Nos últimos dias um novo período se abriu em Honduras. Com a volta de Zelaya, e seu exílio na embaixada brasileira, intensificaram-se, por um lado, a exemplar resistência do povo hondurenho e, por outro, a brutal repressão das forças militares golpistas. Imediatamente após a notícia de que o presidente deposto havia retornado ao país, o governo interino já havia decretado toque de recolher em todo o território nacional e fechado todas as fronteiras e aeroportos para tentar conter a resistência que já vinha forte desde o primeiro dia do golpe. Em contrapartida, a resistência, encabeçada pelas mulheres hondurenhas e pela juventude, se apressou em sair às ruas, protagonizando duros embates contra o exército e a polícia e assumindo o controle de diversos bairros nas cidades de Tegucigalpa e San Pedro Sula. Os diversos depoimentos que recebemos desde Honduras relatam a invasão de casas, a formação de verdadeiros campos de concentração em ginásios esportivos, corte no abastecimento de energia e alimentos, estupros e o saldo de pelo menos três novas mortes que se somam às já ocorridas nos primeiros dias de repressão. Fatos que nos lembram os piores momentos das ditaduras militares vigentes na América Latina no século passado.
Desde então o conflito vem ganhando as manchetes dos principais jornais de todo o mundo e foi assunto corrente na 64ª Assembléia Geral da ONU ocorrida nesta última semana.
Para além da demagogia
Para além da demagogia do discurso dos líderes dos principais países desde o palanque da assembléia da ONU, em que se volta a condenar o golpe e a se exigir o imediato retorno de Zelaya ao governo hondurenho, está o projeto imperialista de promover a volta negociada do presidente deposto em contrapartida à anistia geral aos golpistas e à renúncia da convocação de uma Assembléia Constituinte. Essa proposta, já aceita por Zelaya, na realidade significa a consolidação do golpe, a garantia de poderes especiais aos setores da burguesia e da Igreja que o promoveram e a derrota à resistência do povo hondurenho. Neste sentido, a volta de Zelaya a Honduras no último dia 22 e seu refúgio na embaixada brasileira tem o objetivo de impor este acordo ao governo golpista de Michelleti, que por sua vez tenta consolidar o golpe via realização das eleições presidenciais marcadas para novembro. É a serviço desses interesses que estão colocados os esforços de Lula em conceder abrigo a Zelaya, além da tentativa de consolidar o Brasil como agente que garanta a estabilidade imperialista na América Latina.
É importante também desmascarar a demagogia de Chavez e o bloco da ALBA, que ao mesmo tempo em que fazem a denúncia e dizem promover o “socialismo do século XXI”, pactuam com o acordo que vem articulando os Estados Unidos para consolidar o golpe às custas do povo.
Derrubar o golpe com a mobilização!
Neste momento devemos ter muito claro que a única saída que garantirá a queda da ditadura militar vigente em Honduras, a punição aos golpistas e melhores condições de vida à população do segundo país mais pobre da América Latina em meio à crise capitalista é a derrubada do regime pela resistência dos trabalhadores e do povo hondurenho e pelas ações de solidariedade pelo mundo inteiro! Não podemos permitir qualquer acordo de conciliação com os golpistas, muito menos aqueles assinados com o sangue dos lutadores hondurenhos!
Nós, estudantes reunidos no Movimento A Plenos Pulmões, fazemos um amplo chamado ao movimento estudantil brasileiro, em especial à ANEL, para que concretizemos uma ampla campanha em solidariedade à resistência hondurenha e contra o golpe, que parta desde as escolas, universidades e locais de trabalho onde estamos e que se concretize na construção de grandes atos, chamando a esquerda brasileira a romper com a apatia que vem apresentando até agora. Esforcemo-nos para que esse debate esteja constantemente presente nas salas de aula, organizemos debates, manifestações artísticas (exposições fotográficas, pichações, filmes, festivais, etc.), ou seja, tudo o que estiver ao nosso alcance para contribuir na solidariedade e para que possamos romper com o corporativismo e forjar um m.e. verdadeiramente internacionalista.
Por que o silêncio?
Frente ao absurdo silêncio que paira nas universidades brasileiras sobre o que se passa em Honduras gostaríamos de fazer uma pergunta: Onde estão os intelectuais que tanto se orgulham de ter lutado bravamente contra a ditadura no Brasil? Com essa pergunta não queremos de maneira alguma desmerecer o papel que tiveram na luta contra a ditadura, mas exigimos que desçam de seus castelos e se posicionem sobre o golpe e a brutal repressão em curso.
Desde então o conflito vem ganhando as manchetes dos principais jornais de todo o mundo e foi assunto corrente na 64ª Assembléia Geral da ONU ocorrida nesta última semana.
Para além da demagogia
Para além da demagogia do discurso dos líderes dos principais países desde o palanque da assembléia da ONU, em que se volta a condenar o golpe e a se exigir o imediato retorno de Zelaya ao governo hondurenho, está o projeto imperialista de promover a volta negociada do presidente deposto em contrapartida à anistia geral aos golpistas e à renúncia da convocação de uma Assembléia Constituinte. Essa proposta, já aceita por Zelaya, na realidade significa a consolidação do golpe, a garantia de poderes especiais aos setores da burguesia e da Igreja que o promoveram e a derrota à resistência do povo hondurenho. Neste sentido, a volta de Zelaya a Honduras no último dia 22 e seu refúgio na embaixada brasileira tem o objetivo de impor este acordo ao governo golpista de Michelleti, que por sua vez tenta consolidar o golpe via realização das eleições presidenciais marcadas para novembro. É a serviço desses interesses que estão colocados os esforços de Lula em conceder abrigo a Zelaya, além da tentativa de consolidar o Brasil como agente que garanta a estabilidade imperialista na América Latina.
É importante também desmascarar a demagogia de Chavez e o bloco da ALBA, que ao mesmo tempo em que fazem a denúncia e dizem promover o “socialismo do século XXI”, pactuam com o acordo que vem articulando os Estados Unidos para consolidar o golpe às custas do povo.
Derrubar o golpe com a mobilização!
Neste momento devemos ter muito claro que a única saída que garantirá a queda da ditadura militar vigente em Honduras, a punição aos golpistas e melhores condições de vida à população do segundo país mais pobre da América Latina em meio à crise capitalista é a derrubada do regime pela resistência dos trabalhadores e do povo hondurenho e pelas ações de solidariedade pelo mundo inteiro! Não podemos permitir qualquer acordo de conciliação com os golpistas, muito menos aqueles assinados com o sangue dos lutadores hondurenhos!
Nós, estudantes reunidos no Movimento A Plenos Pulmões, fazemos um amplo chamado ao movimento estudantil brasileiro, em especial à ANEL, para que concretizemos uma ampla campanha em solidariedade à resistência hondurenha e contra o golpe, que parta desde as escolas, universidades e locais de trabalho onde estamos e que se concretize na construção de grandes atos, chamando a esquerda brasileira a romper com a apatia que vem apresentando até agora. Esforcemo-nos para que esse debate esteja constantemente presente nas salas de aula, organizemos debates, manifestações artísticas (exposições fotográficas, pichações, filmes, festivais, etc.), ou seja, tudo o que estiver ao nosso alcance para contribuir na solidariedade e para que possamos romper com o corporativismo e forjar um m.e. verdadeiramente internacionalista.
Por que o silêncio?
Frente ao absurdo silêncio que paira nas universidades brasileiras sobre o que se passa em Honduras gostaríamos de fazer uma pergunta: Onde estão os intelectuais que tanto se orgulham de ter lutado bravamente contra a ditadura no Brasil? Com essa pergunta não queremos de maneira alguma desmerecer o papel que tiveram na luta contra a ditadura, mas exigimos que desçam de seus castelos e se posicionem sobre o golpe e a brutal repressão em curso.
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