Nesta última terça-feira, dia 9 de março, houve um importante conflito entre os operários terceirizados da obra de extensão da biblioteca do Instituto de Ciências Humanas da Unicamp e mais uma das empresas terceirizadas que controlam a Unicamp, em que ficou muito claro que o mundo invertido concebido pela burguesia é para ela a própria retidão do mundo. A empresa terceirizada que realizava as obras declarou falência e por conta disso, e só por conta disso, a Unicamp rescindiu o contrato da empreiteira. O caso é que os salários dos trabalhadores está há mais de uma semana atrasado (havendo casos de que alguns deles não recebem há sete meses, como declarado por um dos trabalhadores da obra), além de que a rescisão do contrato ainda não caiu para os próprios operários.
Indignados, operários da construção bloquearam a saída de um caminhão da empresa que havia ido ao canteiro de obras para retirar os últimos materiais pertencentes à empreiteira, anunciando que só liberariam a saída quando recebessem o salário. Esse impasse durou do meio-dia às 19h, quando a advogada da empresa apareceu e “convidou” a polícia para intervir. Duas viaturas da PM entraram no IFCH e liberaram o caminhão após dispersar os trabalhadores com ameaças e com a autoridade do gatilho fácil; ao topo de tudo, a advogada da empresa abriu um Boletim de Ocorrência contra os trabalhadores.
Ao ser interpelado pela diretora do Instituto de que, “trata-se aqui de uma universidade, e não de qualquer espaço público e, portanto, a PM não pode entrar aqui”, um dos advogados respondeu com a malícia de um roedor, “Ora, como não? Então se alguém estiver sendo roubado na universidade, a polícia não pode entrar para proteger?”. Somos testemunhas de que a resposta da pergunta desse advogado estava dada desde o início, e só não foi apreendida porque, como se sabe dos roedores do capital, raramente tiram o rosto do chão para observar à volta.
A despeito de os trabalhadores estarem sendo escancaradamente roubados, ao vivo, pela empresa terceirizada na face de seus advogados; e a despeito de os advogados defenderem esse assalto com o insulto jurídico adicional de um Boletim de Ocorrência contra os que sofreram o furto, a Polícia Militar armada defendeu bravamente a fraude, escorraçando os trabalhadores do canteiro de obras, e não os advogados da empresa, e permitindo que a empresa saísse impune, já que o acordo proposto entre a diretoria do instituto, o Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp e os advogados da empresa, todos coniventes com a impunidade, se refere a que a reitoria da Unicamp pagará os salários atrasados e desconte disso o que ainda deve à empresa. Resolvem-se os problemas das últimas, menos os dos próprios trabalhadores terceirizados.
A PM, portanto, transformou um roubo em um latrocínio, furto à mão armada. E isso não está para nada desligado do fato de o governador José Serra ter anunciado há não muito que irá aumentar o salário dos operativos da Polícia Militar.
O dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp, chamado ao local, revelou sem maior espasmo que a primeira coisa que fez, ao saber que os operários da obra impediam a saída do caminhão da patronal, foi "aconselhar" que o liberassem imediatamente, temendo a represália de um processo penal. Ao crer que defendia os trabalhadores, esse sindicalista opôs-se ao extremo às leis da democracia operária e seus métodos de combate, os quais não fazem concessões aos homens que derivam benefícios de sua precariedade. Essa denúncia é da maior importância, pois a questão da direção da classe operária é mais do que candente. Além disso, denunciamos o papel conciliador da reitoria da Unicamp, que prometeu pagar os salários atrasados dos terceirizados com seus fundos públicos para aliviar sua dívida com a empresa patronal, cobrindo o crime da empresa de terceirização.
A reitoria da Unicamp, cúmplice das contratações por terceirização, deve pagar integralmente os salários de cada trabalhador da obra, e que a empresa terceirizada não receba nada, já que a quitação da dívida restante com ela significa nada mais que o financiamento de uma empresa fraudulenta.
Nós do Movimento a Plenos Pulmões acompanhamos esse processo enquanto ocorria, e repudiamos veementemente a presença da PM na universidade, não importa sob que pretexto, e exigimos a extinção dos órgãos de precarização do trabalho na universidade pública, que as diferenças e separações artificiais entre funcionários efetivos e não-efetivos seja superada nos sindicatos com direção eleita pela base dos trabalhadores, uma vez que muitos trabalhadores terceirizados realizam os mesmos serviços que os funcionários concursados, embora ganhem muito menos por isso e não tenham a estabilidade dos efetivos. É indispensável que os funcionários terceirizados que já trabalham na universidade sejam incorporados diretamente como efetivos sem qualquer tipo de preleção. Além, que todos os novos funcionários adentrem a universidade através do concurso público, de modo que seus contratos não sejam diferenciados.
Indignados, operários da construção bloquearam a saída de um caminhão da empresa que havia ido ao canteiro de obras para retirar os últimos materiais pertencentes à empreiteira, anunciando que só liberariam a saída quando recebessem o salário. Esse impasse durou do meio-dia às 19h, quando a advogada da empresa apareceu e “convidou” a polícia para intervir. Duas viaturas da PM entraram no IFCH e liberaram o caminhão após dispersar os trabalhadores com ameaças e com a autoridade do gatilho fácil; ao topo de tudo, a advogada da empresa abriu um Boletim de Ocorrência contra os trabalhadores.
Ao ser interpelado pela diretora do Instituto de que, “trata-se aqui de uma universidade, e não de qualquer espaço público e, portanto, a PM não pode entrar aqui”, um dos advogados respondeu com a malícia de um roedor, “Ora, como não? Então se alguém estiver sendo roubado na universidade, a polícia não pode entrar para proteger?”. Somos testemunhas de que a resposta da pergunta desse advogado estava dada desde o início, e só não foi apreendida porque, como se sabe dos roedores do capital, raramente tiram o rosto do chão para observar à volta.
A despeito de os trabalhadores estarem sendo escancaradamente roubados, ao vivo, pela empresa terceirizada na face de seus advogados; e a despeito de os advogados defenderem esse assalto com o insulto jurídico adicional de um Boletim de Ocorrência contra os que sofreram o furto, a Polícia Militar armada defendeu bravamente a fraude, escorraçando os trabalhadores do canteiro de obras, e não os advogados da empresa, e permitindo que a empresa saísse impune, já que o acordo proposto entre a diretoria do instituto, o Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp e os advogados da empresa, todos coniventes com a impunidade, se refere a que a reitoria da Unicamp pagará os salários atrasados e desconte disso o que ainda deve à empresa. Resolvem-se os problemas das últimas, menos os dos próprios trabalhadores terceirizados.
A PM, portanto, transformou um roubo em um latrocínio, furto à mão armada. E isso não está para nada desligado do fato de o governador José Serra ter anunciado há não muito que irá aumentar o salário dos operativos da Polícia Militar.
O dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp, chamado ao local, revelou sem maior espasmo que a primeira coisa que fez, ao saber que os operários da obra impediam a saída do caminhão da patronal, foi "aconselhar" que o liberassem imediatamente, temendo a represália de um processo penal. Ao crer que defendia os trabalhadores, esse sindicalista opôs-se ao extremo às leis da democracia operária e seus métodos de combate, os quais não fazem concessões aos homens que derivam benefícios de sua precariedade. Essa denúncia é da maior importância, pois a questão da direção da classe operária é mais do que candente. Além disso, denunciamos o papel conciliador da reitoria da Unicamp, que prometeu pagar os salários atrasados dos terceirizados com seus fundos públicos para aliviar sua dívida com a empresa patronal, cobrindo o crime da empresa de terceirização.
A reitoria da Unicamp, cúmplice das contratações por terceirização, deve pagar integralmente os salários de cada trabalhador da obra, e que a empresa terceirizada não receba nada, já que a quitação da dívida restante com ela significa nada mais que o financiamento de uma empresa fraudulenta.
Nós do Movimento a Plenos Pulmões acompanhamos esse processo enquanto ocorria, e repudiamos veementemente a presença da PM na universidade, não importa sob que pretexto, e exigimos a extinção dos órgãos de precarização do trabalho na universidade pública, que as diferenças e separações artificiais entre funcionários efetivos e não-efetivos seja superada nos sindicatos com direção eleita pela base dos trabalhadores, uma vez que muitos trabalhadores terceirizados realizam os mesmos serviços que os funcionários concursados, embora ganhem muito menos por isso e não tenham a estabilidade dos efetivos. É indispensável que os funcionários terceirizados que já trabalham na universidade sejam incorporados diretamente como efetivos sem qualquer tipo de preleção. Além, que todos os novos funcionários adentrem a universidade através do concurso público, de modo que seus contratos não sejam diferenciados.
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