a serviço de se levantar pela juventude, pelas mulheres e pelos trabalhadores de todos os países do mundo quando forem oprimidos e atacados! Chamamos todos os estudantes da UNESP de Araraquara a lutar ao nosso lado por esta perspectiva.
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
Debate: O caso de Geisy Arruda, estudante da Uniban, e a Violência contra as mulheres

Debate com
TEREZINHA MARTINS
Doutora em Psicologia Social, professora do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva - UFRJ
ANNA MARINA PINHEIRO
Doutora em História Social, professora do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais - UFRJ
CLARISSA MENEZES
Mestranda em Saúde Coletiva - UFRJ e integrante do grupo de mulheres Pão e Rosas
Mediação: LUDMILA CARDOSO
Pesquisadora do Laboratório Territorial de Manguinhos ENSP/Fiocruz e estudante de Lic. em Ciências Sociais/UFRJ
08 de dezembro (terça-feira)
Às 18h Local: IFCS/UFRJ – (térreo)
Largo São Vicente de Paula, 01 – Centro – RJ
Organização:
Grupo de mulheres Pão e Rosas
Movimento A Plenos Pulmões
CONTINUAR A LUTA PELA REABERTURA DA LICENCIATURA E DENUNCIAR O REGIME DA PUC-SP!
Continuar a luta pela Licenciatura sem sucatear o curso e sem aumentar as mensalidades!
Abaixo o CONSAD e a política da Fundação São paulo para a Universidade!
Pela participação estudantil direta na decisão curricular!
Foram abertas as inscrições para representação estudantil no Conselho Departamental, serão 4 cadeiras para os estudantes poderem ocupar no próximo ano. Achamos fundamental a participação para compreendermos o regime da PUC-SP e principalmente denunciar o caráter atual dessa estrutura de poder, hoje controlada pela Fundação São Paulo.
Nossa participação não pode ser encarada como uma tentativa de transformar algo na PUC-SP já que foram esses mesmos conselhos que no último período legitimaram todo o processo de intervenção de Igreja, redesenho institucional e que apoiaram a consolidação de um novo estatuto que dá poderes máximos a Fundação São paulo. Entretanto, é fundamental que desmascaremos a atual vida política incrustada na universidade, mostrar de como as reivindicações mais democráticas nossas não podem ser levadas a cabo por professores preocupados só com seus curriculum lates e conservar a PUC-SP como uma universidade elitizada e a serviço do mercado e da produção do conhecimento instrumentalizado.
Durante esse último semestre vários estudantes da Ciências sociais se organizaram, por exemplo, para lutar pela reabertura da Licenciatura no currículo do curso, promessas foram feitas, mas sabemos que a volta da Licenciatura sem afetar a grade e sem sucatear o curso estará condicionada a nossa própria luta. Assim como toda a necessidade da participação estudantil na decisão dos currículos, que sofrem constantemente diversos ataques, e só através das nossas próprias mão conseguiremos estabelecer a defesa de cátedras livres e a defesa da teoria ligada a práxis para a transformação da realidade da universidade e da sociedade no Brasil.
Não queremos uma teoria aplicada para a reprodução ideológica e do status quo dessa atual forma de organização social, econômica e política. Queremos uma teoria ligada a práxis que se ligue aos interesses das camadas mais pobres e exploradas. Defendemos a teoria marxista como forma dessa transformação, mas também reivindicando que o conhecimento nas suas mais diversas tendências e áreas produzido na academia esteja a serviço de todos os trabalhadores e o povo pobre, que atualmente não tem acesso a universidade. Para abrir as portas da universidade, e especificamente na PUC-SP é fundamental questionar a sua estrutura de poder que hoje é incapaz de resolver qualquer questão mais democrática do curso.
Por isso nós do Movimento A Plenos Pulmões participamos e apoiamos os estudantes que estão se candidatando para a representação nessas cadeiras. Para dar continuidade a luta pela reabertura da licenciatura e do questionamento do currículo presente na faculdade.
Chamamos a todos a votar nos nomes abaixo:
Titulares:
André 1ºano
Natasha 3ºano
Felipe 4ºano
Guilherme 3ºano.
Suplentes:
Rafael 1ºano
Raphael “Mineiro” 3ºano
Gustavo Menon 3ºano
“Marquinhos” 3ºano.
SOBRE AS ELEIÇÕES PARA REPRESENTAÇÃO DISCENTE NOS CONSELHOS SUPERIORES DA PUC-SP.
PERMANÊNCIA ESTUDANTIL, BOLSAS PARA TODOS QUE PRECISAM E MATRICULA DE TODOS OS INADIMPLENTES!.
NÃO A REPRESSÃO AO MOVIMENTO ESTUDANTIL, PELA LIBERDADE DE ORGANIZAÇÃO E DEMOCRACIA NA UNIVERSIDADE!
ABAIXO O CONSAD! DISSOLUÇÃO DO ESTATUTO CLERICAL!
MOBILIZAR E LUTAR PELA DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO E ESTRTURA DE PODER NA PUC-SP.
VOTE CHAPA 1 PARA OS CONSELHOS SUPERIORES- A CHAPA DE UNIDADE DO MOVIMENTO ESTUDANTIL PARA DENUNCIAR E DESMASCARAR O ATUAL REGIME DA PUC-SP!
A PUC-SP vive uma nova realidade! Depois do fracasso do seu antigo modelo de “Universidade Comunitária”, que não sobreviveu com a criação da LDB e da crescente privatização da educação superior no País, todas as conquistas que estudantes, funcionários e professores historicamente haviam conseguido foram retiradas num curto espaço de tempo. Primeiro a gestão Maura Véras, que legitimou a intervenção da Igreja e aplicou uma política de demissão e corte de gastos como a maximização dos contratos dos professores, a retirada de bolsas e expulsão dos inadimplentes. Depois Dirceu que deu a pincelada final e hoje mantém um estatuto clerical onde tudo é decidido pelo CONSAD representado em maioria pelos padres da Fundação São Paulo.
A POLÍTICA DE DECRETOS DA PUC-SP
Com esse redesenho na estrutura de poder da universidade a Fundação São Paulo muda a lógica da política na PUC-SP. Ela impõe as ordens e os conselhos obedecem. Os conselhos são apenas consultivos, como a própria professora Maria Amalia falou na sua última entrevista ao PUC Viva existe uma “política consciente de esvaziar os conselhos da PUC-SP”. Mostrando como se fechou o regime universitário e como o caminho hoje é liberado para a Fundação São Paulo, atacar as horas administrativas dos professores, manter a maximização dos contratos, aumentar as mensalidades e é claro piorando a qualidade dos cursos, além de não oferecer bolsas e não aceitar a matricula dos inadimplentes.
A HIPOCRISIA DOS CONSELHOS
Hoje se mostram as verdades que antes era camuflada pela maioria dos burocatas que perduram até hoje na PUC-SP.
1-) Primeiro a antiga reitora Maura que falava que a intervenção era temporária e só era por causa de um momento financeiramente difícil que passava a instituição. Onde todos deveriam fazer sacrifícios. Os sacrifícios foram feitos, todos conselheiros (com exceção da representação estudantil na época) votaram a favor da intervenção da igreja e da maximização do contrato dos professores, além das demissões de 35% do quadro docente e 50% do quadro de funcionários. E sabe o que aconteceu? A dívida da PUC-SP depois desses 3 anos triplicou, porque esses mesmos que defenderam os “sacrifícios” omitiram para aqueles que o fizeram que a Fundação São paulo e a os juros dos Bancos não iriam fazer sacrifício nenhum, não sabe-se se por pecado ou coisa parecida, mas o fato que eles o que mais saíram bem nessa história toda.
2-) O Estatuto. Depois de redefinirem as faculdades e a rentabilização dos cursos, chegou a hora de legitimar aquilo que era ilegitimo (a Fundação São Paulo mandar sem poder), mais uma vez todos os conselhos da PUC-SP, representado pela sobre-representação dos burocratas, disse naquele momento: “É hora de mudarmos o estatuto, mas a Fundação São Paulo não irá controlar a Universidade.” Bom, não precisa nem comentar pois eles mesmos estão provando do seu próprio veneno, a maximização se manteve, corte de horas administrativas, e a retirada de poderes como nunca antes foi feita. A questão é que esses mesmos burocratas que votaram em favor da igreja e defenderam a maximização, hoje perdem seus antigos poderes que tinham para os padres da Fundação São paulo.
3-) Dirceu, o candidato da mudança e da democracia? Nada! O candidato da continuidade e da Igreja. Dirceu como era de se esperar respeitou as regras do jogo! Manteve a terceirização do trabalho, manteve o estatuto, manteve o CONSAD, manteve as mensalidades milionários e manteve a repressão. O CACS hoje por exemplo é indiciado e perseguido pela reitoria numa ação consciente do Vice- Reitor Helio deliberador. Usa o pressuposto das drogas para perseguir os estudantes que voltaram a se reorganizar a partir dos cursos para exigir a volta da Licenciatura como na Ciências Sociais, a participação na decisão curricular, a permanência estudantil e contra o processo crescente de proibições que vai da realização das atividades culturais até a panfletagem de materiais políticos na Faculdade.
OCUPAR AS CADEIRAS PARA DESMASCARAR
Frente a esse cenário nós do Movimento A plenos Pulmões achamos fundamental buscar a unidade do Movimento Estudantil, respeitando as divergências políticas que existem no interior dele, e ocupar as cadeiras que existem destinadas a faculdade de ciências humanas nos conselhos superiores. Nos juntamos com o CACS, o CASS e o CARI para impulsionar essas eleições que garantam num próximo período uma política sistemática de denuncia e questionamento do regime universitário presente.
Sabemos que essa representação não está a serviço de transformar a atual realidade da PUC-SP, já que consideramos inviável por tudo que já dissemos sobre essa estrutura de poder. A única alternativa que vemos para transformar de fato a PUC-SP é através da mobilização e luta permanente na Universidade que consolide uma nova estrutura de poder, realmente democrática, que respeite o princípio da democracia direta com cada cabeça um voto, colocando abaixo esses conselhos anti-democráticos que só serviram até hoje para atacar a comunidade e instrumentalizar o conhecimento produzido na PUC-SP. E ainda que hoje flertam com a comunidade a base de mentiras e falsidades contra o CONSAD, temos certeza que nunca próximo período de mobilização serão os primeiros a dar as mãos novamente para a Igreja, como deram no passado.
Porém, é fundamental conhecermos o regime para podermos transforma-lo, pressionar e denunciar a burocracia apontando um protejo de universidade paralelo, que derrube a atual lógica e coloque uma outra perspectiva para a democratização do acesso e da estrutura de poder da PUC-SP. Além de não aceitar a repressão e o ataque as organizações estudantis, defendemos a nossa liberdade política no campus da Universidade, sendo assim uma maneira importante para reorganizarmos os estudantes na PUC-SP através da luta e mobilização.
Integrantes da Chapa 1:
CONSUN – Titular: Guilherme Salvini 3. Ano História
Suplente: Luna Goés 3. Ano Serviço Social
CECOM - Titular: Julia Chamis (Flor) 1. Ano História
Suplente: Pedro 2. Ano Relações Internacionais
CEPE - Titular: Nicole Caus1. Ano Relações Internacionais
Suplente: Felipe Guarnieri 4. Ano Ciências Sociais
CAF - Titular: Américo Sampaio 2. Ano Serviço Social
Suplente: Gabriel Madeira 2. Ano Relações Internacionais
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Jornada de discussões sobre o Movimento Estudantil - Suas entidades, a aliança com os trabalhadores e o papel dos estudantes.

MOVIMENTO A PLENOS PULMÕES (LER-QI E INDEPENDENTES) CONVIDA:
SABÁDO AS 16:30 NA CASA SOCIALISTA KARL MARK DE CULTURA E POLÍTICA- PÇA AMERICO JACOMINO, 49 PRÓXIMO DO METRO VILA MADALENA.
Por que Participar?
Convidamos todos os estudantes nesse período de eleições em que vivemos nas universidades a participar da Jornada de discussões sobre o Movimento Estudantil - Suas entidades, a aliança com os trabalhadores e o papel dos estudantes. Queremos resgatar a histórica aliança entre estudantes e trabalhadores e saber como podemos atuar no próximo período, principalmente aprofundado um debate sobre a atual vida e organização das entidades estudantis frente aos processos de crise atual e das lutas que surgirem.
Convidamos Juan, dirigente do CEFeL (Centro Acadêmico de Filosofia e Letras) da Unviersidade de Buenos Aires- Argentina, para discutirmos a partir de algumas experiencias importantes que aconteceram lá no último período em relação a organização de Centros estudantis de fato militantes e combativos e não apenas aparatos que falam de lutas, mas não há fazem, e menos ainda mecanismos de cooptação do governismo.
A crise de nossa época...
Vivemos um período agitado! Em meio a crise econômica os exploradores e gananciosos não se cansam de repetir que a crise acabou e que agora o momento é de cooperação entre ricos e pobres, trabalhadores e donos do capital. Entretanto a cada enfrentamento com a policia, a cada retirada de nossos direitos, a cada golpe militar organizado pelos dominantes como em Honduras, vemos que não temos com o que cooperar e sim que a úncia alternativa restante é a resistência e a luta!
No Brasil, o governo Lula faz propaganda do “país modelo”. Fornece o dobro de dinheiro, através do BNDES, para empresários que concentram a riqueza em suas mãos como Eiki Batista do que destina para a educação pública. As universidades continuam sendo restrita aos trabalhadores e ao povo pobre que anseiam por vagas e as poucas que encontram são em grandes monopólios que cobram mensalidades absurdas e oferecem um curso sucateado preparando os jovens trabalhadores apenas para um salário de miséria e uma alta jornada de trabalho.
As lutas na Universidade...A Universidade nas lutas...
No 1º semestre os trabalhadores da USP foram protagonistas de uma luta importante, que contou depois com o apoio dos estudantes, em relação ao questionamento do caráter da Universidade somado a luta contra a repressão tendo como centro a defesa do SINTUSP e readmissão de Brandão. Essa greve mostrou que a mobilização é a única maneira as quais os estudantes e trabalhadores na Universidade podem responder uma estrutura de poder arcaica controlada pelos mesmos burocratas de sempre, e quando eles não conseguem controlar quem controla é o Serra, fazendo cada vez mais se manter o perfil elitista e anti-popular dos centros de conhecimento no Brasil.
Precisamos fazer com que as lutas populares e dos trabalhadores encontre eco no movimento estudantil, mas não apenas isso, hoje também fundamental fazer com que as lutas no Movimento Estudantil sejam ligadas aos interesses da população pobre e dos trabalhadores. Cada luta por melhoria da Universidade, cada luta contra a repressão é necessário fazer expressar a solidariedade aos jovens e mulheres assassinados pelas tropas policiais nos morros e periferias, como principalmente acontece hoje no Rio de Janeiro. Não podemos mais nos contentar em apenas ouvir falar em aliança-operária-estudantil devemos faze-la na prática, não ser somente palavra de ordem e sim mecanismo de ação conjunta de estudantes e trabalhadores politica, teorica e ideoligicamente.
Por que mudar a vida das nossas entidades estudantis?
Para consolidar essa aliança cada vez fica mais latente a necessidade de nos organizarmos. . Em primeiro lugar hoje é fundamental revolucionarmos a vida de nossas entidades. Trocar os calendários e congressos vitoriosos a priori, por planos de lutas audazes e que reflita a demanda e as lutas dos setores mais oprimidos e explorados da população. Dar respostas imedias e não tardias, sair da rotina de reuniões e assembleias que discutem de tudo menos política e ações de luta.
As entidades estudantis tem que ser um instrumento militante e combativo orgânico aos processos de luta dos estudantes e trabalhadores. Assim como fizeram os estudantes a partir do CEFeL (Centro Acadêmico de Filosofia e Letras) da UBA (Universidade de Buenos Aires) e o apoio ativo que deram na luta dos trabalhadores da Kraft-Terrabusi mesmo com toda a censura da mídia e da grande imprensa que fazia questão de esconder o papel deles nas manifestações e mobilizações. A solidariedade dos estudantes as mais de 160 mil familias que sofreram as demissões da Kraft foi fundamental para a Justiça da Província impedir uma das primeiras ordens de despejo da fábrica.
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Atividade de Lançamento da Chapa Pagu para as eleições do Centro Acadêmico de Serviço Social da PUC-SP:
Com Mara Onija- Integrante do Grupo de Mulheres Pão e rosas e Juan do CEFyL (Centro de Estudantes de filosofia e letras da UBA- Argentina).
Nessa quinta feira (19/11) as 19hs no CASS- PUC-SP!!! Compareça!
"A satisfação intelectual não me basta...A ação me faz falta"- Pagu

sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Eleições DCE Unicamp
Unicamp: Atrás da revolução francesa
Desde 2007 o movimento estudantil vem tomando para si, de forma massiva e radicalizada, a luta contra os ataques vindos dos governos estaduais e federais. Essas mobilizações foram inevitavelmente além da oposição aos ataques em si e aos governos que os impunham, pois acabavam tendo de se enfrentar contra agentes internos da própria universidade, que se empenhavam (e continuam se empenhando) em transformar a academia em um espaço ainda mais burocrático, elitizado, repressor e dependente do setor privado. As greves de 2007 e 2009 mostraram, fundamentalmente, que para lutar contra os ataques do governo é necessário também lutar contra a burocracia acadêmica.
Quanto mais antidemocrática a estrutura de poder na Universidade, mais fácil, por parte dos governos, empresas e reitorias imporem seus ataques. Os decretos do Serra em 2007 e a gritante repressão a greve dos trabalhadores da USP neste primeiro semestre deixa evidente a quem serve a atual estrutura de poder na Universidade. Estudantes e trabalhadores são excluídos dos espaços de decisão que são monopolizados por endinheirados professores que, muitas vezes, são os mesmo que possuem obscuras ligações com empresas privadas. A verdade é que um lugar que concede 70% do poder de decisão a uma minúscula minoria e onde a comunidade não pode nem decidir quem será o próprio reitor, pois quem decide isso no final é o governador, está muito mais próxima de um feudo e de uma ditadura, do que de um pólo progressivo de produção de conhecimento.
As lutas dos estudantes se enfrentam, então, com uma estrutura de poder que condiz com uma universidade que exclui a grande maioria da população e ainda tenta calar os que estão dentro dela. Para nós, todas as lutas do movimento estudantil devem estar ligadas com uma postura firme de combate a oligarquia existente. Pois se queremos outra universidade, que esteja a serviço dos trabalhadores e da maioria da população, é necessário lutar contra os que cotidianamente mantêm e aprofundam seu caráter racista e elitista.
UNICAMP: Cada vez mais aberta às empresas e fechada para estudantes, trabalhadores e população
A Unicamp é considerada um dos pólos de conhecimento mais avançados do país. Porém, uma análise mais cuidadosa nos leva a uma pergunta: A quem serve esse conhecimento?
Não é de hoje que vemos em nossa universidade pública espaços que necessitam ser pagos para sua utilização, além dos diversos cursos de extensão que rendem altíssimos dividendos para alguns professores. Concomitantemente, vemos uma imensa repressão às festas dentro do Campus como há tempos não se via. Há algumas semanas, o CACH recebeu uma intimação judicial por ter organizado uma confraternização, além da perseguição que a própria reitoria vem impulsionando a festas como a do FEIA e o IFCHstock. A repressão as festas, na verdade, é um ataque claro contra a utilização pública da Universidade, que tenta restringir não apenas as festas, mas também a livre manifestação política e artística. Irônico é que para propagandas e eventos de empresas e bancos a UNICAMP deixa suas portas abertas.
Nesse marco, se torna urgente, uma ampla campanha por liberdades democráticas, que lute pela liberdade de ocupação da universidade e denuncie que querem transformar a UNICAMP em um laboratório empresarial, como se já não bastasse o filtro do vestibular que tanto a elitiza.
Eleições para DCE: A luta deve ser por outra Universidade
Por outro lado, a chapa “Tem mais Samba”, é impulsionada pelo mesmo grupo (Domínio Público/PSOL) que está a quase dez anos no DCE e, mesmo com todo esse tempo, pouca diferença fez no movimento estudantil da Unicamp. Essa chapa discursa contra os projetos dos governos Serra e Lula porém, na prática, se adapta a uma lógica super estrutural de privilegiar a própria construção através do DCE. Isso faz com que nos momentos de luta este grupo não consiga fazer o papel que o DCE deveria ter de articular e unificar as lutas. Mesmo com um discurso mais a esquerda, a prática do grupo Domínio Público é viciada aos moldes de um antigo movimento estudantil, que luta por barganhas frente à estrutura acadêmica, mas está longe de ter uma atuação estratégica por outra universidade, ou mesmo dispostos a levar as lutas até o final. Em última instancia, essa concepção só se implementa a partir da construção de um ME despolitizado e passivo e é por isso que espaços importantes para um movimento estudantil combativo e democrático, como as assembléias gerais ou mesmo os congressos estudantis, praticamente inexistam na prática desse grupo e, quando ocorrem, são visivelmente esvaziados.
Entendemos que o momento das eleições deveria ser um momento importante para propagandear frente ao conjunto dos estudantes a necessidade da construção de uma nova tradição no ME, que privilegie a democracia direta e discuta profundamente as bases de um novo programa para a Universidade. Para nós, faz parte fundamental das lutas contra os ataques a universidade contrapô-los a um programa próprio do ME que busque destruir o atual feudo universitário para construir uma universidade a serviço dos trabalhadores e do povo pobre.
Chamamos a votar criticamente na chapa “Outros Maios Virão”
Para nós, o movimento estudantil da Unicamp necessita urgentemente de um grupo que, de fato, seja uma oposição a atual gestão do DCE. Que leve até o final as bandeiras de luta necessária no momento ligando-as com um programa de transformação da universidade, articulando e unificando os distintos setores da universidade, se ligando aos setores mais explorados da sociedade e se articulando com as lutas sociais e com o movimento estudantil das privadas e secundarista. Que lute por um DCE militante de fato, que faça de seu programa sua prática cotidiana e que privilegia a expressão da base dos estudantes. Que faça política para ganhar a grande maioria dos estudantes para a mobilização direta e por uma transformação radical da Universidade, construindo junto ao movimento um novo projeto de universidade e um novo movimento estudantil, anti-imperialista, pró-trabalhadores, subversivo e questionador.
Nesse sentido, para nós é necessário combater firmemente a concepção de movimento estudantil do campo “Dominio Público”, onde as lutas mínimas e o diálogo com a burocracia universitária têm mais importância que a mobilização direta. Nesse sentido criticamos o chamado feito pela chapa “Outros Maios Virão”,composta fundamentalmente por militantes do PSTU, para compor uma chapa unitária com a atual gestão do DCE. Entendemos que essa política esconde as diferenças existentes sob uma unidade no abstrato. Pois mesmo que tenhamos acordos em diversas bandeiras de luta não significa que, na prática, temos as mesmas concepções sobre como respondê-las.
Vemos que a chapa “Outros Maios Virão”, apesar das oscilações, representa um setor no movimento estudantil mais ligado às lutas reais, e mais conseqüente nas mobilizações. A chapa “Outros Maios Virão” afirma a necessidade de construir um pólo de organização das lutas estudantis através da ANEL. Mesmo que tenhamos divergências com o PSTU sobre como construir a ANEL, entendemos que essa política é muito mais progressiva que atuação dentro do braço do governo que é a UNE, como defende todas as outras chapas concorrendo ao DCE. Por isso chamamos os estudantes a votar na chapa “Outros Maios Virão”, com intuito de construir uma oposição permanente de esquerda a atual gestão do DCE. Nesse sentido também chamamos o PSTU a serem mais firmes com essa política e deixar de lado o semear de ilusões num grupo que mais paralisa do que faz avançar o ME, rompendo de vez com as tentativas de acordos super estruturais com o Domínio Público que nada agregam à construção do ME que precisamos.
Ciclo Ken Loach no MIS - Campinas neste 14/11: exibição do filme "Pão e Rosas" seguido de debate com a presença de Cristiane Toledo

Dia 14/11 às 19h30
Exibição do filme "Pão e Rosas" seguido de debate com a presença de Cristiane Toledo Maria, pesquisadora da obra de Ken Loach no Brasil e integrante do grupo de mulheres Pão e Rosas.
As próximas exibições serão nos dias 18/11 e 03/12.
Para maiores informações: paoerosas.campinas@gmail.com
Local: MIS-Museu da Imagem e do Som de Campinas
Palácio dos Azulejos - R. Regente Feijó nº 859 Centro - Campinas
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Ato de estudantes e trabalhadores boicota a 1° rodada das eleições para REItor da USP!!!
Cerca de 500 pessoas estiveram presentes, hoje, no ato pelo boicote do processo eleitoral para a escolha do próximo REItor da USP.
Visto a antidemocrática estrutura de poder da universidade, estudantes e funcionários, em ato em frente à Reitoria da USP, com batuques, músicas, faixas, teatro etc, levaram à frente a resolução da assembléia de estudantes e trabalhadores pelo BOICOTE ativo do processo eleitoral.
A Reitoria se pronunciou pela adiamento das eleições para amanhã, com local a ser definido.
Os estudantes presentes no ato passam em salas de aula neste momento para convocar a assembléia chamada para hoje, às 18 horas, no prédio da História, que vai organizar o ato de amanhã para a continuidade da luta pela boicote e por democracia na universidade.
Levar a frente a luta pelo BOICOTE ativo do processo eleitoral!
Abaixo a repressão!
Defesa do Sintusp, dos estudantes e dos trabalhadores!
Dissolução do C.O.!
Flavia, Movimento A Plenos Pulmões
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Desatai o Futuro PUC/SP- Edição Especial: Todo apoio a anti-candidatura de Chico de Oliveira!
Iremos nos concentrar a partir das 10hs no Pátio da Cruz e convidamos todos que lutam contra a repressão e por uma universidade mais democratica a serviço dos trabalhadores e do povo pobre a participar dessa mobilização importante que deve se difundir para vários outros lugares. O ato de boicote as eleições será as 12:00 em frente a reitoria da USP, e é importante que desde a PUC-SP e da luta que impulsionamos aqui contra a FUNDASP também se expresse através da solidariedade e defesa aos estudantes e trabalhadores da
USP.
Todos ao boicote: Terça-feira (10/11), às 12h, em frente a reitoria da USP!
Concentração na PUC-SP, às 10hs no Pátio da CRUZ!
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Grande ATO-DEBATE em frente a reitoria da PUC-SP lança campanha contra a repressão e pela democratização da Universidade!!!

Mais de 300 estudantes comparecerem em frente a reitoria da PUC-SP na última quinta-feira (05/11) e participaram do Ato-Debate contra a repressão e pela democratização da universidade organizado pelo Movimento A plenos Pulmões, Centros Acadêmicos e a Apropuc. Quebrando a atual rotina acadêmica de câmeras, perseguições e proibições, o ato expressou um profundo questionamento da atual estrutura de poder da universidade controlada a base dos decretos da FUNDASP e seus respectivos Padres, assim como a conivência da atual gestão da reitoria e dos conselhos da PUC-SP que nada mais fazem do que acordar com um modelo sustentado no pagamento religioso da dívida aos bancos e uma produção de conhecimento mercantilizada e agora com interferência direta da Igreja.
O Ato contou com a participação do Profº Chico de Oliveira, anti-candidato a reitor da USP, a Profª Beatriz Abramides da Associação dos Professores da PUC-SP, Guilherme Salvini pelo CACS que foi indiciado no último período pela reitoria com a justificativa do centro acadêmico ser um espaço de “uso de drogas”, uma desculpa para disciplinar e atacar as organizações estudantis. E também teve a presença de Claudionor Brandão como convidado especial a partir do SINTUSP (Sindicato dos Trabalhadores da USP) que impulsiona junto com o Profº Chico de Oliveira, o DCE e a APG uma candidatura de protesto e boicote a arcaica estrutura de poder da Universidade que pune e persegue trabalhadores e estudantes alem de ter um caráter hoje totalmente anti-popular e anti-operário.

“NÃO QUERO PAGAR MENSALIDADE...TRABALHADOR NA UNIVERSIDADE”
Brandão iniciou o ato colocando a partir do programa levado na anti-candidatura do Profº Chico de Oliveira para as eleições de reitoria na USP, que é fundamental unificar as bandeiras estudantis e dos trabalhadores na Universidade com as bandeiras da população e da juventude pobre que não tem acesso a educação nesse país. Brandão também ressaltou a importância de por o atual conhecimento produzido não como reprodução do status quo, mas sim como um instrumento de transformação a serviço dos trabalhadores e das camadas mais pobres da população brasileira:
“...Nós que trabalhamos o ano inteiro e somos obrigados a pagar 4 meses de salários com impostos para os atuais governos, em universidades privadas como a PUC-SP se quisermos estudar ainda nos impõe pagar mensalidades milionárias, restringindo o acesso geral dos trabalhadores e da juventude pobre.”
Depois Guilherme Salvini e a Profª Beatriz Abramides resgataram um pouco da trajetória da PUC-SP ate chegar ao ponto de controle da FUNDASP com um estatuo que lhe dá poderes máximos. A profª Bia explicou dizendo que “as mundanças, aumento da repressão, controle da FUNDASP não vem de agora, se iniciou em 2005/2006 com um processo de demissão massiva de funcionários e professores e que a partir de um acordo estabelecido entre Conselhos, Reitoria e Fundação São Paulo com os Bancos Bradescos e Real inciou-se uma grande elitização na Universidade, aumento ainda mais das mensalidades e cerceamento das liberdades democráticas.”.
Guilherme do CACS, que sofreu um indiciamento da reitoria da PUC-SP num claro ataque ao CACS, falou do processo de reorganização do movimento estudantil nos cursos, da necessidade da luta pela democracia na universidade e da atual luta pelo boicote ao ENADE onde dias atrás teve também um debate com importante presença de estudantes questionando esse tipo de avaliação do governo federal.
O Profº Chico de Oliveira encerrou o Ato ironizando o atual controle da FUNDASP nas diretrizes acadêmicas e políticas da PUC-SP dizendo que seria como uma profanação questionar as autoridades clericais que querem colocar a mão no nosso conhecimento. Disse também que a Universidade deve ter um papel de subversão e contestação da sociedade da sua época, esse seria seu papel histórico que hoje é corrompido por um conhecimento mercantilizado que no Brasil do ponto de vista do acesso e da estrutura interna de poder não chegamos nem ao patamar da Revolução burguesa do século XVIII.
Na abertura para o plenário várias falas importantes e palavras de ordem foram puxadas como: “Não quero pagar mensalidade....trabalhador na universidade”. Rodrigo “Tufão”, militante da Ler-qi e estudante sindicado pela PUC-SP em 2007 por causa da ocupação do prédio da reitoria contra, naquela época, o processo de redesenho institucional que era votado sem nenhuma participação dos professores, funcionários e estudantes da PUC-SP denunciou a atual gestão do reitor Dirceu de Melo que obriga aos sindicados daquela ocupação a pagar 2 mil reais como punição a aquela ação pacífica e política. Onde o que teve de mais violento foi a quantidade de viaturas e tropas de choque da PM para retirar os estudantes do prédio.
O estudante de história Fernando Silverio, militante do Movimento A plenos Pulmões, reivindicou a participação do profº Chico de Oliveira como um intelectual que leva a frente o questionamento da estrutura de poder da universidade a partir de um programa votado em assembleia direta dos trabalhadores da USP e que sem dúvida dentro da academia é uma postura bastante progressista que deveria ser levada como exemplo a muitos intelectuais que atualmente não saem de seus gabinetes. Denunciou também a nova composição clerical do comite de etica da PUC-SP onde os padres terão uma representação de ¼ na avaliação das pesquisas da graduação e da pós, além da humilhante condição de trabalho dos funcionários terceirizados que sofrem com a não possibilidade de organização sindical e quando reivindicam melhores condições acabam sendo demitidos de forma unilateral pela empresa e com conivência da reitoria.

Felipe Campos estudante de Ciências Sociais e também militante da APP colocou a importância da realização desse ato-debate como uma forma para acabar com a demagogia do atual reitor Dirceu de Melo de ter uma Universidade disposta ao dialogo deixando as portas da reitoria abertas. Felipe falou que a verdadeira democracia se coloca dentro de um debate e organização direta de professores, estudantes e funcionários da PUC-SP. Apontou a necessidade de hoje se impulsionar uma grande campanha pela democratização da Universidade, lutando contra a repressão, participando do boicote no 2º turno dia 10/11 na USP e discutindo esses elementos de forma ligada com as bandeiras populares de acesso a educação superior e contra a repressão:
“É preciso defender o SINTUSP hoje e questionar a estrutura de poder da USP, mas sem deixar de defender o MST da campanha reacionária que sofre por parte da imprensa e mídia reacionária que existe atualmente. Assim como também é preciso defender o CACS, mas não deixando de passar a solidariedade a população e juventude negra das periferias do rio de Janeiro que sofrem com a constante violência policial promovida pelo Governo Federal e Estadual.”
Os diversos estudantes que ficaram ate o final do Ato ainda queimaram um boneco simbólico do reitor da PUC-SP, Dirceu de Mello, que estava vestido com uma camiseta com um cifrão ($), representando os interesses reais da direção da Universidade em relação a mercantilização do conhecimento e o sucateamento dos cursos. A realização desse Ato-debate em frente a reitoria da PUC-SP deve ser entendida hoje como um motor para impulsionar uma grande campanha pela democratização do acesso, com a defesa da estatização das universidades particulares, o fim do vestibular e lutando por uma democracia direta com maioria estudantil nas estruturas de poder da Universidade!!!
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Boletim CACH – Colóquio Marx Engels
Há muito a tradição que se reivindica marxista dentro do instituto de Ciências Humanas literalmente abandona o vínculo indissociável que existe entre teoria e prática, justamente o que distingue a ciência marxista das outras tendências que preconizam essa união de maneira puramente formal, sem medo de demonstrar, sempre que possível sua timidez até no campo da epistemologia.
Infelizmente, tratamos de um período histórico em que o retrocesso do movimento operário no Brasil, principalmente durante a abertura democrática dos anos '80, que passou por cima do movimento de massas da classe operária, carregou consigo o retraimento das caracterizações mais declaradamente classistas da intelectualidade marxista. E é com esse núcleo de intelectuais que queremos travar diálogo sobre a importância de se retornar a uma participação ativa na luta de classes desse próximo período.
Como tratamos do assunto desde um ponto de vista materialista, é preciso lembrar que mesmo os intelectuais com as idéias mais estáticas agem realmente sobre seu meio, principalmente quando a conjuntura política os acorrenta e os arrasta à ação. Até a omissão é um ato político, já que atrasa a política geral e ajuda a construir a passividade. Pois claramente não se trata aqui apenas de trocar cartas com as autoridades do marxismo, afundar a cara em debates ilustradíssimos ou estudar avidamente a nata do materialismo contemporâneo. É claro, sem possuir a segurança de emitir um juízo crítico, pois não se tem “total domínio sobre ela”; como se o marxismo, caros amigos, se tratasse de um ofício de gabinete e da digestão completa de todos os nutrientes revolucionários das obras passadas!
Para nós, a teoria tem de acorrer à prática. Mais do que possuir uma formação cultural e científica erudita, o principal papel dos intelectuais é identificar as contradições e os problemas da sociedade. O objeto todo tem de se tratar pela interferência na realização das necessidades reais da base social que sustenta os órgãos institucionais de pesquisa e desenvolvimento na academia, devolvendo continuamente à sociedade, de cujo movimento brota a força material da ciência, o que sempre foi dela. Os seus esforços teóricos devem equivaler às necessidades teóricas da sociedade, num processo progressivo que culmina no auto-reconhecimento das camadas sociais como sujeitos teóricos de sua história, de tomar em suas mãos as tarefas elaborativas e de cientificamente dar respostas. Os intelectuais autênticos devem associar-se e misturar-se à coletividade fora dos limites acadêmicos, identificar-se com ela, de modo que seus objetivos e interesses devem ser verdadeiramente os objetivos e interesses da sociedade, transformando cientistas em leigos, através da mudança de leigos em cientistas, banindo de uma vez as barreiras que impedem que a base social dialogue e construa unitariamente com a intelectualidade atual.
As discussões sobre as políticas do IFCH são indispensáveis. Diretamente a alguns problemas centrais: por exemplo, a intelectualidade precisa se preocupar com o destino do AEL. Não se ouviu uma só palavra por parte dos diretores do AEL acerca da completa irresponsabilidade da direção, que tem o dever de curar pelo patrimônio histórico desse acervo inestimável para a história da luta de classes no Brasil, sobre o fato de que o acervo Edgar Leuenroth fora inundado por infiltrações e ficado, literalmente, à mercê da crítica roedora das traças e cupins. A mesma diretoria, que utiliza estudantes para fazer o trabalho braçal (bolsistas SAE), arrenega da contratação de funcionários capacitados para a realização do trabalho técnico da preservação dos documentos, que estão empacotados há décadas na seção da Reserva Técnica – mero depósito de material não organizado –, que na verdade só pode nos reservar surpresas acerca das novas espécies de insetos que se encontrarão lá!
A falta de funcionários para a higienização, preservação e catalogação do arquivo, além de funcionários para estabelecer um cronograma para organizar o material, ainda em caixotes (o arquivo possui cerca de 30 mil livros) e retirá-lo deste depósito improvisado, precisa ser discutida imediata e seriamente por aqueles que hoje são responsáveis burocráticos mas não responsáveis militantes, o que é a base da responsabilidade descomprometida.
Não é possível ocultar mais, ao custo de vidas inteiras dedicadas à preservação da história revolucionária, a política da reitoria e das diretorias dos institutos de terceirização e contratação de funcionários através das Fundações. Isso coloca em risco patrimônios culturais insubstituíveis da humanidade, que estão sob a guarda da Universidade, e arruína descaradamente a importância do funcionalismo público como identidade da universidade pública e autônoma, e sendo mesmo o seu selo intransigente contra a transformação de espaços públicos em locais de negócios privados. A inauguração do AEL contará inclusive com a presença do atual reitor, conivente com a política de “dilúvio dos materiais a celulose”, e que também não forneceu qualquer esclarecimento sobre o descaso a respeito dos arquivos do AEL e da inundação de umas das maiores bibliotecas marxistas do América Latina. Exigimos uma audiência pública com os diretores do AEL para esclarecerem os fatos descobertos em julho! Além da adoção de um programa de contratações elaborado pelos próprios funcionários do arquivo, verdadeiros guardiões do acervo Edgar Leuenroth.
Pelo fato do instituto reivindicar a tradição marxista, achamos incondicional que o debate a respeito das questões referentes à luta de classes internacional pertença à ordem dos dias. Neste aspecto a disponibilidade para discussão com os docentes do instituto é nula. Reivindicamos o repúdio urgente ao golpe de estado sangrento em Honduras, cujo povo sofre cotidianamente com ás práticas autoritárias e o barbarismo violento dos paramilitares, mesmo com a restituição do Zelaya selada na mesa de negociatas. Ademais os acontecimentos no Haiti, com a participação direta do exército brasileiro para reprimir e torturar o povo hondurenho – renovada recentemente por mais um ano pela ONU - nunca teve espaço nos debates deste “tradicional instituto marxista”.
Quanto aos nossos vizinhos uspianos nada se diz sobre a forma autocrática como as eleição para REItor são conduzidas. Foram necessárias bombas e balas para que o instituto se mobilizasse, com o rosto da militarização, contra problemas que são mais nodulares na divisão hierárquica de poderes dentre a burocracia acadêmica vinculada aquela do estado.
A luta pela garantia de que a Unicamp se torne um pólo cultural da comunidade acadêmica e da cidade de Campinas também deve ser frisada, investindo-se contra todos os ataques do atual reitor, Fernando Costa, conivente com as punições sistemáticas e consciente de suas repressões mais acríticas, cegas pelos interesses do capital que deseja defender durante a mais tranqüila passividade dos estudantes e funcionários, às expressões artísticas e humanizadoras, muitas vezes propostas para suprir os deveres que o próprio Estado deixa de cumprir, por exemplo para com os movimentos sociais como o MST, o MAB, o MTST, entre outros. Além disso, reivindicamos total liberdade de expressão e propagação de opiniões políticas no âmbito acadêmico, incluindo panfletagens, colagem de cartazes, atividades políticas e culturais em todos os institutos da Unicamp!
Por fim, criticamos o posicionamento tardio dos professores do IFCH durante a greve do primeiro semestre, e sua retirada pueril dela, em associação à Adunicamp, quando a PM deixou as instalações da USP. Como se o problema fora resolvido até as suas raízes! Para não dizer daqueles que nem bocejaram durante o espetáculo. Por que raios são tão mudos e apáticos para responder à altura o ataque ao ensino público representado no programa para o ensino superior do governo do estado, a Univesp? As investidas anti-democráticas, em todos os campos, se combatem imediatamente no aparecimento, e não em digressões pessimistas depois de tudo ocorrido! A expansão da universidade deve ser em sua estrutura física e que compreenda toda a sociedade, sem perda para os estudantes que para cá se deslocarem. O marxismo estudado por marxistas só se dá na aliança da teoria científica com a prática transformadora. Enquanto a academia “marxista” continuar se esquecendo disso, nós os continuaremos lembrando com ações. O Governo do estado de São Paulo e sua camarilha de doutrinadores educacionais não esperarão ninguém fechar seus livros.
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
O Congresso de Iniciação Cientifica e a mercantilização do conhecimento produzido na universidade!
O MOVIMENTO A PLENOS PULMÕES E O DAF CONVIDAM TODAS E TODOS PARA DISCUTIRMOS!
SEXTA-FEIRA 06/11 HORÁRIO: 21:00 NA SALA DO DAF.
“O Estado, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP e suas demais agências de fomento poderão estimular e apoiar a constituição de alianças estratégicas e o desenvolvimento de projetos de cooperação envolvendo empresas e ICTESP’s1 voltadas para atividades de pesquisa e desenvolvimento que objetivem a geração de produtos e processos inovadores”.
O trecho acima é o artigo 3º da Lei Complementar nº1049, de 19 de junho de 2008, a Lei de Inovação Tecnológica do Estado de São Paulo. Essa lei é a comprovação nítida da intervenção governamental na autonomia universitária. Desde 2007 com os decretos, o governador José Serra vem dando demonstrações de como pretende colocar o processo pedagógico, a metodologia de ensino, as pesquisas científicas, os serviços prestados à sociedade, enfim, toda a universidade pública do Estado de São Paulo sob o controle direto do governo do Estado e dependente das intenções políticas dos partidos que estão no seu controle.
O governo tucano, a nível estadual e com uma política mais agressiva, serve aos mesmos interesses que norteiam a política federal do governo Lula1, que é o interesse das grandes empresas e monopólios industriais de possuírem cada vez mais o aporte do Estado, de suas agências de fomento e das universidades públicas para o desenvolvimento de novas tecnologias produtivas que possibilitem a sua sobrevivência no, cada vez mais competitivo, mercado internacional das mega-transnacionais. Além do aprimoramento na super-exploração do trabalhador, com a terceirização do trabalho, precarização das condições de segurança e higiene, utilização de mão-de-obra estrangeira e barata, inserção da qualificação “mão-de-obra especializada” para justificar uma diminuição brutal do piso salarial; os grandes empresários contam com o apoio do Estado e da União para a utilização de pessoal, infra-estrutura e verbas públicos para aprimorarem as suas taxas de lucro.
Essa lógica nefasta, macabra e perversa pode ser resumida e compreendida da seguinte maneira: imaginemos um trabalhador metalúrgico que pague mensalmente os seus impostos (descontados no salário, nas tarifas de contas, nas despesas alimentícias, etc.). Uma parte desses impostos arrecadados pelo Estado (9,57% do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS) deve ser utilizado na manutenção, melhoria e ampliação das universidades estaduais paulistas. Levando em conta que, dos 7,2 milhões dos jovens entre 18 e 24 anos do Estado de São Paulo2, apenas um milhão cursa o ensino superior3, sendo que apenas 16% destes estão em uma universidade pública4, muito provavelmente os filhos deste trabalhador não estarão entre eles, o que, por si só, já é, minimamente, um contra-senso, para não dizer absurdo, afinal, o mínimo que um pai, que trabalha durante tanto tempo de sua vida e que reverte grande parte do seu salário para o funcionamento da universidade pública, espera, é que os seus filhos tenham garantido o seu direito constitucional5 de concluir seus estudos superiores em uma universidade que seja pública, gratuita e presencial e que, para isso, não tenham que se submeter ao filtro social que é o vestibular.
Se não bastasse o impedimento desse trabalhador e de sua família de terem acesso ao conhecimento historicamente acumulado pela humanidade e ensinado nas universidades, o conhecimento produzido, por meio das pesquisas científicas realizadas, não é direcionado à resolução dos problemas mais elementares dos quais eles são vítimas diariamente, como: moradia precária, condições de vida insalubres, doenças vetoriais e parasitárias, enchentes e desastres ambientais, meios de transporte insuficientes, entre outros problemas que, da mesma forma, contribuem para a manutenção de suas condições de vida precárias e insalubres. O conhecimento produzido nas universidades está, cada vez mais, vinculado aos grupos empresariais privados que, por meio de legislações sancionadas pela Assembléia e pelo governo do Estado ou pelo Congresso e pelas Medidas Provisórias (MP’s) do presidente Lula direcionadas às universidades públicas estaduais e federais, se tornam os maiores beneficiários do papel capacho que cumprem nossos reitores, diretores e aqueles docentes que permitem e se permitem à utilização suas e da universidade para lucros exorbitantes dos grandes monopólios.
Enquanto isso, caso o trabalhador brasileiro precise de um remédio para uma doença sua ou de um familiar, terá que esperar a avaliação da indústria farmacêutica de que o retorno da fabricação do remédio será lucrativo, caso a análise seja positiva, terá que esperar uma firmação de vínculo entre a indústria e a universidade pública ou um grupo de pesquisa para a fabricação do remédio. Só então o trabalhador terá o direito de comprá-lo com o seu salário, mesmo ele tendo sido fabricado somente devido aos impostos que ele paga diariamente ao Estado. O mesmo ocorre caso ele precise construir uma moradia adequada, ou caso precise de algum sistema de proteção contra enchentes, entre outras necessidades vitais.
Sem contar que, em breve, esse trabalhador será substituído por uma máquina tecnologicamente desenvolvida em alguma universidade financiada pelos seus impostos. Conclusão, quando a exigência do aumento da produtividade do operário no trabalho atinge o seu limite de exploração, gerando mais e mais miséria para o trabalhador, o patrão o substitui por uma tecnologia mais desenvolvida adquirida devido ao suor do próprio operário e coloca-o na rua sob a condição de desempregado.
Com toda essa análise chegamos ao Congresso de Iniciação Científica (CIC), um espaço que teria tudo para ser um local de troca de informações entre os diversos pesquisadores espalhados pelos 23 campi da UNESP, em que poderia ocorrer discussões e debates muito qualitativos acerca da resolução dos inúmeros problemas sociais, inclusive com ações imediatas, diretas e autônomas, independentes de interesses empresariais e de outros grupos alheios tanto às universidades (como as fundações de direito privado) quanto às demandas do seu maior investidor: a classe trabalhadora.
Porém, o que vemos, é um espaço totalmente voltado para o aprofundamento das relações universidade/empresa e da transformação do estudante e pesquisador em empreendedor. Um espaço voltado mais para a divulgação às empresas de qual grupo de pesquisa possui um melhor projeto de desenvolvimento tecnológico e de engenharia não-rotineira do que para o aprimoramento das relações entre os estudantes e pesquisadores das diversas unidades da UNESP. Haja vista o enorme aporte financeiro da reitoria na melhoria da infra-estrutura do campi sede do CIC para causar uma aparente “boa impressão” nas multinacionais visitantes. A comunidade do IBILCE reivindica há anos a reforma dos vestiários e banheiros do instituto, assim como a contratação de funcionários para o funcionamento do Restaurante Universitário (R.U.), sendo sempre alegada a falta de verbas. Porém, “surpreendentemente”, no segundo semestre de 2009, inúmeras reformas tomaram corpo no IBILCE, assim como a abertura de concurso para a contratação de funcionários para o R.U.
É por todas essas razões que nós exigimos e gritamos em alto e bom som:
Para que todos os que queiram tenham o direito assegurado de cursar o ensino superior público, gratuito e presencial:
- Pela estatização das instituições de ensino particulares e pelo fim do vestibular, pois o acesso ao conhecimento deve ser público em todos os seus níveis;
- Pela valorização do professor da rede pública!
Para que todos possam definir os rumos das universidades públicas:
* Democracia na gestão, na administração e nas eleições:
- Que os cargos eletivos da universidade não sejam restritos aos docentes;
- Pela dissolução do Conselho Universitário (C.O.) e demais estruturas burocráticas;
- Por um governo e eleições proporcionais entre docentes, estudantes e funcionários!
Para que todos tenham acesso ao conhecimento produzido nas universidades:
- Pelo fim das parcerias público-privadas (PPP’s);
- Pelo fim das fundações públicas de direito privado;
- Por uma produção de conhecimento livre, autônoma e desvinculada dos interesses do capital!
1 No âmbito federal, o governo Lula sancionou em 02 de dezembro de 2004, a Lei nº10.973, que dispõe sobre incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo e dá outras providências.
2 Dados do site Info Escola referentes ao número de jovens entre 18 e 24 anos no Estado de São Paulo em 2000.
3 Dados do IBGE, segundo a Folha de São Paulo de outubro de 2009
4 Dados do Portal Fator Brasil de 2009: “Ensino Superior: mesmo com os avanços ainda é uma realidade para poucos”
5 No artigo 205 da Constituição Federal, afirma-se: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família”. No 206, especifica-se que: “O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: [...] IV gratuidade do ensino público nos estabelecimentos oficiais”. Inova-se a formulação da gratuidade, assegurando-a em todos os níveis na rede pública, ampliando-a para o ensino médio, tratada nas Constituições anteriores como exceção
e, para o ensino superior, nunca contemplada em Cartas anteriores.
1 ICTEP’s: Instituição Científica e Tecnológica do Estado de São Paulo, órgão de administração pública estadual, com permissão de compartilhar todas as suas instalações com empresas associadas, podendo desenvolver projetos de inovação tecnológica em conjunto com instituições públicas e privadas, podendo transferir o direito de uso de exploração de criação que tenha desenvolvido para empresas, sendo os contratos considerados sigilosos e protegidos de divulgação e a propriedade intelectual sobre os resultados obtidos pertencentes às empresas detentoras do capital social.