terça-feira, 2 de março de 2010
Declaração de estudantes e trabalhadores que participaram do ato pela retirada das tropas brasileiras do Haiti
Depoimento de Luana Hahn, estudante de Pedagogia da USP:
O ato deveria ter sido maior em número, caso não houvesse tanta alienação, mais foi enorme no grito e na força! Fomos com vontade de denunciar, e conseguimos, ainda que para poucos. Temos muito que dizer, principalmente o que se passa por trás das câmeras. Atos insolentes de soldados porcos e governantes parasitas. Estupro em troca de comida, controle do tráfego aéreo, que proibe o pouso de aviões com comida e remédios ao solo haitiano...Violência e repressão até para as crianças, incluindo armas e algemas. O que deveria ser uma ação solidária, só favorece o caos, a miséria, o sofrimento, a própria morte. A violência e a agressividade contra essas pessoas não podem continuar, precisamos gritar que as máscaras solidárias dos militares da ONU e do presidente Lula são falsas. Denunciar o assassinato do povo haitiano, a falta de solidariedade e compreensão, a proteção aos assuntos da burguesia. Vivemos em tempos repugnantes, não podemos fechar os olhos ao imperialismo que continua massacrando a América, que continua exercendo poder com forças militares, investindo apenas em seus interesses. Um basta à escravidão disfarçada, a ajuda falsa, ao preconceito com eufemismo.
Depoimento de Amauri, trabalhador da USP:
Achei bom para que as pessoas se conscientizem, pena que eramos poucos ainda, as pessoas parecem pouco interressadas em saber o que se passa com o povo de outro pais, mas por isso, valeu pelo barulho, assim faz com que as pessoas prestem mais atenção de alguma forma.
Estão fazendo uma propaganda enganosa de que as tropas prestam ajuda, mas assasinam e estupram mulheres, e na verdade, o que é necessário de alimentos não chega até o povo, a maioria do dinheiro é para tocar as empresas e vai também para as mãos de prefeitos e governadores, aí com certeza a população vai ser a menos atendida pelo dinheiro, que tinha que ir também para construir casas populares e hospitais, porque tá tudo destruido não tem mais nada para o povo.
Depoimento de Guilherme de Almeida Soares, estudante de Ciências Socias da PUC - SP:
O Ato realizado pela LER QI em conjunto com o movimento plenos pulmões e o Pão e Rosas, faz parte de uma campanha de solidariedade verdadeira com centralidade das retiradas das tropas da imperialistas da ONU que estão no Haiti desde 2004 por causa de uma divida externa na qual não foi feita pelo o povo haitano, que mesmo depois do terremoto estão reprimindo e matando a população local, estuprando mulheres e crianças , seqüestrando crianças e regulando o trabalho semi escravo e por solidariedade ativa ao povo do Haiti mostra a necessidade de se juntar com uns dos povos mais explorados historicamente do mundo. É necessário uma campanha unificada de todos os grupos da esquerda brasileira que denuncie o verdadeiro papel das tropas e o caráter real de governos como Obama e Lula e colocar uma política conseqüente pela a retiradas das tropas do Haiti.
Depoimento de André Bof, estudantes de Ciências Sociais da USP:
Dia 25 de fevereiro de 2010. Frente à necessidade primordial que se impõe e impunha, nós estudantes e trabalhadores combativos, em face da miséria e destruição pela qual passa o Haiti decidimos fazer-nos ouvir. Não mais permitiríamos que as tropas lulistas, a serviço do imperialismo, seja ele Francês, estadunidense ou outro, falasse em nome dos brasileiros, não mais permitíriamos que nossos irmãos de classe se sentissem desamparados, não mais permitiriamos que a mentira da ajuda "humanitária desinteressada" chegasse às pessoas, sejam elas brasileiras ou nossos irmãos haitianos.
Através de nossos modestos, porém sinceros e firmes, recursos, nos colocamos na linha de frente da denúncia de Lula e seus patrões estadunidenses, fizemos jus ao nome de nosso movimento e gritamos A PLENOS PULMÕES: SOMOS O POVO DO HAITI, CONTRA AS TROPAS DE LULA ESTAMOS AQUI.Fizemos jus aos nossos principios e honramos tanto nosso discurso quanto nossa prática. Fomos marxistas, fomos combativos e fomos firmes, da mesma maneira como devemos serpara levar além uma campanha de verdadeira solidariedade operária e popular que esteja em contato e apoie as organizações populares, de mulheres e de trabalhadores em sua luta pela autodeterminação do povo haitiano e pela luta que, historicamente travam pela sua liberdade, sua vida, sua cultura e seu respeito.
Nosso papel é e será denunciar a matança e a miséria provocada pelas nações estrangeiras e pelo imperialismo que justifica a condição haitiana como o desdobramento de uma natural incompetência e maldição.A verdadeira maldição do povo haitiano é o capitalismo e seus agentes, e sua salvação é a união operária e popular.Frente a isso continuaremos nossa luta, seja aqui, no haiti ou aonde quer que nossos irmãos de classe necessitem de nossas, modestas, no entanto- reitero - firmes e convictas forças.
FORA já as tropas de lula e do imperialismo do haiti.
Que a organização e distribuição dos recursos de ajuda sejam feitas pelas mãos dos próprios. haitianos e suas organizações.
Pela autodeterminação e soberania do haiti.
Essa é a visão de militantes que creêm e sabem da verdadeira capacidade, força e organização de um povo honrado e guerreiro como é o haitiano.
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