A greve dos trabalhadores da USP foi deflagrada no dia 5/5 começou a ser reprimida pelo interventor-reitor de Serra, João Grandino Rodas, antes mesmo de seu início: no dia 4/5 foi feita a ameaça de multas diárias ao Sintusp no valor de R$1.000 por cada piquete e também do desconto dos dias parados de todos os grevistas.
É necessário lembrar que esta política repressiva, que Rodas vem aprofundando dia-a-dia na USP, não começa agora: ela se intensificou muito desde a ocupação da reitoriada USP em 2007, que colocou um empecilho real ao projeto de Serra e da burocracia acadêmica de voltar à universidade cada vez mais aos interesses de mercado, de ampliação da terceirização e precarização do trabalho, de precarização do ensino através de projetos como a Univesp, entre outros ataques funcionais a este projeto. Esta repressão se coloca de muitas formas, tais como as multas ao Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), processos contra estudantes e funcionários e, finalmente, com a demissão política do dirigente do Sintusp, Claudionor Brandão.
O Sintusp há muito tempo vem dando exemplos na defesa da universidade contra estes ataques, e as greves de 2007 e 2009 mostraram concretamente o potencial que pode ter a aliança operário-estudantil. É exatamente por isso que Serra precisou indicar Rodas como seu interventor para intensificar a política repressiva, passando por cima até mesmo da decisão da restrita e antidemocrática eleição realizada no Conselho Universitário (CO).
Hoje os estudantes do Crusp também se colocam em luta contra esta política repressiva e vigilante a partir da retomada do Bloco G que estava sendo usado como sede para a Coordenadoria de Assistência Social (Coseas), órgão da burocracia universitária que impõe uma vigilância sobre os moradores do Crusp que inclui relatórios minuciosos de assembleias e da vida de diversos moradores. Este é o mesmo órgão que, sob a tutela da reitoria e do CO, impõe um ritmo e uma carga de trabalho absurdos sobre os trabalhadores do bandejão, levando-os a desenvolver inúmeras doenças, expostos também ao assédio moral e a acidentes de trabalho. Ainda piores são as condições de trabalho dos funcionários terceirizados do bandejão da química, gerido por uma empresa cujo dono é um professor da ECA, que lucra com a superexploração destes trabalhadores.
Por isso é fundamental que o movimento estudantil se coloque lado a lado da luta do Sintusp e dos trabalhadores da USP, contra os ataques ao direito de greve, pela readmissão de Brandão e pela efetivação dos terceirizados!
A greve dos trabalhadores da USP também se coloca ao lado dos que hoje são excluídos da Universidade, levantando a bandeira do fim do vestibular, pelo fim da Univesp e criação imediata de vagas presenciais para todos os estudantes. É fundamental que os estudantes sejam protagonistas nesta luta pela real democratização da Universidade e pela estatização das universidades privadas para que todos tenham direito de estudar!
No dia 11/5 o Movimento A Plenos Pulmões junto ao Pão e Rosas esteve presente no ato das três estaduais (USP, Unesp e Unicamp) durante a reunião de negociação com o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (CRUESP), levantando a necessidade de unificação entre nossas lutas, por uma campanha em defesa do direito de greve e uma luta pela democratização do ensino superior. O autoritarismo do CRUESP se demonstrou mais uma vez, quando eles mantiveram sua posição de quebra da isonomia salarial entre docentes e funcionários que ocorreu em fevereiro, quando concederam um aumento de 6% apenas aos docentes, numa explícita tentativa de isolar os combativos trabalhadores da USP.
Contudo, após a reunião, a greve continua a crescer, e agora conta com a adesão de trabalhadores de 5 campi da Unesp e também dos trabalhadores da Unicamp. A partir dos campi e entidades estudantis onde estamos, temos nos colocado ativamente para a construção de uma mobilização estudantil forte e em aliança com os trabalhadores. Chamamos todos a se somarem a nós nesta importante luta! Já está marcado novo ato e paralisação no dia 18/5, durante a próxima reunião de negociação com o CRUESP!
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