Diante da catástrofe pela qual passa a ilha do Haiti temos que nos colocar a tarefa de analisar o que está por trás das noticias e imagens que assistimos no “espetáculo” que nos proporciona os grandes jornais todos os dias.
Muito para além de mais uma fatalidade, o Haiti vive hoje uma verdadeira catástrofe social. As conseqüências do forte terremoto que atingiu o país caribenho são fruto de muitos anos de intervenção imperialista na região. Não foi por acaso, e muito menos por incompetência dos haitianos como querem que acreditemos, que a primeira república negra do mundo se tornou um dos países mais pobres do mundo.
Nas últimas décadas, os interesses do imperialismo vêm sendo aplicados graças às duras imposições econômicas que o FMI e o Banco Mundial submetem ao povo haitiano. Desde 2004, as tropas da ONU garantem, através de forte ocupação militar liderada pelo exército brasileiro, que nada fuja aos planos de países imperialistas como os EUA e a França e de suas multinacionais instaladas ali para explorar a força de trabalho semi-escrava. E além de reprimir fortemente o povo haitiano, as tropas do exercito violentam sexualmente as mulheres haitianas.
Denunciamos o verdadeiro caráter da “ajuda comunitária internacional” após o terremoto: enquanto centenas de milhares de pessoas vagam pelas ruas a espera da comida que é jogada de helicópteros ou distribuída sempre em quantidades insuficientes, milhares de soldados fortemente armados fazem a segurança de armazéns e mercados repletos de mantimentos para evitar o saque dos “bárbaros” haitianos, garantindo assim a propriedade privada dessas mercadorias. A coalizão internacional liderada pelos EUA não quer simplesmente reconstruir o Haiti. Quer garantir que essa reconstrução sirva para perpetuar e reforçar os interesses de suas empresas e garantir a manutenção da ordem social estabelecida. Hoje o país caribenho está ocupado por dezenas de milhares de soldados, que transformaram o aeroporto de Porto Príncipe em uma base militar e controlam todas as estradas e o espaço aéreo do país.
Nos juntamos às entidades, sindicatos, organizações populares, partidos e movimentos sociais que hoje se colocam em campanha em solidariedade ao povo haitiano
e pela imediata retirada das tropas da ONU e dos EUA do país!
Que o lucro dos capitalistas seja expropriado para amparar os atingidos e reconstruir o país!
Que os recursos sejam controlados pelos trabalhadores e organizações populares haitianas!
Pelo fim da dívida pública do Haiti!
Centro Acadêmico de Ciências Sociais da Unesp de Marília - Gestão Rosa Luxemburgo
http://cacsrosaluxemburgo.blogspot.com/
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