segunda-feira, 14 de março de 2011

Boletim especial calourada 2011 - A Plenos Pulmões RJ

“Primeiro é preciso transformar a vida, para cantá-la – em seguida.”

Vemos um fenômeno no Brasil que podemos chamar de “lulismo”, que se expressa num sentimento de esperança de melhoria gradual das massas, baseadas num maior poder de consumo, em base ao endividamento, assim como mais empregos através de uma maior precarização do trabalho e ataque aos direitos trabalhistas. Tal fenômeno agudiza sentimentos como a passividade, consumismo e o individualismo fazendo com que a população se mantenha imersa a ilusões e promessas do futuro “Brasil-potência”, tão propagandeado agora com Dilma e antes por Lula que acabou seu mandato com 80% de popularidade e o reconhecimento na política internacional de que sabe fazer o jogo do imperialismo e cavar seu espaço entre as grandes potências mundiais. Não à toa que Obama disse que Lula era “o cara” e “O presidente mais popular do mundo”. Lula fez direitinho a lição de casa e com bastante “orgulho” mantém a tropas brasileiras no Haiti chefiando a MINUSTAH que há mais de um ano do terremoto que resultou em milhares de mortes, não garantiu a construção de moradia e saneamento para a população que ficou imersa num surto de cólera e se manteve a repugnante condição de estupros sistemáticos das mulheres haitianas pelas tropas da ONU e a troca de sexo por alimento, além da contenção das revoltas populares e operárias contra o desemprego e a miséria. Agora Obama vem ao Brasil no próximo dia 20, com o objetivo de reafirmação da hegemonia estadunidense no mundo, inclusive na área militar. Fora Barak Obama do Brasil! Retirada imediata das tropas brasileiras e imperialistas do Haiti! Fora o imperialismo da América Latina!

Fora Obama do Brasil!

Get out! Reunião nesta 5ª às 18h no Pátio do IFCS para discutir a participação no ato de repúdio a vinda do presidente dos EUA, Barak Obama, ao Brasil.

Viva a primavera árabe!

Um novo processo se abre na luta de classes, fruto de uma crise econômica mundial que se arrasta desde 2008. Levantes em diversos lugares do mundo onde a população se mobilizou massivamente frente à profunda crise econômica, aumento do preços dos alimentos, reformas previdenciárias, desemprego, carestia de vida... A juventude e a população na Grécia, França, e em outros países da Europa se levantaram e tomaram as ruas no ano de 2010. No começo deste ano o povo da Tunísia foi às ruas e derrubou o ditador Ben Ali, há 23 anos no poder. Esse processo inspirou os países vizinhos e iniciou-se uma onda revolucionária que se estendeu pelo Norte da África, península arábica e no mundo muçulmano. As ruas do Iêmen, Jordânia, Bahrein, Marrocos, Argélia se enchem de jovens, trabalhadores, mulheres, pobres urbanos, desempregados que pedem o fim dos regimes despóticos seja ditatoriais ou monarquias, que são os que durante décadas têm mantido com punho de ferro as condições de opressão mais brutais, que permitiram impor privatizações, ajustes e precarização do trabalho, para benefício das elites locais e das grandes transnacionais imperialistas.

Na Líbia a insurgência segue firme, contra os absurdos índices de desemprego, pobreza, e lutam pela derrubada do ditador Muammar Kadafi. Em semanas esta intervenção explosiva do movimento de massas do norte da África e da península arábica, motorizada pelas conseqüências da crise econômica e pelo ódio contra os regimes ditatoriais e pró-imperialistas, parece ter alentado a resistência para além das fronteiras desta região. Várias outras manifestações são levantadas, em Oaxaca (México), na Bolívia, e até mesmo nos EUA, em Wisconsin funcionários públicos, professores e estudantes se mobilizam contra o governador pelo direito à organização sindical.

Assim como outros povos do mundo é preciso que nos inspiremos na juventude, trabalhadores e nas mulheres do mundo árabe que levantam as cabeças e punhos! É preciso arrancar alegria ao futuro!!! Fora Kadafi! Fora imperialismo do norte da África, do Oriente Médio!

... universidade para quê e para quem ?

Lula garantiu popularidade e a eleição de sua candidata entre outras coisas com o discurso de expansão das universidades. Enquanto nas universidades federais o projeto de expansão, o REUNI, abriu novas vagas, segue sendo uma ínfima minoria da população que tem acesso às universidades e a ampla maioria tem que estudar em universidades privadas, precárias e se endividando para garantir este direito. A própria expansão, pequena, das federais ocorreu sob o mesmo signo precário: sem um investimento necessário para que se garantisse e melhorasse a qualidade do ensino, ou seja, uma expansão sem qualidade que segue sucateando as universidades públicas.

No ensino superior, o grande projeto destes oito anos de governo Lula, o PROUNI, deixa de herança um financiamento dos grandes tubarões do ensino vendido ao povo como expansão de um direito. O Estado ao invés de ter expandido e financiado o ensino superior público e gratuito, priorizou sustentar os milionários acionistas da Estácio e similares.

Outra cara desta universidade precária são as péssimas condições de trabalho a que estão submetidos diversos trabalhadores. Em cada universidade do país se multiplicam os terceirizados, com seus salários de fome, o assédio moral sofrido e a dificuldade para sua organização sindical. Um lugar para produzir conhecimento não pode estar assentado nestas relações que bebem direto da escravidão, não aceitamos que haja trabalhadores de primeira e de segunda na universidade, lutamos para que todos os terceirizados sejam trabalhadores da universidade com iguais salários e direitos!

Nós lutamos para que a universidade seja aberta aos filhos dos trabalhadores e, além disso, que o conhecimento produzido seja voltado para a classe trabalhadora, por exemplo a arquitetura podia planejar moradias, a medicina como atender e prevenir epidemias, etc. Por isso queremos chamar você, estudante, a discutir e lutar pelo fim do vestibular, pela estatização das universidades privadas, por maior assistência estudantil e contra a entrada da iniciativa privada na universidade pública, que compromete a autonomia e direciona o conhecimento produzido aos interesses do capital. É somente combatendo as relações de exploração e opressão existentes desde a universidade de classes até a sociedade de classes que a juventude pode aspirar a outro futuro!

"Na primeira noite eles se aproximam / roubam uma flor / do nosso jardim.

E não dizemos nada.

Na segunda noite, já não se escondem: / pisam as flores, / matam nosso cão,

e não dizemos nada.

Até que um dia / o mais frágil deles / entra sozinho em nossa casa, / rouba-nos a luz, e,

conhecendo o nosso medo / arranca-nos a voz da garganta.

E já não podemos dizer nada."

Extrato do poema No caminho, com Maiakovski de Eduardo Alves da Costa.

Abaixo à repressão no IFCS!

No decorrer de 2010, os estudantes do IFCS se depararam com uma série de novas medidas tomadas por parte da direção do instituto: a instalação de câmeras por todo o prédio, que segunda a direção como o intuito de proteger o patrimônio do IFCS, o que para nós nada mais é do que o coroamento de uma política de privatização e controle do uso dos espaços e dos estudantes, como as salas de aula trancadas, a proibição de fazermos festas para integração entre os estudantes de diferentes períodos e cursos, e também como meio para financiar o movimento estudantil, ou atividades políticas abertas para a população, como a “ocupação cultural” da calourada 2011. E um dos acontecimentos mais absurdos vistos aqui: a entrada da polícia no IFCS no final do ano passado para prender estudantes suspeitos de usarem drogas, algo que a direção do Instituto naturalizou e colaborou, depois afirmando para os estudantes que isto deveria servir como exemplo de que a universidade não é um espaço livre; e que isso voltasse a ocorrer os estudantes seriam imediatamente expulsos da UFRJ. Permirtir o cerceamento e a entrada da polícia é funcional à manutenção da universidade elitista e racista! Nós estudantes precisamos nos contrapor às medidas da direção que supostamente preza pelo “diálogo”, mas na prática cerceia nossa liberdade de manifestação! É preciso repudiar a entrada da polícia na universidade, porque a Universidade deve ser um espaço de debate de idéias e não de imposição a através de métodos repressivos! Abaixo às câmeras! Pelo direito à livre utilização dos espaços da Universidade pelos estudantes e pela população!

Milhões para a repressão, para a Copa e Olimpíadas: lama, morte e afogamento na miséria para a população...

É hora da juventude dizer um BASTA!


No Rio de Janeiro nos deparamos com vários projetos implementados tanto pelo governo federal quanto pelos governos estadual e municipal , que supostamente tem como meta o desenvolvimento da cidade e melhores condições de vida para o cidadão carioca. as recentes tragédias ocorridas na região serrana do Rio, explicitam essa mesma lógica perversa de projeto de cidade, onde a população pobre que além de ser obrigada a viver nos morros e encostas, não tem o mínimo direito de moradia digna, tendo que conviver com o profundo sofrimento de terem seus familiares e amigos mortos e soterrados pela lama.

Porém o que está em jogo nesse projeto? As UPP’s (Unidades de Polícia Pacificadora), o tão aplaudido projeto de segurança, as expulsões dos moradores das ocupações urbanas, assim como outras medidas tomadas por esses governos, representam na verdade um projeto que segue sendo o mesmo, de brutal repressão aos negros e pobres. Enquanto os grandes empresários seguem com seus inescrupulosos lucros, centenas de jovens negros são exterminados anualmente. Tivemos o emblemático caso da ocupação do Conjunto de favelas do Alemão, onde os governos não hesitaram em enviar centenas de policiais e inclusive as forças armadas, com uma suposta resposta de “guerra ao terror” que na verdade significa uma política oficial de controle da população pobre visando os futuros megaeventos que nossa cidade sediará, como as Olimpíadas e a Copa do Mundo. É este mesmo governo corrupto o mantenedor das desigualdades absurdas da nossa cidade que o faz um dos principais responsáveis pelo continuidade do trafico de drogas; seja ao sustentar a cada ano que milhares de jovens pobres entrem para o trafico ao não dar oportunidades elementares de vida oportunidades para estes (como moradia digna, escola de qualidade, empregos etc.) ou através de sua polícia assassina e corrupta que segue sendo a principal fornecedora de armas para o trafico e que hipocritamente é utilizada para combater o crime (!). Fora polícia dos morros e favelas! Nenhuma remoção para as obras da Copa e Olímpiadas! Pela expropriação de todos os imóveis passivos de utilização para uma reforma urbana que garanta moradia digna a todos! Apoio às ocupações urbanas!

Abaixo o machismo, racismo e a homofobia !

Vemos inúmeros casos diariamente, inclusive na nossa universidade de racismo, machismo e homofobia. Pixações racistas e neo-nazistas dizendo “Fora Pretos” como ocorreu na UERJ; perseguição e agressão aos estudantes homossexuais no Alojamento da UFRJ; ou atitudes machistas dos veteranos que obrigam calouras a dançar funk e fazer movimentos que simulam uma relação sexual, ou como ocorreu na UFF onde estudantes foram forçadas a fazer sexo oral nos veteranos, só para mencionar algumas. A universidade hoje está estruturada e voltada para a formação de mão-de-obra ou de pensadores para a burguesia brasileira, e por isso é funcional que o conhecimento que se produza nela não apresente um conteúdo contestador e muito menos revolucionário. Ao contrário, reproduz e acaba por garantir a manutenção de preconceitos e opressões existentes na sociedade, não sendo uma ferramenta crítica para combatê-los. Algumas exceções se localizam aí, mas é preciso ir por mais! Te convidamos a debater a opressão às mulheres, negr@s e LGBTT, para construir um plano de luta d@s estudantes do IFCS contra o machismo, o racismo e a homofobia!

Debate

Resgatando a história para inspirar o presente:

Passeata dos 100 mil e o papel da juventude!

28 de março | 18h | no IFCS/UFRJ

Seguido de uma apresentação do Movimento A Plenos Pulmões

Conheça e junta-se à nós para organizar um grande grupo que parta da indignação e se coloque na perspectiva de intervir na realidade para transformá-la!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

RJ | Chamado para reunião emergencial: organizar um comitê de solidariedade aos atingidos da região serrana


Mais uma imensa tragédia se abateu sobre Rio de Janeiro, desta vez na região serrana. As informações oficiais, nesta manhã de quinta (13/12) já falam em mais de 345 mortos, sendo 155 só em Nova Friburgo. Assim como os tristes acontecimentos que ocorreram no ano passado essas tragédias que se tornaram anuais só vem mudando de lugar, de Niterói e Ilha Grande para Nova Friburgo e Teresópolis. Estas catástrofes não podem ser tratadas como uma mera questão "natural" e sim como um descalabro do Governo.

Agora, rapidamente todos aqueles prefeitos, governadores, ministros e a própria presidente Dilma que nada fizeram em trabalho preventivo se dizem dispostos a fazerem de tudo para ajudar a população. Mas as condições de vida, moradia e segurança da população não são, nem de perto, uma prioridade dos governos: o orçamento para prevenção de enchentes, contenção de encostas e alagamentos em todo país, foi de R$ 168 milhões no último ano do governo Lula, e agora no primeiro ano da presidente Dilma o montante é só de R$ 137,5 milhões, ou seja, a mesma coisa que é gasta com juros das dívidas interna e externa em cerca de 3 dias, ou R$ 122 bilhões ao ano.

As doações de alimentos e roupas que foram feitas para Santa Catarina, para o Nordeste, Haiti, foi tema de denúncias de roubo ou de serem deixadas apodrecer pelos órgãos do governo. Por isto é urgente que nós estudantes organizemos uma grande campanha de solidariedade às vítimas das chuvas da região Serrana do Rio, independentemente dos governos, arrecadando água, colchões, alimentos não perecíveis, dinheiro (para compra destes materiais). Junto a uma imprescindível solidariedade aos trabalhadores, trabalhadoras e à toda população pobre atingida, é também importante que discutamos entre nós e cheguemos numa síntese política para elaborar uma declaração que denuncie o descaso e toda a responsabilidade dos governantes, pois esta catástrofe é social.

Neste sentido nós do Movimento A Plenos Pulmões propomos realizar uma REUNIAO de EMERGÊNCIA dos estudantes da UFRJ, que seja aberta à todos e todas estudantes e entidades estudantis, funcionários, professores, sindicatos e organizações de esquerda aos movimentos sociais, entre outros, nesta sexta-feira (14/01) às 17:00 no pátio do IFCS para organizarmos um comitê de solidariedade à população destas cidades atingidas.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Carta aberta aos companheiros dos coletivos “Nada será como antes” e “Florestan Fernandes"

Temos visto nos últimos anos diversas investidas do governo no sentido de aprofundar o caráter mercadológico e implementar seu projeto privatista nas Universidades Estaduais paulistas. Na USP, João Grandino Rodas foi escolhido por José Serra para cumprir o papel histórico de implementar de vez esse projeto, varrendo quem quer que se oponha. O movimento de estudantes, funcionários e professores tem atuado, ainda que de modo desigual e heterogêneo, como uma verdadeira trincheira em defesa do caráter publico, autônomo e popular para a USP e, por isso, tem sido alvo de toda a ofensiva repressiva por parte da reitoria e governos.

Agora Rodas, o reitor de Serra, dá um passo decisivo, aprovando no C.O. uma reforma universitária para, como diz o Estadão, “fechar os cursos que têm baixa procura, altas taxas de evasão e baixo impacto social, bem como os que não atendem às necessidades do mercado ou foram superados pelo avanço da tecnologia. A manutenção de alguns cursos noturnos também será discutida.” A pró-reitora de graduação, Telma Zorn, fez questão de não deixar tanta margem para dúvidas sobre o que significa “baixo impacto social”, declarando, na última edição do Jornal da USP, que esses cursos “seriam melhor definidos com a troca de ‘social’ por ‘econômico’.” Essa reforma é um ataque muito duro a todos os setores da universidade, que segue medidas como o fim da reposição automática de professores que se aposentem ou faleçam, a quebra da isonomia salarial e a UNIVESP, e assim retoma e aprofunda os decretos lançados por Serra em 2007, e é parte de um processo que já está em curso também nas outras universidades estaduais paulistas, se expressando na degradação das condições de ensino.

Para implementar seu projeto e retomar o controle sobre a universidade, a reitoria aprofunda a política de repressão contra o movimento na USP: se acumulam os processos contra diretores e ativistas do Sintusp e corre um processo absurdo que pretende desligar 14 estudantes da universidade que retomaram, no primeiro semestre, um prédio de moradia estudantil que havia sido indevidamente ocupado pela administração da COSEAS, e agora correm risco imediato de expulsão, sem chance de defesa.
Os estudantes combativos somos por um projeto distinto, que seja voltado às necessidades da classe trabalhadora e do povo pobre. Desde o Bloco ANEL-às Ruas, em conjunto com muitos companheiros de seus coletivos, lutamos pela reorganização dos estudantes e da juventude em torno deste combate.

Para barrar esses ataques, consideramos fundamental trabalhar para reverter o atual estado de fragmentação do ME da USP, e que ele possa se ligar aos estudantes das outras estaduais paulistas e aos trabalhadores que têm protagonizado importantes greves em defesa da universidade. É por isto que temos buscado discutir com todos os setores do movimento estudantil, sobretudo aqueles com os quais compomos uma entidade como a ANEL, a necessidade de discutir a formação de chapas unificadas a partir do combate aos ataques do governo para as eleições do DCE e dos CAs que se aproximam. Infelizmente, por mais de uma vez, nosso chamado não foi atendido por quase todas as correntes e, quando mesmo alguns setores que não concordavam com os termos da discussão que propunhamos, como o Barricadas Abrem Caminhos, colocaram abertamente suas posições, não obtivemos nenhuma posição de sua parte acerca de tais questões decisivas para o próximo período de lutas que se aproxima.
Pelo contrário, nas Ciências Sociais, observamos seu chamado à Unidade com a chapa organizada por setores dos coletivos Contraponto, Barricadas, A hora é essa e independentes, sendo que em nenhum momento buscaram responder ao chamado de Unidade que fizemos. Analogamente, observamos uma carta que, corretamente discute os marcos gerais da situação Universitária, e que convoca todos os setores da esquerda “consequente”, citando vários coletivos, dentre eles o da atual gestão do DCE e CEUPES, a unificarem-se a fim de darem o combate à direita e sua chapa. Deste chamado também fomos excluídos.

Nosso DCE, sabemos, cumpriu um papel importante na construção da passividade do ME neste ano, mantendo os estudantes distantes das principais discussões, disputas e conflitos que atravessaram a universidade. Chegaram ao absurdo de boicotar uma assembléia geral, o que, do ponto de vista de nossa entidade é desmoralizante perante o conjunto dos estudantes.

Nós, do Bloco ANEL-às ruas, estivemos, ao lado de companheiros de seus coletivos, desde o início do ano nas mobilizações de professores estaduais e nas assembléias da ANEL. De nossa parte, nos orgulhamos de ter dedicado nossas forças ao longo do ano ao trabalho de politização dos estudantes nos cursos e salas de aula, com debates, reuniões, e atividades culturais, e à ampliação do apoio à greve do primeiro semestre, propondo incorporação a piquetes, fundos de solidariedade, abaixo-assinados e atos, e ainda agora, contra as medidas repressivas e os novos ataques.

Buscamos sempre, também neste período, a unidade um uma série de ações com os companheiros, a fim de que demonstrássemos a ANEL como um pólo pró-operário no movimento estudantil. Sabemos que ainda há a necessidade de acúmulo de discussão acerca do que representa a ANEL e, aqui, mais uma vez, reivindicamos ações conjuntas neste sentido.

No curso de ciências sociais, buscamos, igualmente, nos unir em torno da tarefa de construir medidas concretas, em conjunto com os companheiros. Isto se dava ao mesmo tempo em que a direção do Ceupes boicotava deliberações da única assembléia ocorrida no ano - o jornal - e ignorava mais de 200 assinaturas reivindicando que ocorresse uma assembléia para discutir o posicionamento do curso na greve. Todos os outros coletivos convocados à Unidade por vocês tiveram não um papel ativo na despolitização e passividade do curso, mas, em distintos graus, iniciativas quase inexistentes de apoio concreto e busca real da aliança operário-estudantil, a qual pressupõe cooperação mútua constante, sobretudo nos períodos de luta. Entretanto, acreditamos que, em base a este balanço, devemos, em unidade com estes setores, combater o projeto do governo.

Temos clareza de que estes ataques que buscam implementar a reitoria e o governo, afetam não somente a Usp mas todo o conjunto das Universidades estaduais e a sociedade. Tendo isto em mente, desde nosso bloco, buscamos organizar setores estudantis do interior do estado e em Universidades particulares, a fim de assentarmos nossa luta por um projeto distinto de Universidade, dada muito a partir da ANEL, sob bases mais sólidas. Os exemplos dos atos e chamados de unidade nas lutas pelo DCE da Unesp, a luta pela redução das mensalidades na fundação Santo André, a gestão conjunta que compomos com os companheiros no Cach da UNICAMP, definem como pensamos que devem se dar os combates aos ataques das reitorias, e demonstram, igualmente a conseqüência de nossa atuação no movimento estudantil.

Nós, que construímos com os companheiros um projeto de reorganização do ME nacionalmente, lamentamos que os companheiros não tenham levado tais questões em consideração quando do chamado à Unidade para estas eleições.
Reivindicamos então, em base a toda nossa atuação conjunta em muitos momentos e todas as tarefas para o próximo período, que revejam sua posição e que possamos discutir a unificação de nossas chapas para as eleições de DCE e CA, a partir do programa da ANEL, que defendemos conjuntamente. E ainda, independentemente disso, que estejam conosco na construção de iniciativas que sirvam para dar mais visibilidade, esclarecer e combater a reforma da USP e os processos repressivos; estamos abertos a todas as iniciativas que proponham, e já chamamos os companheiros a organizar desde as chapas um festival-protesto com esses eixos, nas próximas semanas.
Acreditamos que as eleições são apenas um âmbito da luta, entretanto, nelas devem estar presentes chapas alternativas, pró-operárias, combativas que se prolonguem para além das eleições como verdadeiros grupos de ação, reflexão e contraposição ao governo e às reitorias.

Propomos um passo concreto e sério contra a fragmentação e pela reorganização do movimento estudantil, necessária a este combate. Propomos, então, que esta questão seja discutida seriamente entre nossos agrupamentos.

Esperamos resposta.

Bloco ANEL-às ruas (Ler-qi e independentes) e Grupo de mulheres Pão e Rosas.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

HOJE, 1/10: FESTA contra a repressão na USP!

Em defesa dos lutadores! Contra os novos decretos de Rodas! Pela retirada de todos os processos contra estudantes e trabalhadores! Pela readmissão do Brandão!
FESTA!!!



Flier de divulgação da festa feito pela banda "Baratas Organolóides"

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Ato pela redução das mensalidades e anistia dos inadimplentes na Fundação Santo André

Os estudantes da Fundação Santo André estão hoje construindo um exemplo de luta nas suas faculdades. A reitoria, além de querer aumentar as mensalidades, hoje está abrindo processos judiciais contra os estudantes que estão inadimplentes, impedindo que aqueles que não conseguem pagar as absurdas mensalidades possam estudar. Contra isso, o Diretório Acadêmico da Faculdade de Filosofia (DA da FAFIL), a partir da gestão "Desafiando a miséria do possível", e junto aos estudantes dos outros prédios (FAECO e FAENG), estão impulsionando uma campanha pela redução das mensalidades, pela anistia da dívida dos inadimplentes e retirada dos processos contra estes.

Na semana passada ocorreu uma assembleia seguida de um ato que percorreu os três prédios. Os estudantes do Movimento A Plenos Pulmões, junto com estudantes que compõem a ANEL-SP e o bloco Anel às ruas estiveram presentes para apoiar a luta dos estudantes da FSA. Veja abaixo vídeos da assembleia e da manifestação.









Veja abaixo a nota do DA da FAFIL após o ato:

NOTA DO DIRETÓRIO ACADÊMICO FAFIL/ FSA- GESTÃO DESAFIANDO A MISÉRIA DO POSSÍVEL 2010/2011. http://desafiandoamiseriadopossivel.blogspot.com/



Construindo o bloco ANEL- ÀS RUAS: www.anelasruas.wordpress.com


Viva a luta dos estudantes da Fundação Santo Andre: Avançar na Unidade e no programa!



Dia 02/09 quinta-feira, ocorreu na Fundação Santo André (FSA) uma importante assembléia geral com centenas de estudantes. Nós do DA Fafil tivemos na linha de frente desse processo junto com outros coletivos e setores do movimento estudantil da FSA, chamando assembléias de curso que prepararam a assembléia de ontem, e a unidade com os Professores e outros Prédios do campus. Mostrando que, organizados, como foi em 2007 na ocupação da reitoria e na derrubada do reitor, nós estudantes temos uma força, que as vezes nem imaginamos ter, para enfrentar os ataques da reitoria da FSA.

Porém, a importância dessa assembléia não se mede somente pela quantidade de pessoas presentes, mas fundamentalmente por estarem presentes em peso estudantes da Faeco (Faculdade de Economia) juntos aos da Fafil (Faculdade de Filosofia), e também alguns estudantes da Faeng (Faculdade de Engenharia). A unidade na luta entre os 3 prédios que começa a se concretizar, mostra a força do nosso movimento ao mesmo tempo que amedronta a reitoria e seu projeto de elitização da Fundação.



A aliança de todos os estudantes, com os professores e também os funcionários é a forma de garantirmos à redução radical e geral das mensalidades, o fim dos processos judiciais aos que não pode pagar mensalidade, a anistia da dívida dos estudantes inadimplentes, a melhora na qualidade do ensino de todos os prédios (salas de aulas, laboratórios, etc) e colocar na ordem do dia a necessidade de uma FSA pública, gratuita e de qualidade para toda a população.

É bom que a reitoria já fique preocupada com a força do movimento estudantil da FSA, o que aconteceu ontem vai aumentar, não iremos mais aguentar calados tanto descaso!



Nós estudantes, em sua maioria trabalhadores, cada vez mais temos dificuldades para pagar as mensalidades que vem aumentando ano após ano, frente a isso a assembléia geral votou uma campanha pela redução das mensalidades de todos os cursos da FSA. A reitoria se esquiva argumentando falta de verba. Não podemos acreditar na demagogia da reitoria. Por isso nós aprovamos também a imediata abertura dos livros de contabilidade. Temos o direito de saber pra onde vai toda essa verba que a reitoria diz não ter! E por final, para sermos conseqüentes na luta contra as altas mensalidades, temos que lutar em defesa dos milhares de estudantes que não conseguem pagar e acabam se atolando com dividas e juros em função dos seus acordos, e na maioria dos casos deixando de estudar. Mais de mil estudantes estão sendo processados judicialmente por não conseguirem pagar as mensalidades e acordos exorbitantes impostos por esta reitoria. Não podemos aceitar que estudantes sejam processados judicialmente, com suas contas salário sendo bloqueadas e com oficiais de justiça em suas casas. Votamos na assembléia geral o fim dos processos judiciais, e o fim da perseguição aos inadimplentes.



Aprovamos também a conformação de um comitê de mobilização (1ª reunião hoje sexta feira as 19:30 no DA Fafil) que encaminhará as próximas ações do movimento. Marcar uma audiência pública com a reitoria, e também a data e os preparativos para a próxima assembléia geral confirmada para a segunda-feira, depois do feriado, dia 13/09, aonde possamos massificar ainda mais o movimento se unindo com os estudantes dos outros prédios da Faeco e Faeng e mostrando o caráter questionador e combativo do movimento estudantil. Aprofundando ainda mais as discussões em torno das lutas que estamos travando contra o inimigo comum a todos: a reitoria.



Queremos agradecer a presença dos estudantes de diversas universidades de São Paulo que estiveram presentes em solidariedade ao ato na FSA. Nós do DA Fafil, junto com outros estudantes da FSA, compusemos o bloco Anel Às Ruas que nas reuniões nacional e estadual da ANEL desse final de semana lutou para que esse processo da FSA não ficasse isolado, e que a ANEL de conjunto tome essa luta para si, e seja o início de uma campanha nacional pela redução radical de mensalidades nas universidades particulares, em torno da defesa de um ensino público, gratuito e de qualidade para todas e todos. Queremos agradecer a presença das/os companheiras/os, reafirmar a importância do apoio ativo da ANEL e desde já fazer o chamado para que continuem fortalecendo nossa luta, aportando para a construção de um movimento estudantil combativo que rompa o corporativismo, se alie com as/os trabalhadoras/es e supere a divisão entre os estudantes de universidades públicas e privadas imposta pelos governos e os “donos da educação privada” do país.