Ocorreu nesta segunda-feira, 29/6, uma Assembléia Geral dos Estudantes da USP, com a presença de cerca de 400 estudantes. A assembléia estava marcada para as 18h, e teve início por volta da 19h. Durante as duas horas seguintes se estenderam, brevemente interrompidas pelos informes, as discussões acerca da composição da mesa e do encaminhamento das falas, tomando tempo até mesmo o modo pelo qual as falas a serem realizadas seriam sorteadas do total de inscrições. Assim, desde o início a assembléia foi marcada pela despolitização típica de fóruns aparatados e burocratizados.
O eixo da assembléia foi a questão da manutenção, ou não, da greve estudantil. O PSTU, gestão do DCE, exaltou de maneira fantástica e irreal as “grandes vitórias” do movimento com a greve, buscando capitalizar politicamente o processo com vistas à eleição da entidade estudantil do fim do ano, e defendeu o fim da greve. Junto a ele esteve o PSOL, apontando, frente a uma suposta ausência completa de mobilização, a necessidade do recuo para que se possa preparar, para o segundo semestre, uma mobilização que sabemos que não irão construir. De forma analogamente fantástica, MNN e PCO trataram como falsidades os avanços políticos que o movimento teve, a visibilidade que ganhou e o desgaste político que impôs à reitoria e ao governo, e defenderam a continuidade da greve até que caia a reitora e seja extinto o projeto da UNIVESP. Assim, a discussão se deu sem se basear em qualquer análise concreta da realidade, do grau de mobilização ou da situação política do movimento.
Frente a este cenário, baseamos nossa atuação na denúncia necessária do burocratismo daquele fórum, e da necessidade de avanço do movimento estudantil em suas formas de organização, defendendo que aquela assembléia não poderia impor a nenhum curso a decisão sobre a manutenção, ou não, da greve, e que deveriam ser as assembléias de curso a tomar tal decisão. Com essa proposta derrotada pelo voto conjunto de todas as outras correntes, defendemos, com o mesmo argumento de que aquele fórum não poderia impor aos cursos mobilizados o fim de sua greve, e frente à recente reabertura dos processos contra estudantes referentes à mobilização de 2007, a continuidade da greve. O fizemos indicando os cursos que, como a História e a Artes Cênicas, estão mobilizados e poderiam manter um calendário ativo de greve, e avançar na construção de uma campanha pelas pautas da greve e para barrar esses processos, e avaliando os avanços parciais que marcam a situação política do movimento e as grandes debilidades de suas “conquistas”. A manutenção da greve venceu com um margem de votos restrita.
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