Dia da matrícula. É hora do “trote”. Apelidando-os de “bixos”, os veteranos procuram inferiorizar os ingressantes. Veteranos ensinam com orgulho cantos machistas e elitistas, gabando-se de serem homens, ricos, e estarem na USP. Calouros são submetidos a humilhações de diversos tipos, em especial as mulheres, que são constrangidas a coisas como dançar funk na cadeira ou participar de concursos de “miss bixete”, mostrando que o machismo é parte integrante da universidade. Alguns são agredidos fisicamente ou acabam em coma alcoólico. É isso o que eles chamam de comemoração. Nada se fala sobre os milhões que ficam de fora, barrados pelo vestibular. Nas camisetas dos calouros escrevem “Unip”, “FMU”, mostrando o desprezo pelos que foram excluídos da USP, quase todos estudantes da escola pública e filhos de trabalhadores. É assim que, desde o primeiro dia na USP, se ensina a cartilha da meritocracia, do elitismo, do machismo. Ao invés de se solidarizar com os que não estão aqui, humilhe-os e sinta-se melhor que eles. Da mesma forma que seu veterano está fazendo com você. Como seu professor fará. E aguarde, o seu dia também chegará. É este o rito de passagem a que querem te submeter, para que você se sinta mais um “escolhido”.
Infelizmente estamos vendo que estes ritos execráveis, tradicionalmente perpetrados pelas atléticas, ganharam neste ano a adesão de vários CAs na FFLCH. Hoje, ouvia-se no trote da Letras: "Ô, São Judas, pode esperar que dia 15 tem boleto pra pagar!" Não precisamos aceitar isto de cabeça baixa! Não deixe o seu CA e nem ninguém fazer isto com você!
ABAIXO O TROTE! Todo trote é humilhante e meritocrático!
Basta de humilhações aos calouros!
Chega de elitismo e machismo disfarçados de “brincadeira”!
Pelo fim do vestibular!
Estatização das universidade privadas!
Movimento a Plenos Pulmões e grupo de mulheres Pão e Rosas - USP
Nenhum comentário:
Postar um comentário